Não me foi possível ver em direto o jogo de ontem. Dei uso à replay tv mal acordei hoje de manhã e estou agora a terminar o jogo. Há uma diferença considerável entre a perceção criada pelas redes sociais e aquilo que efetivamente se vê.
O Sporting entrou a todo o gás e aos dois minutos já vencia pelo inevitável Bruno Fernandes. Aos cinco já havia outro par de oportunidades que podiam e deviam ter sido concretizadas, o que levaria este jogo para outro patamar. Acabou por ser Wendel a fazer um golo de levantar o estádio e a fechar o marcador para o lado dos leões aos vinte e cinco minutos.
Do jogo pode-se tirar a simplicidade de jogo do Sporting que em dois/três passes consegue fazer a bola chegar a zonas de tiro. Bruno Fernandes e Wendel, a entenderem-se bem com Raphinha e Luiz Phellype, funcionam como dois dínamos de força e qualidade. Eduardo também fez um jogo globalmente positivo mas a falha de concentração que dá origem ao 2-1 não pode deixar de ser assinalada.
À medida que os minutos da segunda parte passam, nota-se cada vez mais a (ainda) falta de ritmo dos jogadores do Sporting que estão numa fase muito primária da pré-época. Vão-se cometendo erros individuais à medida que as pernas vão falhando, o que é normal nesta fase.
Resumindo: Coletivamente bem mas com as pernas ainda muito pesadas.
Segundo jogo enquadrado neste estágio de pré-preparação da nova temporada na Suíça, segunda vitória adiada. O Sporting cedeu hoje um empate (2-2) frente ao St. Gallen - equipa que ficou na sexta posição do campeonato helvético na época passada - numa partida em que aos 25' já vencíamos por 2-0.
A incapacidade de gerir o resultado, devido a um claro retraímento da nossa equipa a partir da meia hora de jogo, conjugada com erros defensivos inaceitáveis, explica este empate, ainda assim melhor do que o desfecho de há três dias, também na Suíça, quando perdemos frente ao modestíssimo Rapperswil, da terceira divisão.
A figura do jogo, para não variar, voltou a ser Bruno Fernandes. É ele quem começa a construir o primeiro golo, logo aos 2', com um soberbo passe para Raphinha, e é também ele quem a mete lá dentro, de recarga, mostrando aos companheiros que um verdadeiro craque nunca desiste de um lance. Também dos pés do nosso capitão partiu a assistência para o segundo, apontado por Wendel aos 25'. Um golaço indefensável, disparado de fora da área.
Os mais optimistas - entre os quais me incluo - chegaram a antever uma goleada. Nada disso ocorreu. Por quebra física e algum excesso de confiança, sempre mau conselheiro, o Sporting afrouxou a pressão sobre os suíços, que assumiram o controlo do jogo a partir do final da primeira parte, marcando aos 43' e aos 52'. Tornando mais evidentes as debilidades da nossa equipa, desfalcada de alguns dos seus titulares habituais, como Coates e Acuña, ausentes deste estágio por se encontrarem ainda de férias na sequência da participação na Copa América ao serviço das selecções uruguaia e argentina.
No segundo tempo, marcado por sucessivas rotações de jogadores o St. Gallen foi claramente a melhor equipa em campo. Aí destacou-se, pelo nosso lado, o jovem guarda-redes Luís Maximiano, que rendeu Renan aos 62'. Evitando dois golos - o primeiro aos 79', com uma excelente defesa, e o segundo mesmo ao cair do pano, ao sair muito bem da baliza quando um jogador helvético já se isolava, pronto a disparar.
É justo ressalvar que nesta segunda parte o Sporting alinhou com dois miúdos de 17 anos que há semanas ainda actuavam nas competições juvenis: o central Eduardo Quaresma e o lateral Nuno Mendes. De resto, terminámos a partida com sete elementos da nossa formação -- incluindo todo o quinteto defensivo. Precisamente num período em que não sofremos golos.
O pior em campo, claramente, foi o único que jogou os 90 minutos: Tiago Ilori. Desastrado na posição em que actuou inicialmente, como lateral direito improvisado (Bruno Gaspar está de férias e Ristovski magoou-se já na Suíça), e a partir dos 62' como central, ocupando o espaço que estivera confiado a Luís Neto. Quase nada lhe saiu bem em qualquer destas missões.
Entre os reforços, Neto e Plata voltaram a mostrar qualidades. Vietto, fora da posição em que mais rende, esteve longe de deslumbrar, tal como Matheus Pereira - pelo mesmo motivo. Camacho, como ala esquerdo, mostra-se voluntarioso mas ainda com necessidade de acertar o rumo, sobretudo no capítulo táctico. Eduardo começou acima da média mas teve um deslize imperdoável que nos custou um golo.
O próximo teste, que promete ter um grau de dificuldade maior, será frente ao Brugge. Sexta-feira, dia 19.
Mais: atento, saiu dos postes com rapidez aos 42', resolvendo a pontapé.
Menos: encaixou dois golos, embora um deles claramente indefensável.
Nota: 4
Ilori (26 anos).
Mais: subiu algumas vezes à baliza adversária no primeiro tempo, procurando marcar. - sem sucesso algum.
Menos: deixou-se ultrapassar várias vezes, enquanto lateral direito, pelo extremo adversário, que fez dele o que quis, e revelou erros de posicionamento como central, a partir do minuto 62.
Nota: 3
Neto (31 anos).
Mais: corte impecável aos 55'.
Menos: falta-lhe a capacidade de construção de Coates no primeiro momento ofensivo.
Nota: 6
Mathieu (35 anos).
Mais: corte perfeito aos 59', excelente passe longo aos 61'.
Menos: sentiu-se a falta dele na meia hora final: saiu aos 62'.
Nota: 6
Conté (21 anos).
Mais: lateral esquerdo titular, por ausência de Acuña e Borja, foi veloz e voluntarioso no seu corredor, apoiando o ataque com processos simples.
Menos: revelou excesso de ansiedade em alguns lances.
Nota: 6
Eduardo (24 anos).
Mais: jogou na posição 6, servindo os companheiros em missão ofensiva.
Menos: erro grave aos 43': dominou mal a bola em zona proibida, oferecendo-a para o segundo golo dos suíços.
Nota: 4
Wendel (21 anos).
Mais: apontou o nosso segundo golo - com um pontapé fortíssimo, de fazer levantar o estádio.
Menos: protesta demasiado e devia agarrar-se menos à bola.
Nota: 6
Bruno Fernandes (24 anos).
Mais: constrói e finaliza o golo inaugural, estavam decorridos dois minutos, e assiste Wendel no segundo.
Menos: decidiu mal, a 20 metros da baliza, quando desperdiçou um lance tendo um colega mais bem colocado, com apenas um defesa pela frente.
Nota: 7
Raphinha (22 anos).
Mais: muito activo, levou perigo à baliza suíça logo nos momentos iniciais do jogo. É ele quem remata, para defesa incompleta do guardião adversário, permitindo que Bruno marcasse.
Menos: falhou alguns passes.
Nota: 7
Camacho (19 anos).
Mais: ala esquerdo durante o primeiro tempo, fez algumas tabelinhas de qualidade com Luiz Phellype e Conté.
Menos: exibição demasiado discreta, também por ter sido pouco procurado pelos companheiros.
Nota: 5
Luiz Phellype (25 anos).
Mais: melhorou em relação ao jogo anterior, mostrando-se mais acutilante ao movimentar-se na grande área.
Menos: continua sem marcar.
Nota: 5
Idrissa Doumbia (21 anos).
Mais: jogou toda a segunda parte, bom corte aos 73'.
Menos: perdeu a bola em zona proibida aos 51'. Passou o resto do tempo de costas para a baliza, na posição 6, passando só para o lado e para trás.
Nota: 4
Bas Dost (30 anos).
Mais: em campo na segunda parte, entregou bem a bola a Vietto, aos 86'.
Menos: mal servido, procurou a bola em zonas mais recuadas, designadamente junto à linha esquerda, desposicionando-se sem proveito para a equipa.
Nota: 4
Vietto (26 anos).
Mais: actuou no segundo tempo, evidenciando bons dotes técnicos. Lançou um contra-ataque perigoso aos 55'.
Menos: não tem vocação para actuar na ala, onde o técnico o colocou pela segunda vez, nem parece muito apto para tarefas defensivas. Por excesso de fintas, desperdiçou um bom lance de ataque.
Nota: 5
Maximiano (20 anos).
Mais: em campo desde os 62', evitou dois golos suíços com enormes defesas, demonstrando ter valor para o principal escalão do futebol leonino.
Menos: deficiências na reposição de bola: enviou-a por três vezes directamente para fora.
Nota: 7
Thierry (20 anos).
Mais: o campeão europeu sub-19 entrou aos 62', cobrindo a lateral direita: cortes providenciais, aos 69' e 70'.
Menos: demorou a recuperar posição após lances ofensivos.
Nota: 5
Miguel Luís (20 anos).
Mais: não cometeu nenhum erro grave.
Menos: ocupando a posição 8, a partir dos 62', foi demasiado discreto: mal se deu por ele.
Nota: 4
Eduardo Quaresma (17 anos).
Mais: actuou desta vez no lugar em que está mais habituado, como central.
Menos: em campo desde o minuto 62, revelou algum nervosismo - natural por ser tão jovem.
Nota: 5
Nuno Mendes (17 anos).
Mais: dinâmico, voltou a dar nas vistas como lateral esquerdo a partir dos 62': grande corte aos 78'.
Menos: falta-lhe alguma disciplina táctica, o que não surpreende.
Nota: 6
Plata (18 anos).
Mais: desta vez não deu nas vistas em confrontos individuais. Mas entrega-se ao jogo, sem se esconder da bola.
Menos: compromisso defensivo: apoiou várias vezes as linhas mais recuadas.
Nota: 5
Matheus Pereira (23 anos).
Mais: inegável capacidade técnica, bem evidenciada em passes curtos na zona central, que está longe de ser o espaço em que se movimenta melhor.
Menos: coube-lhe missão ingrata: substituir Bruno Fernandes a partir dos 62'. Qualquer um ficaria a perder na comparação.
Nota: 5
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