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És a nossa Fé!

Altos e baixos

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O quase impensável sucede: eis o Estrela da Amadora novamente na Liga 1, agora com nova designação: Clube Desportivo Estrela. Regressa após 14 anos de ausência e depois de ter sido declarado extinto em 2011. Vamos ver esta carismática equipa do distrito de Lisboa novamente entre os grandes. Tendo hoje o antigo internacional francês Patrice Evra no grupo de investidores que comprou 90% do capital da sua sociedade desportiva. Uma enorme incógnita.

 

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O mesmo pode dizer-se, mas em sentido contrário, do Marítimo: desce à Liga 2 após 38 anos de permanência no escalão máximo do futebol português. Afunda-se, em larga medida, devido aos clamorosos erros de gestão ali registados. E apesar de receber generosos "incentivos" financeiros do Governo Regional da Madeira, que desta vez não lhe serviram para nada. Vai fazer companhia ao açoriano Santa Clara, também despromovido.

 

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Enquanto uns choram, outros festejam. Entre estes últimos incluem-se os pouco numerosos mas vibrantes adeptos do Atlético, histórico emblema do futebol lisboeta. Que acaba de vencer o impropriamente chamado "Campeonato de Portugal" - assegurando deste modo o regresso à terceira divisão. Num historial que conta com 24 presenças no escalão maior, de que está ausente desde 1977.

 

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Clube que parece sem recuperação possível é o V. Setúbal. Já foi um dos quase-grandes do futebol português, venceu três Taças de Portugal, andou em competições europeias e chegou a sonhar com o título de campeão nacional. Entregue a uma sucessão de dirigentes que aliavam a incompetência aos esquemas mafiosos, foi-se afundando ladeira abaixo até resvalar para um escalão não-profissional. Bateu no fundo, agora na quarta divisão do futebol. Consequência não apenas da trafulhice de quem passou pela estrutura do emblema sadino, mas também da cegueira dos sócios. Estas coisas pagam-se caras. Receio que seja um caminho sem regresso.

Noite tranquila, dominio total, vitória justa

Sporting, 3 - Santa Clara, 0

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Paulinho festeja com Ugarte logo após marcar o golo, aos 14': e vão cinco no campeonato

Foto: Patrícia de Melo Moreira / AFP

 

Casa bem composta em noite de sábado, dia das mentiras. Presença forte de adeptos dos núcleos em Alvalade. Recebíamos o lanterna vermelha do campeonato - a turma açoriana (quase sem açorianos) do Santa Clara, vermelha também no equipamento e no símbolo decalcado da águia benfiquista. Andam há anos para mudar aquilo, mas nunca mais passam das intenções à prática. Não faz sentido algum aquela réplica fajuta do emblema alheio.

Mas vamos ao que importa. Foi uma primeira parte avassaladora do Sporting: encostámos os forasteiros ao meio-campo defensivo. A linha de quatro deles foi incapaz de suster as nossas cinco unidades em ataque permanente - Nuno Santos e Artur muito dinâmicos a imperar nas alas e o trio composto por Edwards, Trincão e Paulinho a carburar (e a marcar, cada um a dar o seu contributo). 

Pedro Gonçalves actuava com frequência como sexto atacante. Apesar de ter começado novamente um pouco mais atrás, compondo o duo do meio-campo com Ugarte, o que permitiu dar algum descanso a Morita, vindo de voos intercontinentais após ter representado a selecção nipónica. 

 

Raras vezes tem acontecido assim nesta temporada.

Ao quarto-de-hora já vencíamos: golo com assinatura de Paulinho, completando da melhor maneira um livre muito bem cobrado por Pedro Gonçalves. Que silenciou de vez as vozes de certos urubus contra a nossa alegada "incapacidade" de transformar lances de bola parada em golos.

Ao dobrar a meia hora, já a vantagem se havia ampliado. Edwards, num dos vários passes de ruptura que protagonizou durante o desafio, isolou Trincão. O minhoto fez levantar os espectadores dos assentos com um remate bem colocado, pondo o guarda-redes forasteiro fora do alcance da bola

Saímos para o intervalo com 2-0. E maior seria a vantagem se Gonçalo Inácio - cabeceando após canto marcado de modo exemplar por Pedro Gonçalves - não tivesse falhado por centímetros aquele lance aos 33' que fez a bola embater na barra. E se Paulinho, aos 41', não tivesse imitado Bryan Ruiz numa clamorosa incapacidade de marcar a 3 metros da baliza toda à sua mercê.

 

Era amena esta noite no nosso estádio, com temperatura agradável e uns borrifos de chuva a tornarem ainda mais escorregadia a relva. Ao intervalo, Rúben Amorim trocou Gonçalo por Sr. Juste: mera precaução, pois o mais jovem dos nossos centrais queixava-se de uma dor no pé. Alinhámos assim com um trio inédito lá atrás: o holandês mais à direita, Matheus Reis ainda à esquerda e a posição habitual do ausente Coates preenchida por Diomande, que se vem revelando um diamante nada bruto.

A partir do minuto 69, já a vencermos por três golos sem resposta, o treinador mandou entrar Luís Neto - a quem os adeptos tributaram a ovação da noite. Adán, num gesto carregado de simbolismo, entregou a braçadeira de capitão ao veterano central poveiro, afastado dos relvados durante 202 dias.

A partir daí, novo trio inédito na linha defensiva: Neto ao meio, St. Juste ainda à direita, Diomande deslocado para a esquerda. Sem nenhum deles tremer.

 

Houve ainda tempo para recuperar Rochinha, que há quase três meses não calçava, e para conceder minutos adicionais a Tanlongo, o mais provável candidato a sucessor de Ugarte no caso (para nós indesejável) de nos vermos privados do excelente médio defensivo uruguaio no final da época em que poderá transitar para a Premier League. 

O mais belo golo foi o terceiro. Autoria de Edwards, o melhor em campo. Recebeu a bola em passe lateral de Paulinho e disparou sem defesa possível com o seu pior pé, o direito. Merecido troféu para o excelente avançado inglês, também já muito cobiçado por equipas do seu país. Os números não enganam: Marcus Edwards segue com 11 golos convertidos e nove assistências consumadas. É um dos maiores talentos actuais de Leão ao peito.

 

Noite tranquila, pois. Com excelente arbitragem de André Narciso, comprovando que nem todos são incompetentes entre os apitadores portugueses. 

A partir da hora de jogo, Amorim mandou relaxar com bola, guardando forças para os embates que vão seguir-se. O primeiro já depois de amanhã, numa visita a Barcelos. Segue-se um confronto ainda mais complicado com o Casa Pia antes da viagem a Turim para o próximo embate na Liga Europa.

Há que poupar forças e não desperdiçar energia inútil. Foi o que se fez, com folha de serviço limpa. Se tivéssemos jogado sempre assim, estava já reservado para nós um lugar de acesso à próxima Liga dos Campeões.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Pouquíssimo trabalho. Fez a primeira defesa, fácil, só aos 61'. Na única oportunidade de golo do Santa Clara, aos 91', viu a bola embater no poste.

Diomande - Grande recuperação aos 3', belo passe vertical aos 21', cortes oportuníssimos aos 49' e 62'. Começou à direita, transitou para o meio, acabou à esquerda. Sem mácula.

Gonçalo Inácio - Tremeu ocasionalmente, numa perda de bola, mas confirmou como pode ser útil também lá na frente ao cabecear à barra (33') após canto. Substituído ao intervalo.

Matheus Reis - Útil como central à esquerda com ocasionais missões atacantes em complemento perfeito de Nuno Santos. Cortes vistosos aos 25' e 30'. Saiu aos 69'.

Arthur - Surpresa no onze: entrou para ala direito. Cumpriu com nota alta. Cortes impecáveis aos 17' e 50', um centro perfeito aos 75'. Tentou o golo aos 20': saiu por cima.

Ugarte - Combativo, como sempre. Nem a cansativa viagem ao serviço da selecção uruguaia o impediu de actuar. Destacou-se nas recuperações (9' e 27'). Saiu aos 69'.

Pedro Gonçalves - Patrão do meio-campo e protagonista máximo na conversão de livres. Num deu golo (14'), noutro ia dando (33'). Soma já nove assistências. Substituído aos 69'.

Nuno Santos - Dominou a ala esquerda, embora alguns dos melhores centros tenham sido desaproveitados. Em dois deles, Paulinho foi perdulário - primeiro aos 41', depois aos 75'.

Edwards - Impecável. Oferece golo que Paulinho desperdiçou (18'), assiste Trincão no segundo (22'), quase marcou aos 27', marcou mesmo aos 52' - de pé direito. Saiu aos 74'.

Trincão - Anda mais dinâmico e entrosado. Momento alto: o nosso segundo golo (22'). Já tinha sido ele a sacar o livre que gerou o primeiro. Ia bisando de meia-distância (60'). 

Paulinho - Alternou o bom (14', o seu quinto golo na Liga) com o menos bom (golos desperdiçados aos 18', 41', 75'). No terceiro, passou a Edwards - sua terceira assistência.

St. Juste - Fez a segunda parte, como central à direita. Combinando bem com Diomande e Neto, sucessivamente. Boa iniciativa atacante aos 60'. Faz da velocidade um trunfo.

Morita - Substituiu Ugarte aos 69', compondo inédita parceria com Tanlongo. Ainda fatigado da longa viagem intercontinental, não deslumbrou nem comprometeu.

Tanlongo - Entrou aos 69', rendendo Pedro Gonçalves. Vai somando minutos. Para limar arestas (força a mais em certos lances) e aprimorar virtudes (bom no passe).

Neto - Herói da noite, só por regressar 202 dias depois. Com braçadeira de capitão, que Adán lhe entregou. Substituiu Matheus Reis aos 69' e foi ele a liderar a defesa a partir daí.

Rochinha - Último a entrar: aos 74', rendendo Edwards. Quis mostrar serviço, incutindo dinâmica lá na frente. Mas o resultado estava feito, a equipa já só pretendia descomprimir.

Os melhores prognósticos

Muitos prognosticaram o resultado deste Sporting-Santa Clara: vitória leonina por 3-0. Entre os que acertaram, incluem-se Fernando, Leoa 6000 Maximilian Robespierre (que anteciparam Edwards como marcador de um dos golos), Leão do Xangai e Visconde de Alvalade (que previram um golo de Trincão) e Paulo BatistaPedro Batista e Verde Protector (que mencionaram Paulinho). 

Mas quem venceu, nesta ronda, foram dois outros leitores: Carlos Estanislau Alves e Leão 79. Ambos adivinharam não apenas um, mas dois dos artilheiros nesta partida em Alvalade: Edwards e Paulinho. 

Estão de parabéns.

Rescaldo do jogo de anteontem

 

Gostei

 

Da boa atmosfera em Alvalade. Os 31.603 que nos deslocámos ao nosso estádio, na noite de sábado, não demos o tempo por mal empregue. Ambiente ameno, apesar de algum chuvisco que caiu durante o jogo, famílias nas bancadas, muitas adeptas leoninas, alegria generalizada do princípio ao fim. O que se explica devido ao golo ter acontecido cedo, ainda no quarto de hora inicial, e por o desfecho estar decidido ao intervalo (quando havia 2-0), ao contrário do que aconteceu em diversas outras ocasiões.

 

Do nosso domínio total. Vencemos o Santa Clara por 3-0. Com golos de Paulinho (14'), Trincão (22') e Edwards (52'). Vitória tranquila, inequívoca, categórica num embate em que atacámos com cinco unidades em simultâneo - por vezes com seis, quando Pedro Gonçalves também aparecia lá na frente. As alas funcionaram sempre como nossos corredores ofensivos. A turma visitante fez o primeiro remate aos 61'. E só teve uma oportunidade de golo aos 90+1'. Nem parecia a mesma equipa que vencemos com extrema dificuldade (1-2) na partida da primeira volta.

 

Da primeira parte. Dois golos marcados, pelo menos mais dois podiam ter sido concretizados (aos 33', por Gonçalo; e aos 41', por Paulinho). Os 45 minutos iniciais desenrolaram-se quase sempre no meio-campo defensivo do clube açoriano que usa o mesmo emblema do Benfica - e que mais parece uma "escola de samba", condenada a descer de divisão.

 

De Edwards. Melhor em campo: joga cada vez mais para o colectivo, com disciplina táctica, movimenta-se muito bem não apenas quando transporta a bola mas também quando está sem ela. Saldo positivo: um golo (o terceiro, marcado com o pé direito) e uma assistência (para o segundo). Ainda ofereceu outro, de bandeja, que Paulinho desperdiçou (18'). Esteve quase a marcar, aos 27'.

 

De Pedro Gonçalves. Jogou no meio-campo, onde funcionou como verdadeiro patrão leonino. Está com os níveis de concentração e de confiança muito elevados desde aquele golaço no estádio Emirates, contra o Arsenal - isto reflecte-se bem no desempenho colectivo da equipa. Exímio a marcar livres - de um deles nasceu o nosso primeiro golo: foi a sua nona assistência desta temporada. De outro, aos 33', ia surgindo outro - quando Gonçalo Inácio atirou à barra. 

 

De Diomande. Voltou a ser titular, como central à direita (Matheus Reis à esquerda e Gonçalo ao meio), no onze inicial. Exibiu classe em Alvalade: é o reforço de que necessitávamos para aquela posição. Espectacular recuperação logo aos 3', dando nas vistas. Seguro, sereno, concentrado: parece jogar há anos no Sporting, não apenas há poucas semanas. E polivalente também: actuou como central ao meio a partir dos 46' e como central à esquerda a partir dos 69'.

 

De Arthur. Com Bellerín ainda lesionado e Esgaio ausente por castigo, Rúben Amorim confiou-lhe a posição de ala direito titular. O brasileiro que veio do Estoril cumpriu com distinção, não apenas no plano defensivo (grande corte dentro da área aos 17'), mas sobretudo no ofensivo, com cruzamentos tensos e bem medidos. Confirma-se: é mesmo reforço, seja qual for a posição em que actua.

 

Do regresso de Luís Neto. Apesar dos três golos, foi este o instante alto da noite: quando uma calorosa ovação sublinhou o regresso do veterano Neto, aos 34 anos, após longa ausência por lesão. Aconteceu aos 69', quando substituiu Matheus Reis - e, simbolicamente, a braçadeira de capitão passou de Adán para ele, que não jogava desde 3 de Setembro. Outro momento festivo.

 

De ver Afonso Moreira no banco. O jovem extremo (18 anos) não calçou, mas é assim que se começa. Outro elemento da formação que promete ser aposta do treinador. 

 

Do árbitro André Narciso. Actuação impecável: não estragou, não propiciou momentos mortos, não passou o tempo a interromper o jogo, não alinhou com o teatro ocasional de certos jogadores. Se fossem todos como ele, o futebol português estava muito mais valorizado.

 

De Rúben Amorim. Cumpriu o jogo 120.º do campeonato nacional de futebol. Com 84 vitórias no currículo. Números extremamente positivos, que são um excelente cartão de visita. Talvez o melhor treinador do Sporting neste século.

 

De mantermos as aspirações à Champions. Com 24 pontos ainda em disputa (estamos com 53, mas com um jogo em atraso), registámos a quinta vitória seguida no campeonato e estamos há nove jogos sem perder. Atravessamos o melhor momento da época, o que ajuda muito. Precisamos de aceder à próxima Liga dos Campeões, o que nos trará enormes vantagens desportivas e financeiras.

 

 

Não gostei

 

Da ausência de Coates. Mas compreendeu-se: o nosso capitão assistiu ao jogo da tribuna. Deu para descansar após a recentíssima participação em dois jogos pela selecção do Uruguai, sendo titular absoluto e até marcando um golo (contra a Coreia do Sul). Descanso merecido, já a pensar nas partidas contra o Gil Vicente (depois de amanhã) e o Casa Pia (no domingo). Três desafios em nove dias antes do jogo em Turim contra a Juventus.

 

Do desperdício de Paulinho. Finalizou bem, concluindo com golo o impecável livre directo marcado por Pedro Gonçalves aos 14'. E é ele quem faz o passe lateral para Edwards sentenciar a partida, aos 52'. Mas falhou um golo de baliza aberta, à Bryan Ruiz (aos 41'), e desperdiçou duas outras grandes oportunidades. Apenas cinco golos à 25.ª jornada: continua a ser muito pouco para um ponta-de-lança.

 

Do Santa Clara. O que dizer de uma equipa que beneficia do primeiro canto só aos 50', faz o primeiro remate à baliza aos 61' e deixa concluir o tempo regulamentar sem uma única ocasião de golo? Que não merece integrar o primeiro escalão do futebol português. Faria bem em mudar o símbolo, antes de mais nada.

Isto assim não tem piada nenhuma

Um jogo escorreito, uma exibição sem mácula, o Paulinho marcou, os titulares e os que entraram cumpriram. O Neto regressou com lágrimas e isso é comovente.

Estou chateado porque se falharam pelo menos dois golos para o meu prognóstico de cinco.

Como disse Neto no final do jogo, onde foi eleito simbolicamente o melhor em campo, as coisas estão a encarreirar.

Este post só vai ter os comentários do carapau e pouco mais, mas é o que temos.

E se para o ano "correr bem"?

O dia seguinte

O Sporting tem no actual plantel seis defesas centrais. Ontem Coates descansou e jogaram os outros cinco.

Com os três que entraram de início mais Ugarte a destruir e Pote a construir, o Sporting fez uma excelente primeira parte: marcou dois e falhou outros tantos, tamanha foi a superioridade que exibiu em campo.

Também os dois alas estiveram em excelente nível. Faltou apenas melhor articulação com os avançados porque os bons centros seguiam para ninguem.

Veio a segunda parte e veio a gestão de esforço. Veio também o golo de Edwards, uma carga que deixou Pote a mancar, uns minutos de moralização para Neto e Rochinha e a equipa foi decaindo até final. E o Santa Clara ia marcando.

Melhor em campo? Pote.

Melhor exibição desde que chegou ao Sporting? Arthur Gomes

E Diomande? Um colosso, a classe é imensa, precisa apenas de não exagerar na demonstração da mesma. Que renove primeiro com a clausula revista.

E o árbitro? Impecável, o que é de estranhar com a canalhice dos Pinheiros e dos Dias levados ao colo por estes Apafs que mandam na arbitragem a contento de Porto e Benfica.

SL

Prognósticos antes do jogo

Vamos receber o Santa Clara depois de amanhã, às 20.30. 

Jogo importante? Claro que sim. Todos o serão até ao fim desta temporada. 

Na primeira volta fomos lá arrancar uma vitória muito sofrida, por 2-1. Com um golo inicial de Morita e Nuno Santos a desfazer o empate mesmo ao cair do pano. Adán brilhou: foi o melhor em campo, impedindo que perdêssemos pontos nos Açores.

E o desafio homólogo da época anterior? Terminou em goleada: vencemos 4-0, em Alvalade, a equipa que tem um emblema igual do ao Benfica. Com golos de Tabata, Porro, Sarabia e Edwards - três deles já cá não estão.

Aguardo agora os vossos prognósticos para o Sporting-Santa Clara deste sábado.

Os melhores prognósticos

 

Connosco, os prognósticos são no início - nunca no fim. Desta vez houve quatro leitores a acertar no resultado: previram o 1-2 no jogo Santa Clara-Sporting.

Parabéns, portanto, a AHRHorst NeumannJosé VieiraLeão do Fundão. Com a vitória a ser atribuída ex-aequo aos dois últimos. Por terem antecipado também Nuno Santos como um dos marcadores desta partida.

 

Vitória pálida e muito sofrida

Santa Clara, 1 - Sporting, 2

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Morita: segundo jogo seguido a marcar

 

Mais vale vencer sem mérito do que dominar e mostrar superioridade entregando pontos. Foi esta a conclusão a que muitos de nós chegámos no final desta partida ontem disputada nos Açores. A equipa anfitriã, que nos impôs a primeira derrota no ano em curso, está hoje muito mais debilitada, afundando-se no antepenúltimo lugar na tabela, do que estava em Janeiro. Desde logo pela saída de Morita, entretanto ingressado em Alvalade. Mesmo assim bateu o pé e deu-nos luta. Ao ponto de ter marcado no último lance da partida. Dando a sensação de que se o jogo tivesse mais minutos seria até capaz de arrancar o empate.

É difícil explicar o que se passa com este Sporting. Vários jogadores entram em campo apáticos, sem chama, sem energia, sem vibração. Como se sofressem de cansaço crónico. Alguns arrastam-se em campo implorando banco ou bancada. Mas o treinador insiste em não lhes fazer a vontade, talvez consciente de que o plantel é curto e que os eventuais substitutos se encontram ainda em pior forma.

A verdade é que há uma diferença enorme entre a equipa que conquistou o campeonato nacional de futebol apenas há ano e meio e o actual conjunto frouxo, anémico e desgarrado que segue em quinto lugar na Liga 2022/2023 com três derrotas em nove desafios já disputados - tantas como as que sofremos ao longo de todo o campeonato anterior.

 

Durante quase meia hora, nem um remate enquadrado à baliza do Santa Clara. O nosso golo inicial surgiu aos 29', na primeira oportunidade criada. Fruto do esforço de Edwards, que rematou para defesa apertada do guardião estreante, Gabriel, com Morita a cabecear na recarga para o fundo das redes. À ponta-de-lança. Paulinho andava por ali, mas teve de ser o médio japonês a resolver o problema. Nem festejou, por consideração à anterior equipa.

No nosso tridente ofensivo apenas o inglês tentava remar contra a maré: Paulinho e Pedro Gonçalves pareciam só fazer número. O ataque leonino esboçava-se pelos flancos, com Nuno Santos muito mais enérgico do que Esgaio: o canhoto tentava centrar, quase sempre sem sucesso, enquanto o colega da ala direita nem um cruzamento arriscou durante toda a partida. O nosso jogo, naquele corredor, esteve sempre emperrado.

 

Com 0-1 ao intervalo, vimos toda a segunda parte com apreensão crescente. Sentindo que o golo açoriano poderia surgir a qualquer momento, fazendo-nos encalhar pela segunda vez em dez meses no estádio de Ponta Delgada.

Felizmente Nuno tranquilizou as hostes com um potente remate rasteiro, já aos 90', na sequência de um canto. O técnico do Santa Clara, Mário Silva, foi mais feliz nas substituições do que Rúben Amorim. E acabou recompensado pelo golo de Tagawa, que se sobrepôs à defesa leonina para bater Adán no último lance da partida.

O nosso guarda-redes, sintomaticamente, foi o melhor em campo. Recomposto do desastre na Liga dos Campeões, ocorrido quatro dias antes, demonstrou ao técnico que fez bem em optar por ele, mantendo Franco Israel no banco. Com três aparatosas defesas que impediram outros tantos golos. Assim vencemos 1-2. Se tivesse estado entre os postes o Adán de Marselha, teríamos saído de São Miguel derrotados por 4-2.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - O melhor em campo, com intervenções cruciais aos 47', 68' e 83'. Tentou cortar o ângulo de remate a Tagawa, sem o conseguir, no golo sofrido.

St. Juste - Na partida anterior saltou do banco. Agora foi titular, mas saiu aos 51'. Aos 45'+1, em raide individual, mostrou a Esgaio como deve ser um extremo direito.

Coates - Veio de lesão, devolvendo Marsà ao banco. Trouxe maturidade ao bloco defensivo, mas longe do fulgor de outros tempos. Cabeceamento falhado aos 74'.

Matheus Reis - Um dos jogadores com maior quebra de forma. Entregou a bola aos 4' e aos 15'. Ultrapassado aos 19' e aos 47'. Falha a marcação no lance do golo.

Esgaio - Ala direito, jamais criou um lance ofensivo digno desse nome. Batido em velocidade e em lances aéreos, parece implorar que Porro volte depressa da lesão.

Ugarte - Sempre combativo, distinguiu-se nas recuperações de bola (9', 13', 66', 72', 80'). Faltou-lhe ser influente na ligação entre o meio-campo e o ataque.

Morita - É um dos Leões que resistem melhor à crise psicológica que parece afectar a equipa. Oportuno e rapidíssimo no golo - segundo desafio seguido a marcar.

Nuno Santos - Entrega-se ao jogo como poucos. Quando falha o talento, nunca falha a vontade. Como se viu ao marcar o golo que nos valeu três pontos.

Edwards - Em pezinhos de lã, cria oportunidades. Foi dele o remate inicial no lance do primeiro golo. Grande lance individual aos 55': driblou vários mas atirou ao lado.

Pedro Gonçalves - Amorim autorizou-o a deambular lá na frente para protagonizar acções de ruptura, mas o criativo parece ter ficado por Lisboa. Passou ao lado do jogo.

Paulinho - Continua sem se estrear como artilheiro nesta Liga. Mais de uma hora em campo sem sequer se atrever a rematar à baliza.

Gonçalo Inácio - Substituiu St. Juste aos 51' para poupar o holandês a maior desgaste físico. Partilha com Matheus a falha de marcação no lance do golo anfitrião.

Trincão - Rendeu Paulinho aos 66': o melhor que conseguiu foi um longo passe cruzado aos 79'. Remate para a bancada aos 81'.

Rochinha - Contra o Gil Vicente, estreou-se a marcar. Desta vez, substituindo Edwards (73'), nem andou lá perto. Passe para ninguém aos 85'. Irrelevante. 

Sotiris - Substituiu Morita aos 73'. Demonstra vontade, revela energia, exibe saúde física. Mas ainda não foi desta que fez o suficiente para ser titular.

Rescaldo do jogo de hoje

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Foto: Hugo Moreira / Lusa

 

Gostei

 

Da vitória contra o Santa Clara. Em Janeiro fomos aos Açores e perdemos por 2-3. Desta vez trouxemos uma vitória: 2-1. Escassa, tangencial, num jogo feio, com uma exibição medíocre em largos trechos, mas arrancámos os três pontos. Amealhamos agora 16 à nona jornada. Foi apenas a nossa segunda vitória fora em cinco partidas disputadas como visitantes nesta Liga 2022/2023.

 

De Morita. Novamente influente. Marcou pelo segundo jogo consecutivo - desta vez sem festejar, pois defrontava a sua anterior equipa, o que só lhe fica bem. O japonês desbloqueou a partida ao cabecear numa recarga bem sucedida, à ponta-de-lança, em posição frontal. Estavam decorridos 29': graças a ele, o Sporting adiantava-se no marcador no primeiro remate à baliza.

 

De Adán. Rúben Amorim teimou em apostar ainda nele como guarda-redes, sem conceder minutos a Israel - que será forçosamente o titular da nossa baliza na partida de quarta-feira contra o Marselha. A teimosia do técnico foi recompensada: o guardião espanhol revelou-se fundamental para segurar a magra vitória leonina em Ponta Delgada. Com três grandes defesas - segurando remates que levavam selo de golo aos 47', 68' e 83'. Sem culpa naquele que sofremos, mesmo ao cair do pano, parece ter-se redimido da sua caricata actuação em Marselha que nos custou uma pesada derrota e o acesso a 2,8 milhões de euros da UEFA. Melhor em campo, dado o fraco desempenho de quase todos os seus colegas - o que já diz quase tudo.

 

De Nuno Santos. Foi dele o golo da vitória, aos 90', num disparo fortíssimo com o seu pé-canhão (o esquerdo) em que o guarda-redes, estreante como titular da turma açoriana, pareceu mal batido. Melhor momento num jogo em que não foi muito feliz naquilo que costuma fazer melhor: os cruzamentos com perigo para a grande área. 

 

De St. Juste. Amorim escolheu-o para titular na linha central, do lado direito. O holandês correspondeu à confiança do treinador com uma actuação positiva. Conduziu muito bem dois lances de ataque, galgando linhas com a bola dominada, aos 27' e aos 45'+1. Neste último, fez tudo bem, agindo como um extremo não apenas na condução mas também no cruzamento atrasado (para Edwards). Mostrando assim a Esgaio como se faz. Aos 51' deu lugar a Gonçalo Inácio por aparente precaução, dado vir de lesão muito recente.

 

De Coates. Em boa hora regressou ao nosso onze, após lesão. Deu estabilidade e organização ao reduto defensivo. Pena ter visto dois colegas - Gonçalo Inácio e Matheus Reis - falharem em simultâneo a marcação a Tagawa, autor do golo do Santa Clara, no último lance do desafio (90'+5).

 

Do 1-0 que se registava ao intervalo. Resultado que traduzia domínio do Sporting, embora não traduzido em remates enquadrados. De algum modo sabia a pouco.

 

Que tivéssemos subido ao quinto lugar. Agora só temos Benfica (mais nove pontos), FC Porto (mais seis pontos), Braga (mais três pontos com menos um jogo) e Casa Pia (mais um ponto) à nossa frente.

 

Da hora a que começou o jogo. Às 15.30, como noutros tempos. Horário propício a futebol visto ao vivo em família numa tarde de sábado. Devia haver mais assim.

 

 

Não gostei

 

Da nossa falta de intensidade. Deixámos correr o marfim em grande parte do jogo, sobretudo na segunda parte, em que concedemos muita iniciativa ao adversário, com notória displicência, falhando passes, com vários jogadores a chutar para onde estavam virados. Mesmo desfalcado, só com dois dos habituais defesas e um guarda-redes novato, a equipa açoriana podia ter empatado ou até vencido a partida. Perante a apatia de vários titulares leoninos e a escassa eficácia de alguns que saltaram do banco. O resultado foi superior à exibição.

 

De Paulinho. Amorim continua a confiar nele, mas ele persiste em manter o prolongado jejum de golos: nem um para amostra quando está decorrida mais de uma quarta parte do campeonato. Em Ponta Delgada, nem sequer tentou um remate. Saiu aos 66' sem fazer o gosto ao pé - ou à cabeça. Outro jogo em que passou ao lado.

 

De Esgaio. Chega a ser confrangedora a sua inépcia, jogue onde jogar. Ala direito, com Porro ainda lesionado, não fez um único cruzamento digno desse nome: limitou-se ao passe curto, lateralizando acções de ataque, ou ao toque inócuo para trás, sem tentar um drible ou uma acção de ruptura. Batido no jogo aéreo, deixou-se ultrapassar por Gabriel Silva aos 78, gerando perigo na nossa área.

 

De Pedro Gonçalves. Deu a sensação de nem estar em campo durante grande parte do jogo. Manteve-se no relvado durante os 90' sem que se perceber por que motivo não deu lugar a outro.

 

De mais um golo sofrido. Somos a quinta equipa com pior defesa. Só Rio Ave, Arouca, Paços de Ferreira e Marítimo encaixaram mais que nós.

O dia seguinte

"O bom do jogo foi o resultado, e foi o Adán" disse Amorim, mas eu acrescento mais alguma coisa de bom, ninguém se lesionou. St. Juste e Coates fizeram recuperação activa, Trincão e Edwards equilibraram minutos, Sotiris teve mais uns minutos e ocasião para entender o futebol português, Soares Dias roubou o que pôde mas não impediu o resultado final, e a equipa B desfalcada de três que estiveram a aquecer o banco conquistou mais uma vitória. O golo foi de Diogo Abreu, que tem tudo para daqui a uns meses ser o patrão deste meio-campo do Sporting.

 

E não vale a pena dizer mais nada sobre um jogo horrível, o pior da temporada, duma equipa "entalada" entre dois confrontos com o Marselha, contra um adversário que "estacionou o autocarro" na primeira parte, para na segunda "lançar os cavalos", uma estratégia que qualquer burro promovido a treinador se teria de lembrar, e que só por muita incompetência do Sporting não foi liquidada na primeira parte.

Tudo extremamente lento atrás, para depois tentar impossíveis contra um adversário expectante. Depois, na segunda, foi sofrer, o desgaste de Marselha a fazer-se sentir por um lado, a gestão do esforço para quarta-feira em Alvalade por outro, disparates a defender, idiotices a atacar, só mesmo com um grande Adán, contando também com uma grande contribuição do "charuto" do Nuno Santos que entre dez disparates (como por exemplo aquela situação em que surge desmarcado e com tudo para centrar, adianta a bola para depois centrar com todas as linhas de passe fechadas, ou a outra onde entende passar displicentemente para o meio do terreno, abrindo terreno a um contra-ataque perigoso) faz uma coisa daquelas, conseguimos sair de São Miguel com 3 pontos.

 

Melhor em jogo? Adán.

Piores em jogo? Todos os outros menos Morita, desgraçado dele que não sabia para onde se virar e mesmo assim ainda conseguiu marcar um golo.

SL

É dia de jogo

E eu vou lá estar, doido da cabeça... desta vez em frente à TV rodeado de desportistas Sportinguistas como eu.

Depois da profunda desilusão que foi o desfecho do jogo da Champions, o Sporting visita mais logo o estádio onde deixou 3 pontos na época passada contra um sempre complicado Santa Clara que merece desde há muito um novo símbolo e novas cores no equipamento. 

O Sporting Clube de Portugal é um grande clube e os grandes clubes depressa recuperam dos maiores percalços. Passam por cima como se nada fosse rumo aos objectivos a atingir, os outros ficam a ruminar nos erros, a clamar de humilhações e catástrofes, os adeptos no tiro ao boneco aos jogadores que falharam, os presidentes a partir a loiça toda, etc. E sendo um grande clube tem de entrar sempre para ganhar em todas as competições, pelo que o onze a apresentar mais logo terá de ser o melhor possível para o confronto em questão. O Marselha vem depois.

 

Considerando todas as competições, o Sporting vai nesta época com 6 V, 1E e 4D, 22-15 em golos, um registo estranho para o que tem sido o Sporting de Amorim, por ele explicado por menor traquejo deste plantel. Para mim tem mais a ver com a falta de recursos dum plantel curto e desequilibrado.

Nestes confrontos com equipas pequenas, ter uma referência ofensiva é fundamental e Paulinho deverá voltar à titularidade. Com Paulinho, Coates, St.Juste e Inácio ou Matheus Reis ficamos com outra capacidade nas duas áreas de rigor. Fundamental também é não deixar partir o jogo, canalizá-lo pelas alas e evitar perder a bola em zonas centrais. Ganhar vantagem depressa, gerir o resultado depois.

 

Esgaio precisa mesmo de parar e na falta de Porro, um dos extremos dextros do plantel deveria assumir o lugar, ou então um Marsà de pé contrário. Vou pelo Arthur Gomes, que penso já ter actuado a lateral.

Então para mim o onze a entrar em campo seria, sempre procurando capacidade física para lutar no campo inteiro:

Adán; St.Juste, Coates e Matheus Reis; Arthur Gomes, Ugarte, Morita e Nuno Santos; Trincão, Paulinho e Pedro Gonçalves.

Com Inácio, Marsà, Sotiris e Edwards a reforçarem a equipa à primeira oportunidade.

 

SL

Prognósticos antes do jogo

Depois do choque da passada terça-feira em Marselha, voltamos ao futebol português. Amanhã, a uma hora pouco habitual (15.30) mas que merece aplauso, entramos em campo em Ponta Delgada para defrontar o Santa Clara.

O clube açoriano atravessa um mau momento: vai em antepenúltimo lugar na Liga 2022/2023. Mesmo assim tem menos golos sofridos (9) do que o Sporting (11). 

Na época passada, como nos recordamos, sofremos lá a primeira derrota para o campeonato: o jogo na ilha de São Miguel terminou com um frustrante 3-2 - «com manifesta superioridade da equipa açoriana», como escrevi nesse dia frio de há nove meses.

E  desta vez, como vai ser?

Aguardo os vossos prognósticos.

O melhor prognóstico

Parabéns ao Allfacinha. Foi ele o único (e o último) a antecipar o resultado de mais uma jornada do Sporting na Liga 2021/2022, que terminou com a nossa equipa vice-campeã. 

Só este nosso leitor adivinhou a saborosa goleada leonina ao Santa Clara, por 4-0, no nosso estádio. Bela despedida de uma época futebolística em que vencemos dois troféus - a Taça da Liga e a Supertaça.

Em Agosto recomeça tudo.

Rescaldo do jogo de anteontem

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Sarabia aplaudido no estádio e saudado pelo treinador aos 63': saída em grande

 

Gostei

 

Da desforra. Serviu-nos de pouco, de quase nada. Mas soube muito bem, em nossa casa, derrotar (por 4-0) a única equipa que nos impôs um desaire fora de Alvalade na Liga 2021/2022, mesmo ao cair do pano da primeira volta: o Santa Clara, de Ponta Delgada, agora mergulhado numa convulsão interna que afastará o quarto treinador da temporada e boa parte dos jogadores. Desejo-lhes boa sorte, apesar de tudo.

 

Da goleada. Não bastava vencer: era preciso convencer. E foi isso que fizemos em campo. Após um período algo titubeante, em que andámos a mastigar jogo e sofremos pelo menos um calafrio, impusemos o nosso domínio e os golos foram saindo de rajada. Marcados por Tabata (41'), Porro (51'), Sarabia (56') e Edwards (78'). Muito bons, todos. O último, com um disparo do inglês a meia distância sem tomar balanço, é uma obra de arte.

 

De Sarabia. Voltou a fazer a diferença. Sempre a espalhar classe em campo. Entregando-se ao jogo ao serviço de um emblema que envergou por empréstimo mas que serviu com inegável profissionalismo durante toda a temporada. Jogou mesmo, não fingiu que jogava. Inclusive neste seu último desafio de verde-e-branco. Marcou o nosso terceiro da noite de sábado, elevando para 21 o número de vezes que a pôs lá dentro com a camisola do Sporting. Foi brindado com duas ovações: ao minuto 17, o número que ostentou na camisola, e ao minuto 63, quando deu lugar a Rodrigo, visivelmente comovido com a justa homenagem.

 

De Porro. O melhor em campo. Marcou (o segundo) e deu a marcar (o terceiro). Com uma energia imensa, parecia estar a iniciar agora a temporada. No último lance do desafio, ainda tentou bisar. Espectacular passe longo aos 28'. Centro perfeito aos 82' para Rodrigo: bastaria ao benjamim da equipa contornar o guarda-redes, mas acabou por rematar fraco, à figura, talvez em homenagem implícita ao ausente Paulinho. Novo cruzamento impecável aos 90'. O jovem internacional espanhol, agora já sob contrato do Sporting, promete ser uma das grandes figuras da próxima época.

 

De Nuno Santos. Outro jogador que parece estar a iniciar a temporada, tão boa é a sua condição física - das pernas aos pulmões. Grande centro de trivela (45'+1), outro óptimo cruzamento (76'), assistência para o segundo golo. É daqueles que nunca baixam os braços e vão sempre à luta, pressionando continuamente o adversário: o Sporting precisa de jogadores como ele.

 

De Tabata. Voltou a marcar, desbloqueando um jogo que parecia condenado a ir para o intervalo com o empate a zero. Golo precioso, de execução perfeita, com um remate acrobático sem deixar a bola tocar no chão. Colocando o ex-internacional olímpico brasileiro no patamar dos jogadores desde já candidatos à titularidade na época 2022/2023.

 

De Gonçalo Inácio. Actuou quase todo o tempo na posição certa: como central, do lado esquerdo, onde pode dar o melhor uso ao seu pé mais dotado. E assim fez, com um fabuloso passe vertical de 65 metros para Pedro Gonçalves assistir Tabata no golo que desbloqueou a partida. Cortes impecáveis aos 7' e aos 13'. Passou a jogar no eixo quando Coates cedeu lugar a Marsà.

 

Das estreias ao cair do pano. Houve três: João Virgínia, pela primeira vez no lugar de Adán numa partida do campeonato; André Paulo, que o substituiu na baliza aos 79' só para não ficar fora do retrato de grupo; e José Marsà, que tem actuado na equipa B e rendeu Coates como central, também aos 79', numa prova de confiança que o treinador lhe manifesta. Veremos, no caso do jovem defesa catalão, se é para ter continuidade na época que vai seguir-se.

 

Das palmas a Morita. O japonês do Santa Clara pode jogar de verde-e-branco na próxima época. Ao ser substituído, aos 73', recebeu calorosos aplausos dos adeptos leoninos. Será bom indício?

 

Da nossa segunda parte. Com três golos e alguns momentos espectaculares. Energia positiva à solta no relvado, boa vibração nas bancadas. Futebol-festa: fechou-se com chave de ouro.

 

De mais uma vitória. Foram, no total, 27 em 34 desafios na Liga que agora terminou. Igualando a nossa melhor soma de triunfos de sempre num campeonato nacional de futebol, registada em 2015/2016. E conseguindo mais um do que na época passada. No conjunto das competições, vencemos 39 dos 53 jogos.

 

De outro jogo sem sofrer golos. Registo que merece destaque: as nossas redes permaneceram intocadas em 18 destes 34 desafios. Notável. E fomos a equipa menos batida em casa, com apenas oito golos encaixados. Nenhuma outra conseguiu melhor.

 

Do quarto jogo seguido a marcar pelo menos três golos. Depois do 0-3 no Boavista-Sporting, do 4-1 no Sporting-Gil Vicente e do 2-3 no Portimonense-Sporting. Catorze nas últimas quatro partidas da Liga 2021/2022. Foi pena esta veia goleadora ter estado ausente noutros períodos: fez-nos falta.

 

De chegarmos ao fim com 85 pontos. Igualamos a nossa segunda melhor pontuação de sempre num campeonato - precisamente aquela que nos permitiu ser campeões há um ano. Melhor, só na Liga 2015/2016, quando chegámos aos 86, mas também na segunda posição. De qualquer modo, jamais havíamos conseguido somar 170 em duas épocas consecutivas - sinal inequívoco de que o trabalho que se vai fazendo em Alvalade é consistente e não fruto do acaso.

 

 

Não gostei

 

De termos esperado mais de 40 minutos pelo primeiro golo. Mas valeu a pena. E abriu caminho para os três que se seguiram, todos no segundo tempo.

 

De Pedro Gonçalves. Assistiu no terceiro golo, é certo, e teve intervenção no primeiro. Mas desperdiçou três ocasiões de marcar: aos 45'+1, aos 72' e aos 76'. Na segunda, em que lhe bastaria encostar, concluiu com um remate disparatado para a bancada. Termina a época pior do que começou: com má relação com a baliza, ao contrário do que havia sucedido em 2020/2021, quando se sagrou melhor rematador do campeonato.

 

De Daniel Bragança. Fez toda a partida no posto habitualmente reservado a Matheus Nunes, mas nunca foi o acelerador do jogo ou o municiador do ataque que a equipa exigia. Falta-lhe compleição física e poder de choque para actuar naquela zona do terreno, ao lado de Palhinha. Renderá melhor se avançar uns metros no relvado, mas aí a concorrência aumenta. Conclusão óbvia: se Matheus continuar no plantel, não irá tirar-lhe o lugar.

 

Dos falhanços. Houve alguns, felizmente sem consequências de pior. O mais arrepiante foi uma entrega de bola de Coates a Ricardinho, aos 30', que deixou um colega do Santa Clara isolado perante João Virgínia. Felizmente para nós, o jogador vestido de encarnado rematou mal, fazendo a bola rasar o poste. 

 

Que Feddal não pudesse despedir-se a jogar. Um problema físico impediu o central marroquino de dizer adeus ao público nesta partida final da temporada. Cessa contrato no Sporting, irá ter novo destino clubístico. Não nos esqueceremos dele: foi um dos obreiros do título de campeão após 19 anos de jejum. Cumpriu 34 jogos na época passada (com dois golos) e 26 nesta. Tudo de bom para ele nas etapas pessoais e profissionais que irão seguir-se.

 

De ver a casa a "meio gás". Apenas 28.942 espectadores em Alvalade numa noite amena de sábado: sabe a pouco. É verdade que o título já estava entregue ao FC Porto desde a jornada anterior, mas esta equipa vice-campeã nacional que conquistou dois troféus na temporada (Supertaça e Taça da Liga), teve o mais destacado desempenho leonino de sempre na Liga dos Campeões e uma exibição colectiva ao nível do campeonato 2020/2021, até com melhor saldo entre golos marcados e sofridos, merecia mais adeptos a aplaudi-la neste desafio final.

O dia seguinte

Antes do mais é preciso realçar a grande noite de Sportinguismo que se viveu ontem em Alvalade. Um estádio em festa repleto de famílias, mulheres e criançada, aplausos demorados a Sarabia ao minuto 17, cânticos dedicados ao mesmo Sarabia, a Palhinha e a Amorim, uma goleada àquela equipa que nos conseguiu derrotar na 1.ª volta. E ainda oportunidade para dar palco aos guarda-redes suplentes Virgínia e André Paulo, e ainda a Marsà e Rodrigo Ribeiro. No início os jogadores a entrar com os filhos, no final a volta de honra de jogadores e técnicos, bolas para a bancada, não poderia ter sido melhor.

No que respeita a futebol, existiu algum equilíbrio e incerteza no marcador até ao 1-0, que aconteceu quase a cair o intervalo. Depois disso só deu Sporting, e acabou em 4-0. Podia ter terminado em números mais expressivos, mesmo com as substuições "para a fotografia" que Amorim fez.

Nesse período de algum equilíbrio veio ao de cima a falta de peças-chave desta temporada: Adán, Matheus Reis, Matheus Nunes e Paulinho. Com Bragança o Sporting não tinha meio-campo, Palhinha era completamente abafado pelo meio-campo contrário, e com os três baixinhos no ataque frente a uma defesa bem posicionada não havia ninguém que fizesse o que um ponta de lança faz. Rematar à baliza e marcar golos, com o pé ou com a cabeça. Sucediam-se os erros na construção que davam origem a contra-ataques muito perigosos, com duas ocasiões claras de golo desperdiçadas pelo Santa Clara. No melhor do Sporting estavam Porro e Nuno Santos nas alas, claramente os melhores em campo.

 

Depois do primeiro golo, tudo foi diferente. A pressão dos jogadores do Santa Clara sobre os defesas do Sporting foi-se esvaindo, começou a haver espaço e tempo para o Sporting manobrar com confiança e as oportunidades foram-se sucedendo. 

No final foram quatro bonitos golos. Marcaram Tabata, Porro, Sarabia e Edwards, um veio do Portimonense com passe partihado, outro do Man.City por empréstimo com opção de compra, outro do PSG por empréstimo também e o outro do Guimarães. O que só pode dizer capacidade de negocíação com grandes emblemas estrangeiros e com clubes em Portugal que desenvolvem e lançam jogadores jovens doutras paragens.

 

Com Palhinha e Sarabia na porta de saída,  Matheus Nunes se calhar também, Tabata e Daniel Bragança com certeza a ver o que é melhor para eles, Virgínia e André Paulo parece que há interesse de continuarem como suplentes de Adán. Sobre Morita... tudo depende dele, boa leitura de jogo, bom passe, mas parece que lhe falta nas veias aquilo que Ugarte tem de sobra.

Melhor em campo? Porro. Cruzamentos perfeitos, assistência para golos desperdiçados, um golo. Que falta fez este Porro este ano...

 

#JogoAJogo

SL

Prognósticos antes do jogo

Hoje termina o campeonato. Esfumou-se o nosso sonho de revalidarmos o título, que nos tornaria bicampeões de Portugal em futebol - algo ocorrido pela última vez em 1952.

Mas queremos terminar a prova em grande. Com uma vitória concludente e categórica sobre o Santa Clara, por sinal a primeira equipa que nos impôs uma derrota nesta Liga 2021/2022. Vencendo por 3-2.

«Concedemos a iniciativa ao adversário, fomos surpreendidos pelo sistema táctico da equipa oponente e vários dos nossos jogadores pecaram por sobranceria ou displicência. Ao ponto de nem terem aproveitado duas ocasiões em que nos adiantámos no marcador: logo aos 10', por golo de Palhinha, e aos 50', quando Sarabia fez o 1-2.» Palavras que aqui publiquei no dia seguinte, 8 de Janeiro.

Temos este jogo para vingar mais logo, em Alvalade, a partir das 20.30.

Quais são os vossos prognósticos?

Amanhã à noite em Alvalade

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O Sporting encerra amanhã a época do futebol masculino com a recepção ao Santa Clara, o 2.º lugar está assegurado e a revalidação do título perdido devido a muita coisa, incluindo um senhor João Pinheiro que no Jamor como VAR no Sporting-Braga e no Benfica-Porto e no Dragão como árbitro no Porto-Sporting fez um trabalho profissional, com muito mérito, merece de facto o Dragão de Ouro. Nem que seja uma miniatura de 2 cms.

Rúben Amorim estragou-me um pouco esta rubrica. Anunciou já o onze e através dele percebe-se a intenção de, não comprometendo o modelo de jogo da equipa, pôr a jogar quem passou um pouco ao lado da temporada ou quem talvez pise pela última vez o relvado de Alvalade com a camisola do Sporting.

O problema é que do outro lado estará a equipa que, conjuntamente com o tal senhor João Pinheiro, se calhar futuro Dragão de Ouro e especialista de arbitragem d´O Jogo, talvez até dirigente do CA ao lado daquele ex-árbitro do Porto do tempo do Apito Dourado, irmão do árbitro Rui Costa, já me perdi... pois, o Santa Clara, que naquele jogo apitado por... Rui Costa? O mesmo? Não acredito...  que conseguiu expulsar o Daniel Bragança por vermelho directo, o que deve ter acontecido pela primeira vez na carreira do hiper-correcto rapaz, agora já me perdi completamente...

Bom, o Santa Clara que nos impôs a primeira derrota no campeonato desta época, no início de Janeiro, e que depois conseguimos derrotar com esforço na "Final Four" da Taça da Liga. Uma equipa que vale muito pelo seu contra-ataque rápido e objectivo, e pelas bolas paradas a cargo de Lincoln.

 

O onze anunciado por Rúben Amorim é o seguinte:

Virgínia; Neto, Coates e Gonçalo Inácio; Porro, Palhinha, Daniel Bragança e Nuno Santos; Sarabia, Tabata e Pedro Gonçalves

 

Virgínia vai ter a sua oportunidade de mostrar que poderá ser o sucessor de Adán na baliza do Sporting, coisa que até agora não conseguiu, nem sequer fazendo esquecer Luis Maximiano.

Daniel Bragança e Tabata vão também ter mais uma oportunidade de entrarem no onze inicial, foram muito poucas ao longo da temporada, e demonstrar que mereciam outras oportunidades.

Palhinha e Sarabia se calhar é mesmo para as despedidas, e com certeza quererão sair em grande.

Fico então a aguardar os vossos comentários relativamente ao jogo, e a sugestão de voltarem a amanhã a Alvalade para um último aplauso nesta época ao grande treinador Rúben Amorim, ao grande capitão Sebastián Coates e aos jogadores, alguns deles se calhar pela última vez com a camisola do Sporting.

 

#JogoAJogo

SL

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