Arthur recebeu guia de marcha - ele e outros seis contratados em 2022 e já em 2023
Arthur (agora no plantel do Cruzeiro), Rochinha (emprestado a um clube do Catar), Bellerín (com entrada confirmada no Bétis), Marsà (prestes a sair porque não conta para Amorim), Sotiris (pronto a negociar, pois é carta fora do baralho), Tanlongo (também riscado pelo treinador, com empréstimo quase certo ao Estoril) e Fatawu (com veto do técnico, está no mercado para ser despachado do Sporting).
Sete jogadores.
Vou recordar quando chegaram e quanto custaram. Vale a pena, pois a memória dos adeptos nem sempre é forte.
Abdul Fatawu, internacional ganês de 18 anos, foi contratado ao Dreams FC, emblema do seu país, em Abril de 2022. Ficou ligado ao Sporting por cláusula de 60 milhões de euros. Custou 1,2 milhões de euros. Jogou 143 minutos na equipa A.
José Marsà, 19 anos, foi contratado após cessar contrato com o Barcelona B em Julho de 2022. Fixaram-lhe cláusula de rescisão de 45 milhões de euros. Jogou 549 minutos na equipa A.
Rochinha, 27 anos, foi contratado ao V. Guimarães em Julho de 2022. Por 2 milhões de euros, ficando o clube minhoto com 10% dos direitos económicos do jogador, a quem foi fixada cláusula de rescisão de 45 milhões de euros. Jogou 487 minutos.
Sotiris Alexandropoulos, 20 anos, já internacional pela Grécia, foi contratado ao Panathinaikos em Agosto de 2022. Por 4,5 milhões de euros, ficando ligado ao Sporting por cláusula de 60 milhões de euros. Jogou 314 minutos na equipa A.
Arthur Gomes, 24 anos, foi contratado ao Estoril em Setembro de 2022. Por 2,5 milhões de euros por metade dos direitos desportivos do jogador mais uma parte do passe de Tiago Santos, formado em Alcochete. Tinha uma cláusula de 60 milhões. Jogou 1516 minutos.
Mateo Tanlongo, 19 anos, veio para o Sporting, oriundo da formação do Rosario Central, em Janeiro de 2023. Internacional sub-20 pela Argentina, ficou vinculado por cláusula de 60 milhões de euros. Jogou 158 minutos.
Héctor Bellerín, 27 anos, chegou a Alvalade em Janeiro de 2023. Vindo do Barcelona, após ter cessado contrato com o Arsenal. Custando 1 milhão de euros até ao fim da época. Jogou 523 minutos.
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre ROCHINHA:
- Eu: «Fez toda a segunda parte, substituindo Morita, mas foi muito inferior ao japonês. Inofensivo nas incursões atacantes, improdutivo na manobra colectiva, incapaz de se revelar um verdadeiro reforço.» (5 de Novembro)
- Luís Lisboa: «Não dá para entender a insistência num Jovane e num Rochinha que tal como Esgaio andam às voltas com os seus problemas e frustrações e não têm condições psicológicas para trazer valor à equipa.» (9 de Janeiro)
- Francisco Almeida Leite: «Não se percebe as entradas de Jovane e de Rochinha quando estamos a perder e temos que dar a volta.» (9 de Janeiro)
- Vítor Hugo Vieira: «Num grupo de jogadores a que chamaria "se fizermos 2 milhões por cada um já é bom", coloco Jovane, Esgaio, Sotiris e Rochinha. Não lhes vejo grande futuro no clube.» (11 de Maio)
O Sporting perdeu e perdeu bem ontem nos Barreiros, e se quisermos apontar culpados disso mesmo rapidamente encontramos três: Hélder Malheiro, José Gomes e Rúben Amorim. Desta vez o relvado estava com bom aspecto, chuva não havia, estava tudo em condições para jogar bem e ganhar.
Sobre o primeiro, uma desigualdade de critérios evidente no penálti que não marcou relativamente ao que marcou, duas entradas por trás em que o avançado é derrubado e nos amarelos a que foi poupando o adversário, sempre a entrar no limite sobre os nossos jogadores.
Sobre o segundo e depois da goleada em Alvalade para a Taça da Liga fez muito bem o trabalho de casa, e colocou em campo um onze que manietou o Sporting e o colocou sempre em desconforto, marcou de penálti mas além disso esteve próximo de marcar em mais uma ou outra situação em jogadas rápidas e intencionais de contra-ataque. Com certeza vamos ouvir falar de Leo Pereira.
Sobre o terceiro, que tantas vezes tenho elogiado e de que sou um apoiante desde a primeira hora, esteve francamente mal, desde o erro de casting para mim evidente de Mateus Fernandes, até à insistência numa saída a jogar que não tinha no meio-campo quem lhe desse sequência como o fazia Matheus Nunes. O jogo pedia um jogo mais directo para trás da linha de pressão do Marítimo, e esperar por eles em vez de os ter sempre de frente para o jogo, a pressionar e a tapar as linhas de passe. A equipa partiu-se ao meio, os três avançados não tinham jogo, valiam as arrancadas de Porro sempre muito marcado pelo Leo Pereira, num desses lances surgiu o penálti escamoteado.
Não dá para entender como é que o médio ofensivo da equipa B, o mais avançado dos três médios, é colocado a 8 num jogo com estas características. Tudo poderia ser diferente se ao lado de Ugarte estivesse um Marsà e ele mais à frente em vez dum Trincão ou dum Edwards, mas assim nem atacava nem defendia, os desarmes eram invariavelmente em falta, e dum deles o penálti.
Não dá para entender a insistência num Jovane e num Rochinha que tal como Esgaio andam às voltas com os seus problemas e frustrações e não têm condições psicológicas para trazer valor à equipa. St. Juste veio fazer uns minutos para acelerar a recuperação.
Também Arthur esteve muito mal. Nuno Santos entrou tarde, Coates saiu cedo, isto de andar a jogar dois jogos no mesmo jogo só pode dar mau resultado.
Enfim, era um jogo que tínhamos mesmo de ganhar. Andamos a fazer crescer jovens fora da sua posição e a recuperar lesionados no físico a na cabeça.
Tudo tem origem num plantel curto e desequilibrado, sem condições para atingir os objectivos da época. Temos um bom onze, mesmo assim carenciado fisicamente, mais dois ou três em determinados lugares, e depois mais ninguém ao mesmo nível. Temos alguns jovens de imenso potencial, mas apenas isso. Faltam três jogadores altos, fortes e experientes no eixo central que no jogo de ontem dariam imenso jeito para ganhar os duelos a meio-campo e pôr o adversário em sentido.
Melhor em campo? Qualquer dos três defesas, os menos maus.
E agora? Agora é ganhar na Luz como aconteceu no ano passado. Temos onze para isso, o problema é o resto.
Muito ainda para conquistar esta época. Confiança total em Rúben Amorim, confiança total nesta equipa!
Da derrota no Funchal.O Sporting naufragou ontem frente ao Marítimo, num estádio que nos traz más recordações. Após sete vitórias consecutivas em duas competições, tropeçámos frente à equipa local. Esta derrota (0-1) é ainda mais frustrante por ser contra o penúltimo classificado do campeonato, a segunda equipa com pior defesa e que até agora não tinha registado qualquer vitória em casa.
Da falta de atitude competitiva. Se vencêssemos o Marítimo, como era nossa obrigação, reforçávamos o quarto lugar na Liga, ficando a dois escassos pontos do FC Porto - que ontem empatou com o Casa Pia - e a três do Braga. Passávamos a depender só de nós para atingir um posto com acesso à próxima Liga dos Campeões - o terceiro ou mesmo o segundo, pois braguistas e portistas ainda terão de vir a Alvalade. Esta derrota torna esse objectivo cada vez mais distante. Decepção total.
De Rúben Amorim. Perdeu o jogo do ponto de vista táctico antes de o perder no relvado. Ao ver a nossa equipa encurralada no meio-campo defensivo, sem conseguir sair com a bola (só aos 17' chegámos pela primeira vez à frente), devido à pressão altíssima da turma de casa, não desfez o previsível sistema habitual nem mexeu no onze titular - a primeira substituição foi aos 57', mal sofremos o único golo do desafio, de penálti. Com os nossos alas condicionados e o meio-campo aturdido face ao domínio maritimista, a passividade do treinador só acentuou o problema.
De Trincão. Quase todos os nossos jogadores - vindos de dez dias sem competição, demasiado relaxados e desconcentrados - estiveram mal. Mas o extremo canhoto passou por completo ao lado da partida. Incapaz de fazer a diferença num só lance enquanto esteve em campo. Perdeu bolas, entregou-as ao adversário, falhou emendas - enfim, um desastre.
De Paulinho. O avançado que é ainda o melhor marcador da Taça da Liga parece não ter entrado no estádio dos Barreiros. Vimos, isso sim, aquele Paulinho a que já estamos familiarizados: a pecar na finalização. É certo que a única verdadeira oportunidade de golo foi dele, aos 17', em posição frontal - a que o guarda-redes adversário Marcelo Carné, em estreia no Marítimo, correspondeu com a defesa da tarde. Mas dois minutos depois falhou um golo cantado que lhe foi oferecido por Arthur, ao calcular mal a impulsão para cabecear. Apanhado em fora-de-jogo nuns lances e posicionando-se de forma errada noutros, teve exibição fraquíssima.
De Mateus Fernandes. Partida infeliz do jovem médio leonino, lançado apenas pela segunda vez como titular na equipa A, em inédita parceria com Ugarte. Vem habituado a jogar num meio-campo a 3 no Sporting B e parece ainda mal adaptado ao sistema de Amorim. Não conseguiu estancar o fluxo ofensivo do Marítimo e teve algumas decisões disparatadas - com maior destaque para o penálti totalmente desnecessário cometido aos 53'. Daí nasceria o golo solitário do Marítimo, aos 56'. E mais três pontos perdidos para nós.
Da falta de banco. É cada vez mais gritante a ausência de suplentes qualificados, como há meses vimos alertando aqui. Na ausência de dois habituais titulares (desta vez Pedro Gonçalves, a cumprir castigo, e Morita, lesionado) o onze nunca consegue ser o mesmo. Sem reforços nesta janela de Inverno, restar-nos-á uma temporada medíocre em perspectiva. A qualidade paga-se. E a falta de qualidade também.
De Rochinha e Jovane. O Sporting quer pô-los no mercado tão cedo quanto possível. E a exibição de ambos neste jogo só confirma que estão a mais no plantel. Rochinha, em campo desde o minuto 65, voltou a ser incapaz de fazer a diferença: o seu desempenho é sempre irrelevante. Jovane, que entrou aos 75', parece irremediavelmente perdido para o futebol leonino: teve até um pormenor patético, digno dos "apanhados", quando marcou um canto directamente para fora.
Da substituição de Coates. Amorim deu-lhe ordem de saída aos 75', aparentemente com receio de que ele visse um amarelo no quarto de hora final, afastando-o da próxima jornada no estádio da Luz. Mas o capitão leonino - o elemento de maior estatura da equipa - saiu precisamente no momento em que mais falta nos fazia lá na frente, tentando marcar em lance aéreo ao menos o golo do empate. Ninguém compreendeu.
Do penálti perdoado ao Marítimo. Um empurrão óbvio nas costas de Porro, derrubado em falta na grande área aos 50', passou despercebido ao árbitro Helder Malheiro e ao respectivo árbitro auxiliar - decisão errada que o vídeo-árbitro Cláudio Pereira decidiu não reverter. Inclinando o campo claramente a favor da equipa da casa.
Dos cartões por protestos. É inconcebível vermos cenas destas repetirem-se, com prejuízo óbvio para a nossa equipa. Ontem, mais três: Porro, Matheus Reis e Esgaio viram amarelos por este motivo. O caso de Esgaio roça o absurdo: amarelado por protestar no banco de suplentes, do qual não saiu. A falta de atitude competitiva de uma equipa também se nota nestes aspectos.
Da classificação. Vemos agora - à 15.ª jornada - o Benfica já com mais 12 pontos. E temos o Casa Pia apenas um ponto abaixo de nós, ameaçando ultrapassar-nos no modesto quarto lugar.
De 2023. Começou da pior maneira para o Sporting. Com uma derrota logo ao primeiro jogo. É a quinta que sofremos neste campeonato: um terço dos desafios foram perdidos.
Gostei
Do Marítimo, agora com novo treinador. O onze insular, que passou a ser orientado por José Gomes, mereceu esta vitória. Foi superior ao Sporting do princípio ao fim.
De Porro. O menos mau dos nossos. Atitude combativa nunca lhe faltou. E teve um adversário directo à altura: o brasileiro Leo Pereira, recém-chegado ao Funchal - eis um verdadeiro reforço. O internacional espanhol voltou a servir bem os colegas pelo menos em três cruzamentos - aos 17', 81' e 90'+2. Mereciam ter sido aproveitados.
De Gonçalo Inácio. Desempenho também acima da média do jovem central leonino, que voltou a fazer duas posições: à direita, até à saída de Coates; e ao centro na fase final (com St. Juste, há muito afastado, enfim de regresso). Grandes cortes, em lances perigosos, aos 70' e aos 78'.
De Nuno Santos. Fora do onze inicial para acautelar um eventual quinto amarelo que o pudesse deixar fora do próximo desafio, frente ao Benfica, o ala esquerdo acabou mesmo por entrar, rendendo Arthur aos 57'. Dois bons cruzamentos: um pelo ar (67'), outro rasteiro (89'), infelizmente desaproveitados.
Bastou uma vitória caseira por 5-0 contra um clube que é o melhor de Portugal tirando os 3 grandes para que tudo o que de pior aconteceu até agora nesta temporada fosse esquecido, para que o Paulinho fosse o maior e não importasse o que custou, para que o Trincão afinal até seja um bom jogador, para que Amorim seja um génio táctico do 3-4-3 e não o burro e teimoso doutros momentos.
E no entanto o que aconteceu nesse e nos últimos jogos apenas reflecte o tempo e a tranquilidade que existiu para treinar, e a evolução dos jogadores dentro do modelo de jogo e de treino, especialmente daqueles que chegaram esta temporada. E como Trincão e Edwards já conquistaram o seu espaço, também outros lá chegarão.
Mas tudo o que de bom aconteceu não pode servir para esquecer os problemas que continuam a afectar o plantel, nomeadamente a escassez de soluções para determinadas posições e a falta global de envergadura física. Basta tentar alinhavar um onze alternativo ao que entrou em campo em Alvalade no último jogo para perceber quais as posições em causa.
Bragança infelizmente parece que perdeu a época, e logo esta que poderia ter sido a da sua afirmação. Neto também a perdeu naquela entrada descuidada do jogador do Portimonense. Quanto a St.Juste, a lesão sofrida na pré-época condicionou tudo o resto, e agora tem de ser gerido "com pinças".
Depois há aqueles como Esgaio, Jovane e Rochinha, que quanto mais querem menos conseguem. Algum deles poderá dar a volta, mas duvido.
Valores emergentes para o resto da temporada, sempre disponíveis para aproveitar da melhor forma as oportunidades que surgirem, parecem-me Marsà, Essugo, Fatawu e Arthur.
Quem poderia vir no mercado de inverno para reforçar o plantel? Para mim o principal problema está no eixo central e nas posições 6, 8 e 9, os seja os 2 médios-centros e o ponta de lança, pela falta de alternativas válidas para as posições de alto desgaste de Ugarte, Morita e Paulinho. Virá mesmo alguém? Não sei.
O futebol é o momento. Vem aí um conjunto de desafios muito complicados, outra vez as competições europeias no meio da semana, e podemos depressa voltar a uma situação pouco desejável e nessa altura lá virão os bota-abaixo do costume, os ressabiados com contas para saldar, os candidatos da treta, as claques a insultar os jogadores, etc.
Importa ter confiança mas importa também cuidar do escoamento de águas da casa enquanto não chove...
Do triunfo em casa frente ao V. Guimarães. Vitória concludente contra a equipa minhota, que vinha de sete jogos sem perder (seis para a Liga, um para a Taça) e estava à nossa frente no campeonato. Resultado: 3-0, com 2-0 ao intervalo. Domínio total do onze leonino, sem que Adán necessitasse de fazer uma só defesa. Teremos mesmo dado um pontapé na crise após três jogos seguidos sem vencer?
De Morita. Regressou à equipa após breve afastamento por lesão. E veio em boa forma. Foi um dos mais acutilantes no primeiro tempo. Marcou o segundo golo, rematando com o pé esquerdo. Já aos 20' propiciara a defesa da noite a Bruno Varela com um tiro fortíssimo que levava selo de golo. Amarelado aos 15', saiu ao intervalo por precaução. Exibição muito positiva do internacional japonês, já convocado para o Mundial - onde defrontará Alemanha, Espanha e Costa Rica.
De Porro. Sempre um dos mais inconformados. Joga no limite, procurando acelerar o jogo. Foi dono e senhor no flanco direito. Bom desempenho, coroado com o pontapé que levou à marcação do primeiro golo, aos 34', que Edwards desviou para a baliza. Grandes cruzamentos aos 18', 51' e 55'. Um dos obreiros desta vitória.
De Edwards. Melhor em campo. Entrou aos 33, substituindo um inócuo Nazinho, e logo no minuto seguinte o Sporting abriu o marcador, com a bola cabeceada por Porro a tabelar nele e a entrar. Aos 40', assistiu Morita no segundo. E aos 55' voltou a marcar, coroando uma jogada individual de insistência contra a muralha vitoriana. Assim fixou o resultado, com um potente remate em arco que ainda embateu num defesa, traindo Bruno Varela. O inglês, ex-jogador do Vitória, não festejou. Mas nota-se que é cada vez mais influente de Leão ao peito. Oxalá permaneça na equipa após o mercado de Inverno.
De Matheus Reis. Desempenho irrepreensível do brasileiro, que entrou como central à esquerda mas actuou principalmente como lateral ou até médio-ala, ajudando a esticar e alargar o jogo leonino. Foi ele, de longe, o defesa mais incursor no meio-campo adversário com diversos passes de ruptura (20', 29', 31') e assistência no primeiro golo.
De St. Juste. Continua sem fazer um jogo completo de verde e branco. Mas voltou a demonstrar talento ao substituir Coates, iam decorridos 64'. Atento nas coberturas, veloz na recuperação do espaço, capaz de romper linhas com passes bem medidos. Merece mais tempo de jogo. A equipa beneficiará com isso.
De Rúben Amorim. No dia em que cumpriu 100 jogos como treinador na Liga - e 125 jogos ao serviço do Sporting - viu a estrelinha voltar a brilhar quando o árbitro Manuel Mota decidiu expulsar o vitoriano Afonso Freitas, com segundo amarelo, logo aos 27'. Jogar contra dez a partir daí foi decisivo para dar inspiração e confiança à nossa equipa. O treinador recebeu mensagens de incentivo no estádio, por escrito e verbalmente, e desta vez as suas apostas foram bem-sucedidas. Quando urgia rectificar, não hesitou em fazê-lo (troca de Nazinho por Edwards, saída de Morita para evitar um segundo amarelo, substituição de Coates já com o jogo em 3-0 para poupar o capitão ao acréscimo de fadiga muscular). Esta noite terá bons motivos para dormir tranquilo.
De não termos sofrido golos. Há quase dois meses que não sucedia. Desde a goleada (4-0) ao Portimonense em casa, em 10 de Setembro. Vínhamos de dez jogos para todas as provas sempre com as nossas redes devassadas.
De subirmos na classificação. Éramos sextos no início desta partida, ultrapássamos o V. Guimarães, que estava à nossa frente. E para já também o Casa Pia, que amanhã enfrenta o Braga. Tendência ascendente, agora com 22 pontos: é disto que precisamos.
Não gostei
De ver o estádio com pouco mais de metade da lotação. Desta vez só compareceram 27.324 espectadores nas bancadas de Alvalade. Consequência directa do mau momento que tem atravessado a nossa equipa, já afastada da Taça de Portugal e da Liga dos Campeões, e com fraquíssimo desempenho neste primeiro terço do campeonato 2022/2023.
De Sotiris. O treinador voltou a mostrar-lhe confiança, fazendo-o entrar aos 64', para poupar Ugarte a maior desgaste. Mas o médio grego ainda está longe de justificar a presença na equipa principal. Falta-lhe concentração, discernimento e disciplina táctica. Aos 85' precipitou-se e entregou a bola ao adversário. Noutro contexto, de maior responsabilidade e frente a uma equipa mais perigosa, poderia ter causado dano.
De Rochinha. Fez toda a segunda parte, substituindo Morita, mas foi muito inferior ao japonês. Inofensivo nas incursões atacantes, improdutivo na manobra colectiva, incapaz de se revelar um verdadeiro reforço.
De não termos marcado mais um golo. Foi só quanto faltou para que esta expressiva vitória se transformasse em goleada.
Ontem à noite saí de Alvalade irritado, aziado com uma derrota que nos deixa a 8 pontos da liderança, com muitas perguntas e poucas respostas, a escassos dias do encerramento da presente janela de transferências, não sei se ainda vamos a tempo de salvar algo, mas aqui vou partilhar com os leitores o meu estado de espírito:
-Por razões de contabilidade, o SCP não poderia deixar de vender Matheus Nunes por 45+5 milhões de euros, mesmo que a oportunidade tenha surgido em vésperas de clássico. Alguém já contabilizou quanto se irá perder, em caso de não presença na fase de grupos da UCL na próxima época?
-Por que razão não havia um plano B? A saída de Matheus Nunes não deveria implicar uma substituição imediata? Para mais, sabendo que o substituto natural, Daniel Bragança, está desde há várias semanas afastado dos relvados por um longo período.
-A saída de I. Slimani do plantel, não vou aqui alimentar polémicas ou teorias conspirativas, estou completamente ao lado do treinador nesta matéria, mas sabendo que se perdeu um dos dois avançados mais importantes do plantel, não teria sido avisado, atempadamente, substitui-lo? Para cúmulo do azar, goste-se ou não de Paulinho, o único avançado lesiona-se, ficando a equipa privada de jogar num dos dois sistemas tácticos que treinou, passando a frente móvel no ataque a ser plano único, sem alternativa.
-A não ser que algo de muito extraordinário aconteça, como por exemplo a chegada de D. Sebastião de Manchester, só poderemos tirar a conclusão que houve má gestão na construção do plantel. E mesmo que tal acontecesse, não apagaria a má-gestão do dossier meio-campo. Por muitas culpas que possam ser atribuídas a Rúben Amorim, que não está isento, a verdade é que o nosso treinador está longe de ter os poderes dos treinadores da Premier League.
-Quanto ao jogo de ontem, para além do factor sorte e azar, que não nos favoreceu na primeira parte, poderíamos ter chegado ao intervalo com o jogo resolvido, foi um daqueles jogos que pedia mesmo uma referência na área. Que falta fez ontem Paulinho. Mas a falta de alternativas levou a jogarmos com vários jogadores móveis na frente de ataque, que desequilibraram, mas não finalizaram. E como alguém sempre diz, quem não marca, arrisca-se a sofrer.
-Não compreendi algumas mexidas na equipa. Para começar, o recuo de Pedro Gonçalves, para a entrada de Rochinha, implicando a saída de Morita. O meio campo perdeu clarividência. Depois a substituição de Luís Neto no início da segunda-parte, que quanto a mim decidiu o jogo, porque intranquilizou a defesa, que até aí chegava e sobrava para as investidas dos flavienses. Refiro-me à entrada de Matheus Reis e passagem de G. Inácio da esquerda para a direita, quando para substituir L. Neto estava no banco, em condições de jogar, tanto assim é que acabou por entrar mais tarde, St. Juste. O futebol também é simples, tirar um central de pé direito e colocar outro com as mesmas características, teria sido preferível.
-Após os golos do D. Chaves, foram dois seguidos, o segundo resulta de erro dos nossos defesas, antes de marcarem o primeiro, já A. Adán havia feito uma enorme defesa, o SCP deixou de existir. Tivéssemos tido um agitador no banco, poderia ter sido Rochinha se não tivesse sido aposta inicial, talvez hoje estivéssemos a criticar algumas opções, a falar da necessária abordagem ao mercado, mas não a lamentarmos a perda de pontos em Alvalade.
A época 2019/2020 ainda está relativamente perto, não foi uma época para esquecer, bem pelo contrário, convém sempre revisitá-la, para que não se repita. Desde logo agora com o mercado a encerrar, precisamos reforços, mas não como então, quando vimos chegar, Fernando, Jesé e Bolasie.
Também não faz sentido algum pedirmos a cabeça do treinador. Já percebemos que também erra, a estrelinha nem sempre o acompanha, mas colocou-nos num patamar que há muito não alcançávamos. Precisamos estabilidade. E que os responsáveis se sentem à mesa, analisem o que está a faltar e corrijam.
P.S. – Os comentários estão moderados, não publicarei comentários insultuosos, sejam para quem forem, nem irei tolerar linguagem inapropriada. Para explanar uma ideia ou criticar, não é necessário ofender seja quem for.
O futebol é um Mundo de coisas insondáveis, entre elas a forma como alguns intervenientes são pagos pelos seus serviços. Esse é um assunto que dirá respeito ao fisco, ao Estado português e no caso do seleccionador nacional, também a nossa senhora de Fátima. Mas não é para isto que aqui venho, que com o aumento da inflacção e dos combustíveis, eu quero lá saber dos 4,5 milhões de Euros...
Outra coisa insondável para mim é a forma de jogar de algumas equipas e como as comandam os seus treinadores. Eu ando a ver bola regularmente desde os 7 anos de idade, portanto há pouco mais de meia dúzia. Percebo que cada treinador tenha a sua maneira de colocar os seus jogadores a evoluir em campo, aquilo a que antigamente se chamava de "fio de jogo".
Custa-me a entender no entanto que numa equipa haja um autocarro (ia dizer carrada, mas trata-se de pessoas e o respeito é muito bonito) de extremos ( e se continue a cobrar bilhete para mais uns passageiros), da direita e da esquerda e não haja um, desculpem a boutarde, extremo do centro, ao menos, para aproveitar as bolas que, se não tiverem os pés trocados, os da esquerda e os da direita farão chegar à área do adversário.
É certo que a gente tem lá um e sabem o que eu espero? Que seja outro Acosta! Que finalmente comece a justificar o volumoso investimento que nele foi feito. Mas é pouco, há quatro competições para disputar e não se vê vontade de contratar ninguém para aquela posição.
Como digo, os treinadores têm mistérios insondáveis que o comum do adepto de bancada desconhece completamente, dos que referi um foi campeão nacional e o outro até foi campeão europeu, portanto que contam os meus 55 anos a ver bola perante esta evidência?
Mas arremedando a letra dum fado célebre, falarei até que a voz me doa!
Até há pouco, andávamos a contratar em Braga. Agora continuamos virados para o mercado minhoto, mas em Guimarães. Depois de Edwards, Rochinha está quase a chegar. Tem 27 anos, era capitão do Vitória e na época passada fez sete golos e quatro assistências.
O que pensam deste extremo formado no FCP e no SLB que deverá desembarcar em Alvalade por 2 milhões de euros (por 90% do.passe)?
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