Antes de repetir a repetição feita nas últimas horas, semanas, meses, e adnauseam; não começo o postal por bater no ceguinho, não repito que nos falta um matador, um gajo que precise de meia oportunidade para marcar dois golos. Tantos o repetiram, já: equipas tivemos com avançados assim.
Repito, sim, aquilo que sempre aqui me traz e que é, simplesmente, repetir os votos de devoção ao Sporting.
Na bancada, ontem, fi-lo do princípio ao fim do desafio. Alvalade estava estrondoso. A rebentar de alma leonina. Uma moldura humana que destruía as repetidas e estafadas previsões derrotistas.
E isto, a par da aposta no enorme Amorim, é aquilo que temos de repetir na próxima época. E sempre.
As análises às fraquezas e falhas do plantel estão feitas, repetidamente feitas, as exigências declaradas, mas, meus caros, mais do que isso, o nosso papel, grandioso papel, diga-se, é o de puxar pelos nossos. Querer ganhar sempre, claro, mas acreditando, alimentando a nossa grandeza. Alvalade, ontem, foi esse castelo. E as muralhas mantêm-se intactas, mesmo que nas "guerras" desta temporada tenhamos levado mais que dado.
Todos o sabemos - antes dos erros e más escolhas de quem decide os destinos das nossas cores -, a repetição maior de todas será sempre o nosso sportinguismo.
Conto já os dias para repetir a presença no nosso estádio electrizante, repleto de sportinguistas convictos de que podemos ganhar, esteja quem estiver do outro lado.
Os nossos adversários, "purinhos" ou impuros, que não se enganem: nesta recta final da temporada, vamos estar ainda mais firmes na defesa do nosso clube e no incentivo aos nossos jogadores e à nossa equipa técnica.
Quanto mais tentarem prejudicar-nos, mais cerraremos fileiras com eles. Quanto mais golpes baixos empregarem, mais resistiremos. Quanto mais tentarem combater-nos, mais unidos nos encontrarão.
Onde vai um, vão todos. Não tenham ilusões: agora é mesmo assim.
Muitos adeptos do Sporting gastam imenso tempo nas redes sociais a falar de dirigentes e ex-dirigentes. Em comparação, pouco falam dos jogadores, o que me espanta. Em qualquer clube do mundo, só os jogadores são ídolos da massa adepta.
Mas o Sporting é diferente. Também nisto.
Não falta gente elogiando o jogador K e denegrindo o jogador W não pelo mérito ou demérito desses profissionais de futebol e do seu desempenho em campo, mas em função do nome do presidente que os trouxe para o Sporting.
Se vieram com X, só podem ser óptimos. Se vieram com Y, só podem ser péssimos. E vice-versa.
Tanta energia consumida com estas questiúnculas intestinas: dispara-se só para dentro e nunca para fora. Como se o inimigo estivesse dentro de casa. Como se todos os jogadores não fizessem parte do mesmo plantel e não trouxessem o mesmo emblema ao peito.
A crise do Sporting é também uma crise de valores, bem simbolizada nestas discussões sem qualquer sentido.
Alguém imagina, quando Héctor Yazalde chegou a Alvalade, que os adeptos perdessem um minuto sequer a debater os defeitos ou as virtudes de Brás Medeiros, o presidente que trouxe o saudoso craque argentino para o Sporting, ou a comparar esse dirigente com Homem de Figueiredo, seu antecessor na Direcção leonina?
Niinguém. O nosso interesse estava todo centrado nos jogadores, não nos presidentes ou nos vice-presidentes ou nos presidentes das assembleias gerais ou nos presidentes dos conseselhos fiscais ou nos anteriores dirigentes ou em putativos dirigentes que ansiassem ocupar futuros lugares nos órgãos sociais leoninos.
Felizmente a minha cultura clubística começou a ser forjada nessa época. Não queríamos saber quem fora o presidente responsável pela vinda do Yazalde: queríamos, isso sim, ver o argentino marcar golos. E aplaudi-lo sem reservas.
Um tempo em que o Sporting Clube de Portugal era verdadeiramente um clube desportivo (e assim ganhava campeonatos) em vez de se parecer cada vez mais com um partido político (e assim continuará sem ganhar campeonatos no futebol, esteja quem estiver ao leme).
Problema dos dirigentes, dos técnicos e dos jogadores?
Em certa medida sim, mas este é sobretudo um problema de cada um de nós. Quanto mais deixarmos o pior da política infiltrar-se no clube, mais distante ficará o sonho de um dia voltarmos a festejar o título máximo no futebol.
Postas de pescada no "És a nossa Fé!" após termos esmagado o Aberdeen:
1. UEFA c/ covid-19; AntónioF
2. Contrastes; Pedro Correia
3. Quente & Frio; Pedro Correia
4. A rede; Luís Lisboa
5. Vencemos uns padeiros escoceses; José Cruz
6. Pódio: Tiago Tomás, Coates, Porro; Pedro Correia
Postas de pescada no "És a nossa Fé!" após termos sido esmagados pela arbitragem e pela "invulgar" condição física do Lask (até agora 2020.10.03; 16H40):
1. Um problema escondido à vista de todos; José Navarro de Andrade
2. Ensaio sobre a cegueira; Edmundo Gonçalves
3. Salvar a honra e o bom nome do Sporting; Francisco Almeida Leite
4. Francisco Geraldes e Gelson Dala; Pedro Correia
5. G'anda barraca!; jpt
6. O único sofrimento desta noite; Leonardo Ralha
7. Imaturidade total; José Cruz
8. Uma derrota humilhante; Luís Lisboa
9. Há décadas que não temos glória no futebol; Pedro Bello Moraes
10. Vamos lá cambada; Pedro Boucherie Mendes
11. Pódio: Tiago Tomás, Nuno Santos, Wendel, Pedro Correia
12. Calma de morte; Francisco Almeida Leite
13. Bem-vindos ao "novo" Sporting; Paulo Guilherme Figueiredo
Dezanove "posts", seis, quando ganhámos, o dobro e mais um quando perdemos.
Neste "blog" não há conformismo, não há pensamento único mas há sportinguismo, "vivaosporting" (tudo junto) como escrevi num postal anterior.
Bruno Fernandes está de férias no Algarve e foi hoje assistir ao jogo-treino do Sporting Clube de Portugal. O que Bruno fez é raro ao seu nível e é mais uma demonstração de grande sportinguismo, importante também para os seus ex-colegas de equipa e para os jogadores que acabaram de chegar. Muito nível do agora atleta do Manchester United.
Não obstante as tristes figuras que o nosso clube vai fazendo, seja dentro ou fora de campo, certo é que os adeptos leoninos jamais se escondem ou olvidam o seu amor pelo clube.
Há uns dias andei, mais uma vez, por algumas ilhas açorianas. E a exemplo do que vi o ano passado quer no Faial quer em S. Jorge, também este ano tive a oportunidade de sentir o Sporting naquele arquipélago.
Primeiro na bela ilha Amarela de Santa Maria onde existe um núcleo do Sporting ali na rua principal da Vila do Porto.
Depois e já na Ribeira Grande na inolvidável ilha verde de S. Miguel e no restaurante “Esgalha” dei também conta da paixão leonina.
Assisti a tanta conferência de imprensa, a tantas falas, de malta do futebol, escritas pelo mesmo guionista, que só me ocorre; "hoje chorou muito, amanhã pode ser melhor".
faz parte de ser sportinguista, ser resistente (odeio os neologismos; resiliente, proactivo e outras importações manhosas para a nossa Língua), ser esforçado, ser dedicado e acima de tudo ter esperança, é a essência do sportinguismo.
Comecei a ver futebol pela mão do meu pai, na época 1973/74. Não tenho a certeza qual o primeiro jogo a que assisti, mas o Sporting-Benfica disputado em Alvalade, em Março de 1974, foi seguramente o meu primeiro derby. Indiferente à situação política que o país vivia, saí triste do estádio no final do jogo e tive de aturar alguns colegas da escola primária no dia seguinte. Isso sim, marcou-me e não mais deixei de sorrir quando as águias sofrem uma derrota.
Lembro-me perfeitamente de ter visto o Sporting C.P. golear o S.C. Olhanense por 5-0 na penúltima jornada, que terminou com invasão pacífica de campo, cheirava a título, que seria alcançado na semana seguinte no Barreiro. Algumas breves considerações que vale a pena reflectirem, o empate teria bastado a ambos, ao Sporting para ser campeão, ao Barreirense para permanecer na 1.ª divisão. Num jogo condicionado pela lotação ter sido largamente ultrapassada, como comprovam as imagens, vencemos 0-3 no campo adversário. Os jogadores disputaram os lances junto ao público, sem que se tenham registado agressões. Talvez porque em 1974 ainda não tinham surgido os ultra-imbecis e piro-javardos nos estádios de futebol. Era permitido que pessoas simples, como o meu pai, levassem um miúdo de 8 anos pela mão sem correrem qualquer risco.
Para terminar a época em beleza, disputámos no Jamor a final da taça diante do arqui-rival. Fiquei triste porque não me levaram ao Estádio Nacional, acabei assistindo ao jogo na casa dos meus tios benfiquistas. Não tinham sido os culpados do gozo que sofri na escola alguns meses antes, mas festejei ali mesmo. Mais tarde, à medida que fui crescendo, percebi que a rivalidade é uma never ending story. Mas 1973/74 foi a minha primeira época de fervor sportinguista.
«Olhe CAL, sou Sportinguista desde que me conheço, meu pai foi Sportinguista, meu irmão e irmã também são sportinguistas, minhas filhas, (Anna e Nancy) nasceram aqui na Califórnia e gostem quando lhes digo que o Sporting ganhou e o mesmo acontece com meus netos (Kayla, 18, Kelsey, 16 Addisyn 11 e Linkin 9. Quando Nancy visitou Portugal lá foi com seu marido ver o estádio de seu pai e sogro e a loja verde aonde me comprou muitas e muitas coisas enfim....
A minha história do nosso amor, é curta e não é lá muito agradável; sou dos Açores aonde vivi até vir para a Califórnia em 1970, mas em 1966 fui para o serviço militar e tive a sorte de ir para Coimbra tirar a especialidade de enfermeiro (sim sorte porque alguns colegas meus foram para o ultramar e lá ficaram) indo estagiar no hospital da estrela.
Mas afinal o que tem isto a ver com o Sporting? É que estando eu no hospital da estrela, o dinheiro não abundava mas, quando jogava o Sporting, no velhinho Estádio de Alvalade e se não estivesse de serviço, lá ia eu a caminho de Alvalade, vi vários jogos, vi Benfica 3 Porto 1, Belenenses 1 Sporting 1 e em Alvalade vi vários jogos, nunca vi o Sporting perder, mas também nunca vi o Sporting ganhar, fui de volta para os Açores com este nó na garganta.
Depois voltei numa excursão em junho de 2008, no dia 10 de junho foi o dia da minha chegada a Lisboa e depois de comer um bacalhau de cebolada, escusado será dizer que com vários amigos lá fomos visitar o novo Alvalade, falo/escrevo isto sempre com muita emoção, tive pena de não haver jogos e nunca mais houve outra oportunidade.
Esta é a história da minha relação com o Sporting, obrigado por me “obrigar” a lembrar-me um tempo maravilhoso que passei em Lisboa.
Amar o Sporting é cultivar alguns dos valores que mais prezo. Ser fiel às origens, às tradições, à devoção clubística – antónimo de clubite. Praticar a lealdade em campo e fora dele, rejeitando golpes baixos. Gostar muito de vencer, sim – mas sem batota. Recusar ódios tribais a pretexto da glória desportiva. Nunca confundir um adversário com um inimigo, sabendo de antemão que o futebol (só para invocar o desporto que entre nós mobiliza mais paixões) é a coisa mais importante das coisas menos importantes, como Jorge Valdano nos ensinou.
Amo o Sporting pela marca inconfundível do seu ecletismo.
Os meus primeiros heróis leoninos, ainda em criança, eram Leões de corpo inteiro sem jogarem futebol. Foi o Joaquim Agostinho a brilhar nos Alpes e a vencer etapas na Volta à França depois de ter sido o maior campeão de ciclismo de todos os tempos em Portugal. Foi o António Livramento, artista exímio com um stick nas mãos, campeão europeu de verde e branco, além de campeão mundial a nível de selecções. Foi o Carlos Lopes, recordista absoluto do corta-mato europeu, brioso herói da estrada, medalha de prata nos 10 mil metros em Montreal, primeiro português a subir ao pódio olímpico, de ouro ao peito, naquela inesquecível maratona de 1984 em Los Angeles.
Amar o Sporting é abraçar o universalismo que fez este nosso centenário clube transbordar os limites físicos do País e galgar fronteiras. Conheci fervorosos sportinguistas nas mais diversas paragens do planeta. Nos confins de Timor, no bulício de Macau, na placidez de Goa – lá estão, com a nossa marca inconfundível, sedes leoninas que funcionam como agregador social naqueles países e territórios, assumindo em simultâneo uma ligação perene a este recanto mais ocidental da Europa.
Amar o Sporting é cultivar a tenacidade de quem nos soube ensinar, de legado em legado, que nunca se vira a cara à luta.
João Azevedo a jogar lesionado entre os postes, só com um braço disponível, enfrentando o Benfica num dos clássicos cuja memória perdurou através das gerações. Fernando Mendes, um dos esteios do onze que conquistou a Taça das Taças em 1964, alvo de uma lesão no ano seguinte que o afastou para a prática do futebol, mas capaz de conduzir a equipa, já como treinador, ao título de 1980. Francis Obikwelu, nigeriano naturalizado português e brioso atleta leonino que saltou da construção civil onde modestamente ganhava a vida para o ouro nas pistas europeias em 2002, 2006 e 2011.
Campeões com talento, campeões com garra, campeões inquebrantáveis – mas também campeões humildes, conscientes de que nenhum homem é uma ilha e um desportista, por mais aplausos momentâneos que suscite, é apenas uma parcela de um vasto arquipélago já existente quando surgiu e destinado a perdurar muito para além dele. Na Academia de Alcochete, no Estádio José Alvalade, no Pavilhão João Rocha, somos conscientes disto: ninguém ganha sozinho. Antes de Cristiano Ronaldo havia um Aurélio Pereira, antes de Livramento havia um Torcato Ferreira, antes de Carlos Lopes havia um Mário Moniz Pereira.
O desporto com a genuína marca leonina não cava trincheiras: estende pontes, transmitindo a pedagogia da tolerância e cultivando a convivência entre mulheres e homens de diferentes culturas, ideologias, crenças e gerações.
É também por isto que amo o Sporting: fez-me sempre descobrir mais pontes que trincheiras. O que assume relevância não apenas no desporto: é igualmente uma singular lição de vida.
Publicado originalmente no blogue Castigo Máximo, por amável convite do Pedro Azevedo.
Há muito que a expressão "Ser Sportinguista é ser diferente" não nos enche com o orgulho que era hábito. Mas não é por isso que não se deve fazer a diferença.
Todos sabemos que a época não está a ser excepcional mas há talento no plantel e sapiência na cabeça de Silas para dar a volta e acabar por cima. Tudo isso pode ser capitalizado com o apoio dos sócios e adeptos do Sporting Clube de Portugal. Com o José de Alvalade cheio E A APOIAR será sempre mais fácil lutar pela vitória.
Na próxima quinta-feira, o Sporting faz o decisivo jogo contra o PSV em Alvalade. Ganhando, apura-se imediatamente para a fase seguinte da Liga Europa. Preferem ser dos que estão a torcer para que as coisas corram mal ou estar lá, de pulmões cheios, a fazer a diferença pela positiva? É fácil ajudar, basta comprar o bilhete e apoiar o Clube que dizemos ser "O Nosso Grande Amor".
A enorme massa adepta do Sporting está sedenta de bons espectáculos de futebol, dentro e fora das quatro linhas. O que se assiste neste início de época é triste e inenarrável.
Não queremos folhetins, não queremos novelas, não queremos justificações. Queremos bons espectáculos, queremos alegrias!
Queremos, tal como na música, «uma equipa fantástica» de jogadores, técnicos e dirigentes, porque este clube «é(s) a nossa fé». A “fé” que alimenta uma enorme massa adepta.
Queremos competência para que possamos todos em uníssono gritar:
Não vamos facilitar nem baixar a guarda. Somos totalmente insuspeitos, pois da nossa parte nunca faltou a esta Direcção o apoio nos momentos mais difíceis. E - permitam-me sublinhar isto, sem falsas modéstias - não é um apoio qualquer: este é um dos blogues com mais seguidores no universo leonino. Sem sombra de dúvida.
Não nos peçam é aplausos quando somos derrotados por um conjunto do terceiro escalão suíço, não-profissional. Há limites que não devem ser transpostos, mesmo num jogo de preparação inserido na pré-temporada. Quem enverga a camisola do Sporting deve ter consciência plena de que está a defender o bom nome do clube a nível internacional, até muito para além das fronteiras do futebol.
{ Blogue fundado em 2012. }
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