Leoa
«Sim, sou sportinguista.»
(Sofia Oliveira em entrevista aO Jogo, 22 de Agosto)
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
«Sim, sou sportinguista.»
(Sofia Oliveira em entrevista aO Jogo, 22 de Agosto)
O treinador dos sub-23 do Leixões lembrou-se de declarar que "Sofias desta vida aprendam. O futebol tem de ser dos homens do futebol." Ter-lhe-á caído mal a derrota no Estoril e até pode ser bom tipo, como defende o seu clube. Não o conheço nem o julgo por mais do que estas palavras tristes. O futebol não é propriedade exclusiva daqueles que pisam o relvado. É de todos no mundo que dele gostam. E haverá os que percebem menos do jogo e ainda assim podem opinar. A Sofia a que este Zé se referia, é Sofia Oliveira, jovem comentadora do Canal 11 e pelo que vejo não é, de todo, das que menos sabem de futebol. Mesmo que fosse e mesmo que tenha, como todos, muito a aprender, não é por ser mulher ou por não estar num clube que não pode falar.
Fala, Sofia. Eu gosto de te ouvir.
«Sou completamente contra notícias e programas que parasitam à volta de possíveis vendas ou possíveis transferências. Isso não acrescenta nada ao futebol. Uma coisa é algum elemento de alguma equipa ou de alguma estrutura vir demonstrar o interesse num jogador, outra coisa é "informação daqui, informação dacolá". Sou completamente contra isso.»
Sofia Oliveira, no canal 11 (7 de Janeiro)
Sofia Oliveira, no Canal 11
Já tardava, este elogio. Mas não passa de hoje. Quero partilhar convosco este meu gosto por ver o Canal 11, da Federação Portuguesa de Futebol. É um canal feito por gente que sente carinho por esta modalidade que apaixona o mundo. E que consegue transmitir esta devoção ao futebol a quem acompanha as emissões - dia após dia, noite após noite.
No Canal 11 fala-se, não se grita. Os comentadores residentes têm simpatias clubísticas mas não exibem o clubismo mais fanático e doentio como se fosse um facho ou um estandarte, ao contrário do que acontece noutros fóruns televisivos. Aqui é possível discutir-se futebol sem todos a atropelarem-se nem a falar por cima dos parceiros de debate, em nítido contraste com alguma concorrência televisiva, que transforma estúdios televisivos em arenas de luta de galos, na busca desenfreada da pior audiência.
Tornei-me espectador assíduo do canal 11 por todos estes motivos - e também por sentir que quem nele participa não se leva excessivamente a sério. Percebe-se que aqueles comentadores se sentem ali bem e conseguem contagiar-nos com o seu sentido de humor, mesmo quando falam de coisas muito sérias.
Além disso estabelecem uma diferença nítida entre diálogos sobre futebol e conversa de tasco em que a bola só serve de pretexto para vomitar ódio clubístico. Porque aqui não interessa centrar a discussão no desempenho dos árbitros, em saber se foi ou não fora-de-jogo, em gastar inúteis horas de emissão em torno das inúmeras teorias da conspiração que abundam nas redes sociais e no tabloidismo televisivo.
Os participantes nestes programas respeitam opiniões alheias e fazem-se respeitar pelo seu conhecimento da modalidade. Ou porque foram profissionais conceituados (Toni, Maniche, Rui Águas) ou porque são estudiosos do fenómeno desportivo (Pedro Bouças e Sofia Oliveira). Com eles acabamos também sempre por aprender alguma coisa.
Melhor ainda: não reduzem a paixão pelo futebol ao visionamento dos jogos dos "três grandes", ignorando tudo o resto. Pelo contrário: acompanham todas as equipas, e não apenas as da primeira divisão, e nunca deixam de aludir ao futebol internacional, que também seguem com interesse.
Eu, ao fim de muitos meses de visionamento diário de programas como Futebol a Sério, O Meu Clube, o novo Sagrado Balneário (com merecida e comovente homenagem ao treinador Vítor Oliveira, recentemente falecido) e sobretudo o Futebol Total, espécie de cartão de visita do canal, tornei-me fã.
Aproveito a época de Natal para lhes deixar este singelo texto de espectador reconhecido em forma de prenda no sapatinho. Grato pelas muitas horas de genuíno prazer que me proporcionaram neste triste ano prestes a chegar ao fim.
Esta semana, no Canal 11, Sofia Oliveira e seus pares tentaram ridicularizar Jovane Cabral enquanto faziam declarações de amor a Adel Taarabt.
Não houve posts de reação, não houve uma palavra que fosse na conferência de imprensa para isso. Houve, sim, um grande jogo e mais um grande golo.
A melhor maneira de calar os idiotas não é com palavras idiotas, é com trabalho e talento. E isso Jovane tem de sobra.
Boa digestão.
Nem os próprios Procul Harum sabem ao certo de que trata a música que dá título a este post, mas que ficou na história ficou e nunca mais ninguém se esqueceu dela.
Imagino que nem Porto nem Benfica saibam ao certo que raio se passa com as suas equipas de craques que valem dezenas de milhões (dizem), são cobiçados por toda a Europa e arredores (dizem), treinadas por equipas técnicas de excelência (dizem) e dirigidas por dirigentes com séculos de tarimba. Se este futebol de quarentena será lembrado, teremos de esperar para perceber.
Tenho assistido a algumas noites de debate no canal 11, onde descobri que Maniche sabe do que fala e sabe exprimir-se, onde a Sofia Oliveira demonstra muito arrojo e pensamento próprio, onde o jornalista brasileiro Bruno qualquer coisa demonstra que se pode ser jornalista desportivo sem se deixar de ser jornalista e onde Pedro Sousa conduz com arte e engenho a bola até à baliza, com assistências de luxo para todos os comentadores (regra geral são todos bastante bons). De todas as vezes que acaba o programa fico com a sensação de que eles não disseram tudo o que pensam. Não os censuro, afinal de contas todos nesta indústria têm interesse que seja uma indústria…
Mas fico à espera que digam coisas como (por exemplo) o nosso futebol e os nossos craques de milhões vale muito (muito mesmo) menos que diz a etiqueta com o preço, que a competitividade manhosa da nossa bola pouco ou nada tem a ver com futebol e que pelos vistos era o público (sempre adepto de um dos três grandes) quem levava o seu emblema ao colo, por um lado intimidando árbitros, fiscais, VARs e adversários com insultos e ameaças e por outro dando uns aplausos que vitaminam os seus jogadores. Como sabemos, a maioria do público de estádio quer é ganhar, nem que seja com golos com a mão. Ora não havendo público, os jogadores parecem confusos. Afinal, o que estão ali a fazer?
A minha interrogação é se Lage e Conceição tinham noção disto tudo.
Falo de FCP e SLB porque são quem compete pelo título e porque o que vamos vendo em jogos sem público permite especular sobre que equipa e jogadores deverá ter o SCP para tentar competir pelo primeiro lugar neste nosso futebol que vai demonstrando a sua face.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.