Uma vitória (muito) sofrida ao minuto 89, contra o Paços de Ferreira, numa competição (a par de todas as outras) onde já estamos afastados de qualquer hipótese de vitória, e, de repente, os 100 milhões investidos por um presidente numa equipa que luta para não descer, que demitiu quatro treinadores, que assumiu "à FCP" as rédeas da equipa de futebol para contratar Vercauteren e logo a seguir lhe meter um manager e guia de marcha anunciada, já são normais num clube centenário fundado para ser GRANDE, tão GRANDE como os maiores da EUROPA e não equipa B da Cidade Invicta e anedota para o clube de Carnide?
O problema agora é uma Assembleia Geral!?
E o facto deste presidente não poder já vencer qualquer competição até final do seu mandato, estando agora a equipa de futebol a lutar para não descer depois do maior investimento de sempre em reforços?
E as sete acusações do Paulo Pereira Cristóvão e a espionagem aos nossos jogadores e aos treinos dos adversários?
E as afirmações/demissão de Carlos Barbosa?
E as razões de saída de Luís Duque e Carlos Freitas?
E as contratações maravilha?
E as comissões?
E o despedimento do Domingos? A aposta em Sá Pinto? O tirocínio de Oceano? A aposta pessoal em Vercauteren?
E a duplicação da massa salarial (em cima do já enorme serviço da dívida) de 2010 para 2012?
E a reestruturação da dívida que não tem ponta por onde se pegue nesta fase?
E as VMOCs?
E os consultores e assessores de diversas tendências internas e/ou de ex-candidatos pagos a peso de ouro?
A paz (podre) "comprada" custou caro...a quem? E valeu tudo isto a pena?
Pelo amor de Deus, já chega! Já basta!
Não vou falar de esquemas futuros ou em conclusão, nem da vergonha, humilhação e chacota nacional, não vou abordar a troca do IzmaYlov pelo Miguel Lopes, para alegadamente poupar nos ordenados, pagando afinal quase o mesmo ao ex-dragão, sendo que IzmaYlov tinha contrato até 2015 e Miguel Lopes era já um jogador livre para assinar por qualquer clube.
Estou cansado, muito cansado, mas mesmo assim, não me atirem areia para os olhos, pode magoar e irrita mesmo. MUITO!
Tenham ORGULHO! Basta de tapar o sol com a peneira...
Já chega de humilhações, de sermos alvo de chacota nacional. Chega de experiências, chega de aprendizagens, chega de incompetência, chega de falta de rumo, chega de falta de vontade, chega de negócios ruinosos, chega de gente fraca, chega de deixarem de rastos os Sportinguistas.
Na sequência deste meu post "O conformismo é a sabedoria coletiva da ignorância individual", depois de ler com mágoa e atenção o excelente post do Pedro Correia "Vinte meses de pesadelo", depois de sair com a lágrima ao canto do olho ontem do Estádio José Alvalade (nunca designarei a nossa casa por outro nome, lamento), depois de ver bem espalhada a raiva quase suicida de muitos sócios e adeptos, sentindo-me esmagado pela desistência, rendição e falência emotiva ou emocional de outros tantos, depois de mais uma derrota em casa, sobre a qual o treinador adversário pode dizer com propriedade e verdade que a sua equipa (Paços de Ferreira!) venceu (em Alvalade!) mas nem fez um bom jogo porque "o Sporting conseguiu criar-nos dificuldades" (nivel zero do respeito por um clube "Grande"!), evoluí a minha opinião e considero agora que a ganância e/ou a demência são as únicas justificações para a manutênção de Godinho Lopes ao leme dos desígnios do BES, para realizar mais valias com o futuro investidor estrangeiro, e como capa para outras parcerias/negócios realizadas sob o "chapéu" do nosso Clube, no imediato ou a curto prazo.
Depois de ler o artigo do António Samagaio no Público acerca do inferno financeiro para o qual o grupo de interesses representado por Godinho Lopes empurra o Sporting, depois de ouvir explicações funestas para a permanência do Rui Oliveira e Costa como comentador-tragico-cómico alegadamente em nome do SCP num programa de TV, depois da vergonhosa e asquerosa acusação deduzida contra o ex-dirigente do SCP que realizava espionagem mal amanhada e armadilhas mal enjorcadas para Godinho Lopes, na ressaca do bizarro acordo de troca dum activo consolidado (Só para relembrar o Izmailov, o Elias e o engenheiro Godinho) com contrato de longa duração por um jovem sem provas dadas em final de contrato com o FCP, depois de me aperceber que o treinador belga que veio ganhar 1.8 milhões de euros por 6 meses de frete não sabia que ia ser despedido e desautorizado passado um mês pelo benfiquista principescamente (35 mil euros na actual situação do clube!?!) remunerado Jesualdo Ferreira (que já confirmou implicitamente que será o treinador na próxima época se Godinho Lopes conseguir levar o SCP para a Liga onde o Sporting B agora joga), tenho a impressão que quem defende a permanência deste presidente subscreve um código moral, obedece a uma bíblia ou uma constituição, tem uma ideia sobre a acção, ou melhor, a inacção, perante a realidade, que não é a minha e que, na minha modesta opinião, parece ser patológica, com consequências fatais para o nosso Clube.
Com todo o respeito, permitam-me dizer a esses sócios e adeptos que estamos e estaremos sempre em bancadas diferentes, que estarei do outro lado da barricada.
Na minha "bíblia", na minha "constituição", o Sporting Clube de Portugal é, tem de ser, quer mesmo ser, custe o que custar, doa a quem doer, "um grande Clube, tão grande como os maiores da Europa"!
Domingos é que nos ia devolver o título: nós aplaudimos.
A dupla Duque-Freitas, enfim reconstituída, ia devolver o clube ao caminho das vitórias: nós aplaudimos.
O presidente, graças ao seu faro negocial, ia trazer investidores: nós aplaudimos.
Foram contratados 19 "grande jogadores" numa época e mais cinco outros "grandes jogadores" na época seguinte: nós aplaudimos.
Depois saiu o Domingos, quando a equipa levava 26 pontos na liga (hoje tem 12). O Sá Pinto afinal é que ia proporcionar-nos a alegria dos triunfos: nós voltámos a aplaudir.
Depois saiu a dupla Duque-Freitas, dando lugar a um sistema presidencialista: ainda aplaudimos.
Depois afinal era o Oceano que levaria a nau a bom porto: continuámos a aplaudir.
Depois chegou Vercauteren, recomendado por Aurélio Pereira, que em Outubro disse ao presidente da direcção (segundo revelou o próprio em entrevista à RTP i): "Presidente, é fundamental nesta fase do Sporting vir um treinador estrangeiro." Estranho presidencialismo este, em que o presidente do clube anuncia ter delegado noutra pessoa a escolha do perfil do técnico da equipa principal de futebol...
Depois chegou Jesualdo Ferreira, recomendado pelo mesmo detector de talentos que tinha recomendado Vercauteren dois meses antes (segundo revelou também o presidente da direcção na mesmíssima entrevista). Era "fundamental" vir um estrangeiro para treinador. Mas o "treinador dos treinadores", paradoxalmente, já pode ser português...
Afinal não houve títulos, nem alegrias, nem investidores, nem jogadores campeões. O que houve foi uma sucessão de desaires, imensas expectativas defraudadas. Ficámos em quarto lugar, este ano lutamos para não descer de divisão: estamos apenas um ponto acima da zona de despromoção. Muito atrás do Braga. E abaixo do Paços de Ferreira, Rio Ave, Estoril, Guimarães, Beira-Mar e Marítimo. Com apenas duas equipas com menos pontos - o Vitória de Setúbal e o Moreirense.
O que houve foi a pior fase de sempre do Sporting. Nenhum de nós - repito: nenhum de nós - se lembra de ver o clube coleccionar tantas derrotas. Nos últimos 17 jogos, perdemos nove e só ganhámos dois.
Não vencemos nem convencemos. Ao ponto de olharmos hoje com mais apreço para a equipa B do que para a equipa principal.
Deixámos de aplaudir.
O Sporting transformou-se numa imensa sala cheia de adeptos que deixaram há muito de ter alegrias.
Quero encontrar algum motivo de elogio - um só motivo - e não encontro. Também eu cruzo os braços: não contem comigo para aplausos a quem os não merece.
Escuto com atenção - e apenas ouço, ao fundo da sala, as palmas esforçadas de Rui Oliveira e Costa elogiando sem desfalecimentos a "coragem" do presidente. Deste ou de outro qualquer.
E os nossos filhos? E os que não têm herança nem legado? E o que querem, precisam e merecem os outros 3 milhões de sportinguistas a passar por vários infernos com a eternidade no horizonte?
Triste Pátria, a que tão infames filhos teve.
Pior que ter azar na bola, na barra ou no poste, falhar uma contratação ou renovação, é ter tido "tamanhas desgraças" como presidentes.
O Clube não acaba jamais, graças até à réstia de ecletismo que sobreviveu aos anteriores funcionários da banca ou presidentes encartados. Graças a Deus que existem outras modalidades.
O Futebol sim, "acaba", por algum tempo, no sentido de Futebol de um Clube "Grande", tendo em conta que os árbitros, os analistas e comentadores (então os nossos, Jesus Cristo, a vergonha é colossal!), e os adversários nos tratam como anedota do ano (ou da década!), como saco de pancada, como foco de pena e de humilhação, sem que se vislumbre reação capaz, sem que se veja saída além de despedir mais e contratar mais, sempre mais.
Não há respeito, muito menos medo, não existe consideração alguma, apenas alguma comiseração e muita alegria nos adversários enquanto reina o conformismo e a desilusão entre adeptos e sócios.
Levará ao próximo presidente vários anos para "curar" isto, mas certos entendidos no sportinguismo ortodoxo dizem que não. Dizem que temos de continuar, que nascemos para sofrer, que este é o caminho da redenção.
A solução para quem tem uma doença grave não é esperar que ela passe, é curá-la.
A solução para quem está desempregado não é esperar que um emprego caia do céu, é procurá-lo ou criá-lo.
A solução para quem tem fome ou sede, não é esperar que desapareça, é comer ou beber.
A solução para quem é oprimido não é resignar-se, é revoltar-se e lutar!
A solução para o Sporting Clube de Portugal não é ficar na cama do hospital aguardando serenamente a vez de seguir para a morgue, em nome duma interpretação transviada e deturpada dos valores e princípios do Clube ou duma suposta fé contaminada.
Deus não ajuda quem não quer ajuda nem se ajuda a si mesmo!
A solução é avaliar resultados deste mandato trágico, medir e pesar o grave momento presente e agir em conformidade.
Se é que ainda há tempo, e eu acredito que sim.
Com outras pessoas que não as do costume, com outra cultura, sem vícios, sem esquemas e sem "comissões", com outra alma, outra força e energia, com carisma.
"O conformismo é a sabedoria coletiva da ignorância individual" - Thomas Carlyle
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