Era um jogo fundamental. Para o prestígio leonino nos palcos europeus e para as finanças do nosso clube. Sem qualificação automática para a Liga dos Campeões, tivemos de disputar uma pré-eliminatória frente ao Steaua de Bucareste.
A primeira partida, jogada a 15 de Agosto em Alvalade, defraudou muitas expectativas: não conseguimos melhor do que um pálido empate a zero, mesmo com mais de 46 mil adeptos a puxarem pela equipa nas bancadas. Feito o balanço do jogo, apenas três dos nossos destoaram da mediocridade: Mathieu, Gelson Martins e Bruno Fernandes - este só em campo a partir do meio da segunda parte.
Tudo foi bem diferente no desafio da segunda mão deste play off, disputado na capital romena. Saímos de lá com uma goleada - um dos melhores resultados de sempre registados por uma equipa portuguesa em jogos fora de casa nas competições europeias. Cinco golos marcados, apenas um sofrido. Uma exibição fulgurante, que silenciou o público afecto ao Steaua e foi sublinhada com palavras muito elogiosas da imprensa internacional.
Nunca antes deste dia 23 de Agosto o Sporting tinha triunfado num estádio da Roménia. Os golos foram apontados por Doumbia, Acuña, Gelson Martins, Bas Dost e Battaglia. Mas o destaque maior foi para a exibição superlativa de Bruno Fernandes: com passes longos, fez assistências para dois golos (o segundo e o terceiro). Teve ainda intervenção no início da excelente jogada colectiva que resultou no nosso quinto.
Assim carimbávamos o passaporte para a entrada na Liga dos Campeões: objectivo desportivo concretizado. E quase 15 milhões de euros entravam nos cofres de Alvalade graças a este bem-sucedido ingresso na prova milionária. Também no plano financeiro, portanto, a meta foi transposta.
O Sporting dos grandes palcos europeus estava de volta.
O minuto da semana entre 14 e 20 de Agosto que concentrou mais gente em simultâneo a ver o mesmo canal de televisão ocorreu na terça-feira, dia 15, na RTP: eram 21.36 desse dia e transmitia-se o Sporting-Steaua de Bucareste, primeira mão de um play off de boa memória para todos nós.
Nesse preciso instante, 1.745.200 espectadoresestavam concentrados a ver o jogo. Elevando a transmissão da RTP-1 a uma rara quota de audiência: 41,1% do total de pessoas que àquela hora viam televisão.
A imprensa desportiva, unânime, elege hoje Bruno Fernandes como melhor jogador em campo no Steaua-Sporting, tal como aqui já se havia referido na noite de ontem. Mesmo sem o n.º 8 ter marcado nenhum dos cinco golos leoninos.
Não que não acreditasse que lutando como guerreiros, chegaríamos lá.
Mas confesso que a evidente, notória e óbvia diferença de qualidade entre as equipas do Sporting e do Steaua, nem nos meus melhores prognósticos me levaria a apostar num resultado tão dilatado e num domínio tão evidente e nalguns, largos, momentos do jogo, avassalador por parte dos nossos rapazes.
Merecidíssima esta histórica vitória, por números que agora, a frio, até pecarão por escassos (eu que no jogo em casa tinha dito "menos de cinco é derrota" e o prognóstico me saiu completamente furado...).
E matámos não um borrego, mas um carneiro velho de décadas!
O resultado em Alvalade, e o jogo menos conseguido do Sporting, colocou os romenos do Steaua, como diz o povo, emproados, chegando Alibec a afirmar no final da partida: "Este resultado serviu para calar quem fala mal do Steaua. O Sporting não é assim tão perigoso." Boloni, figura grande destes dois emblemas, sabiamente respondeu:
"Dou um recado à estrela. Alibec que jogue mais e fale menos. Não ande por aí de nariz empinado. Isso causa-me nervos. Também não percebo por que é que é tão apreciado na Roménia. Desculpem-me, mas habituei-me a ter padrões mais altos depois de jogar ao lado de Lacatus ou Majearu. O Sporting ainda é o favorito."
Sobre o jogo de ontem não gostei:
- da forma barata como os romenos chegaram ao golo;
- que o Acuña, como canhoto, marque os pontapés de canto no lado esquerdo do ataque do Sporting. Para mim, como leigo que sou, seria sempre alguém de pé direito.
- do cansaço de alguns jogadores, principalmente na defesa;
- da falta de uma atitude, positivamente, arrogante do Sporting que, de certa forma, o resultado esconde.
* Tiveram razão o Boloni, o Manel da Fonte meu vizinho e o Francisco Chaveiro Reis (que vaticinou uma diferença de quatro golos)
... que não sou grande adepto fora do nosso estádio.
Sempre que estou a ver os jogos ao vivo vou comentando com os que me rodeiam, dizendo umas baboseiras, puxo pela equipa, mas sempre em tom sereno e calmo. Mesmo que o jogo não esteja a correr de feição, tenho sempre esperança.
Porém em casa... Bom... tenho perfeita consciência que sou irascível e tenho pouca paciência para a equipa. Barafusto, grito e até, pasme-se, sou capaz de chamar alguns impropérios a árbitros, jogadores, treinadores e até aos adeptos. Reconheço que sou impossível. Mas também grito quando marcamos, salto e cerro os punhos...
Hoje, mesmo em férias e após o golo do empate, voltei ao meu estado de stress futebolístico. De tal forma que, quando chegou o intervalo, desliguei a televisão e fui fazer um petisco para o jantar.
O problema é que o telemóvel tem uma aplicação que vai indicando a marcha do marcador e deste modo fui sabendo o resultado. Fiquei por isso preso entre deixar queimar o jantar e ir ver o resto do jogo ou esperar por vê-lo mais tarde.
Optei pela segunda hipótese porque assumo que não sou grande adepto fora de portas, isto é, Alvalade!
Da goleada em Bucareste. Justíssimo triunfo do Sporting hoje na capital romena, frente ao Steaua: demos 5-1 à turma da casa. A nossa equipa demonstrou ser claramente superior, tanto em termos individuais como colectivos.
De somar dez golos em dois jogos. Segunda goleada consecutiva: depois dos cinco espetados ao V. Guimarães, no sábado, agora mais cinco ao Steaua.
Da nossa primeira vitória na Roménia. Nunca antes o Sporting tinha triunfado em estádios romenos. As tradições existem também para isto mesmo: para serem quebradas.
Da nossa entrada na partida. Primeiros 15 minutos de intensa dinâmica coroados com o nosso golo inaugural, apontado por Doumbia. Entrámos a mandar, bem instalados no corredor central, dominando nesse período, que foi de sentido único.
Do nosso ímpeto ofensivo. Dez remates à baliza ao longo de toda a partida. Uma estatística que demonstra bem a pressão leonina durante a maior parte deste jogo.
De Bruno Fernandes. Grande partida do médio ofensivo, para mim o melhor em campo. Com passes longos, fez assistências para dois golos (o segundo e o terceiro). Teve ainda intervenção no início da excelente jogada colectiva que resultou no nosso quinto.
De Bas Dost. Jorge Jesus lançou-o só aos 59', optando inicialmente por Doumbia. Mas o holandês não se deixou desmoralizar: aos 75', já estava a marcar. Apontando o quarto golo leonino, num rapidíssimo lance de contra-ataque. E com intervenção no quinto: é dele o remate inicial à baliza. Mantém a excelente média: quatro golos em quatro jogos oficiais nesta nova temporada.
De Gelson Martins. Primeira parte algo insípida do jovem internacional, de quem se espera sempre uma exibição superlativa. Mas soltou-se no período complementar, evidenciando os seus habituais atributos: velocidade, criatividade, capacidade de desequilíbrio. Marcou um golo, o terceiro, aos 64' coroando uma jogada de insistência que protagonizou no eixo do terreno. E assistiu Bas Dost no quarto.
Das estreias de Doumbia, Acuña e Battaglia a marcar em jogos oficiais pelo Sporting. Quem estava muito preocupado pela dependência da equipa face a Bas Dost em matéria de golos ficou certamente mais descansado. Doumbia foi o primeiro a rematar com êxito, aos 13'. Acuña marcou o segundo, aos 60'. Battaglia fechou a conta ao apontar o quinto, aos 88'.
De termos carimbado o passaporte para a Liga dos Campeões. Eliminatória de acesso cumprida com inegável êxito. E quase 15 milhões garantidos para os cofres de Alvalade.
Não gostei
Que tivéssemos sofrido o primeiro golo. Ao quinto jogo oficial, as nossas redes foram enfim devassadas. Mas o balanço é claramente positivo: 13 marcados até ao momento e apenas um sofrido.
Das facilidades consentidas pela nossa defesa no golo romeno. O Sporting tinha-se adiantado no marcador sete minutos antes quando o Steaua empatou, causando alguns calafrios aos adeptos leoninos. Não havia necessidade.
De Coates. O internacional uruguaio mostrou-se intranquilo, desconcentrado, errando passes, mostrando-se incapaz de fazer a diferença nas bolas paradas ofensivas e praticamente endossando a bola ao adversário no lance do golo solitário do Steaua. Esteve muito abaixo do nível a que nos habituou.
Do empate que se registava ao intervalo. Resultado muito lisonjeiro para a equipa romena, que foi sempre inferior ao Sporting. Ainda demoraríamos um quarto de hora a desfazer esse impasse.
Da lesão de Adrien, forçado a sair aos 72'. Oxalá não seja grave. Nem prolongada.
Na semana passada, após o jogo menos conseguido com o “Steaua” lamentei esse fraco desempenho com um vizinho, o Manel (da Fonte, porque vive, naturalmente, junto a uma fonte – pese embora essa fonte, outrora o chamariz da aldeia, hoje estar seca). Disse-me ele: - Não te preocupes, vamos lá ganhar. O Sporting joga melhor fora que em casa.
Hoje, na TSF João Nuno Coelho nos seus “Números redondos” relembra que o Sporting não se dá bem na Roménia. Porém eu quero acreditar naquilo que o grande ‘Manel’ me disse:
Jorge Jesus elogiou o Steaua na semana passada e lembrou o seu passado nas provas da UEFA. Se hoje em dia considero que o Sporting é muito superior e só uma péssima exibição o tirará da Champions League, não nos fica mal recordar a história europeia dos romenos.
Em 1986, o Steaua, que tinha no meio campo um médio experiente de 33 anos chamado Boloni, derrotou o Barcelona, em Sevilha, e venceu a Liga dos Campeões. Na equipa do Barcelona a estrela maior era o alemão Schuster, estando por lá, ainda o escocês Archibald e os espanhóis Migueli, Marcos ou Carrasco. A decisão foi feita nos penáltis com oito jogadores (incluído Boloni) a falharem e só Lacatus e Balint a marcarem. O Steaua contava com nomes como Piturca ou Balan, para além dos já referidos. Algumas semanas depois, já com Hagi e Stoica a titulares, a “vítima” foi o gigante soviético Dínamo de Kiev, comandados pelo mítico Lobanovsky e com Oleg Blokhin no ataque. Em pouco tempo, o Steaua criava um nome europeu para si. Hagi, Petrescu (brilhou no Chelsea) ou Lacatus (passou por Oviedo e Fiorentina) foram lançados para carreiras de sucesso.
Os gigantes romenos contam ainda com 26 ligas internas e 22 taças. São uma equipa com grande história, adeptos entusiasmados e joga num bonito estádio. Damos-lhe vários méritos mas continuamos a achar que temos tudo para seguir em frente e que o 0-0 em Alvalade foi apenas um acidente de percurso.
Jesus herdou um orçamento de 25 milhões de euros em custos com pessoal. Rapidamente, ajudou a ampliar este número para 48,8 milhões de euros (temporada de 15/16) e (uma estimativa) entre 60 e 64 milhões de euros, na época 2016/2017 (48,4 milhões de euros de custos acumulados no final do 3º Trimestre).
Onze contratações depois e um aumento exponencial do custo com o plantel, Jesus continua a pedir mais jogadores. A ideia que transparece é a de que o treinador parece não ter soluções, não consegue montar uma equipa minimamente competitiva e, nesse transe, vai levando o clube às costas para um perigoso abismo.
O Sporting é mais antigo e tem mais história do que o seu treinador. O clube tem um passado futebolistico de 22 títulos nacionais, um legado de figuras como "Os cinco violinos", Azevedo, Canário, "Os heróis de Antuérpia", Yazalde, Damas, Manuel Fernandes, Jordão, enfim, um sem número de ídolos que ajudaram a que o Sporting fosse reconhecido como um Grande do futebol português. Mas, não somos só isso, somos o clube eclético por excelência, o grei de Carlos Lopes, Mamede, Livramento, Chana... Já Jesus, apresenta no seu currículo três títulos nacionais pelo Benfica.
A sustentabilidade de um clube não pode assentar numa "cava" num treinador, qualquer que ele seja. Jesus pesa no nosso orçamento não só pelo salário que aufere (6/7 milhões de euros), mas também pelas suas exigências junto da Administração, numa catarse de pedidos de jogadores que parece não ter fim.
Apesar do mau tratamento que dá à lingua portuguesa, Jesus é bastante sagaz e vende bem o "seu peixinho". A sua "descontrolada" verborreia destina-se a sustentar uma pose altiva e arrogante, uma imagem de exigência e de autoridade, que reforcem uma percepção de desenvolvimento de jogadores e uma ilusão de habilidade táctica. Até acredito na sua auto-confiança, agora "spin" de comunicação como o de ontem, a transmitir que o Steaua era uma equipa do nosso nível, isso não, não nos tomem por tolos...
Entre a realidade e a percepção que Jesus quer que tenhamos dela há todo um abismo. Na realidade, o treinador parece ter perdido a equipa e os jogadores desde a trágica derrota em Madrid, contra o Real. Nunca mais o Sporting teve a consistência que tão brilhantemente alardeou em 15/16. O ego de um treinador não se pode sobrepor ao da equipa. Os jogadores são as verdadeiras estrelas e a eles deve ser atribuido o mérito das vitórias. O treinador deve aparecer como líder de um grupo, dando a cara no momento das derrotas. Ora, em Madrid, Jesus afirmou que nunca teríamos perdido o jogo com ele no banco. Para além dessa afirmação não poder ser provada, houve episódios no seu passado (Golos de Kelvin ou do Chelsea) que mereceriam outra contenção da sua parte; por outro lado, foi com Jesus no banco que saiu Gelson (o pesadelo de Marcelo) para entrar Markovic ou saiu Adrien (patrão do meio-campo) para entrar Elias...
Para além de parecer que a mensagem do treinador já não chega aos jogadores, a fluência de jogo do Sporting está em perda desde o final do seu primeiro ano. As saídas de João Mário e de Teo não foram devidamente colmatadas e o jogo interior da equipa ressente-se. Gelson, óptimo jogador, é demasiadamente rápido para a restante equipa e daí resulta que quando chega à linha só tem Dost na área para finalizar, e este está geralmente acompanhado por quatro adversários. Faz falta pensar mais o jogo, maior contemporização e exploração do jogador que joga atrás do ponta-de-lança. Bryan Ruiz trazia isso à equipa, mas estranhamente (ou talvez não, haverá causas profundas?) eclipsou-se na época passada. Desde Teo, o Sporting não voltou a ter um jogador com a capacidade de arrastar marcações, a inteligência táctica do colombiano. Alan Ruiz não é esse tipo de jogador, é mais médio do que avançado, joga melhor de frente para a baliza. Bruno Fernandes, idem. Podence poderia ser mais útil na ala esquerda como alternativa a Acuña. Doumbia poderia ser esse jogador que a equipa necessita, mas o treinador parece remetê-lo ao banco ou vê-lo como alternativa a Bas Dost. Entretanto, Gelson Dala parece ter sido ignorado, não figurando nas convocatórias. É aqui que deveria aparecer a fama de bom criador de jogadores que é atribuida a Jesus, mas não temos visto isso em Alvalade. É sempre mais fácil pedir mais um jogador ao presidente do que apostar naquilo que se tem.
Contra o Steaua de Bucareste vários equívocos emergiram. A velha rábula dos laterais, desta vez protagonizada por Piccini - que não parece fazer a diferença face a Schelotto - e Coentrão, este último que o treinador pretendia substituir por Jonathan a 10 minutos do fim. Os médios centro bloqueados pela sagacidade do treinador romeno que plantou dois "policias de giro" nessa zona do terreno. Gelson, que deveria receber a bola no último terço e com a equipa toda posicionada de forma atacante, a sprintar desde o seu meio campo e a não encontrar ninguém para receber os seus passes, Podence perdido entre o médio de cobertura e um dos centrais romenos, Acuña sem apoio do lateral, tudo isto a contribuir para um jogo mastigado, engasgado, de vez em quando abanado pela vertigem quasi-suicida de Gelson, o que, imagine-se, ainda pioraria nos segundos 45 minutos.
Para finalizar, o Sporting não deve ceder mais aos caprichos de Jesus. Nem Gabigols, nem centrais, agarre-se aos recursos que tem, ainda assim muito mais e melhores do que aqueles que Jardim, por exemplo, teve ao seu dispor, e faça uma equipa. Cada vez que o treinador pede mais um jogador, diminui a confiança no balneário, pelo menos a dos jogadores para essa posição. Será que não vê isso? Um líder deve antecipar cenários, motivar, montar uma estratégia e fazer cumprir objectivos. E Jesus?
Sportinguistas, desculpem-me o desabafo, mas o meu coração verde está dilacerado, ontem vivemos mais uma
humilhação pública como se os orçamentos dos dois clubes fossem comparáveis. Alguma coisa se tem de fazer e com a máxima urgência. a fim de não comprometer uma obra meritória. Assim não...
Porque hoje é quarta-feira fala-se do Sporting europeu.
Porém, como se poderá falar do jogo de ontem senão como a continuação do jogo de sexta-feira?
Somente o adversário era outro e os jogadores estavam, naturalmente, mais cansados - mas assim não devia ser nesta altura - e sem ideias.
A minha leitura:
Ouro - Alvalade. Público incansável não merecia a exibição e o resultado.
Prata - Gelson. O genial «espalha-brasas» anda cansado.
Bronze - Mathieu.
Latão - Muitos, porém destaco os laterais. Um, nota-se que desaprendeu algo - parece que atingiu o limite dos pontos e tem que tirar novamente a carta de condução -, o outro não sei se alguma vez saberá conduzir.
O outro diria que vocês sabem do que é que eu estou a falar, mas o que eu quero dizer mesmo é que saí de Tavira à pressa para supostamente ver um jogo de futebol (desta vez quase cumpri o Código da Estrada) e afinal deparei-me com um espectáculo do mais puro circo, de modo que substituiria, se "vocências" não se importassem, o termo passarinhos por artistas e esta espécie de crónica fará muito mais sentido. E o espectáculo ao nível artístico até que não esteve mal: Muito rodriguinho, muito malabarismo, nalguns momentos bons números de palhaços, cães amestrados, ursos, elefantes e jibóias (algumas bem enroscadas em si próprias e de pança cheia), mas o número de meter a cabeça dentro da boca do leão, que é como todos sabemos o mais difícil, tá quieto macaquinho!
Foi tão mau, que a primeira tentativa enquadrada com a boca do bicho aconteceu já eu estava a bocejar e a chamar o homem da bolacha "amaricana", estavam já 68 minutos de espectáculo decorridos.
Em resumo, que estou cansado das férias, afino pelo mesmo diapasão que o Pedro Correia: Que interessa a nota artística, se metê-la lá dentro, que é o que dá aquilo com que se compram os melões, é coisa que eles se estão marimbando para fazer?
O treinador diz que agora, na segunda mão, é mais fácil porque os nossos golos serão a dobrar. Questiono-me, sinceramente, se este não seria o número de comédia que faltava, para o espectáculo ficar completo.
Ah! já me esquecia, o schwein será quem quiserem. Escolham!
A carreira internacional de Jorge Jesus como treinador do Sporting tem sido paupérrima. Não faltou quem pensasse que este ano seria diferente. Por vezes confundimos os nossos desejos com realidades.
A verdade é que a sofrível exibição da equipa leonina hoje em Alvalade frente ao Steaua de Bucareste, o mais fraco adversário que nos poderia ter calhado em sorte, indicia que muita coisa pode ter mudado da época passada para esta - desde logo os jogadores, com cinco reforços de Verão no onze titular - mas um traço se mantém: Jesus continua a ser incapaz de organizar uma equipa com ânimo e espírito vencedor nas competições europeias.
Observando o jogo no estádio, dei por mim a pensar se estes jogadores quererão mesmo exibir-se no privilegiado palco da Liga dos Campeões. Se querem, não parecem. Tirando Gelson Martins e Mathieu (e talvez Bruno Fernandes, que só entrou a meio da segunda parte), pouco ou nada fizeram de relevante para levar por vencida a medíocre equipa romena, que em termos europeus talvez se aproxime de um Tondela à escala nacional, mas sempre num patamar abaixo.
Éramos mais de 46 mil esta noite a puxar pela equipa. De nada valeu: o jogo terminou como começou, com um frustrante empate a zero. Que equivale a uma semiderrota para as ambições europeias do Sporting. Se é que estas existem, verdadeiramente: quando oiço dizer que "zero a zero é um bom resultado", confesso-vos que já nem sei o que pensar.
{ Blogue fundado em 2012. }
Subscrever por e-mail
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.