E nos golos cinco para o Sevilha, dois para a Roma.
O que diz Mourinho?
"A culpa foi do árbitro, parecia espanhol".
Era este treinador (não vence no campeonato italiano há sete jogos) que uns queriam ver como treinador do Sporting e outros exigiam como seleccionador nacional.
Mal por mal, antes o treinador espanhol que vamos tendo por cá, não faz convocatórias justas mas pelo menos não se desculpa com as arbitragens.
A culpa de não vencer há sete jornadas em Itália e de ter perdido mais uma final europeia é de quem?
A imagem foi por mim recolhida no jogo contra a equipa AS Roma. É aquilo a que, em bom algarvio do barlavento, se chamaria um pé virado para a Fóia* e outro para a Picota**. Endereço sinceros votos de que o, agora, camisola 20 tenha tido oportunidade de não só afinar a pontaria, como de ajustar a direcção dos pezinhos.
Cá atrás parece não haver razão para sustos. É só apertar uns parafusos na pré-época, ver se a ostra St. Juste sempre tem pérola, puxar por Marsá e é de crer que vai ficar tudo bem.
Lá à frente chegou a ser excitante. Os rapazes são uns diabos, rente ao chão a torcerem os defesas pelos joelhos. Foi bom ver que Edwards e Trincão podem jogar juntos desmentido a ideia de que pisam os mesmos terrenos. Ainda mais com Rochinha, Nuno Santos e Paulinho, todos tão diferentes uns dos outros, haverá soluções para todos problemas, além de que os treinadores adversários andarão com o credo na boca sem saberem quem vai alinhar até ao derradeiro momento.
No meio é que está o busílis, sobretudo depois da tragédia de Daniel Bragança. Bem sei que é heresia olhar de lado para a vaca sagrada, mas já não há pachorra para a pose blasé de Matheus Nunes, para a repetição ad nausea do mesma forma de jogar, ou vai de automotora com a bola ou congela o jogo, para os passes disparatados, para ficar suspenso a ver se dali sairá magia, ou não, em vez de ver consistência e domínio em acção. Ontem até deu para pisar na bola e, aos 80', pôr toda equipa a ralhar com ele depois de chuto sem qualquer nexo. Só com a figura que fez ontem deve ter desvalorizado um bom par de milhões. É para o meio campo que faço figas para que venha um craque de alto nível emprestado, como tem justamente acontecido nos últimos 2 anos. Doutro modo, a coisa parece-me mal parada.
Boa exibição da equipa leonina ontem no Estádio do Algarve. Contra a Roma, recém-vencedora da Liga Conferência, que deu forte réplica ao onze comandado por Rúben Amorim. Foi um desafio de preparação da temporada já com ar de ensaio geral, como se tudo fosse muito a sério. Até com picardias bem escusadas entre os futebolistas - em perfeito contraste com a boa disposição exibida pelos dois técnicos: Amorim reencontrou no Algarve o seu amigo José Mourinho, treinador da squadra romana.
A tarde estava propícia a um bom espectáculo de futebol, o público ocupou grande parte das duas principais bancadas e foram-se escutando calorosas palavras de incentivo aos nossos jogadores. Só os assobios a Rui Patrício, que jogou toda a primeira parte como guardião da Roma, eram escusados. Por visarem alguém que esteve 19 anos no Sporting, onde cumpriu todos os escalões da formação, e foi o nosso guarda-redes principal entre 2006 e 2018. Uma vez mais se comprova que alguns adeptos mantêm o péssimo hábito de assobiarem a tudo quanto mexe. Triste atestado de "desportivismo" às avessas.
Do nosso lado, destaque para a estreia do jovem uruguaio Franco Israel, recém-contratado à Juventus: foi o dono da baliza durante os 45 minutos iniciais. Dos restantes reforços, apenas actuaram Rochinha (outra estreia) e Francisco Trincão, com o segundo a render o primeiro ao intervalo. Amorim só fez saltar três suplentes do banco.
Os dois primeiros golos do Sporting surgiram de bola parada: aos 27', num penálti duvidoso sobre Edwards, convertido por Pedro Gonçalves; e aos 54', por Gonçalo Inácio, em cabeceamento que deu a melhor sequência a um canto batido também pelo n.º 28 leonino, o melhor em campo.
Mas o momento mais empolgante foi protagonizado por Tabata ao marcar o terceiro, no minuto 86. Golo à ponta-de-lança, em posição frontal, com soberba execução técnica.
Pela negativa, destaque para os nossos lapsos na retaguarda que deram origem aos golos italianos. O primeiro resultou de um duplo brinde de Gonçalo Inácio (canto escusado seguido de autogolo) aos 31'; o segundo, aos 69', teve origem numa disparatada saída de posição de Coates, que fez todo o nosso bloco defensivo desmoronar-se por arrastamento.
Do mal, o menos. Os jogadores não quebraram após esses maus momentos. Pelo contrário, nos últimos 20 minutos a iniciativa de jogo foi quase toda nossa.
Primeiro tempo com nota suficiente, segunda parte a merecer bom. Trincão teve a primeira oportunidade de dar nas vistas, arrancando aplausos com a melhor iniciativa individual do encontro, aos 64': lance junto à linha final, deixando dois adversários nas covas e centrando para Pedro Gonçalves encostar. Esteve quase a acontecer: teria sido um grande golo.
Sem ser uma vitória muito expressiva em números, foi merecida e sólida. Mostrando que a máquina já começa a estar afinada. O mais importante é isto.
Breve análise dos jogadores:
Israel - Reforço para a baliza leonina, não teve muito trabalho. Traído no autogolo, que não lhe deu hipóteses. Saiu ao intervalo.
Neto - Central à direita. Concentrado e certinho, como é seu timbre. Só falhou - como todos os colegas da defesa - no segundo que sofremos.
Coates - Abandonou a posição aos 69', originando falhas em cadeia castigadas com o segundo golo da Roma. De resto mostrou-se seguro.
Gonçalo Inácio - Esteve no pior e no melhor. Primeiro ao cabecear para o sítio errado, provocando autogolo. Depois, para o sítio certo, marcando o nosso segundo.
Porro - Está em excelente forma, exuberante sobretudo na dinâmica ofensiva. Importante na cobrança de cantos e livres. Titular absoluto da posição.
Ugarte - É ele quem inicia o nosso terceiro golo, recuperando uma bola que logo endossa a Tabata. Não se furta ao choque físico.
Matheus Nunes - Alterna algum egoísmo na posse de bola com pormenores deliciosos, como o túnel que fez a Mancini aos 59'.
Matheus Reis - Ainda sem a influência a que nos habituou na manobra colectiva. Esteve um bocado preso de movimentos.
Pedro Gonçalves - Voltou a fazer o gosto ao pé, confirmando veia goleadora. Marcou o primeiro de penálti e deu o segundo a marcar na cobrança de um canto.
Rochinha - Só actuou na primeira parte. Bom apontamento técnico aos 39', mas insuficiente para merecer nota positiva.
Edwards - Parece por vezes algo desligado do jogo. Começou na posição 9, mas funciona melhor da ala para o meio. Sacou o penálti aos 27'.
Adán - Dono da nossa baliza durante a segunda parte. Grande defesa aos 90'+1. Vai manter-se como titular absoluto.
Trincão - Rendeu Rochinha ao intervalo. Arrancou merecidos aplausos num lance individual aos 64' em demonstração de pura classe.
Tabata - Entrou só aos 72', mas teve tempo para exibir algo que faltou a Edwards: pontaria. Foi ele a desfazer o empate, selando a vitória leonina com um grande golo.
Foi tudo menos um amigável o jogo de hoje no Estádio do Algarve do Sporting de Amorim contra a Roma de Mourinho.
Dum lado uma equipa séria, a jogar futebol e a testar quase o seu melhor onze para os jogos importantes que se avizinham, do outro um bando de jogadores a fazer pela vida e a bater forte e feio, com algumas noções do jogo colectivo mas condicionados pela rotação decidida do banco.
Tudo isso com uma arbitragem com altos e baixos, que não se conseguiu impor aos excessos dos romanos mas que tambem não estragou o espectáculo. No final, se calhar o Sporting ainda recebeu mais cartões do que o Roma para calar a boca a Mourinho com o penálti bem assinalado. Nem faço ideia como é que metade da nossa equipa, a começar por Matheus Nunes, tem as pernas, espero que nada fracturado nem rasgado. Agora banhos e massagens para estarem bons para domingo.
Passando ao.jogo propriamente dito. Amorim testou mais uma vez a táctica "dos 3 baixinhos", que jogam muito, rematam pouco e marcam menos ainda. Foi preciso um penálti para marcar e chegar ao intervalo com um empate e mesmo assim dando um banho de bola à Roma.
Depois entrou Trincão e ainda mais se notou a falta duma referência ofensiva, porque ele é muito mais do que um jogador de pequenos espaços como Edwards ou o Rochinha.
Entrou Tabata e finalmente tivemos alguém que recebe, roda e remata, um ponta de lança. Que nos deu a vitória.
Gostei muito, como todo o estádio gostou, da exibição do Sporting. Todos os reforços estiveram muito bem, a equipa fez um belíssimo teste para o que aí vem no arranque do campeonato, o Pote voltou a ser de ouro mas o melhor de todos foi... aquele uruguaio meia-leca... como se chama.. Manuel? Ugarte?
Alguns perguntarão (como o fizeram nalgumas tascas da net) como é possível o Sporting ter conseguido contratar um jogador assim. Dizem que é da Gestifute e de Jorge Mendes. Só pode ser mesmo gestão danosa de negociadores incompetentes. Pelo menos para alguns que ainda fazem contas sobre quanto custou Paulinho. Saberão eles quanto custou o Abraham ao Roma? 40M€. Marcou algum golo? Não, deu a marcar. Também não presta???
PS: Uma vergonha os insultos ao Rui Patrício patrocinados por quem, ou pelos amigos de quem, toldados de raciocínio e ao abrigo do desvario dum presidente que acabou destituído e expulso, o andou a bombardear com tochas em Alvalade e assaltou Alcochete para lhe bater a ele e a outros como ele.
Quem sabe, nunca esquece. José Mourinho, que muitos davam já como «acabado» e varrido para um rodapé do futebol, acaba de fazer história, uma vez mais. Levando a sua Roma a vencer a edição inaugural da Liga Conferência numa final disputada na Albânia contra o Feyernood. Com exibição superlativa de Rui Patrício: o guarda-redes formado em Alcochete salvou a equipa romana de dois golos certos, segurando o 1-0.
Foi a quinta final europeia disputada pelo técnico setubalense. E o seu quinto triunfo: na hora decisiva, continua sem falhar. Como tinha acontecido na Liga dos Campeões (FC Porto, 2004; Inter, 2010), Taça UEFA (FC Porto, 2003) e Liga Europa (Manchester United, 2017). É o primeiro treinador a vencer todas as provas desportivas organizadas pela UEFA.
Está visto: merece bem mais do que um rodapé. Cada vez que inscreve outro título no seu currículo (soma já 26, em Portugal, Inglaterra, Itália e Espanha) lembro-me sempre que podia ter sido treinador do Sporting. Chegou a sê-lo, aliás, em tarde repleta de gritos e ameaças, num daqueles desvarios colectivos que volta e meia atingem Alvalade como um relâmpago. Contratado e descontratado no mesmo dia.
RUI PATRÍCIO (6). Tranquilo. Não fez uma só defesa neste jogo. Mas soube sempre transmitir segurança à equipa. Saiu aos 77'.
JOÃO PEREIRA (6). Determinado. Fez frequentes incursões pela sua ala, apoiando o ataque, sobretudo na primeira parte. Percebe-se que é um dos jogadores mais à imagem e semelhança de Jorge Jesus. Saiu aos 78'.
PAULO OLIVEIRA (7). Pendular. Foi o único jogador do Sporting que alinhou hoje durante toda a partida: isto diz muito sobre a confiança que o treinador tem nele. Fez um bom corte mesmo no fim da primeira parte.
NALDO (7). Sereno. Cumpriu a missão que lhe foi confiada no eixo da defesa. Autor de vários cortes com classe e de passes bem colocados. Parece ter agarrado a titularidade. Saiu aos 59'.
JEFFERSON (8). Veloz. Revela óptima condição física e é um dos melhores jogadores a bater bolas paradas no futebol português. Partiu dele o primeiro sinal de perigo, logo aos 3', na marcação de um livre. Autor do canto que aos 63' originou o golo de Slimani. Três minutos depois, ao marcar outro livre, quase ofereceu um golo a Montero. Saiu aos 77'.
ADRIEN (6). Combativo. Ocupou o lugar que costuma ser de William Carvalho, no vértice mais recuado do meio-campo, sempre com grande sentido posicional. Bom distribuidor de jogo. Enorme pulmão. Saiu aos 78'.
JOÃO MÁRIO (7). Batalhador. Contribuiu em grande parte para o equilíbrio da equipa no meio-campo. Desempenhou bem a missão de conduzir a bola das linhas mais recuadas até à frente. Grande remate aos 50'. Saiu aos 59'.
CARRILLO (6). Desequilibrador. Começou a jogar na ala direita, flectindo com frequência para o eixo central do ataque com a sua excelente técnica individual. Nem sempre foi bem sucedido nesta manobra, mas esforçou-se sempre. Saiu aos 78'.
BRYAN RUIZ (6). Estreante. Recém-chegado ao Sporting, o internacional da Costa Rica ocupou o flanco esquerdo do ataque, de onde partiam os seus passes diagonais. Movimentou-se bem embora naturalmente ainda sem rotinas articuladas com os seus companheiros. Saiu ao intervalo.
TEO GUTIÉRREZ (5). Errante. O elo mais fraco do ataque leonino. Jogou no eixo do ataque, atrás de Slimani, sem arriscar incursões às linhas. Ainda demasiado preso de movimentos. Saiu aos 59'.
SLIMANI (8). Ousado. Desfez o nulo aos 63' ao marcar um golo de cabeça na sequência de uma grande elevação, correspondendo a um canto de Jefferson. É o jogador que dá mais profundidade do ataque do Sporting em missões de contínuo desgaste da defesa adversária. Saiu aos 70'.
CARLOS MANÉ (8). Matador. Só jogou na segunda parte: tempo suficiente para marcar um grande golo (aos 69'), culminando uma notável jogada de futebol colectivo, e fazer quase uma assistência de golo para Slimani, aos 55', num excelente passe em profundidade no eixo central que constituiu a melhor jogada do encontro. Merece ser titular.
RUBEN SEMEDO (5). Discreto. Substituiu João Mário aos 59', posicionando-se como médio mais recuado. Bom corte aos 77'. Mas perdeu a bola em zona perigosa aos 86', irritando o treinador.
MONTERO (7). Sólido. Substituiu Teo aos 59'. Com vantagem para a equipa. Excelente movimentação aos 66' quase resultou num golo. Grande passe para André Martins aos 90'. Nunca perdeu o foco da baliza.
TOBIAS FIGUEIREDO (6). Discreto. Entrou aos 59' para o lugar de Naldo. Aguentou a pressão atacante italiana, sem comprometer.
ANDRÉ MARTINS (6). Acutilante. Rendeu Slimani aos 70'. Soberbo cabeceamento aos 90', após cruzamento de Montero. Quase resultou em golo.
GELSON MARTINS (5). Tecnicista. Substituiu Carrillo aos 70'. Bom pormenor aos 82' em que demonstrou a sua boa técnica individual.
MARCELO BOECK (5). Resistente. Passou a defender a nossa baliza aos 77'. Tal como Rui Patrício, também não fez uma defesa. A longa permanência no banco não o desmoraliza.
JONATHAN SILVA (5). Zeloso. Rendeu Jefferson aos 78'. Carregado em falta numa entrada violenta aos 90'+2. Cumpriu.
ESGAIO (5). Competente. Substituiu João Pereira aos 78'. Também cumpriu.
WALLYSON (4). Esforçado. Pouco mais de dez minutos em campo. Não deslumbrou nem comprometeu.
Dois golos em seis minutos: foi assim que Jorge Jesus se estreou a ganhar como treinador em Alvalade. Slimani (aos 63') e Carlos Mané (aos 69') selaram o triunfo leonino sobre a equipa da Roma, vice-campeã de Itália.
Foi um excelente ensaio geral para a disputa da Supertaça no próximo dia 9. Encerrámos da melhor maneira a nossa pré-temporada, onde não registámos qualquer derrota.
Perante 38 mil espectadores, num relvado em óptimas condições, o Sporting comandou sempre a partida. De tal maneira que os nossos guarda-redes (primeiro Rui Patrício, depois Marcelo Boeck) não fizeram uma só defesa.
No onze inicial, alinhámos com quatro reforços (João Pereira, Naldo, Bryan Ruiz e Teo Gutiérrez). Mas a vitória construiu-se com a prata da casa, oriunda das temporadas anteriores. A diferença está no comando técnico de Jesus, capaz de potenciar ainda mais as qualidades dos jogadores. Daí este segundo galardão da pré-temporada: depois da Taça Cidade do Cabo, conquistámos hoje com brio o troféu Cinco Violinos.
A nova época promete. Albano, Jesus Correia, Peyroteo, Travassos e Vasques haveriam de gostar.