Ao ler as notícias que dão conta da péssima forma de Ewerton, as declarações de Marco Silva que dizem que o jogador brasileiro está "no nível zero" e, mais recentemente, o alegado interesse no defesa central Bruno Uvini, pergunto-me que estranha abordagem do mercado de Inverno é aquela que vem sendo feita pelo Sporting, em que se compram jogadores (Shikabala, agora Ewerton) que qualquer boa gestão desaconselharia.
Como no célebre filme "Filadélfia", alguém consegue explicar-me, como se eu tivesse 5 anos, como é que para a fase mais importante da época o clube vai contratar jogadores que vêm para fazer uma espécie de "pré-época", em vez de estarem prontos para entrar em campo?
Por muito que me digam que o investimento financeiro nesses jogadores apenas se reconduz aos salários, não deixa de ser dinheiro que é mal gasto e que poderia ser melhor aplicado (por exemplo, no scouting).
«Esteve um ano e meio sem competir e veio para o Sporting com o comboio a meio, o que não é fácil. Mas depois não conseguiu apanhar o comboio e ainda faz toda a porcaria. Isto é gozar com as pessoas que trabalham com ele e com as pessoas do clube".
A ser verdade, e não me custa nada a acreditar, há tipos que não merecem a água que bebem...
- Alda Telles: «Antes de começar a jogar e a provar qualquer rendimento desportivo, o jogador egípcio Shikabala gerou um furacão na página do Facebook do Sporting.» (3 de Fevereiro)
- Eu: «Desfez-se o mistério: aos 77', Leonardo Jardim mandou-o finalmente entrar em campo. E o egípcio chegou cheio de genica, revelando bons apontamentos nesta sua estreia na Liga portuguesa. Parece ter uma técnica razoável e estar em boa forma física. Os adeptos corresponderam com aplausos.» (11 de Maio)
Antes de começar a jogar e a provar qualquer rendimento desportivo, o jogador egípcio Shikabala gerou um furacão na página do Facebook do Sporting.
Roberto Teixeira notou, num grupo do Facebook, que entre o anúncio da sua contratação e a confirmação no encerramento do mercado, na madrugada de dia 1 de Fevereiro, "em apenas 14 horas a página do Sporting Clube de Portugal alcançou mais de 60 mil novos fãs e nas últimas 48 horas teve um crescimento de mais de 100 mil."
Para além das centenas de comentários ao post do novo jogador, a página do Sporting "foi invadida por comentários da comunidade egípcia".
Em árabe, claro.
Marco Marques, no mesmo grupo, explica este fenómeno: "Os países do norte de África, nomeadamente os situados a poente (países do Magrebe) e algum do prolongamento nascente (do qual o Egipto é a primeira porta de entrada) possuem um potencial comercial enorme no futebol (intimamente relacionado com o seu fanatismo) e o Sporting está a saber escolher figuras representativas de cada um desses países. Provavelmente, assistiremos, num futuro próximo, à chegada de algum jogador representativo de Marrocos, Tunísia e Líbia. O alcance da marca 'Sporting' crescerá muito mais depressa nestes países que nos mercados orientais (mais fidelizados às grandes Ligas Europeias) embora as abordagens não sejam mutuamente exclusivas."
Interessante esta análise do Marco referente à estratégia de expansão da marca Sporting para outras geografias Interessante nesta estratégia a utilização do Facebook, onde o clube começou a postar em árabe. A página, aliás, tornou-se literalmente bilingue. Uma boa aposta e uma boa utilização das redes sociais.