Sobre o veredicto do Tribunal Arbitral do Desporto que deliberou a favor da Doyen no conflito que opunha este fundo ao Sporting, a principal lição a extrair é esta: nunca mais a SAD leonina deve adquirir nenhum jogador nos termos em que a direcção de Godinho Lopes contratou Rojo e Labyad, ficando apenas com 25% do passe do primeiro (pagando por isso 1 milhão de euros) e com 35% do passe do segundo (que nos custou 1,5 milhões). À mercê dos humores e da prepotência da parte financeiramente mais forte, que só pretende ver disparar os lucros, ainda que à custa dos interesses dos clubes e dos "craques" - com e sem aspas.
Marcos Rojo parece ter os dias contados no Manchester United. Louis Van Gaal nem quer ouvir falar mais do argentino que o clube inglês contratou ao Sporting e esteve na origem do conflito entre o nosso clube e a Doyen, tão apreciada noutras paragens. O técnico cobiça agora Bruno Martins Indi, internacional holandês nascido no Barreiro que tem jogado no FC Porto, e é provável que a transferência venha a concretizar-se no mercado de Inverno.
Alguns, por cá, parecem não reparar em nada disto. Só lhes interessava mencionar Rojo quando podia servir de arma de arremesso contra o presidente do Sporting...
Para alguns sportinguistas, melhor treinador é sempre quem não está e melhor jogador é sempre quem já foi. Tenho pensado nisto a propósto de alguns nostálgicos de Dier e Rojo andarem por estes dias a suspirar por eles, reivindicando-os para o eixo da nossa defesa. Esquecidos já porventura do Sporting-Benfica, no campeonato 2012/13, quando o Benfica veio humilhar-nos a Alvalade num jogo em que o argentino fez autogolo (e Boulahrouz, seu colega na defesa, foi expulso). Esquecidos já porventura do Benfica-Sporting, no campeonato 2013/14, em que Eric Dier falhou por completo a aposta que nele fez Leonardo Jardim, por ausência de William Carvalho.
Tudo isto a propósito de quê?
Do Tottenham-Liverpool de há três semanas, em que Dier provocou uma grande penalidade, logo convertida por Gerrard, no segundo golo da copiosa derrota em casa (0-3) contra os reds (Tottenham que voltou este fim de semana a perder em casa, desta vez contra o West Bromwich, o que não sucedia desde 1984).
Do Leicester-Manchester United desta jornada, em que Rojo fez uma péssima exibição, falhando marcações e oferecendo um dos cinco golos sofridos pela sua equipa, que continua a somar desaires.
Há sempre um momento, em cada filme da saga 'O Padrinho', em que o realizador Francis Ford Coppola inclui uma sequência em que os problemas da família Corleone ficam resolvidos, sempre à custa do sangue dos inimigos. Lembrei-me muito das músicas que acompanham essas sequências nesta terça-feira, à medida que Rojo partia para Inglaterra, Nani regressava a Lisboa e era comunicado o destino a dar aos 20 milhões de euros que o nosso ex-central rendeu, acrescidos do pagamento dos vencimentos do nosso extremo pródigo. Está longe de ser seguro que os Tattaglias do Fundo Doyen não venham a vencer o Sporting em tribunal, mais tarde ou mais cedo, mas este dia teve sabor de vitória.
«Empata-se no primeiro jogo? Bom, ainda assim é melhor do que perder em casa com o Swansea na jornada inaugural, que é o grande objectivo da carreira do Rojo, aparentemente.»
Ainda a digerir com dificuldade a notícia do falecimento do Robin Williams, eis que surgem notícias pouco agradáveis de Alcochete. Marcos Rojo, que aparentemente se recusou a treinar, e Slimani, que foi relegado para a equipa B. Tomara que seja estratégia concertada da imprensa para desestabilizar a nossa equipa. A última coisa de que precisávamos era desta novela à volta de dois dos mais importantes jogadores para a época que começa no sábado.
O jogo já foi bem analisado por Pedro Correia ali em baixo, daí não haver necessidade de vos chatear com mais prosa sobre o tema.
O que quero enfatizar é que o ceptro ficou bem entregue!
A Alemanha, apesar do percalço com o "ingénuo" Gana e até de um jogo menos conseguido com a super Argélia, demonstrou ser, a par da Holanda, uma equipa na verdadeira acepção da palavra. As suas vedetas, suplentes incluídos, souberam fazer da sua genialidade um colectivo.
E depois, há os pormenores: Higuaín, na cara de Neuer, fez o disparate da sua carreira e o Super-Mário, num gesto técnico irrepreensível, marcou um golaço!
Neste jogo em particular a Argentina até nem esteve mal. Deixem-me ser um pouco exagerado, e dizer que me parece que jogou com dez. Alguém deu por Messi, o coroado melhor do torneio, durante o jogo? Eu vi duas arrancadas sem consequência de maior para a defesa germânica, dois livres directos por cima da baliza, bem por cima, três tentativas de passe bem interceptados pela defesa alemã e uma dúzia de perdas de bola. Estivesse lá Di María e provavelmente outro galo cantaria...
E já agora, a talhe de foice, os "portugueses" estiveram bastante bem (Garay ainda conta e no golo alemão é batido, mas tem a "desculpa" de estar a lutar aos 116 minutos com dois homens bem mais frescos), com destaque para o nosso Rojo, que fez três assistências, duas delas meio golo. Ouvi dizer que andamos à procura dum defesa esquerdo... porquê?
Não havendo mais Portugal no Mundial, não poderia desejar melhor final. Alemanha e Argentina são duas selecções de que sempre gostei, e fico contente pela possibilidade de qualquer uma delas poder voltar a levantar mais um "caneco" de uma colecção que já mora nos respectivos museus.
No entanto, confesso que no próximo domingo irei torcer mais um pouco pela Argentina. Por um lado, pelo especial gozo que é ver os argentinos conquistarem a "Copa" em pleno solo brasileiro. Por outro lado, porque reside no 11 da selecção das pampas um jogador titular do Sporting, e entre a gabarolice de ter 7 jogadores no Mundial e a gabarolice de ter um jogador campeão do mundo, prefiro a segunda.
Marcos Rojo. El capitano.
Quando no último Benfica x Sporting, para a taça de Portugal, as equipas se preparavam para começar o prolongamento, os jogadores, treinadores e dirigentes do Sporting fizeram uma roda à volta, bem abraçados uns aos outros, para um último grito de "força". Nesse momento, o nosso presidente via-se aflito para conseguir arranjar espaço para si dentro daquela roda. Apesar das tentativas, parecia que ninguém reparava nele, tal era a atenção com que escutavam alguém que falava com voz de comando. Seria Leonardo Jardim, o mister, a dar uma última táctica? Não. Seria Rui Patricío, o capitão da equipa, a incentivar os colegas? Também não. A pessoa sobre a qual todos os olhares e ouvidos se dirigiam era, nem mais, nem menos, do que Marcos Rojo. Com uma afirmação própria dos líderes de equipa, Rojo falava e esbracejava com “ganas”, com todos à sua volta a escutarem atentamente e a assimilarem o que ia dizendo.
Essa imagem de Rojo impressionou-me. São de momentos assim que se galvanizam equipas. E se me recordar da forma entusiasta com que Rojo festeja os golos que marca pelo Sporting (quem é que não se lembra da felicidade com que Rojo festejou o primeiro golo que marcou pelo Sporting?), a par da forma dura, compenetrada e decisiva como aborda os lances, eis que estão reunidos os condimentos para que Rojo se torne num verdadeiro capitão de equipa ou, como também se diz em futebolês, num “patrão”.
Depois de os sportinguistas não terem inicialmente (2012/2013) dado muito por Rojo, para mais tarde virem a engolir as suas próprias palavras, eis que também agora muitos argentinos se redimem publicamente do modo depreciativo como falavam do seu lateral-esquerdo. A vida tem destas ironias, e é sempre interessante quando um jogador tem uma transfiguração destas, quer no seu próprio futebol, quer junto dos adeptos.
Marcos Rojo ainda não é um central do naipe de um Hummels ou de um Thiago Silva. No entanto, se há algo que o torna num indiscutível para Sabella, como o era antes para Leonardo Jardim, é o prazer com que veste a camisola e se bate por ela até ao último suor. É essa marca de guerreiro que faz hoje de Rojo um jogador importante para o colectivo, e com que tantos adeptos se identifiquem com ele.
Está a ser um ano em cheio para Marcos Rojo, e a sua carreira promete. Infelizmente, as notícias que saiem diariamente nos jornais apontam para que Rojo vá prosseguir a sua carreira por outras paragens. Mas, se por alguma eventualidade, Marcos Rojo acabar por permanecer em Alvalade, fica a sugestão: subida ao grupo de capitães. O patrão da defesa a mostrar como é que se faz.
Leio que andamos à procura de um lateral esquerdo. Fico perplexo. Então não temos já um excelente lateral esquerdo de raiz? Chama-se Marcos Rojo e joga como titular da selecção argentina.
Os limites óbvios da excelência individual num desporto colectivo ficaram esta noite bem patentes ao minuto 65 do Argentina-Bósnia-Hergezovina. Um jogo em que a teia colectiva - de ambos os lados - prevaleceu sobre o génio individual, excepto no lance que originou o golo da vitória tangencial dos argentinos, protagonizado pelo suspeito do costume: Lionel Messi. Conduzindo a bola para onde quis, em fracções quase milimétricas de terreno, por uma vez o astro do Barcelona conseguiu libertar-se da marcação cerrada e rematar com o seu magnífico pé esquerdo para o buraco da agulha.
Houve duas partidas numa só. Na primeira parte, em que abdicou dos laterais para formar um tridente defensivo como parece estar a tornar-se moda neste Mundial, o seleccionador argentino sofreu diversos calafrios ao reparar nos bósnios demasiadas vezes em zonas de perigo. Nunca me lembro de ter visto o nosso Marcos Rojo tão adiantado: jogou como médio ala, funcionando por vezes quase como um extremo.
O alarme soou cedo, mas as alterações tácticas só surgiram no segundo tempo, já com o quarteto defensivo recomposto, o que aliviou a pressão bósnia, e o ataque refrescado (uma selecção que se dá ao luxo de ter Higuaín 45 minutos no banco e nem pôs Enzo Pérez a fazer exercícios de aquecimento tem tudo para ser temível).
As mudanças operadas pelo seleccionador Alejandro Sabella produziram efeito: a Argentina, mais precatada e calculista, tomou as rédeas da partida e não voltou a largá-las, mesmo após ter sofrido o golo bósnio. Um golo caricato, que Romero revisitará a partir de agora nos seus piores pesadelos cada vez que recordar a bola a passar-lhe debaixo das pernas e a dirigir-se tranquilamente para a linha de golo sob o olhar impotente do infeliz guardião.
Rojo foi uma das figuras da partida, com as virtudes e defeitos que bem lhe conhecemos. Partiu dele o remate que originou o primeiro golo argentino, após tabela num defesa bósnio, Kolasinac, iam decorridos apenas três minutos. E foi também ele o único argentino contemplado com um cartão amarelo - castigo que o levou a ser menos impetuoso. É ainda muito jovem, tem tempo de sobra para adequar os nervos ao talento e tornar-se um futebolista de primeiríssimo plano. Jogue em que posição jogar.
Tendo como palco o espectacular Maracanã reconstruído para o Campeonato do Mundo, este desafio deixou igualmente bem evidentes os condicionalismos climáticos do torneio: mesmo realizado já ao cair da noite (a partir das 23 horas em Portugal), o jogo deixou de disputar-se com a intensidade física anterior quando faltavam ainda vinte minutos para chegar ao fim.
Demasiado calor, demasiada humidade, demasiada tensão. Questiono-me como ocorrerá o embate desta tarde, em Salvador, entre portugueses e alemães a partir das 13 horas locais...
Argentina, 2 - Bósnia-Herzegovina, 1
Messi na jogada do golo contra a Bósnia-Herzegovina
O que dissemos aqui, durante a temporada, sobre ROJO:
- José da Xã: «Faltar-lhe-á claramente alguma maturidade que os seus 23 anos não deixam mentir. Mas é obviamente um verdadeiro “diamante” em bruto à espera de ser (ainda) devidamente lapidado.» (18 de Novembro)
- Eu: «Como de costume, um baluarte no sector mais recuado da equipa: a organização defensiva do Sporting depende em grande parte dele. Mas nunca se contenta com o exercício de missões defensivas: sempre que pode avança no terreno. Foi o que fez aos 57' marcando o golo da vitória. Um golo que nos valeu três pontos preciosos.» (29 de Março)
- Filipe Arede Nunes: «E o golo de Rojo? Será o mesmo jogador da época passada? Quando foi a última vez que uma dupla de centrais conseguiu marcar tantos golos durante uma época?» (7 de Abril)
Viram aquele golo do nosso William Carvalho? Foi com um misto de tristeza e alegria que o festejei. A verdade é que sinto que Carvalho nos foge mais um pouco a cada jogada coroada de brilhantismo.
E as duas assistências de Slimani? Aqueles que tendem a desvalorizar um jogador apenas porque não é um prodígio da técnica terão ficado bem aborrecidos, em especial com o toque de calcanhar para o golo de Carvalho!
E o golo de Rojo? Será o mesmo jogador da época passada? Quando foi a última vez que uma dupla de centrais conseguiu marcar tantos golos durante uma época?
Uma pena que Mané se tenha lesionado logo no princípio. Estava em grande nível e prometia uma jogatana daquelas como as de Adrien e Martins. Quando o nosso meio-campo acerta é muito complicado não ganhar os jogos.
Destaque ainda para a primeira parte de Capel e para Rui Patrício - embora me pareça que foi mal batido no golo. Uma grande exibição da equipa que, num momento complicado da época, se continua a portar com brio e dignidade.
E o treinador? Qualquer dia escrevo só sobre o treinador!
Olho para o grupo de cerca de dez jovens adultos, moços e moças, todos de cachecol e confirmo:
- Sim filha, são do Sporting.
- Mas não falam português, estão a falar espanhol!
- É italiano filha, estão a falar da squadra del Sporting. Se fossem espanhóis diriam "el equipo".
Duas horas depois, ao entrar para o metro.
- Pai e estes?
Olho e vejo mais um grupo de seis ou sete latagões caucasianos, todos a atirar para o louro e muito bem dispostos. De cachecol e envergando alguns blusões comprados na loja verde.
- Estes pelo sotaque são ingleses de Inglaterra.
Isto num dia em que excecionalmente (e que a exceção se repita!) mais de 35 mil gritaram quatros vezes, em castelhano mas com sotaque argentino, pelo que os muito distraidos poderiam pensar ser a color del máximo rival (rival que tem uma cor que, como sabemos, não encontra tradução em qualquer outra língua do planeta, o famigerado encarnado).
Por vezes leio com estupefacção as apreciações jornalísticas de jogos que todos nós temos ocasião de ver. Chego a ficar com a impressão de ter visto desafios muito diferentes daquele que são relatados. O mesmo sucede com a análise do desempenho dos jogadores: alguns desses textos roçam o caricato por serem tão dissonantes com a realidade.
Fica a promessa: de vez em quando, com a regularidade possível, falarei disto aqui. E começo já hoje, com a inacreditável nota 1 atribuída na edição de ontem do Record a Marcos Rojo pelo seu desempenho no jogo do Sporting em Arouca. A mesma nota que é dirigida pelo jornalista Paulo Renato Soares ao inócuo Magrão face aos escassos oito minutos da sua presença em campo.
Não há o menor fundamento para uma nota tão baixa. Rojo, que é defesa, marcou o primeiro dos dois golos do Sporting e foi nesta partida o nosso jogador com mais remates, a par de Montero - segundo nos informa o mesmíssimo Record. O próprio jornalista que lhe dá esta "nota menos positiva" (notável eufemismo, como se no fundo não assumisse o juízo que elabora) escreve o seguinte sobre o argentino neste jogo: "Fez o primeiro golo do Sporting, com um remate de cabeça à maneira dos 'livros': de cima para baixo. Podia ter bisado, mas acabou por atirar a bola por cima da baliza."
Paulo Renato Soares procura justificar a nota mínima pelo facto de Rojo ter sido expulso "numa altura em que o empate ainda imperava". Esquecendo que só havia empate porque o argentino tinha marcado. Curiosa duplicidade de critério: Tinoco, do Arouca, recebeu nota 2 do mesmo jornalista apesar de também ter sido expulso por um árbitro obcecado em distribuir cartões amarelos por tudo e por nada num rectângulo de jogo transformado em lamentável lamaçal devido à chuva que não cessou de cair.
Os jornalistas têm direito à opinião, naturalmente. Mas é bom que saibam justificar o que sustentam. Para evitarem cobrir-se de ridículo. E - pior ainda - para evitar que os jornais onde trabalham passem a merecer também "nota menos positiva" dos seus leitores.
A prestação de Eric Dier no jogo com o FC Porto veio reforçar a minha convicção, já afirmada neste blogue, de que o seu estatuto deve ser o de titular do Sporting. Leonardo Jardim, é certo, sabe muito mais de futebol a dormir do que eu bem acordado e lá terá as suas razões para o preterir em favor de, em princípio, Maurício, jogador que em muito pouco será superior ao jovem oriundo da formação do clube. Digo em princípio porque me parece que Rojo, não obstante alguma inconstância e imaturidade, próprias de quem é ainda muito jovem - algo que tendemos, frequentemente, a esquecer, influenciados, talvez, pelo facto de ser já internacional A pela Argentina, onde, para mim, se joga o mais belo futebol do mundo - é intocável, no confronto com o brasileiro.
As limitações apontadas a Rojo podem, naturalmente, ser atribuídas também a Eric Dier. Mas o jovem inglês tem inúmeras vantagens sobre Maurício, sem desprimor para este, cujo profissionalismo e qualidades não ponho em causa. Dier é, em minha opinião, um jogador muitíssimo inteligente, com discernimento nos momentos mais difíceis, que sabe quando deve sair com a bola nos pés, quando deve tentar colocá-la na frente, com passes longos, ou quando deve chutá-la, com força e sem vergonha, para longe da sua área. É, além disso, muito bom a jogar de cabeça, requisito obviamente importantíssimo num defesa central, constituindo, também, no que, reconheça-se, é acompanhado por Maurício, um perigo, quanto a esta matéria, na área adversária. Tem uma grande força física, o que, aliada esta à sua capacidade técnica e visão de jogo, o habilita para desempenhar, com grande competência, outros papéis, como - já o demonstrou - o de trinco. Tem um pontapé fortíssimo e para marcar livres directos e rematar de fora da área estará certamente na linha da frente das opções.
O maior defeito que lhe vejo é o da inexperiência, natural em quem só tem 19 anos, muito jovem para que lhe possamos exigir ou dele esperar uma grande maturidade. Por agora, apresenta alguma tendência para a indecisão e alguns momentos de falta de atenção, que, se repararmos bem, aparecem normalmente no princípio dos poucos jogos em que tem participado - aconteceu isso mesmo frente ao FC Porto. Pode ser que me engane, mas estou absolutamente convencido de que, com o aumento do tempo de jogo, as suas poucas inconsistências desaparecerão rapidamente e de que, em breve, teremos um defesa central ao nível dos melhores da história do Sporting.
E, acima de tudo, Eric Dier vem da academia. Sempre defendi, mesmo no tempo em que as vacas não eram tão magras, que o aproveitamento da formação deve ser a pedra de toque na gestão, a todos os níveis, incluindo o desportivo, do clube. Eric Dier é um óptimo exemplo dessa formação. Já tivemos amplas oportunidades de verificar, através de algumas entrevistas e intervenções públicas deste nosso jogador, em boa verdade pouco mais do que um adolescente, que a actividade da academia pode contribuir para a formação de cidadãos com algo mais do que apenas, e já não é pouco, a atribuição de conhecimentos e competências na área do futebol. Saibamos tirar todos os benefícios desta situação e será de certeza muito mais fácil fazer aparecer jogadores como tantos que ultimamente nos têm feito sentir, ainda mais, o orgulho de sermos do Sporting.
No início do Verão de 2012 era oficialmente contratado pelo Sporting um jogador que dava pelo nome de Marcos Rojo. Vindo do Spartak de Moscovo, custou na altura, aos cofres do Sporting, cerca de 4 milhões de euros.
Faustino Marcos Alberto Rojo nasceu em La Plata, Argentina, e na equipa da sua terra natal ganhou diversos troféus sendo o mais relevante a Copa Libertadores da América em 2009, alinhando pelo Estudiantes de La Plata.
Diversas vezes internacional pela selecção argentina, este defesa central cedo mostrou raça e muito carácter. Sá Pinto seria o seu primeiro treinador no Sporting, mas em pouco tempo outros treinadores chegariam: Oceano, Vercauteren e Jesualdo Ferreira.
Na época passada jogou a lateral esquerdo, a central e até a médio ala. Porém esta época Leonardo Jardim apostou, e bem, em colocá-lo apenas como central onde tem dado conta do recado. É um daqueles jogadores que sua a camisola e prefere partir que torcer. Todavia a sua impetuosidade tem-lhe valido alguns cartões amarelos que acabam por o inibir, na maioria das vezes, para a restante partida. Algo a rever…
Marcos Rojo é ainda senhor de um forte pontapé e já pode, este ano, festejar o golo, precisamente contra a Académica onde marcou o segundo do Sporting.
Há, no entanto, opiniões muito diferentes sobre este esquerdino. Ainda a semana passada, curiosamente, no diário Record o Doutor Carlos Barbosa da Cruz, considerava Rojo “o elo mais fraco” da actual equipa leonina. Não lhe sonegando algumas das razões para escrever o que escreveu, não me parece que o argentino seja a peça mais fraca da nossa equipa. Faltar-lhe-á claramente alguma maturidade que os seus 23 anos não deixam mentir. Mas é obviamente um verdadeiro “diamente” em bruto à espera de ser (ainda) devidamente lapidado.
Acredito piamente que muito em breve Rojo será um dos melhores defesas centrais do mundo. Assim a sorte o acompanhe. Porque talento tem ele!
Lá fui. Não tenho ido sempre, mas sempre com pena, é dos jogos que mais gosto na época, seja taça ou campeonato. Ir à Luz é ir à Luz, para mim é assim há muitos anos. Nunca escondi a importância que dou ao derby. Ontem lá fui, e tenho a salientar antes de mais que fui bem recebida, estive entre amigos de Sporting e Benfica e segui depois para o meu lugar. No que diz respeito a entradas e saídas também correu tudo lindamente. Num minuto estava no meu lugar, em cinco fora do recinto (e foram cinco porque era muita gente a sair ao mesmo tempo, mas tudo correu bem). O meu lugar era próximo - mesmo ao lado - dos sectores onde ficaram os adeptos do Sporting e tratei de me juntar a quem vi ser do nosso clube. Por nada de mais, ninguém me ia fazer mal, eu é que preferi estar mais à vontade para falar, cantar, comemorar eventuais golos (e felizmente houve 3 golos a celebrar). Fiquei até toda a equipa sair do campo, ouvi o hino do Benfica até ao fim para poder aplaudir a rapaziada. Este ano tudo me correu francamente melhor que há dois anos (segunda parte aqui).
Sim, o Sporting perdeu. Sim, saímos da taça. E não, não gosto de nenhuma das duas. Perder com o Benfica é sempre irritante? É. Se quiserem ainda, não não gosto de ver que podia ter havido um penalty aqui ou ali, mas recuso-me a fazer como tenho ouvido, reduzir o jogo que vi ontem a má arbitragem. Nem acho que devêssemos entrar por aí enquanto instituição, mas quanto a isso não posso fazer nada, as paixões falam mais alto e nessa hora não há como pedir calma. É saudável comentar arbitragem, não ignorar, mas o jogo de ontem não merece ser reduzido a Duarte Gomes.
Era um jogo a eliminar, mas ainda não mudei o modo como comecei a ver esta época: fomos ao fundo, estamos em recuperação, estamos a construir uma equipa (o primeiro golo revela alguma imaturidade, por exemplo). Correu bem logo de início e tenta-se chegar mais longe, naturalmente. Mas ainda há coisas a fazer, a consolidar, e ainda bem que assim é e acima de tudo ainda bem que Leonardo Jardim mantém essa postura. Porque só pode vir a ser melhor com estes miúdos. Acredito que depois do quarto golo o animo que se viu na segunda parte e parte do prolongamento tenha esmorecido, foi um golpe duro para todos. Do meu lugar vi o lance em camara lenta e não queria acreditar, não por culpar alguém, mas por ser tão injusto assim numa altura daquelas. Deu para tudo, ontem.
Falando do meu lugar, o único golo que não foi na "minha" baliza foi o de Capel. É claro que o vi, mas um lugar com vista directa para 6 golos foi um prazer. Eu não gosto que o Sporting tenha perdido, juro, mas marcou três golos na Luz, e só quem lá estava sabe o que foi celebrar o terceiro já nos descontos. Só quem esqueceu um Sporting que quando só precisava de um golo falhava invariavelmente não dá valor a isto.
Gosto bem mais deste Maurício, mas eu tenho uma coisa por centrais que marcam bons golos, e ele às vezes esquece-se do resto e eu também. Ainda assim, acho que pode ser grande. Já de Rojo não sei bem o que pensar, voltou a não mostrar inteligência e no seu caso não vejo perspectiva de melhoras. Houve nervoso miudinho (no pun intended) na equipa mas lá se foi conseguindo organizar, reagir e marcar. Mais que isto, só mesmo a vitória. Do meio campo para a frente todos melhores e a melhorar. É este o caminho (desculpa Rinaudo, ainda te amo).
Das substituições embora as perceba, tenho sempre pena que a atitude de Capel saia de campo.
À saída, vinha uma senhora do Benfica à minha frente a dizer "eu não venho cá mais, uma pessoa só se enerva. Fico em casa, sei os resultados e pronto". Há-de haver gente assim em todo o lado, juro que não entendo esta postura. É melhor ficar em casa, de facto. Regra geral saio de um derby perdido extremamente irritada, nem me apetece falar com a fúria (e se eu sou capaz de ficar horas calada, senhores), e ontem nem por isso. Fiquei triste mas não furiosa. Porque gostei muito e vibrei com a reacção e atitude que vi em campo. Lamento mas ainda tenho muito presentes as últimas épocas para só ficar triste com o que vi ontem, só quem não gosta de futebol pode ficar. Demos luta, marcaram-se três golos, houve recuperação de um 3-1 para 3-3. Gostei muito apesar do resultado e consequência.
Diz o mister: "Estou satisfeito pela atitude e qualidade. Queríamos ir ao Jamor. Não conseguimos e saímos tristes, mas com a sensação de que a equipa evolui a olhos vistos" e é muito isto para mim também.
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