Wilson Brasil, um grande do jornalismo desportivo que exerceu a sua profissão no extinto Gazeta dos Desportos e criador de um dos mais prestigiados prémios do futebol, o Troféu Gandula, em homenagem aos apanha-bolas (gandula no Brasil), que premiava os melhores do desporto (por curiosidade a Juventude Leonina foi agraciada num dos anos), viveu muito intensamente o Sacavenense. Esta frase que titula o post ficou célebre na sua boca, nas crónicas que fazia na rádio. Era sentida a ligação que tinha com o Sacavenense e os sacavenenses. Tal como eu tenho uma enorme ligação afectiva ao Sacavenense, não porque seja de Sacavém, mas porque desde jovem tive relações de grande amizade com muitos dos dirigentes daquela colectividade, desde o meu grande José Simões, o Zezetas, director de campo imensos anos e de quem fui "filho" imensas vezes à entrada dos estádios da AF de Lisboa, porque a sua condição de dirigente lhe permitia a entrada grátis, até ao Elias Pereira, presidente e alma do Sacavenense tantos anos; Ao Ernesto Dinis, também presidente numa altura muito difícil por que passou o clube, ao meu afilhado Hélio Lampreia, que tratou dos jovens da formação alguns anos com toda a dedicação e brio. E muitos mais, não com ligações tão estreitas.
Quis o destino que calhasse em sorte ao Sporting o Sacavenense, ontem. Estavam os de Sacavém imensamente felizes por defrontar um grande e eu, porque sei que o Sacavenense almeja a chegar mais alto e merece chegar mais longe. Mas ontem o sacavenense que estava mais satisfeito era o tesoureiro do clube! O Sporting, muito bem, decidiu prescindir da receita da transmissão e os cofres da colectividade ficaram 50 mil Euros mais ricos. Uma verba que dará para continuar o milagre da multiplicaçao dos pães que esta e outras agremiações vão fazendo e mais agora sem os parcos, mas mesmo assim importantes, dinheiros da venda de bilhetes.
O resultado foi expressivo mas parece-me o menos importante para os sacavenenses. Portaram-se como leões e não desmereceram da tradição longa de equipa de garra e luta.
Por mim, como sacavenense por afinidade, fico feliz que este resultado lembre ao sportinguista de coração um outro de igual valor, "espetado" à lampionagem, que fará esquecer o score, lembrando apenas o que foi importante: A festa do futebol!
Gostei muito da exibição do Sporting, com o belo equipamento Stromp, nesta terceira eliminatória da Taça de Portugal - a nossa estreia na edição deste ano. Goleada por 7-1 frente ao modesto Sacavenense, do terceiro escalão do futebol nacional, que nos vingou da humilhante derrota sofrida há um ano perante o Alverca, também do Campeonato de Portugal. Aos 3' já vencíamos, ao intervalo já ganhávamos por 3-0. Exibição ao nível do resultado: equipa dinâmica, ágil, bem ligada, praticando um futebol fluido e veloz, sem nunca tirar o pé do acelerador mesmo quando a goleada já se desenhava. A prova ficou à vista: fizemos três golos nos seis minutos finais. Desde Maio de 2019 que não marcávamos pelo menos sete num só jogo.
Gosteidas exibições de vários jogadores. Desde logo Pedro Marques, em estreia absoluta na equipa principal desta época: Rúben Amorim mandou-o entrar aos 72', substituindo Sporar, e o jovem de 22 anos que tem alinhado na equipa B mostrou a diferença como ponta-de-lança: marcou o quinto (de cabeça) e o sexto, aos 87 e aos 90'. Nota muito elevada também para outro estreante, este como titular a defesa central do lado esquerdo: Gonçalo Inácio, que foi lá à frente marcar o sétimo, no último lance da partida. Também Tabata agarrou bem a oportunidade, jogando no flanco direito a partir do minuto 59: foram dele as assistências para o sexto e o sétimo golos. Outras exibições muito positivas: Coates, que fuzilou de cabeça as redes adversárias por duas vezes, aos 24' e aos 48'; Jovane, jogando como interior na ala direita, com assistência para o golo inaugural e marcando ele próprio o terceiro, de penálti, aos 32'; e Daniel Bragança, em campo durante toda a segunda parte: é exímio tecnicista, trata a bola da melhor maneira, como se viu em soberbos passes para Nuno Santos (69') e Tabata (71'). Mas o melhor em campo foi Nuno Santos, autêntico dínamo da equipa: foi ele a abrir o marcador, com um tiro disparado aos 3', fez a assistência para o quarto, quase marcou aos 14' e aos 69'. Imprimiu sempre grande velocidade ao jogo leonino. Já vai em quatro golos e seis assistências. Alguém ainda duvida de que foi reforço?
Gostei pouco dos desempenhos de Sporar (que mesmo a defrontar uma equipa amadora foi incapaz de marcar), de Antunes (que teve a seu cargo o corredor esquerdo durante a primeira parte sem intervenções dignas de registo) e de Borja (em estreia esta época, na ala direita durante o primeiro tempo e devolvido ao corredor esquerdo no segundo tempo), incapaz de um rasgo individual que ultrapasse o patamar da mediania. Num jogo em que pelo menos seis titulares habituais estiveram ausentes, em evidente gestão de esforço já a pensar nos próximos desafios: Adán, Feddal, Porro, Nuno Mendes, Pedro Gonçalves e Tiago Tomás.
Não gosteidas duas bolas à barra, disparadas por Nuno Santos (aos 14') e Gonçalo Inácio (aos 67'). Por centímetros, teríamos contabilizado nove golos em vez de sete. Também não gostei do golo sofrido, aos 53', com culpas repartidas por Matheus Nunes e Max, embora tivesse sido um justo prémio para o Sacavenense e para o principal artilheiro da equipa, chamado Iaquinta.
Não gostei nada da ausência total de público no Estádio Nacional, onde decorreu a partida, por falta de condições do recinto do Sacavenense: estas draconianas normas sanitárias que interditam em absoluto a presença de espectadores no futebol contrastam com regras muito mais flexíveis para diversos outros espectáculos. Também não gostei do horário do jogo, iniciado às 21.15 de ontem. Mas compreendo que se tenha adequado aos interesses do exibidor televisivo, o que acabou por render 50 mil euros ao Sacavenense - cortesia do Sporting, que abdicou da metade da receita que lhe correspondia.
O Sporting esmagou o Sacavenense no Jamor, de muito longe o melhor resultado dos confrontos entre equipas do Campeonato de Portugal e equipas da 1.ª Liga. Foi um jogo de sentido único, sempre em alta rotação, sempre a querer mais.
É impressionante a aposta que este Sporting de Rúben Amorim está a fazer nos jovens, e a resposta que esses jovens estão a dar. Ontem Gonçalo Inácio (que classe no passe) e Daniel Bragança (o novo Fraguito?) estiveram simplesmente soberbos, e ainda tivemos direito a um recuperado e emagrecido (?) Pedro Marques, a demonstrar bem a diferença entre um ponta de lança e um avançado. E todos os outros jovens estiveram muito bem: Max, Matheus Nunes e Jovane.
E onde é que o Pedro Marques recuperou a forma e lidera a lista dos marcadores? Pois é, na tal equipa B e no tal Campeonato de Portugal, a defrontar equipas como este Sacavenense. Para onde irá regressar, para voltar a ser chamado quando for preciso.
Voltamos agora à 1.ª Liga, e à sequência de quatro jogos acessíveis: Moreirense(C), Famalicão(F), Farense(C) e B-SAD(F) que nos podem fazer chegar a 2021na liderança da Liga e com alguma folga para o que virá a seguir.
Que as lesões e infecções passem longe, os artistas do apito não inclinem demasiado os campos a nosso desfavor e a estrelinha da sorte nos acompanhe, porque no resto estamos bem, muito obrigado.
Depois do interregno das competições caseiras devido aos compromissos das selecções, e com mais alguns infectados exactamente devido a esses compromissos, como o Plata e o Catamo, o que mais uma vez vem demonstrar o impacto que a pandemia terá nesta época, o Sporting enfrenta no Jamor o Sacavenense para a Taça de Portugal.
A Taça de Portugal é aquela competição que, como a imagem documenta, o Sporting ganhou pela última vez em 2019 com Marcel Keizer como treinador, que sucedeu a Marco Silva (2015), Paulo Bento (2007 e 2008), Boloni (2002) e muitos outros antes deles. Falta aqui o nome de Jorge Jesus e a taça de 2018: ele realmente foi o menos culpado do desfecho daquele maldito jogo no Jamor, todos sabemos as condições em que o Sporting entrou em campo e o comportamento nojento de alguns elementos das claques nas escadarias do Jamor.
O Sacavenense é uma equipa do Campeonato de Portugal, exactamente aquela competição onde o Sporting B está inserido, e lidera a série onde está o Fabril do Barreiro, aquele que complicou a vida ao Porto. Noutra série estão o Paredes e o Trofense, que fizeram o mesmo ao Benfica e Braga, respectivamente.
O Sporting não vai ter vida fácil: no ano passado fomos eliminados pelo Alverca, outra equipa desse escalão. Existe qualidade no Campeonato de Portugal, o que vem reforçar a oportunidade da decisão de relançar a equipa B nesse campeonato, equipa essa estupidamente menosprezada e condenada à extinção pelo destituído ex-presidente.
Entre os lesionados, os confinados e os poupados pelo desgaste das selecções, desta vez então é que não faço mesmo ideia quem é que Rúben Amorim vai convocar, mas imagino que sejam mais ou menos os seguintes:
Guarda-redes: Adán e Max.
Defesas Centrais: Quaresma, Neto, Feddal e Inácio.
Alas: Borja e Antunes.
Médios Centro: João Mário, Palhinha, Bragança e Matheus Nunes.
Interiores: Tiago Tomás, Jovane, Nuno Santos, Tabata e Joelson.
Ponta de lança: Sporar.
Neste contexto, fazendo sentido dar minutos a Max e tendo de mexer muito na defesa, mexia pouco no resto, pelo que o meu onze seria o seguinte:
Max; Quaresma, Neto e Feddal; Antunes, Palhinha, João Mário e Borja; Jovane, Sporar e Nuno Santos.
Concluindo,
Amanhã o Sporting entra em campo no Jamor para tentar prosseguir na corrida para... o Jamor.
Considerando o sistema táctico de Rúben Amorim, qual seria o vosso onze?
PS: Vejo agora na TVI24 o presidente do Sacavenense a explicar a mudança para o Jamor e a agradecer a gentileza do Sporting em lhes ceder a sua parte da receita da TV. Muito bem. E que ganhe o melhor.
SL
{ Blogue fundado em 2012. }
Subscrever por e-mail
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.