Agora somos a segunda melhor selecção UEFA neste escalão etário.
Recordo que foi uma selecção remendada, a que esteve às ordens do competente treinador Joaquim Milheiro: só do Sporting, cinco jogadores foram impedidos por Rúben Amorim de se deslocar a Malta.
Selecção remendada, mas que chegou longe e não envergonhou ninguém.
Saldo muito positivo: cinco jogos, quatro vitórias, uma derrota tangencial, 14 golos marcados e apenas três sofridos.
Vários destes rapazes, espero, chegarão longe como profissionais do futebol. Gostei de Gustavo Sá (médio ofensivo, do Famalicão), Gabriel Brás (defesa, do FC Porto) e Carlos Borges (extremo, do Manchester City B).
Mas quem mais apreciei, claro, foi Rodrigo Ribeiro (três golos nesta competição) e sobretudo Gonçalo Esteves, jogador muito acima da média em termos técnicos e com versatilidade suficiente para ter feito ontem duas posições em campo: começou como ala direito, passou para ala esquerdo e ainda fez incursões como interior esquerdo. Com visão de jogo, inegável domínio da bola e sem nunca virar a cara ao confronto individual.
Concluo, reforçando aquilo que já escrevi aqui: Gonçalo tem lugar no plantel leonino 2023/2024. Espero que Amorim conte com ele.
Trincão e Jota, campeões europeus sub-19 em 2018, na Finlândia
Formar jogadores, no futebol profissional, é também ensiná-los a vencer. Habituá-los desde cedo que não interessa apenas competir por competir: importa ganhar títulos e troféus. Não apenas no clube, mas em tudo.
Pela mesma lógica, os jogadores que formamos devem querer desde cedo ir à selecção. Basta olhar para o exemplo de Cristiano Ronaldo, o mais internacional do mundo. Nunca desertou da representação nacional, atribui valor especial a envergar o símbolo de Portugal na camisola e aos 38 anos ainda demonstra entusiasmo em campo como se fosse um recém-chegado, como muito recentemente confirmou.
Apontar exemplos destes também é formar.
Vem isto a propósito da final de logo à noite, em Malta. Está em jogo o Campeonato da Europa sub-19: defrontaremos a Itália, que já derrotámos por 5-1 na fase de grupos.
Se vencermos, como espero, será o segundo triunfo português num Europeu sub-19. Já ganhámos o de 2018, na Finlândia, derrotando precisamente Itália nessa final disputada a 29 de Julho. Havia três jovens do Sporting nesse lote de campeões: Thierry Correia, Miguel Luís e Elves Baldé. Outros três viriam a actuar no nosso clube em fase posterior e com sortes diversas: João Virgínia, Rúben Vinagre e Francisco Trincão - este o melhor marcador do certame, com cinco golos.
Foi um trabalho de continuidade. Vários deles tinham sido campeões europeus sub-17 dois anos antes, em Maio de 2016, no Azerbaijão: Thierry, Vinagre, Miguel Luís - e também Luís Maximiano e Rafael Leão. Sempre sob o comando de Hélio Sousa.
Esta noite veremos se haverá novo motivo para festejar. Estarei com a selecção, claro. Como estou sempre.
Ganhem ou percam, o percurso de qualquer deles não será fácil. Nunca é. Mas torna-se menos duro e menos difícil para quem começa desde cedo a habituar-se às vitórias. Faz parte da formação, faz parte da evolução.
E quem só quiser "jogar por jogar", reúna uns amigos e vá dar uns toques para a praia.
Os jogadores não evoluem só nos clubes. Evoluem também nas selecções.
Ao impedir cinco dos nossos jogadores de comparecer no Euro sub-19, Amorim corta-lhes as pernas. Não faz qualquer sentido.
Continuo sem perceber - e a comunicação do clube não fez o menor esforço para explicar - por que motivo Dário, Chermiti, Mateus Fernandes, João Muniz e Afonso Moreira foram proibidos por Amorim de se deslocar ao Europeu de Malta.
Poderiam vir de lá como campeões europeus. Seguramente, pelo menos, como vice-campeões europeus: a final será disputada frente a Itália depois de amanhã.
Viriam muito mais valorizados em termos financeiros. Mas sobretudo em termos desportivos, aquilo que mais me interessa enquanto adepto.
Rodrigo: dois golos e uma assistência na vitória esmagadora contra a Noruega
Rodrigo Ribeiro, com dois golos e uma assistência, foi o melhor em campo hoje na goleada de Portugal à Noruega: 5-0. Assim se cumpriu esta meia-final do Europeu sub-19, que se disputa em Malta.
Iremos à final, a jogar este domingo a partir das 20 horas. Com quatro vitórias, 14 golos marcados e apenas dois sofridos.
Grande exibição dos nossos "meninos", que deram uma lição de futebol artístico à selecção nórdica. Lição de criatividade e virtuosismo técnico, recuperando antigas características do futebol português que pareciam em desuso. Pareciam, mas não estão.
Parabéns aos jogadores. Parabéns ao seleccionador Joaquim Milheiro, que acompanha estes miúdos desde a selecção sub-15: está aqui um grande treinador com margem de progressão. Talvez um dia trabalhe no Sporting.
Dos nossos, Samuel Justo regressou à equipa titular e fez bom trabalho como interior esquerdo. Destacou-se na assistência para o segundo golo de Rodrigo, aos 66', culminando uma excelente jogada de futebol colectivo.
Rodrigo já tinha marcado, aos 31': foi o nosso terceiro. Antes dele, facturaram Gustavo Sá (4') e Hugo Félix, de penálti (17'). A conta fechou aos 69', com um petardo do canhoto Carlos Borges (o nosso Rodrigo assistiu).
Martim Marques, ala esquerdo, também deu nas vistas: acabou de trocar o Sporting pelo Lugano, na Suíça, após 12 anos de trabalho em Alcochete. Jogava de verde e branco desde 2011, ainda nas escolinhas. Tenho pena que já não possamos contar com ele.
Gonçalo Esteves voltou a ser titular, mas saiu aos 48', desta vez com uma exibição mais apagada. Milheiro contará certamente com ele em grande forma na final.
Além dos nossos, destaco três jogadores que não me importaria nada de ver no Sporting: Gustavo Sá (18 anos), médio ofensivo do Famalicão; João Vasconcelos (18 anos), médio ofensivo do Braga; e Carlos Borges (19 anos), extremo-esquerdo do Manchester City, titular da equipa sub-23 deste emblema inglês, onde já marcou 25 golos e protagonizou 11 assistências. Números que merecem respeito.
Ainda a saborear este triunfo, apetece-me perguntar: quem disse que a nossa formação não tem valor?
Do desafio de ontem, frente à selecção anfitriã do torneio, destaco a grande exibição do nosso Gonçalo Esteves: fez toda a partida evidenciando excelente condição física. Nos dois corredores. Primeiro no esquerdo, onde alinhou mais de uma hora, e a partir do minuto 66 de regresso à sua posição natural, na ala direita. É o jogador português com mais minutos, até agora, nesta competição. Bom a defender e a atacar: veloz no ataque à profundidade, sagaz na condução da bola, com passes bem medidos e visão de jogo muito acima da média. Espectacular, o lance que protagonizou aos 90'+2. Quase marcou aos 73' num disparo fortíssimo travado pelo guarda-redes com notória dificuldade.
Dos nossos, exibição discreta do Rodrigo Ribeiro, que só entrou aos 66'.
Má prestação do Diogo Pinto, em estreia no torneio como guarda-redes. Por culpa sua, num frango anedótico, a selecção de Malta marcou aos 72', empatando então o jogo, que viria a ser desbloqueado três minutos depois, com a equipa das quinas a fixar o justo triunfo final. Que só pecou por escasso.
Aproveito para perguntar aos leitores do És a Nossa Fé: gostariam ou não de ver Gonçalo Esteves integrar o plantel principal do Sporting na época 2023/2024?
Sete jogadores do Sporting foram convocados para o Campeonato da Europa sub-19, que se realiza em Malta entre os próximos dias 3 e 16.
Diogo Pinto (guarda-redes)
David Monteiro (lateral)
Martim Marques (ala esquerdo)
Gonçalo Esteves (lateral)
Samuel Justo (médio)
Mateus Fernandes (médio)
Rodrigo Ribeiro (avançado)
O nosso clube foi o mais representado nesta convocatória.
Estiveram para ser onze. Mas Rúben Amorim vetou desde logo a deslocação de quatro: João Muniz (central), Dário Essugo (médio), Afonso Moreira (avançado) e Chermiti (avançado). Alegando que queria contar com eles logo no início dos trabalhos da pré-época, já esta semana. Escudou-se, aparentemente, no facto de não ser um torneio inscrito no calendário da FIFA.
Os sete passaram logo a seis: Martim Marques foi pouco depois transferido para o Lugano (Suíça) após 13 épocas em Alcochete.
Depois, ficaram apenas cinco: o treinador vetou igualmente a participação de Mateus Fernandes. Garantindo que também precisaria já dele em Alvalade, pois haveria escassez de médios no plantel principal.
Isto tem um lado bom e um lado mau.
O lado bom é confirmar-se, ao contrário do que alguns ainda apregoam, que o Sporting tem formação em quantidade e com manifesta qualidade. Daí figurarem tantos jogadores nesta convocatória inicial.
O lado mau é ver que tantos acabam por não seguir viagem. Algo incompreeensível para mim. A participação no Europeu daria traquejo a estes miúdos, levava-os a um patamar competitivo mais exigente e certamente os valorizaria muito mais do que participar nos treinos do início da pré-época da equipa principal. As competições dos escalões juniores são cada vez mais chamativas: quem nelas participa fica logo debaixo dos holofotes.
Passamos o tempo no fado choradinho digno de calimeros, com a queixa recorrente de que os nossos jogadores não são chamados às selecções...
Quando são chamados, o treinador veta-os.
Quando não vão por responsabilidade nossa, acaba a lamúria. Está tudo bem.
Confesso que me custou acreditar na notícia. E ainda não descortino a verdadeira causa deste veto.
O Pedro Oliveira traz aqui ao lado a justa homenagem ao Famalicão, campeão nacional no escalão sub19.
O Sporting terminou no 3.º lugar, Famalicão 28, FC Porto 27, Sporting 25, Benfica 23.
Na penúltima jornada da competição o Sporting derrotou em Alcochete o Famalicão por 3-1.
O Sporting alinhou com:
Guilherme Pires; Leonardo Barroso, Pedro Silva, Lucas Taibo e Rodrigo Dias; Alexandre Brito, Manuel Mendonça, Guilherme Santos; Pedro Sanca, Gabriel Tavares e Isnaba Mané.
Ora nesta competição podiam actuar jogadores nascidos em 2004 ou depois.
E qual é a melhor equipa de sub19 que o Sporting pode apresentar actualmente?
Diego Callai; Gonçalo Esteves, João Muniz, Lucas Taibo e Travassos; Essugo e Mateus Fernandes; Fatawu, Chermiti, Rodrigo Ribeiro e Afonso Moreira.
E ainda ficavam muitos no banco de suplentes como Samuel Justo, Marco Cruz, David Monteiro, etc... que jogam pela B ou pelos sub23 e davam para fazer outra equipa.
Quantos em comum? Um, Lucas Taibo, internacional por Espanha, 1,92m, nascido em 2006. Um craque em potência.
Ou seja, o Famalicão foi campeão nacional de sub19 em confronto com a terceira equipa do Sporting dessa categoria etária. Tão simples como isso. Quanto ao Benfica, a mesma coisa: o FC Porto não tem sub23, como o Famalicão não tem equipa B, pelo que a situação é diferente.
Ora isto nada tem que ver com o que acontecia há uns anos. Por isso, olhar para as classificações dos escalões sem ter em conta esta nova política focada no jogador adoptada por Sporting e Benfica não faz sentido nenhum.
Sub-19 venceram o Liverpool após terem goleado o Ajax: somam e seguem
Passaram uma semana a falar no Fatawu. E a tentarem agredir Rúben Amorim com isso. Furiosos com o nosso empate frente ao Arsenal, equipa que lidera isolada o melhor campeonato de futebol do mundo, e com a nossa quase goleada três dias depois frente ao Boavista, apareceram aqui a falar muito do Fatawu.
Eles queriam lá saber do puto ganês. Só usaram isso para se dedicarem ao desporto favorito: o tiro ao inimigo interno.
Sendo que, neste caso, os "inimigos" são o treinador e o presidente do Sporting.
Fingiram-se escandalizados porque o Rúben usou Fatawu frente ao Arsenal, afastando-o assim do confronto com o Liverpool na Liga Jovem. Fingiram ignorar que o jovem extremo ganês, brilhante frente ao Ajax, não tinha participado nas partidas anteriores deste torneio.
Lá rasgaram eles as vestes e desataram aos gritos. Chamaram de tudo ao nosso treinador:
O que, desde logo, confirma esta evidência: a nossa formação está muito bem e recomenda-se. Também ao contrário do que alguns uivavam e ganiam por aí.
Lá tiveram os tais de meter a viola no saco.
Mas deixem-se de ilusões. Eles arranjarão sempre uma treta qualquer para deitar abaixo o treinador mais vitorioso e o presidente mais vencedor do Sporting deste século XXI.
Incansáveis no ódio a ambos.
Uns idiotas, portanto.
P. S. - No monturo habitual, as hienas de turno chamaram ontem «anormal», «burro» e «dito treinador» a Rúben Amorim, entre outros dislates, vários dos quais impublicáveis. Enfim, o cardápio completo. São da turma que há um ano foi goleada por Varandas nas urnas. Nunca falham: sempre letais ao Sporting
Foi um dos melhores dias de sempre na Academia de Alcochete. Na presença dos altos responsáveis pelo futebol do Sporting (Frederico Varandas, Hugo Viana e Tomaz Morais), de muitos jovens dos escalões de formação e do mestre Aurélio Pereira, do seleccionador nacional Roberto Martínez e adjuntos, os nossos sub19 demonstraram uma enorme superioridade face à equipa congénere do Liverpool e assim conquistaram o acesso à final four da Youth League.
O resultado final de 1-0 reflecte pouco o que passou em campo. Esta equipa, tal como a principal, marca muito pouco para as oportunidades que constrói. Rodrigo Ribeiro e Afonso Moreira destacaram-se no desperdício.
Se calhar com o Liverpool aconteceu o mesmo, porque cada vez mais se trata duma metodologia comum, mas do Sporting estiveram fora alguns dos melhores desta idade, como Travassos (lesão), Essugo, Mateus Fernandes, Fatawu e Chermiti. E se me perguntassem, pelo que vi hoje, qual o jogador do Liverpool que teria lugar na melhor equipa de sub19 do Sporting, ficava-me pelo capitão médio defensivo e por um defesa central.
Com o Sporting em 4-3-3 existiram três jogadores que se destacaram e todos no eixo central. Callai muito seguro na baliza embora falhando alguns lançamentos ao pé, Marco Cruz (melhor em campo), que parece um clone de Ugarte até fisicamente, assume todo o controlo do meio-campo e por ali passa pouco ou nada, e Rodrigo Ribeiro, cujas movimentações são semelhantes às de Chermiti e de Paulinho. O que, além das diferenças óbvias entre o 3-4-3 e o 4-3-3, faz supor que existe uma ideia clara do que se pretende em determinadas posições.
Os restantes também estiveram bem. Gonçalo Esteves anda a tentar reencontrar-se depois da desilusão que teve no Estoril. Gilberto Batista tenta que a concentração dure os 90 minutos. Muniz, muito certinho, teve um corte assombroso. Muito certinhos também David Monteiro e Marquêz (médio ofensivo), este com uma intervenção decisiva no golo. Samuel Justo é um intuitivo de momentos onde desequilibra. Os dois pontas, Afonso Moreira e Diogo Cabral, sempre acutilantes.
Em vez de andarem a coleccionar derrotas na equipa B e nos sub23, não podiam antes estar concentrados no título nacional de juniores desta época? Podiam, mas não seria a mesma coisa.
Dizia eu num dos últimos posts que fiz sobre este tema fundamental para o futuro do Sporting que:
"Se na próxima semana, no mesmo dia e à mesma hora, se jogassem cinco dérbis (iniciados, juvenis, juniores, sub23, B), poderia até acontecer que o Benfica ganhasse os cinco, porque tem muito mais quantidade e qualidade.
Então o Sporting só tem que sprintar para recuperar o atraso. Nas infraestruturas, no recrutamento, no modelo de formação centrado no jogador também partilhado pelo Benfica, na qualidade dos treinadores."
Ontem em Alcochete tivemos uma demonstração clara disso mesmo, num confronto entre os melhores sub19 dum lado e doutro, sendo que do lado do Sporting esteve em campo praticamente a nossa equipa B, embora orientada pelo treinador dos sub23, portanto uma equipa necessariamente rotinada e que à partida discutiria o resultado.
Para quem não viu o jogo vai supor que aconteceu uma avalancha de futebol ofensivo do Benfica que esmagou o adversário. Mas o que aconteceu foi um bando de jogadores a fazer por atacar sem saber bem como e ser castigado nas transições por uma equipa focalizada, competente e com muito bons executantes. E foi cada tiro cada melro. O lance da expulsão do Chico Lamba foi o melhor exemplo do desnorte da equipa, que acusou o peso da responsabilidade do encontro, em casa cheia com presidente, Amorim e mestre Aurélio Pereira, e pareceu o saudoso Fernando Mamede num daqueles momentos que alguns recordarão.
E agora? Agora há que não mandar o menino para a pia com a água suja do banho.
Para mim o modelo de formação, basicamente idêntico ao do Benfica, está correcto, mas a sua implementação exige tempo, fartura de qualidade e competência do corpo técnico, que tem de actuar mais como "seleccionadores" do que como "treinadores".
Tempo para sedimentar o projecto (quantos anos já leva o Benfica deste modelo?), ultrapassar o gap de qualidade actualmente existente nos 19-23 anos e ultrapassar alguns erros de casting que por ali andam, tanto em termos de treinadores como de jogadores.
Fartura de qualidade implica melhorar o recrutamento em todos os níveis etários, e para isso é preciso investir. Como estamos a fazer nos 17-19 anos mas isso só não chega.
Qualidade do corpo técnico, mais do que despedir quem perde, saírem os Filipes para entrarem os Luíses, penso que é preciso vir alguém de referência tomar conta da equipa B, promovê-la à 2.ª Liga e ajustar todo o edifício técnico da formação a partir daí. Alguém bem articulado com o treinador principal mas com estatuto próprio dentro de Alcochete. Coisa que os actuais técnicos da B e sub23 não dão mostras de possuir.
Mas isso é "a água do banho".
O "menino" é a chegada que alguns dos jovens estão a ter à equipa principal e o rendimento que demonstram em campo nesse contexto. E um treinador principal com olho para detectar talento nos diferentes escalões etários.
Porque o objectivo primeiro da formação é mesmo este. Formar jogadores para a equipa principal. Quantos do Benfica que estiveram lá ontem vão chegar à primeira equipa? Do Sporting já chegaram quatro e lá vão estar pelo menos na próxima pré-época.
Concluindo e repetindo o que tenho dito, no que respeita à formação "moderna" houve uma fase com Alcochete e Aurélio Pereira: o Sporting esteve na frente. O Benfica investiu forte e com o Seixal e profissionais que tinham passado por Alcochete conquistou a liderança. O Sporting reconheceu isso e tenta reconquistar essa liderança. Mas não está nada fácil: destruir é num instante, construir leva tempo.
Podem dizer-me que nunca o Sporting tinha ido tão longe na Liga Jovem: agora atingiu os quartos-de-final.
Podem dizer-me que não vencemos o Benfica desde 2017 em jogos sub-19.
Podem dizer-me que houve uma expulsão injusta e sei lá que mais.
Quero lá saber.
O que me interessa é isto: senti-me envergonhado, ontem à tarde, ao ver a nossa equipa (mal) orientada por Filipe Pedro ser goleada pelo Benfica no Estádio Aurélio Pereira.
É inaceitável. Não só pelo resultado, mas pela péssima exibição dos miúdos que vestiam de verde e banco sem honrar a camisola. Passivos, acomodados, sem pôr o pé, sem ir à luta, sem disputar a bola, sem perturbar o adversário.
Atitude inversa à que caracteriza o Leão.
Os nossos oscilaram entre o mau e o péssimo. E não me venham dizer, com ar condescendente, que são "meninos". Recuso desculpas de qualquer tipo, incluindo essa.
Vários destes jogadores treinam regularmente com a equipa principal e pelo menos quatro já foram lançados por Rúben Amorim em competições profissionais do primeiro escalão: Gonçalo Esteves, Nazinho, Dário e Rodrigo Ribeiro. Todos merecem nota negativa nesta cabazada sofrida em Alcochete.
Não só eles: também os restantes. Anoto-lhes aqui os nomes para mais tarde recordar: Callai, Chico Lamba, Rafael Fernandes, Miguel Menino, Renato Veiga, Mateus Fernandes e Diogo Cabral. Mais os que saltaram do banco sem nada adiantarem: João Daniel, Lucas Dias, Chermiti, Gilberto Batista e Kiko Félix.
A jogarem assim, muito poucos merecem lugar no nosso clube. Com esta falta de intensidade, com este ritmo lento em campo, com esta confrangedora ausência de mentalidade competitiva. Culpa deles, não do árbitro nem da guerra na Ucrânia nem da força gravitacional do universo. Também culpa do treinador.
Não foi só a derrota. Foi a forma como perderam perante um Benfica que conseguiu ser superior em todas as zonas do terreno e em todos os momentos do desafio.
Passes falhados, contínuas perdas de bola, incapacidade de ligar jogo, arrepiantes transições defensivas. Não faziam faltas, deixavam o adversário circular à vontadinha. Como se estivessem a cumprir mais um dia no escritório em rotina laboral.
Um Callai inseguro, um Chico Lamba desnorteado, um Rafael Fernandes inconsistente, um Renato Veiga desconcentrado, um Nazinho eclipsado, um Diogo Cabral apagado, um Mateus Fernandes desaparecido.
Isto pode ser um conjunto de jogadores, mas está longe de ser uma equipa.
Isto não é futebol que se apresente.
Frederico Varandas tem de dar um murro na mesa e alterar o que for necessário. Sem deixar isso para depois: deve agir de imediato.
Os escalões superiores da formação do Sporting não podem continuar a ser geridos desta forma. Envergonhando os adeptos. Ainda por cima com mestre Aurélio Pereira presente na bancada, o que torna tudo ainda mais intolerável.
Uma equipa sub19 do Sporting conquistou ontem na Roménia, frente a um Dínamo de Kiev a ultrapassar aquele terrível momento que todos conhecemos, o acesso aos quartos de final da Youth League deste ano.
O treinador foi Filipe Pedro, responsável pelos sub-23, e o Sporting alinhou com: Diego Callai; Gonçalo Esteves, Chico Lamba, Rafael Fernandes e Flávio Nazinho; Renato Veiga, Dário Essugo, Mateus Fernandes (Kiko Felix), Diogo Cabral (Diogo Travassos); Miguel Menino (Lucas Dias) e Rodrigo Ribeiro (Chermiti).
O resultado foi 2-1. Dois golos de Diogo Cabral: 18 anos, 1,75m, seis anos de Sporting.
Na prática, temos aqui a base da nossa equipa B, o que confirma que vale a pena trocar a caça ao caneco por uma aposta sustentada em fazer crescer jogadores a ganhar e a perder em diferentes contextos e face a adversários bem distintos.
Também se nota aqui (e bem) o dedinho do treinador principal, porque vários deles já alinharam pela equipa A e mesmo na Champions, sem por causa disso terem perdido a motivação em alinhar por diferentes equipas da formação.
Na próxima quarta-feira vamos defrontar o Benfica em Alcochete para disputar a passagem às meias-finais. Mais um momento de aprendizagem e de avaliação para todos eles.
Voltando a Filipe Pedro - um treinador por vezes desconsiderado pelos adeptos, quando é ele o responsável por gerir um conjunto variável de jogadores disponíveis, de acordo com os compromissos dos B e dos Juniores, que disputa os campeonatos de sub23 - seria mesmo um belo prémio para o seu esforço e dedicação a chegada às meias-finais.
Na vitória por 5-1 dos sub-19 contra o Belenenses ontem, o Sporting teve um toque de génio. O de Tiago Ferreira. Fez 2 golos (já leva 15 nesta fase), 1 assistência, e ainda sofreu um pénalti. O 3-1 é um hino ao futebol. Para quem tem Sporting TV, vale a pena fazer "rewind" até ontem às 16h.
Aqui o único vídeo que encontrei de TF, uma vitória de 3-1 contra o eterno rival, nos juvenis.
Longe de ser um talento isolado, Tiago já tem 3 jovens do seu escalão a jogar nos sub-23 e a serem chamados com regularidade à equipa principal (Eduardo Quaresma, Nuno Mendes e Joelson). O altamente prometedor goleador Tiago Tomás também já está nos sub-23.
E a equipa de sub-19 é um poço de talento: os que mais me têm impressionado são Samuel Lobato (fantástica assistência ontem, à Ricardo Quaresma) e João Daniel.
Nesta época, um novo talento da formação fixou-se na baliza de Damas: Max. Pedro Mendes, finalmente, está na equipa principal. Mateus Nunes e Rodrigo Fernandes estão a subir. Tudo bons sinais.
Acredito que a formação do Sporting continua a produzir os maiores talentos nacionais. Poderá demorar mais algum tempo, mas a base da equipa principal voltará a ser da formação, como todos os sportinguistas desejam. Talvez não seja tão rápido como gostaríamos, mas vai acontecer. Até porque, tal como as coisas vão correndo, vai faltar dinheiro para contratações nas próximas épocas.
Com esta época practicamente perdida, que se dê mais minutos aos nossos jovens. E, à semelhança de Max, se aposte verdadeiramente no talento que vai subindo. Recorrendo-se menos a contratações altamente duvidosas, quando não disparatadas (Fernando, Jesé, etc etc).
Haja confiança na Academia, haja critério no lançamento destes jovens. O futebol agradece. E o orgulho sportinguista crescerá com a afirmação de talentos como Tiago Ferreira, Joelson ou Daniel Bragança.
Nos últimos anos, a política desportiva do Sporting em matéria de formação andou aos tropeções. De tal maneira que perdemos influência e peso nas selecções jovens. Não por acaso, o Sporting B foi desvalorizado - ao ponto de descer de divisão. E os miúdos formados na Academia foram perdendo as expectativas de singrarem em escalões superiores, esbarrando com mil obstáculos levantados por gente mais propícia a acolher de braços abertos o primeiro sérvio que desembarcasse em Lisboa.
É o momento de perguntar aos responsáveis desportivos do Sporting - e a todos os candidatos à eleição de 8 de Setembro - o que pretendem fazer com a formação em geral e estes jovens jogadores em particular. Para que não se percam, como tantos outros, de empréstimo em empréstimo e de tropeção em tropeção.
Selecção portuguesa de sub-17 festejando o título de campeã da Europa (2003)
Instalou-se a ideia - errada - de que não existem jovens valores no futebol português. Há até um segmento da opinião desportiva, que tem por expoente máximo uma figura com presença perpétua nos ecrãs de televisão, a repetir vezes sem conta este estribilho. A mesma figura, com ecos imediatos nos fóruns de opinião, sublinha até à náusea que os segmentos jovens têm vindo a ser descurados ao nível das selecções. Para dar a entender que "antigamente é que era bom".
São ideias que colam com facilidade às teses dominantes nas conversas de barbeiro e de café. O problema é que não colam com a realidade. Um país que descura a formação e os valores jovens no seu futebol não consegue - como Portugal conseguiu em 2011 - ser vice-campeão mundial de sub-20 (com derrota na final, 2-3, frente ao poderoso Brasil). Nem consegue - como Portugal conseguiu este ano - ser vice-campeão europeu de sub-19 (com derrota na final, 0-1, frente à poderosa Alemanha). Como já tinha sido campeão europeu de sub-17 em 2003 (com vitória na final, 2-1, frente à poderosa Espanha). Numa selecção onde jogavam Miguel Veloso, Paulo Machado e João Moutinho.
Fique portanto bem claro: a renovação de valores tem vindo a processar-se com regularidade no futebol português, incluindo nos segmentos mais jovens. Os clubes - pequenos, médios e grandes - vão cumprindo a sua missão fundamental no capítulo da formação. Falta apenas - e este é um papel insubstituível também dos clubes, não dos responsáveis federativos - potenciar os jovens valores nas equipas. Como aconteceu com o Sporting em relação a Cédric, titular da selecção que se sagrou vice-campeã mundial na Colômbia, há três anos, e titular desde o ano passado no principal onze leonino.
Se houver uma política deliberada de aproveitamento de jovens talentos nos principais clubes portugueses, à semelhança do que o Sporting já faz, isso terá reflexos a curto prazo na nossa selecção A. Como aconteceu nas décadas de 80 e 90 com Fernando Chalana, Paulo Futre, Vítor Baía, João Vieira Pinto, Luís Figo, Rui Costa, Fernando Couto, Paulo Sousa e tantos outros que viriam a brilhar em relvados internacionais: todos jogaram nos escalões principais das equipas que os formaram.
É nesta direcção que o dedo deve ser apontado. E não dizer ou escrever vacuidades do género: "A Federação Portuguesa de Futebol deve substituir-se aos clubes no acompanhamento dos jovens talentos desde as camadas juvenis até aos 24 anos." A menos que se fale apenas para não ficar calado.
O Sporting conquistou a NextLions Cup, torneio de sub-19, ao vencer o Liverpool por 2-0, na final realizada neste domingo em Singapura. Veja aqui o resumo do jogo da final onde é possível ver o belíssimo futebol exibido pelos jovens do nosso clube.
O Comité Executivo da UEFA aprovou hoje, entre outras medidas, uma nova competição no escalão sub-19 à experiência por dois anos, efectivo na época de 2013-14. As equipas disputarão uma fase de grupos semelhante à da Liga dos Campeões, mas a seguinte, a eliminar, será disputada a um só jogo, representando um máximo de dez jogos, com as meias-finais e finais a decorrerem em campo neutro. Existe, no entanto, uma muito importante estipulação : o acesso à competição será reservado às equipas dos 32 clubes elegíveis a competir na fase de grupos da «Champions». Por outras palavras, no caso concreto do Sporting, os seus sub-19 só ficarão aptos se a equipa principal se apurar para a fase de grupos da Liga dos Campeões através da sua classificação na época que se aproxima de 2012-13. Mediante o pertinente «ranking» da UEFA, serão apurados directamente para a fase de grupos os primeiros dois classificados da Liga portuguesa e um terceiro, que disputará o «play-off». Além da existente considerável compensação financeira, esta nova competição representa um acrescido incentivo para os clubes portugueses.
Futebol (sub-19) - O Sporting domina a convocatória para o Campeonato da Europa na categoria, a realizar na Estónia entre 3 e 15 de Julho. Os (8)jogadores: Rafael Veloso, Agostinho Cá, Daniel Martins, Betinho, Bruma, Edgar Ié, João Mário, Ricardo Esgaio e Tiago Ilori.
Atletismo - Susana Costa conquistou a medalha de ouro no triplo salto, nos Campeonatos Ibero-americanos em Barquisimeto, na Venezuela.
- O Sporting revalidou o título nacional da I Divisão de atletismo, em femininos, ficando na segunda posição, em masculinos.
- Naide Gomes foi operada, durante a noite de Domingo, ao tendão de Aquiles na sua perna direita. A cirurgia correu muito bem e já se encontra a recuperar em casa.
Andebol - A equipa de juvenis sagrou-se campeã nacional, juntando-se aos juniores que garantiram o título há duas semanas.
Polo Aquático - A formação do Sporting conquistou o seu primeiro título nacional, após nove anos de desenvolvimento na modalidade.
Judo - Sergiu Oleinic voltou a subir ao pódio de mais uma Taça do Mundo de Judo, conquistando a medalha de prata.
Tiro à Bala - Sofia Santos sagrou-se campeã nacional de tiro em carabina deitado 50 metros, pelo segundo ano consecutivo.
Hóquei em Patins - A equipa do Sporting vai disputar o título de campeão nacional da II Divisão frente ao HC Cambra. A final será a duas mãos nos dias 16 e 23 de Junho.
Futsal - A final do «play-off» entre o Sporting e o Benfica está empatada com uma vitória para cada equipa.
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