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És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

De impor ao FC Porto um empate no Dragão. Quando faltava um minuto e meio para o apito final vencíamos por 1-0. 

 

De ampliar a distância para a turma portista. Antes deste clássico tínhamos oito pontos de vantagem sobre o FCP, actual terceiro na classificação. Continuamos assim, mas na prática levamos agora nove pontos de avanço, pois no confronto directo eles ficam a perder connosco. Em Alvalade, vencemos 2-0. Lá, ontem à noite, registou-se empate (1-1). Resultado mais positivo para nós do que para os da freguesia da Campanhã, naturalmente.

 

De Quenda. Melhor em campo, confirmando-se como o grande desequilibrador da nossa equipa. Aos 42' protagonizou um lance genial, junto à linha esquerda, deixando sucessivamente para trás João Mário, Zé Pedro e Neuhén, impotentes para o travar. Foi à linha final e cruzou com precisão para a grande área, oferecendo a oportunidade que Fresneda não desperdiçou. Sempre envolvido no compromisso defensivo sem nunca desperdiçar uma oportunidade de contra-ataque. Podia ter marcado no minuto final: ia embalado para a baliza quando Zé Pedro o ceifou em zona proibida, ficando impune.

 

De Fresneda. Quando o nosso grande goleador não está, improvisa-se outro. Por vezes o mais inesperado. Pela segunda jornada consecutiva o jovem lateral espanhol faz a diferença passando de defesa direito a ponta-de-lança. Foi assim que apareceu na área aos 42', aproveitando da melhor maneira a oferta de Quenda. Remate sem preparação, de pé esquerdo, sem hipóteses para Diogo Costa. Assim fixou o resultado ao intervalo: 1-0. E até já se exprime num português quase fluente, como demonstrou nas declarações após o jogo. Confirma-se: deixou de ser peça descartável no plantel leonino.

 

De Morten. Parece estar em todo o lado. Incansável, infatigável. Toda a construção ofensiva passou por ele. Fundamental também no trabalho sem bola, controlando as operações no plano táctico como prolongamento do treinador em campo. Oportuníssimo corte aos 45'+5, notáveis recuperações aos 74' e aos 75'. 

 

De Diomande até aos dois minutos finais. Impressionante, o seu domínio do terreno defensivo, sobretudo no jogo aéreo. Cortou tudo quanto havia para cortar numa alucinante sucessão de lances de elevado risco, sobretudo na segunda parte. Aos 54', 63', 82', 83', 89 e 90'+1. 

 

De uma excelente defesa de Rui Silva. Teste aos seus reflexos entre os postes superado: aos 68' voou para a esquerda impedindo um cabeceamento de Pepê que levava selo de golo. São momentos como este que definem os grandes guarda-redes. No golo sofrido, nada podia fazer.

 

De ver seis portugueses no onze titular. Foram estes: Rui Silva, Gonçalo Inácio, João Simões, Trincão, Daniel Bragança e Quenda. Há quem considere isto irrelevante. Não é o meu caso, como adepto do Sporting Clube de Portugal. 

 

De registar 51 pontos à 21.ª jornada. Superado outro obstáculo na rota do título. E na conquista do bicampeonato que nos foge há 74 anos. 

 

De Rui Borges. Empate em terreno sempre difícil após três triunfos consecutivos - contra Rio Ave, Nacional e Farense. Continua sem conhecer o sabor da derrota em partidas do campeonato. 

 

 

Não gostei

 

Do empate consentido quando só faltava minuto e meio para o fim do jogo. Dois erros individuais perturbaram a dinâmica colectiva, retirando-nos dois pontos que já pareciam garantidos. Algo que se costuma pagar caro em alta competição. 

 

Da lesão de João Simões. Em cada jogo, perdemos um elemento do plantel. Desta vez foi logo aos 22': o jovem médio magoou-se seriamente num joelho em disputa de bola com Eustáquio. Ainda tentou prosseguir, mas três minutos depois sentou-se no chão, já em lágrimas: teve de ser substituído por Debast, central improvisado como médio de recurso. Não foi a mesma coisa. 

 

Das ausências iniciais de Gyökeres e Morita. Ambos ainda sem condição física para jogarem 90 minutos. Começaram sentados no banco, de onde só saltaram aos 69'. Naturalmente sem a influência revelada noutros desafios

 

De Gonçalo Inácio. É um central muito acima da média, mas tem inexplicáveis lapsos de concentração nos momentos mais inoportunos. Ontem, aos 27', ofereceu a bola a Samu, o que nos ia custando um golo de Eustáquio: felizmente a bola foi ao ferro. Aos 90'+4, quase à boca da baliza, permitiu que Namaso se movimentasse livre de marcação no golo do empate. 

 

De Harder. Não era a noite dele. Maxi Araújo ofereceu-lhe o golo aos 52', mas desaproveitou com um remate desajeitado, muito por cima. Cinco minutos depois, após pontapé de canto por Quenda, tentou dar o melhor caminho à bola em lance acrobático, sem conseguir. Teve estas duas hipóteses, sem concretizar nenhuma. Saiu aos 69', certamente frustrado. 

 

De Diomande nos dois minutos finais. É ele a pôr Samu em linha na jogada do golo portista. Depois, na baliza contrária, descontrolou-se em absoluto quando já estava amarelado cedendo às provocações de Fábio Vieira. Recebeu o segundo amarelo, foi expulso e falha o jogo contra o Arouca. Tornando ainda mais difícil a vida a Rui Borges.

 

De Matheus Reis. Rendeu um esgotado Maxi Araújo aos 86'. Mais valia não ter entrado. Excedeu-se em protestos aos 90'+6, acabando expulso. Outra baixa no desafio contra o Arouca. E não pode sequer invocar a extrema joventude como atenuante: já tem 29 anos.

 

De terminar só com nove em campo. Como se não bastassem as lesões prolongadas de Nuno Santos e Pedro Gonçalves, a lesão recente de Geny e a lesão de João Simões já no decurso do jogo, além de termos Morita e Gyökeres muito longe da melhor forma.

 

Da arbitragem. João Pinheiro abandonou o critério largo protagonizando um festival de cartões: começou por arbitrar "à inglesa", acabou por apitar à pior maneira tuga. O mais grave foi ter feito vista grossa a dois penáltis: um sobre Gyökeres, agarrado por Tiago Djaló em posição frontal à baliza, outro sobre Quenda, derrubado por Zé Pedro em lance que prometia golo. Culpas repartidas, em qualquer dos casos, com o vídeo-árbitro Tiago Martins. Um dos piores árbitros portugueses não se torna competente quando passa a VAR, longe disso - como estas situações comprovam.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

De mais um triunfo claro e tranquilo. Recebemos, dominámos e vencemos o Farense, penúltimo classificado, numa partida quase de sentido único. Resultado: 3-1. Melhor do que o do jogo homólogo do campeonato anterior, quando também batemos a nossa segunda filial, mas com menor diferença: 3-2.

 

De Harder. Melhor em campo. Fuzilou as redes pelo segundo jogo consecutivo, suprindo a ausência do artilheiro-mor da equipa. Quando Gyökeres não está, o jovem dinamarquês, de apenas 19 anos, avança para o seu lugar e dá conta do recado. Voltou a acontecer ontem: foi ele a confirmar a vitória leonina, aos 88', com um original golo marcado com o peito em posição frontal, correspondendo com eficácia máxima a um cruzamento de Matheus Reis. Assim culminou uma bela jogada colectiva que ele próprio havia iniciado. Mas não se limitou a marcar: também assistiu. Providencial passe para golo, logo aos 11', dando início à vitória.

 

De Fresneda e Diomande. Figuram aqui em simultâneo por terem apontado os nossos primeiros golos, sendo ambos defesas. O lateral espanhol em estreia absoluta como goleador enquanto jogador profissional: inaugurou o marcador aos 11', à ponta-de-lança. O internacional marfinense meteu-a lá dentro num cabeceamento fulminante na sequência de um canto, aos 26' - também em estreia, mas na época em curso. É bom haver vários jogadores prontos a ser homem-golo compensando as ausências que continuam a registar-se por lesão.

 

De Trincão. Grande partida do avançado minhoto, que antes deste embate com o Farense já registava 2930' de utilização em 2024/2025. Comandou as operações do meio-campo para a frente, assistou no segundo golo marcando o canto e revelou sempre compromisso defensivo. Ofereceu duas vezes o golo a Harder (33' e 80'). Esteve a centímetros de marcar ele também, aos 17', numa excelente recepção seguida de rotação e remate de primeira, com a bola quase a roçar o ferro.

 

De Maxi Araújo. Vai-se mostrando mais adaptado ao posto de lateral esquerdo e mais entrosado com os colegas, melhorando de jogo para jogo. Muito eficiente nas missões defensivas, nunca perde de vista a manobra ofensiva. Magnífica combinação com Matheus Reis no lance do terceiro golo: a pré-assistência é dele.

 

Da estreia de Afonso Moreira, esta época, na equipa A. O brioso ala esquerdo leonino, presença habitual na equipa B, saltou do banco substituindo Maxi Araújo aos 90'. Só actuou cerca de 5 minutos, mas foi uma oportunidade para mostrar o que vale entre os "adultos". 

 

De confirmar a aposta na formação. Cinco jogadores oriundos da Academia Cristiano Ronaldo marcaram presença nesta partida: Gonçalo Inácio, Daniel Bragança, Quenda, João Simões e Afonso Moreira. O caminho faz-se caminhando.

 

Do apoio dos adeptos à equipa. Mais de 43 mil espectadores em Alvalade demonstrando a crença inabalável de que este Sporting vai conquistar o bicampeonato que nos foge há 74 anos. Só faltam 14 jornadas.

 

De Rui Borges. Mais três pontos conquistados, balanço muito positivo destas suas cinco semanas ao serviço do Sporting. Os números não deixam lugar a dúvidas: nove jogos disputados, com cinco vitórias, três empates e apenas uma derrota. No campeonato, vamos com três triunfos consecutivos - contra Rio Ave, Nacional e Farense.

 

Da arbitragem. António Nobre merece nota positiva. Deixou jogar, adoptando critério largo - precisamente o que vigora na esmagadora maioria dos melhores jogos internacionais. Sem exibir cartões a torto e a direito nem interromper a partida mal vê alguém atirar-se para o chão.

 

Do reforço da nossa liderança. Benfica e FC Porto continuam à distância. Lideramos isolados, agora com 50 pontos à 20.ª jornada. Apenas menos dois do que tínhamos na mesma fase do campeonato anterior.

 

 

Não gostei

 

Da ausência de Gyökeres. O craque sueco assistiu ao desafio num camarote de Alvalade. Foi apenas o segundo jogo desta época em que não pudemos contar com ele, comprovando que esteve a jogar nos limites da resistência muscular. Também Morita continua lesionado. São ausências de monta, tais como as de Nuno Santos (indisponível até ao fim da época) e de Pedro Gonçalves.

 

Da lesão de Geny. Parece bruxedo: também ele se lesionou. Abandonou o relvado de maca, aos 25', aparentemente devido a uma entorse que pode afectá-lo com gravidade. Mais uma dor de cabeça para o nosso treinador.

 

Do golo do Farense. Aconteceu aos 45'+2, fixando o resultado ao intervalo: 2-1. Lucas Áfrico movimentou-se à vontade dentro da nossa área, com Gonçalo Inácio a falhar a marcação e Diomande a pô-lo em jogo. Fechou-se o círculo: em Agosto, no Algarve, o mesmo jogador tinha marcado para o Sporting num infeliz autogolo. A "retribuição" ocorreu agora.

 

De ver Rui Silva sofrer o primeiro golo de Leão ao peito. Alguma vez havia de acontecer. Mas o guarda-redes internacional vindo do Bétis não teve culpa. 

 

De ver jogadores que formámos em Alcochete jogarem contra nós. Desta vez foram o avançado Elves Baldé (25 anos) e o médio Miguel Menino (22 anos). Nem todos podem ficar, como sabemos. É a vida...

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

De termos ultrapassado mais um obstáculo. Recebemos e vencemos o Nacional - a mesma equipa que há duas semanas, na Choupana, derrotou o FC Porto numa partida em que a turma portista foi incapaz de fazer um só remate enquadrado. Quem pensava que seriam favas contadas estava a ver mal o filme: a equipa madeirense apresentou-se em Alvalade num 5-4-1 muito difícil de transpor, mesmo quando já perdia 0-1 - resultado que se registava ao intervalo.

 

De Trincão. Tantas vezes mal amado pelos adeptos, foi ele mais uma vez a desbloquear um jogo, valendo-nos os três pontos. Perante a muralha madeirense, solucionou o problema de modo brilhante: com um tiro disparado a mais de 30 metros, com a bola a descrever trajectória em arco a partir da meia-direita e a anichar-se no sítio certo. Um golaço que quebrou a resistência do Nacional quando já decorria o minuto inicial do tempo extra da primeira parte e começavam a escutar-se manifestações de impaciência nas bancadas. O avançado minhoto volta a ser crucial após o fabuloso golo do empate que apontou em Guimarães mesmo à beira do apito final dessa trepidante partida. Melhor em campo.

 

De Morten. Outra actuação superlativa do internacional dinamarquês. Fundamental para impedir a construção ofensiva do Nacional. Protagonizou recuperações aos 6', 17', 22', 45'+3 e 51' - sempre com elevadíssimo grau de eficácia. Ostenta com todo o mérito a braçadeira de capitão: é um elemento crucial deste Sporting que sonha com a reconquista do bicampeonato.

 

De Diomande. Ao vê-lo com tanta personalidade e tanta autoridade natural em campo, até nos esquecemos que só tem 21 anos. O internacional marfinense voltou a ser dono e senhor do nosso bloco defensivo, que comanda com segurança e desenvoltura. Transmite tranquilidade à equipa.

 

Da estreia de João Simões a marcar na equipa A. Funcionou o dedo experiente do treinador Rui Borges: tripla substituição aos 89', um dos que entraram foi João Simões, que no minuto seguinte marcou de pé esquerdo o segundo golo, fixando o resultado: 2-0. Primeiro golo pela equipa principal do médio com 18 anos recém-festejados: foi a maior nota de alegria numa noite que encerrou em clima de festa. Fica para a história a corrida de 50 metros do João em direcção aos apanha-bolas, que abraçou efusivamente enquanto chorava lágrimas de genuína e compreensível felicidade.

 

Da nossa reacção à perda da bola. Em nenhum momento do jogo deixámos de dominar por completo o controlo das operações. Em nenhum momento nos desorganizámos. Em nenhum momento perdemos a noção do fundamental: era preciso metê-la lá dentro para conseguirmos os três pontos. Concentração total que deu frutos, mesmo com exibições menos conseguidas e o estigma do cansaço por excesso de jogos sempre a pairar sobre a equipa.

 

De Rui Borges. Facto que merece ser assinalado: na Liga, o nosso treinador ainda não perdeu qualquer jogo à frente do Sporting. Mantendo uma atitude serena, própria dos verdadeiros líderes, soube ler bem o jogo e fazer as mudanças que se impunham. Qualidades que se prolongam fora de campo, nas declarações aos jornalistas. Com um discurso claro, directo, sem "futebolês". Confirma em Alvalade o bom trabalho que já havia demonstrado em Guimarães.

 

Que mantivéssemos a baliza intacta. Pelo segundo jogo consecutivo da Liga (acontecera o mesmo na deslocação a Vila do Conde), Rui Silva não teve de fazer uma defesa digna desse nome. Onze dos nossos 19 desafios disputados neste campeonato terminaram assim: sem o Sporting sofrer golos.

 

De ver Mathieu de regresso a Alvalade. O excelente central francês, que tão bem serviu o Sporting durante três épocas, entre 2017 e 2020, assistiu ao jogo num camarote. Será sempre bem-vindo.

 

De ver as bancadas muito preenchidas. Mais de 42 mil adeptos acompanharam ao vivo, no estádio, este Sporting-Nacional.

 

De reforçar a nossa posição a liderar a Liga. Comandamos com 47 pontos - apenas menos dois do que na mesma fase do campeonato anterior. Aumentámos a distância para o Benfica, que segue com menos seis - há um ano, tinha apenas menos um. Somos a equipa com mais vitórias e menos derrotas. Temos o melhor ataque (53 golos, mais dez do que o Benfica) e a melhor defesa. Temos o maior goleador. Todos os números indicam: vamos no bom caminho. Para que o sonho se torne realidade.

 

 

Não gostei

 

De termos esperado 45'+1 para vermos o nosso primeiro remate enquadrado. Mas valeu a pena: o impasse foi quebrado pela bomba de Trincão. Nota máxima no plano artístico.

 

Do atraso do jogo. Começa a tornar-se um mau hábito em Alvalade: desta vez a partida começou com 6 minutos de atraso.

 

De Fresneda. Ele esforça-se, mas voltou a ter exibição insuficiente. Quando sobe no corredor, não dribla nem cruza. O mais provável é vê-lo perder a bola. A defender, não transmite segurança: abusa dos passes à queima e mostra-se muito intranquilo. Precisamos com urgência dum lateral direito melhor que ele.

 

De ver sair Morita com problemas musculares. Aconteceu aos 68': o internacional japonês abandonou o jogo com cara de sofrimento, queixando-se de dores numa coxa. Outra lesão à vista ou recaída da anterior? Convém lembrar que ele é um dos elementos mais importantes do Sporting, nada fácil de substituir.

 

Dos assobios. Alguns adeptos, sempre à beira de um ataque de nervos, começaram a vaiar certos jogadores (Fresneda foi um deles) a meio da segunda parte, indiferentes ao facto de estarmos a vencer e de o Benfica, pouco antes, ter sido derrotado (1-3) pelo Casa Pia. Estes adeptos tardam em perceber que assim nada conseguem de positivo: em vez de apoiarem, só desapoiam. Volto a perguntar: se é para assobiar, por que raio não ficam em casa?

Rescaldo do jogo de hoje

 

Gostei

 

Desta vitória tranquila e concludente (3-0) do Sporting em Vila do Conde. Há quase 15 meses, desde Outubro de 2023, que o Rio Ave não perdia em casa. Vinte jogos depois, quebrou-se este recorde: impusemos a nossa classe à turma anfritrã numa partida de sentido único, actuando sempre em pressão alta, com o onze leonino sempre compacto e bem organizado. Como as estatísticas demonstram: fizemos 27 remates, 16 dos quais enquadrados. E eles? Nem um para amostra.

 

De Gyökeres. Pela primeira vez ficou fora dos titulares num jogo da Liga 2024/2025. Mas ainda entrou a tempo de marcar o terceiro e último do desafio. Bastaram-lhe sete minutos para fazer o gosto ao pé, no minuto 88. E ainda mandou uma bola ao poste (90'+2). Cumprindo o seu quarto desafio consecutivo a marcar. Soma 42 golos na temporada (nove dos quais pela selecção sueca), 22 no campeonato. Sozinho, já marcou mais até agora do que 12 equipas completas da Liga. Um craque.

 

De Quenda. Melhor em campo. Fazendo parceria de luxo com Maxi Araújo no corredor esquerdo, não deu qualquer hipótese de progressão à turma vilacondense por essa ala. Exibe enorme disponibilidade física e uma impressionante maturidade táctica - nem parece ter apenas 17 anos. Foi dele o passe inicial no lance que aos 3' inaugurou o marcador - autogolo de Aderlan Santos, veterano central do Rio Ave. Serviu Harder em três ocasiões - aos 39', 52' e 55' - que o avançado dinamarquês desperdiçou. Aos 38' mandou a bola ao ferro, num remate potente e bem colocado. Merecia que tivesse entrado.

 

De Maxi Araújo. Ao vê-lo hoje em campo, naquele duo perfeito com Quenda, até parece que jogam juntos há dois anos, não apenas há duas ou três partidas. Ficou na retina uma acção individual dentro da grande área, na meia-esquerda, aos 52', sentando pelo menos três adversários. Pena só aquele cartão amarelo por protestos no último lance do jogo, aos 90'+4, já com o resultado feito: não havia necessidade. 

 

De Morten. Com Viktor sentado no banco, foi ele a protagonizar um momento decisivo: a cobrança de um penálti indiscutível, assinalado pelo árbitro Luís Godinho ao central Petrasso por desviar a bola com o braço. O capitão bateu de modo irrepreensível o pontapé da marca dos 11 metros, aos 23': daí surgiu o 2-0, resultado que se mantinha ao intervalo. Assim se estreou como artilheiro em grandes penalidades neste campeonato. E confirmou que não vacila na hora das decisões.

 

De Debast. Exibição muito positiva do central belga, lançado como médio adaptado por Rui Borges. Com a missão específica de completar e proteger as acções de Morten no miolo do terreno mas também de servir o ataque com a precisão dos seus passes à distância. Cumpriu com nota alta: será ele o tal reforço da nossa linha média de que tanto se falava? Se não é, imita bem.

 

Da estreia de Rui Silva. Acabado de chegar ao Sporting, vindo do Bétis, o internacional português assumiu-se de imediato como dono da baliza. Tranquilo, com boa estampa física e eficiente jogo de pés, tocou pela primeira vez na bola só aos 35'. E chegou ao fim da partida sem necessidade de fazer qualquer defesa. Transmite confiança, atributo fundamental num guarda-redes.

 

Do regresso  de Daniel Bragança. O médio criativo voltou após mais de um mês de ausência por lesão. Em boa hora, também ele confirmando o seu elevado grau de eficácia: substituiu Geny aos 81' e sete minutos depois assistiu Viktor para fechar a conta leonina no Estádio dos Arcos. Fazia-nos falta.

 

De reforçar a nossa posição como melhor ataque da Liga. Registamos 51 golos marcados em 18 jornadas (média: 2,83 golos por jogo). Há quem não goste? É lidar...

 

 

Não gostei

 

Do guarda-redes rioavista, Miszta. Por impedir vários golos leoninos, destacando-se como o melhor elemento da equipa anfitrã, que hoje jogou sem o artilheiro Clayton por acumulação de cartões. O polaco negou golos a Morten (11' e 60'), Trincão (70') e sobretudo ao perdulário Harder (10', 39', 58', 67' e 68'). A ansiedade tomou conta do jovem dinamarquês, titular em vez de Viktor mas sem fazer esquecer o sueco. Sem isso, teríamos saído de Vila do Conde com goleada - o que não escandalizaria ninguém.

 

Da ausência de Eduardo Quaresma. Ficou fora da ficha do jogo por lesão muscular. Mais uma, a somar-se a tantas outras.  

 

De lá ter ido empatar no campeonato anterior (3-3). Mas isso já foi há um ano. Desta vez fizemos bem melhor.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da nossa fulgurante entrada no difícil desafio em GuimarãesAntes de concluído o segundo minuto da partida, neste jogo final da primeira volta, já tínhamos a bola enfiada no fundo das redes da equipa anfitriã. Antes de se esgotar o quarto de hora inicial, estava lá outra. Difícil conceber um começo mais fulgurante do que este - crédito por inteiro à nossa linha ofensiva.

 

De Gyökeres. Voltou às grandes noites de leão ao peito. Melhor em campo, autor de três golos: aos 2' (a passe de Quenda), aos 14' (novamente a passe de Quenda) e aos 57' (servido de cabeça por Morita dentro da área). Batalhador incansável, recuou sempre que necessário, nomeadamente para apoios defensivos nas bolas paradas. É um fenómeno: leva 21 golos apontados neste campeonato que só agora chegou a meio - e 30 no conjunto da temporada. Não merecia este empate no Minho. Merecia que tivéssemos ganho por goleada.

 

De Morita. Escasseiam os adjectivos para a prestação do  internacional nipónico, um dos grandes obreiros da primeira hora desta partida disputada sempre em ritmo muito intenso. Na primeira parte foi vital para accionar o nosso jogo ofensivo, mas soube recuar quando era necessário em apoio dos centrais. Vital a sua intervenção no terceiro golo, numa prodigiosa tabelinha com Gyökeres, a quem ofereceu o brinde. Como aconteceu a outros colegas, estoirou a partir da hora do jogo. Infelizmente para o treinador, nada temos equivalente a Morita no banco de suplentes.

 

De Quenda. Adaptado a médio-ala, do lado esquerdo, fabricou dois golos no quarto de hora inicial - proeza que merece ser assinalada. Não está ao alcance de qualquer um, ainda por cima sabendo-se que o jovem esquerdino costuma render mais quando actua do lado direito. No segundo golo não se limitou a assistir: o lance começa com uma recuperação dele. Infelizmente começou a quebrar fisicamente à beira do intervalo: decide mal aos 45'+1, atirando a bola para a bancada, quando tinha um colega livre de marcação. Mas justifica nota positiva.

 

Do golaço de Trincão. Andou meio eclipsado durante parte do jogo, mas ao contrário de quase todos os companheiros ganhou evidência à medida que este Vitória-Sporting se aproximava do fim. Aos 57' foi vital na recuperação, corrigindo erro de Geny, e encaminhando-a para o sítio certo no lance do terceiro golo. E nos instantes finais (90'+5) marcou um golo soberbo, o que nos permitiu sair de Guimarães com mais um ponto do que no desafio da época anterior, ao rematar em arco a partir da meia direita, com perfeita colocação, ao ângulo mais inacessível para Bruno Varela. Desde já candidato a um dos golos do ano, mal 2025 ainda começou.

 

De termos ido para o intervalo a vencer por 2-1. O cenário melhorou ainda mais quando ampliámos a vantagem, antes da hora do jogo. Ao ponto de muitos de nós já pensarmos que trazíamos os três pontos de Guimarães. O pior foi que vários jogadores do Sporting parecem ter pensado o mesmo: facilitaram, relaxaram, desconcentraram-se. Asneira grossa: nenhuma vitória está no papo antes do apito final.

 

Dos golos. Não choveu, ao contrário do que chegou a recear-se, mas houve chuva de golos no relvado: oito. Três na primeira parte, cinco na segunda. Para quase todos os gostos. Há quase seis anos não havia tantos num desafio do campeonato nacional de futebol. E desta vez foram todos golos limpos, sem discussão.

 

Da vibração nas bancadas. Maior número de espectadores até agora, nesta época, no estádio D. Afonso Henriques: 26.549 lugares preenchidos. Prova da capacidade de mobilização dos adeptos vimaranenses e do inegável prestígio do Sporting em todos os palcos nacionais.

 

Do árbitro. Trabalho competente de João Gonçalves, tanto do ponto de vista técnico como disciplinar. Começa a impor-se como um dos melhores árbitros desta nova geração.

 

 

Não gostei

 

De Israel. Vai-se consolidando a convicção de que nos falta um guarda-redes de indiscutível categoria, na linha de tantos que se celebrizaram no Sporting. O jovem uruguaio orientou muito mal a barreira no livre directo de que nasceu o primeiro golo vimaranense, aos 7', e reagiu tarde ao disparo de Tiago Silva. Teve também uma atitude demasiado passiva no quarto que sofremos, aos 85': nem esboça uma saída à bola para reduzir o ângulo de remate.

 

De Matheus Reis. Prestação calamitosa do lateral esquerdo, totalmente batido em velocidade no lance do segundo golo da turma anfitriã, aos 70': não teve pernas para acompanhar Telmo Arcanjo nem a argúcia de perceber que se impunha cometer falta defensiva para compensar a sua falta de velocidade. No quarto golo, falhou por completo a marcação a Dieu-Merci, que só precisou de decidir para que lado mandaria a bola. 

 

De Fresneda. Voltou a demonstrar falta de classe para integrar o plantel leonino. Aos 86' substituiu um esgotado Eduardo Quaresma. Exibindo nervosismo à flor da pele. Quando mais precisávamos de tempo para virar o resultado, já de cabeça perdida, envolveu-se numa picardia disparatada junto à nossa linha defensiva que lhe valeu o amarelo aos 90'+3. Parece cada vez mais uma carta fora do baralho.

 

Da nossa desorganização defensiva. Além dos erros individuais já referidos, todo o nosso sector mais recuado merece nota negativa. Incapaz de sair com bola, incapaz de dominar a pressão, incapaz de definir linhas de fora de jogo, a partir de certa altura começou a aliviar de qualquer maneira: saía balão, saía charutada. Como se estivessem a defrontar o Arsenal ou o Bayern de Munique. E sucediam-se as bolas entregues aos adversários, aqui sobressaindo Diomande e Quaresma. E, claro, foram-se sucedendo os golos: três num quarto de hora - 70', 82' e 85'. Inaceitável.

 

De ter sofrido tantos golos. Foi a primeira vez que o V. Guimarães nos marcou tanto em jogos do campeonato. Ironia do destino: um Vitória "fabricado" nesta dinâmica pelo nosso actual treinador.

 

Do excessivo recuo das nossas linhas. Após marcarmos o 3-1, houve ordem geral para arrefecer o jogo e recuarmos as linhas, concedendo iniciativa ao adversário. Talvez já a pensar no desafio contra o FCP, da meia-final da Taça da Liga. Foi um erro: havia mais de meia hora para jogar, essa é estratégia de equipa pequena. Tal como as múltiplas tentativas de queimar segundos nas reposições de bola, tanto pelo guarda-redes como nos lançamentos laterais. No Sporting, estamos pouco habituados a isto. Aliás, não serviu para nada: o Vitória, sentindo-se confortável com o espaço que lhe concedíamos, cresceu de intensidade e foi para cima de nós. O jogo quase começou a perder-se aí. E só não se perdeu de todo devido à magia do pé esquerdo de Trincão.

Rescaldo do jogo de anteontem

 

 

Gostei

 

Da estreia de Rui Borges ao leme da equipa. Entrada à campeão, vencendo o Benfica em nossa casa (1-0). Depois de apenas três sessões de treino com a equipa, que correspondeu da melhor maneira ao desafio de trabalhar com o terceiro técnico da temporada. Após Ruben Amorim (onze jogos, onze vitórias) e João Pereira (quatro jogos, uma vitória, um empate e duas derrotas). 

 

Da adaptação táctica. Durante cinco anos vimos a equipa organizada a partir de uma linha de três centrais. Mas o novo treinador não hesitou em impor as suas ideias, claramente bem acolhidas. Com Diomande e St. Juste no centro, Eduardo Quaresma e Matheus Reis como defesas laterais. Lá na frente, os médios-ala projectados em extremos - Quenda pela esquerda, Geny pela direita. Com sucesso. Confirmando que Rui Borges é um profissional com personalidade e tem plena confiança no seu critério.

 

De Geny. Tornou-se o nosso talismã nos chamados "jogos grandes". Bisou na recepção aos encarnados no campeonato anterior e marcou ao FC Porto já na Liga 2024/2025. Anteontem à noite foi ele a desfazer as dúvidas ao marcar um golaço quando decorria o minuto 29'. Culminando excelente jogada colectiva do Sporting iniciada com um lançamento lateral de Quenda e prosseguida por Gyökeres, que sentou Tomás Araújo, competente defesa benfiquista mas que neste clássico esteve irreconhecível. O craque moçambicano foi o melhor em campo, ganhando sucessivos duelos com Carreras, o lateral adversário que tentou travá-lo, quase sempre sem sucesso. 

 

De Gyökeres. Não marcou, mas continua a trabalhar imenso para a equipa. E voltou a contribuir para um golo, com o passe para o centro da área a solicitar a bem-sucedida desmarcação de Geny. Ainda tentou o golo por duas vezes, aos 40' e aos 88': só não aconteceu devido a grandes defesas de Trubin, o melhor da turma visitante.

 

De Morten. Impõe-se cada vez mais como esteio no meio-campo leonino. Grande recuperador e distribuidor de jogo, exibe resistência sem limites. Vulgarizou completamente Florentino, que foi acumulando disparates, ofuscado pelo nosso capitão no confronto a meio-campo.

 

De Diomande. Mostrou-se à altura de Coates, como seu sucessor enquanto patrão da defesa, sem acusar a súbita mudança operada no sistema táctico. Fez eficaz parceria com St. Juste e soube manter sob vigilância o mais imprevisível dos benfiquistas, Di María. Só uma vez foi ultrapassado, mas acelerou ainda a tempo de anular o lance ofensivo, aos 67'. Um corte que mereceu aplauso das bancadas como se tivesse sido golo. 

 

De Eduardo Quaresma. Trabalhador incansável. É um dos símbolos deste Sporting que sonha com o bicampeonato e vai fazer tudo para que esta meta se torne realidade. Pelo menos três cortes preciosos, no momento exacto - aos 43', 52' e 54'. E atreveu-se um par de vezes a progredir com a bola, queimando linhas, semeando o pânico no meio-campo defensivo dos encarnados.

 

Do regresso de Morita. O internacional nipónico voltou após lesão. E comprovou-se em toda a primeira parte - totalmente dominada pelo Sporting - a falta que fazia. A abrir espaços, a ligar linhas, a colocar a bola com precisão cirúrgica. Quando começou a claudicar, por cansaço físico, a equipa ressentiu-se.

 

Da lotação esgotada. Mais de 48 mil espectadores em Alvalade na noite de domingo. Casa cheia para ver um bom espectáculo. A maior afluência de público da temporada ao nosso estádio.

 

Do árbitro. Boa actuação de Fábio Veríssimo. Deixou jogar, aplicando critério largo sem apitar por tudo e por nada. E manteve critério uniforme, o que merece registo.

 

Da homenagem a Nani antes do jogo. Formado em Alvalade, grande figura do futebol internacional, o campeão europeu não esquece as raízes. Foi brindado com merecida e sentida ovação. Aos 38 anos, certamente ainda gostaria de calçar num clássico como este.

 

Da subida do Sporting na classificação. Entrámos para este jogo em terceiro lugar, com o FC Porto no comando à condição, saímos em primeiro. De novo no topo, retomando a liderança que tínhamos até há escassos dias.

 

 

 

Não gostei

 

Da saída de Quaresma, com lesão muscular. Teve de abandonar o relvado amparado, aos 71', após ter dado tudo em campo. Felizmente parece ser lesão sem gravidade.

 

De Fresneda. Entrou aos 71', substituindo Quaresma. Fez um corte providencial aos 83'. Mas perdeu-se em acções inconsequentes, atirando duas vezes a bola para fora, oferecendo-a uma vez a Carreras (81') e claudicando no início da construção. Tarda em impor-se no plantel leonino.

 

Da frase batida "dérbi eterno". Os comentadores e relatores usam e abusam deste chavão, que se tornou insuportável lugar-comum. O Sporting é de Portugal inteiro, não é clube de Lisboa. Dérbi é um Benfica-Casa Pia ou um Benfica-Oriental. E nada em futebol é eterno.

Rescaldo do jogo de anteontem

 

 

Não gostei

 

De outro tropeção no campeonato. Mais dois pontos perdidos, desta vez em Barcelos. Cem minutos de jogo não bastaram à equipa ainda sob o alegado comando de João Pereira para desfazer o nulo num estádio onde em Abril, com Ruben Amorim ao leme, tínhamos goleado por 4-0. Que diferença brutal entre as duas partidas, no mesmo palco e perante o mesmo adversário. O que mudou? Sabemos bem de mais.

 

De termos sido incapazes de marcar ao menos um golo. Desde 5 de Abril de 2023 que não concluíamos um jogo com um empate a zero para a Liga portuguesa. Também em Barcelos, por coincidência.

 

Da nossa inoperância ofensiva. Duas oportunidades de golo em toda a partida - por Harder, aos 67', e por Trincão, aos 81'. Inviabilizadas por grandes defesas do guarda-redes Andrew, melhor jogador em campo. Muito pouco para uma equipa que mantém aspirações ao título. Quase nada.

 

Da nossa primeira parte. Lentidão de processos, falta de mobilidade, abuso até à náusea de passes lateralizados no meio-campo defensivo, incapacidade na criação de movimentos de ruptura e no preenchimento de espaços. Estéril "posse de bola". Chegou a dar sono. E provocou tristeza na grande maioria dos adeptos. O Sporting está irreconhecível.

 

Da entrada de Quaresma no onze. João Pereira teimou em incluí-lo entre os titulares. Erro: o jovem central acusou problemas musculares que já vinham de dois jogos anteriores, o que afectou muito o seu rendimento em campo. O técnico viu-se forçado a trocá-lo (por Matheus Reis) ao intervalo. 

 

De Maxi Araújo. Vão-se sucedendo os jogos - e tarda em mostrar atributos que justifiquem a sua vinda para o Sporting, por um preço nada módico. Anteontem voltou a andar muito desaparecido do jogo, defendendo mal e atacando sem critério. Fez um bom cruzamento para Gyökeres logo aos 10' e depois eclipsou-se em movimentações inconsequentes no corredor esquerdo. Chegou a escorregar sozinho, algo que não se compreende.

 

De Mauro Couto. Incompreensível, a opção do técnico de deixar Edwards no banco para apostar aos 87' na entrada do ala esquerdino a jogar à direita (outro para a colecção). O jovem de 19 anos, oriundo da equipa B, quis mostrar serviço, mas sem conseguir. Aos 90'+2 atrapalhou-se sozinho com a bola, lá na frente, e falhou uma finalização em lance que parecia para os "apanhados".

 

De St. Juste. Figura aqui precisamente por não ter jogado. Numa equipa já muito fustigada por lesões, fez-se expulsar na partida anterior, encolhendo ainda mais as opções defensivas à disposição do técnico. Comportamento imperdoável: o holandês já não é nenhum garoto e tinha obrigação, muito mais do que outros colegas, de manter a cabeça fria para dar o exemplo. Infelizmente, fez ao contrário.

 

De ver Félix Correia contra nós. Esteve dez anos no Sporting, devendo toda a sua formação como futebolista à Academia de Alcochete. Um dia quis dar o passo maior do que a perna e recusou permanecer em Alvalade. Poderia ser hoje titular de leão ao peito, mas a ambição desenfreada virou-se contra ele. Consequência: anda a jogar no Gil Vicente.

 

Da equipa técnica. A mesma inoperância, a mesma incapacidade de reacção, a mesma deficiente leitura de jogo, a mesma ausência de ousadia, a mesma incompreensível gestão do esforço dos futebolistas. João Pereira queixa-se de jogar a cada três dias, mas voltou a não esgotar as substituições pelo terceiro desafio consecutivo.

 

De termos desperdiçado a larga vantagem de que dispúnhamos no final de Novembro. Ao quarto jogo do campeonato com João Pereira no banco, apenas quatro pontos conquistados em doze possíveis. Resultado: deixámos o FC Porto igualar-nos e o Benfica ultrapassar-nos na tabela classificativa. Desde Maio de 2023 que os encarnados não lideravam isolados o campeonato. A "pesada herança" recebida de Ruben Amorim foi desperdiçada em apenas um mês.

 

 

Gostei

 

De Morten, o melhor leão. Verdadeiro capitão de equipa, aquele que revela nervos de aço mesmo nos momentos mais complicados. Procurou sempre orientar os colegas - designadamente João Simões, de apenas 17 anos, seu parceiro no meio-campo - em movimentações com bola e sem ela. Dando ele próprio o exemplo: protagonizou oito recuperações.

 

De Trincão. Anda esgotado, o que não admira: ainda não falhou um jogo desde o início da temporada, já soma 2226 minutos. Mesmo assim foi tentando remar contra a maré, procurando soluções criativas para romper a muralha defensiva do Gil Vicente. Aos 78' chegou a introduzir a bola na baliza, mas não valeu porque o árbitro André Narciso havia apitado dois segundos antes para assinalar um penálti que afinal não existia (revertido pelo VAR em monumental trapalhada que volta a desacreditar a arbitragem). Três minutos depois, num remate cruzado de ângulo apertado, deu o rumo certo à bola, desviada in extremis para canto pelo guardião gilista.

 

De Diomande. Desta vez foi titular, o que faz todo o sentido. Não pode ficar de fora, excepto por castigo ou lesão: é o nosso melhor central do momento. Único com capacidade para comandar o reduto defensivo. Foi o que fez nesta partida, ganhando quase todos os duelos e articulando-se de forma eficaz com os companheiros. 

 

Da boa "moldura humana". Quase dez mil espectadores num estádio com lotação máxima para 12 mil. Muitos dos que compareceram apoiaram sem cessar os nossos jogadores. E mesmo no fim foram escassos os assobios e os lenços brancos. Conclusão: de falta de apoio não pode esta equipa queixar-se.

Rescaldo do jogo de anteontem

 

Gostei

 

Da vitória contra o Boavista, mesmo tangencial (3-2). Após quatro derrotas consecutivas, duas das quais para o campeonato, João Pereira conseguiu enfim os seus primeiros pontos na Liga 2024/2025. Triunfo arrancado a ferros, em casa, contra o antepenúltimo. Que, afogado em dívidas, está há dois anos proibido de fazer novas contratações. Equipa débil, que mesmo assim conseguiu marcar-nos dois golos nos dois únicos remates enquadrados de que dispôs.

 

De Trincão. De longe o melhor em campo. Grande obreiro destes três pontos tão penosamente alcançados. Bisou a passe de Maxi Araújo (minuto 49) e de Gyökeres (minuto 66). Rematando de primeira para fora do alcance do guarda-redes, no primeiro; protagonizando brilhante rotação que deixou a baliza à mercê do seu pé esquerdo, no segundo. Soma agora seis golos e dez assistências na temporada. Mereceu todos os aplausos que escutou.

 

De Gyökeres. Está ainda longe da excelente forma a que nos habituou, mas um mês depois voltou a marcar um golo em lance corrido (aproveitando brinde do defesa boavisteiro Pedro Gomes, que fez a formação em Alcochete) e fez precioso passe para o remate de Trincão que nos valeu os três pontos. Num jogo em que desperdiçou três oportunidades flagrantes de a meter lá dentro - aos 9', 15' e 31'.

 

De João Simões. Nesta sua segunda partida como titular, consolida-se a impressão de que é mesmo reforço para o depauperado meio-campo leonino. Com apenas 17 anos, revela maturidade precoce, bom sentido posicional e inegável cultura táctica. Melhor do que o emprestado Dário Essugo na mesma posição.

 

De ver Coates assistir ao jogo no camarote da equipa. Deu para sentir saudades. A falta que ele faz na actual defesa caótica do Sporting, em que cada um anda para seu lado, sem voz de comando...

 

Da arbitragem. Bom desempenho de Fábio Veríssimo, bem auxiliado pelo vídeo-árbitro Bruno Esteves.

 

De continuar a ver o Sporting no comando. Estamos com 36 pontos à 14.ª jornada. Agora com mais quatro pontos do que o Benfica e mais cinco do que o FC Porto.

 

 

Não gostei

 

Do nosso descalabro defensivo. Bastou ao Boavista subir duas vezes à nossa área para a meter lá dentro, aos 43' e aos 58'. Com responsabilidades individuais (que começam em Matheus Reis no primeiro golo e Geny no segundo) em ambos os casos, mas também devido à inoperância do nosso sector mais recuado, incapaz de se manter alinhado e de segurar as situações de vantagem até Trincão fixar o 3-2 final. O facto de actuarmos com um inédito trio de centrais (Quaresma, Debast, Matheus) terá contribuído para isto. Por que motivo Diomande ficou no banco e só entrou aos 72'? Mistério. Talvez nem o próprio João Pereira saiba.

 

Dos dois golos sofridos em casa. Há mais de nove meses que não nos acontecia em desafios da Liga. Desde o campeonato anterior, a 3 de Março, contra o Farense. E desde 2006 não víamos o Boavista bisar contra nós num jogo.

 

De Israel. Dilema grave: nenhum dos nossos dois guarda-redes principais é recomendável. Vladan foi incapaz até hoje de fazer uma exibição digna de elogio. O jovem internacional uruguaio tem sérios problemas técnicos e anímicos. Inacreditável, como deixa escapar a bola entre os braços a um remate que Bruno, do Boavista, lhe fez à figura. Será o momento de chamar Callai para finalmente mostrar o que vale no primeiro escalão?

 

De St. Juste. Voltámos a não contar com ele. Uma "síndrome gripal" levou à sua remoção do onze titular: nem no banco se sentou. Está mais que visto: é jogador que passa muito mais tempo fora do que dentro. Candidato inevitável a transferência, talvez já no mercado de Inverno. Não deixará saudades.

 

Do quarto de hora final. Pressão constante do Boavista, com o Sporting encostado às cordas e os nossos jogadores a aliviarem a bola de qualquer maneira, como podiam, à maneira das equipas do fundo da tabela. Neste período até parecia que a turma axadrezada era a grande e o Sporting era a pequenina. 

 

Da equipa técnica. A mesma inoperância, a mesma incapacidade de reacção, a mesma deficiente leitura de jogo, a mesma ausência de ousadia, a mesma incompreensível gestão do esforço dos futebolistas. João Pereira queixa-se de jogar a cada três dias, mas voltou a não esgotar as substituições pelo segundo desafio consecutivo.

 

Do progressivo desinteresse dos adeptos. À 14.ª jornada, registámos o mais baixo número de assistentes no José Alvalade em jogos da Liga da presente temporada: cerca de 34 mil. Quem pode admirar-se?

Rescaldo do jogo de anteontem

 

Não gostei

 

Da segunda derrota seguida na Liga. Desta vez foi em Moreira de Cónegos, onde não perdíamos há 21 anos. Contra uma equipa que já tinha imposto um empate (1-1) ao Benfica, ditando o afastamento do treinador Roger Schmidt, e escassas semanas antes havia eliminado o FC Porto da Taça de Portugal. João Pereira voltou a inovar, piorando. Ao inventar Daniel Bragança como interior esquerdo, ao afunilar o jogo pelo centro, ao transformar os alas em extremos com a missão de bombear um desamparado Gyökeres sem espaço para as suas movimentações letais. Acumulação de erros somada à chocante passividade da nossa "equipa técnica" no banco e à total incapacidade de fazer as alterações que se impunham.

 

Da nossa incapacidade de gerir a vantagem. Até marcámos cedo, logo aos 12'. Mas aquele golo de avanço, convertido de penálti, pareceu tolher ainda mais a equipa, onde se sucediam os erros posicionais, o jogo sem bola era nulo, a ansiedade crescia a cada minuto e a desconcentração tomava conta dos jogadores. Durou pouco, a esperança de sairmos de Moreira com três pontos: apenas sete minutos. A partir daí foi sempre a descer: equipa sem largura, sem confiança, sem poder de fogo. Lenta a tomar decisões. Desorganizada. Com momentos caóticos - e outros até caricatos, como aquele que nos custou o segundo golo. E a derrota por 1-2.

 

De Vladan. Voltou a demonstrar que não tem categoria para guarda-redes do Sporting. Mal posicionado entre os postes no primeiro golo, surgido na cobrança de um livre lateral com Dinis Pinto a elevar-se acima da nossa defesa (e de Trincão, que lhe fazia marcação directa) e a rematar vitorioso, de cabeça, apesar de ter apenas 1,78m. O sérvio viu-a passar, tal como viu no segundo, sofrido aos 35' num remate de primeira de Schettine com o nosso guardião lento de reflexos: tentou sem conseguir. 

 

Da prolongada ausência de Israel. Nem no banco de suplentes se sentou. Relegado das convocatórias há duas semanas devido a «síndrome gripal». Estranha gripe, que demora tanto tempo a ser debelada.

 

De Geny. Numa equipa desmotivada e deprimida, irreconhecível para quem há um mês a viu golear o Manchester City, o jovem internacional moçambicano recebe o nada invejável "troféu" de jogador mais desconcentrado em campo. Capaz de transformar um mero lançamento lateral, no nosso meio-campo defensivo, em entrega directa de bola ao adversário, que em dois segundos a meteu lá dentro. Naquele instante, mais que nunca, as campainhas de alarme deviam ter soado no banco leonino. Mas não: a equipa que regressou ao relvado após o intervalo, quando já perdíamos 1-2, foi a mesma que iniciou o jogo. As primeiras substituições, aliás inúteis, só ocorreram aos 65'.

 

De Maxi Araújo. Voltou a sair do banco, desta vez aos 65', e voltou a nada acrescentar. Tarda a impor-se no Sporting, continua a parecer carta fora do baralho. Não defende, não faz movimentos interiores, cruza de olhos no chão. Tem muitos aspectos a rectificar no plano técnico. Precisa de trabalhar com um treinador a sério.

 

Da nossa desorganização defensiva. Um dos maiores trunfos da equipa montada em Alvalade pelo actual treinador do Manchester United foi a robustez defensiva. Em poucos dias, este legado ruiu. Gonçalo Inácio cometeu falta desnecessária de que nasceu o primeiro golo do Moreirense, e até ao fim do jogo percorreu todas as posições defensivas. St. Juste (saiu aos 61') parece ter perdido o seu principal atributo, a velocidade. Diomande (saiu aos 78'), abusando de jogar com os braços no limite do tolerável, pode agradecer ao "critério largo" do árbitro não ter visto duas vezes o amarelo e aos 29' protagonizou uma arrepiante entrega de bola que quase originou golo. Debast (entrou aos 78') viu desaparecer a sua anterior habilidade no passe longo. Aos 87', tentou de tal maneira que acabou por entregar a bola, frouxa e enrolada, ao guarda-redes Kewin.

 

Da nossa inoperância ofensiva. João Pereira deu instruções expressas aos jogadores para despejarem bolas para a área, mesmo sabendo que o Moreirense tem defesa sólida, comandada pelo veterano Marcelo (nosso ex-jogador), e que o craque sueco está longe de ser um virtuoso em matéria de cabeceamentos. Aparentemente não havia plano B a partir do banco pois a nossa equipa manteve este fio de jogo do princípio ao fim. Consequência: João Pereira já perdeu tantos desafios em apenas duas jornadas da Liga como Ruben Amorim nas 34 rondas da época anterior. Há quem não goste de comparações? Lamento, mas são inevitáveis. O futebol é feito delas

 

Das bolas à barra. Excesso de pontaria ou falta de confiança? A verdade é que foram duas: aos 53', por Morten, na sequência de um canto, e aos 81', por Gonçalo, após a cobrança de um livre. 

 

Da terceira derrota consecutiva. Contando com a goleada sofrida frente ao Arsenal para a Liga dos Campeões. Não nos sucedia há mais de cinco anos, desde Setembro de 2019. Quando Leonel Pontes era o técnico interino. 

 

De um ciclo que se fechou. O ciclo de quase um ano sem perdermos fora de casa em desafios da Liga. A derrota anterior fora a 9 de Dezembro de 2023, em Guimarães. Página virada. Para pior.

 

 

Gostei

 

Do golo de Gyökeres. Logo aos 12', castigando falta cometida três minutos antes por Marcelo sobre o craque sueco. Viktor quebrou um jejum de duas partidas sem marcar: na Liga leva 17 apontados, sete dos quais na conversão de penáltis. Melhor leão em campo, não dispôs no entanto de qualquer oportunidade de golo em lance de bola corrida. E joga agora sem a alegria que todos lhe reconhecíamos.

 

Da arbitragem. Desempenho irrepreensível de António Nobre, bem auxiliado em lances capitais do jogo pelo vídeo-árbitro Helder Malheiro. Contraste absoluto com a arbitragem e a vídeo-arbitragem da ronda anterior.

 

Do Moreirense. Tem um bom treinador, César Peixoto. Não quererá vir para Alvalade?

Rescaldo do jogo de anteontem

 

Não gostei

 

Da péssima estreia de João Pereira como técnico principal na Liga. Correu tudo mal neste desafio em casa com o Santa Clara (0-1): o onze convocado, a dinâmica dos jogadores no terreno, a deficiente leitura do jogo, algumas substituições insólitas e a ausência de uma voz de comando junto ao banco. Nem o técnico principal, com olhar vago e errante, nem nenhum dos seus adjuntos transmitiam instruções para dentro do campo, rectificando as movimentações erradas, a ausência de linhas de passe, a manifesta incapacidade de acelerar o jogo, a pavorosa inconsistência defensiva. Nada a ver com os nossos onze desafios anteriores deste campeonato, designadamente o épico triunfo em Braga. Foi só a 10 de Novembro, mas parece ter sido há muito mais tempo.

 

Do golo sofrido. Em evidente inferioridade numérica, aos 32' o Santa Clara ganhou a bola no meio-campo e já não a largou até a ver no fundo das redes. Morten, irreconhecível, limitou-se a marcar com os olhos, vendo-a passar, conduzida por Matheus Pereira: logo se instalou o pânico na nossa defesa, com Debast e Diomande atropelando-se enquanto Matheus Reis se juntava à molhada abandonando a posição e rasgando uma avenida para a turma forasteira, com Vinicius a apontar o golo que lhes valeu três pontos. Erros primários, dignos de equipa amadora. 

 

De Vladan. Entrou como titular, substituindo o engripado Israel, mas continuou a demonstrar falta de categoria para integrar o plantel leonino. Numa monumental fífia logo aos 7', entregando de bandeja a bola a Vinicius dentro da área, deu o primeiro sinal do nervosismo extremo, da desconcentração e da ansiedade que se apoderou da equipa. No golo, a principal culpa não foi dele, mas estava mal posicionado e ficou estático, vendo-a passar sem esboçar reacção.

 

De Edwards. Erro lapidar do técnico, ao incluí-lo no onze pelo segundo jogo consecutivo após a sua péssima actuação na goleada que havíamos sofrido cinco dias antes contra o Arsenal. João Pereira convenceu-se que pode fazer dele outro Pedro Gonçalves. Está profundamente equivocado: o inglês não demonstra cultura táctica nem energia anímica para substituir o melhor jogador português do plantel leonino, ausente por lesão. Extremamente inseguro, incapaz de construir um lance ofensivo consistente, até na recepção da bola parecia um aprendiz. Substituído ao intervalo após 45 minutos a mais em campo.

 

De Quenda. Outro jogador irreconhecível. O técnico atribuiu-lhe a missão de comandar as operações no nosso corredor direito, mas o benjamim da equipa foi incapaz de um único rasgo individual. Chegava a meio e passava para o lado, não penetrava nas linhas, não arriscava duelos, não cruzava, não gerou o menor incómodo ao Santa Clara. Parecia ausente. Já não veio do intervalo, sem surpresa para ninguém.

 

De Maxi Araújo. O uruguaio tarda a impor-se no Sporting. Desta vez jogou toda a segunda parte, substituindo Quenda mas como ala esquerdo, sem no entanto fazer melhor. Falhou passes, entregou mal, nem conseguiu marcar cantos de modo competente. Parecia que a bola lhe queimava os pés.

 

De chegar ao fim só com uma situação de golo. Desperdiçada aos 69' por Gyökeres após centro certeiro de Harder. E nem um remate enquadrado digno desse nome. Parecia mais o Sporting B - que João Pereira anteriormente treinou - do que o Sporting A. 

 

Dos cantos e livres ineficazes. Marcámos muitos, sem levar perigo às redes adversárias. Com um momento patético: aos 64', um livre na meia-direita terminou numa absurda perda de bola, que nem chegou a entrar na área. Sinal inequívoco do desnorte colectivo. Com 41.681 espectadores incrédulos a assistir no estádio.

 

Da posse estéril. Chegámos ao fim com 74% da chamada "posse de bola" - não há estatística mais enganadora. Grande parte desse tempo foi preenchido por inócuos passes para o lado e para trás, em ritmo de caracol cansado.

 

Do árbitro. Cláudio Pereira enganou-se a dobrar, poupando o Santa Clara a dois penáltis. Primeiro por derrube a Geny, aos 16': Vinicius desinteressou-se da bola, só quis atingir o nosso ala. Depois, aos 45'+2, quando Safira se atira para o chão e ali usa o braço para desviar a bola rematada por Gyökeres. Erros imputáveis sobretudo a Helder Carvalho, o VAR de turno: nem se deu ao incómodo de alertar o árbitro. 

 

Que tivéssemos perdido pela primeira vez em Alvalade com o Santa Clara. Aconteceu só agora, após nove confrontos com a turma açoriana disputados no nosso estádio. Desde 2020 que não perdíamos dois jogos seguidos em casa. 

 

Dos recordes absolutos que ficaram por atingir. Desperdiçámos a oportunidade de conseguir o melhor início da história do clube no campeonato nacional de futebol e uma série inédita de 33 jogos sem perder também na Liga. 

 

 

Gostei

 

De terminar esta jornada ainda no comando da Liga. Resta ver por quanto tempo.

 

De Geny. Muito castigado pelo jogo faltoso da turma açoriana, pareceu sempre o mais inconformado dos nossos. Melhor na ala direita: dali fez um grande centro que Gyökeres desperdiçou.

 

De Harder. Consolida-se a sensação de que merece ser titular neste Sporting agora tão oscilante. Voluntarioso, com vontade de sacudir o marasmo, falhou nos remates directos na área superpovoada, mas protagonizou dois cruzamentos muito bem medidos (69' e 79'), infelizmente desperdiçados.

Temos um problema

Queríamos bater um máximo na história da nossa participação nos campeonatos nacionais de futebol: o 12.º jogo seguido a vencer. 

Estivemos invictos enquanto se disputaram as onze primeiras rondas. Sob o comando de Rúben Amorim.

Hoje, em Alvalade contra o Santa Clara, houve alguns recordes batidos, sim. Mas negativos. Deixámos de ser a única equipa invencível da temporada em competições internas. Perdemos em casa frente à turma açoriana - nunca tinha acontecido. Registámos a primeira derrota no Estádio José Alvalade após 31 desafios consecutivos no campeonato. Chegamos ao fim de uma partida da Liga sem marcar um golo depois de 53 jogos a metê-la lá dentro. E sofremos a segunda derrota seguida, algo que não acontecia desde Novembro de 2022.

O que mudou?

A equipa é a mesma. Mas perdemos o treinador, agora no Manchester United. E ainda não encontrámos outro.

Faz uma diferença. Abissal. 

Temos um problema. Grave.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da nossa vitória em Braga. Nova reviravolta no resultado, novo desafio épico em menos de uma semana. Após a goleada ao Manchester City em Alvalade, virámos agora por completo um resultado desfavorável na Cidade dos Arcebispos. Fomos para o intervalo a perder por dois-a-zero, mas no segundo tempo marcámos quatro, fixando o resultado: 2-4. Com golos de Morita (58'), Morten (81') e Harder (89' e 90'+4). Continuamos invictos. Continuamos imbatíveis. 

 

De termos igualado o melhor início de campeonato de sempre. Onze jogos iniciais, onze vitórias, 33 pontos. Há 34 épocas que não começávamos tão bem, desde a temporada 1990/1991, com Marinho Peres. Rúben Amorim despede-se do Sporting, para treinar o Manchester United, deixando a equipa ainda mais bem colocada para concretizar o sonho que alimentamos há 74 anos: a conquista do bicampeonato nacional de futebol.

 

Do treinador. Comprovando o seu talento como técnico capaz de ler os jogos, Amorim fez as substituições que se impunham: trocou Debast por St. Juste no recomeço da partida e Daniel Bragança por Morita aos 56': a dinâmica alterou-se de imediato, com pressão total do onze leonino rumo à baliza adversária. A troca de Maxi Araújo por Harder, também aos 56', acentuou esta tendência: o Braga foi encostado às cordas. A substituição de Matheus Reis por Gonçalo Inácio, aos 80', contribuiu para acentuar a fluidez do nosso jogo. Não só vencemos: voltámos a convencer.

 

De Harder. Não chegou a estar 40 minutos em campo, mas merece ser apontado como o melhor dos nossos. Por ter bisado, em dois grandes remates de meia-distância - fortes, muito bem colocados, com clara intenção de a meter lá dentro. Aproveitamento máximo das oportunidades de que dispôs. Foi graças a ele que trouxemos três pontos de Braga. O empate saberia a pouco, ficaria aquém dos objectivos, deixar-nos-ia sem hipóteses de igualar (e depois superar) o recorde de melhor início de sempre da maior prova desportiva nacional. 

 

Do golo de Morten. Daqueles de fazer levantar um estádio. Golaço - sem dúvida o melhor da jornada, um dos nossos melhores até agora. Este golo, num pontapé fulminante, pôs fim a um período inédito, prolongado por mais de 80 minutos: foi a primeira vez em que estivemos a perder neste campeonato. O capitão dinamarquês, em estreia a marcar nesta Liga, não foi importante apenas por isto: voltou a ser também comandante absoluto do meio-campo. 

 

De Morita. Grande partida do internacional japonês: mudou o fio de jogo leonino mal entrou em campo, tornando a equipa mais veloz, mais objectiva, mais acutilante. Actuando numa espécie de "número 10", estava no local certo para apontar o primeiro golo, apenas dois minutos depois de saltar do banco: foi de recarga, na sequência de um canto muito bem apontado por Quenda e de um cabeceamento de St. Juste ao poste. Foi também ele a fazer o passe para o nosso terceiro golo. Exibição sem mácula.

 

Do ambiente no estádio. Havia 20.585 espectadores nas bancadas da Pedreira, mas em largos períodos da partida escutavam-se sobretudo os apoiantes do Sporting. O chamado "12.º jogador" mostra-se activo e influente como nunca: também nisto se vê a dinâmica de um clube que sonha ser bicampeão.

 

Da união da equipa. Mal foi marcado o quarto golo, os jogadores correram em direcção a Rúben Amorim envolvendo-o num forte, caloroso e prolongado abraço. Símbolo bem expressivo do saudável ambiente do balneário, onde coesão e união são muito mais do que simples palavras. Não podia haver despedida mais empolgante e comovente do melhor treinador de sempre do Sporting.

 

De termos disputado 32 jogos em sequência sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota (1-2) aconteceu na distante jornada 13 do campeonato anterior, em Guimarães, a 9 de Dezembro. E vamos com 20 triunfos nas últimas 21 partidas disputadas para a maior competição do futebol português.

 

De ver o Sporting marcar há 53 jogos seguidos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde Abril de 2023, perante o Gil Vicente (0-0). Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.

 

Do nosso desempenho nesta temporada oficial. Dezoito jogos disputados, 16 vitórias. São números que dizem quase tudo.

 

Do balanço após quase um terço da prova. Melhor ataque (39 golos), melhor defesa (só cinco sofridos), melhor goleador: Gyökeres. Desde 1973/1974 não facturávamos tanto nas primeiras onze rondas. Ainda não vencemos, até agora, por menos de dois golos de diferença. Temos a equipa mais forte do campeonato português, cem por cento vitoriosa. Perseguimos um objectivo cada vez mais próximo: a conquista do bicampeonato. Só faltam 23 jornadas.

 

 

Não gostei

 

Dos dois golos sofridos. Consequência da boa dinâmica inicial do Braga, que bloqueou os nossos corredores laterais, com Bruma e Ricardo Horta a entrarem à vontade na grande área perante a passividade do trio defensivo - sobretudo Debast, com responsabilidades em ambos os golos  (20' e 45') por manifesta desconcentração. Não admira que o belga já não tenha regressado após o intervalo.

 

Da nossa primeira parte. Sem uma oportunidade de golo, sem um remate enquadrado. O melhor que se fez foi um remate de Maxi Araújo às malhas laterais. Para esquecer. 

 

Dos dois cartões exibidos por protestos. Primeiro Pedro Gonçalves (13'), depois Diomande (80'). Os jogadores devem ter especial atenção às novas regras para evitarem ser amarelados desta forma. Mas o árbitro Luís Godinho não teve critério uniforme, poupando João Moutinho a um cartão que devia ter visto ao protestar de forma ainda mais exuberante.

 

Da lesão de Pedro Gonçalves. O melhor jogador português do Sporting viu-se forçado a sair, com forte dor muscular, logo aos 23'. Baixa para a equipa, baixa (de novo) para a selecção nacional quando já estava convocado para os próximos encontros da equipa das quinas. Esperemos que consiga recuperar nesta pausa do campeonato motivada pelos confrontos internacionais.

 

Da despedida. Desta vez é que foi: Rúben Amorim deixou de orientar a nossa equipa principal de futebol após mais três desafios suplementares em boa hora impostos por Frederico Varandas. Valeu a pena: vitórias sucessivas contra o Estrela da Amadora (5-1), Manchester City (4-1) e Braga (4-2). Que tenha a maior das sortes em Manchester. Bem a merece, após o excelente trabalho em Alvalade durante quatro anos e oito meses - a mais longa permanência de um treinador neste posto em cerca de oito décadas no Sporting. 

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

De outra goleada. A sétima em dez jornadas da Liga 2024/2025. Ontem a vítima foi o Estrela da Amadora, que teve a pretensão de "discutir o jogo" em Alvalade, abrindo espaços à retaguarda que foram aproveitados da melhor maneira pelo nosso ataque letal, com um Viktor em forma estratosférica. Assim, a equipa visitante, em vez de perder apenas por 0-2, como sucedeu ao Casa Pia com autocarro estacionado frente à baliza, saiu ontem de Alvalade vergada ao peso dum 5-1.

 

De Gyökeres. Está "intratável", como gostam de dizer alguns comentadores, incapazes de usar adjectivos mais fortes e expressivos para qualificar as actuações do grande goleador leonino. Ontem, pela primeira vez na sua carreira, Viktor marcou quatro num só jogo - merecido póquer para aquele que foi, de longe, o melhor em campo. Marcou aos 19', após rápida tabelinha com Pedro Gonçalves, fuzilando as redes em remate corrido: era a primeira oportunidade, não a desperdiçou. O segundo foi aos 31': tiro com assistência de Trincão. O terceiro aos 42', de penálti. O quarto aos 70', novamente com Trincão a assistir. Leva 16 golos no campeonato, 20 no total das provas  Tornou-se o maior goleador do momento no futebol europeu e é já o quinto estrangeiro com mais golos facturados no Sporting (após Yazalde, Bas Dost, Iordanov e Jardel). E tem ainda sete assistências. Vale cada cêntimo dos 24 milhões que custou ao Coventry, de onde o Sporting o trouxe há pouco mais de um ano. Quando sair, renderá quatro vezes mais.

 

De Trincão. Já ficou registado acima: assistiu em dois dos nossos cinco golos. Foi também ele o autor do cabeceamento que deu origem ao desvio com o braço de Bucca, originando o penálti. Merecia golo aos 60', ao desferir um remate em arco que fez saltar a tinta de um dos postes. Destacou-se ainda em várias recuperações. Continua em excelente forma.

 

De Israel. Sofreu um golo - apenas o terceiro do Sporting em dez jornadas do campeonato e o primeiro com ele entre os postes na Liga. Mas foi gigante na baliza. Enormes defesas aos 26' e aos 35' (esta, infelizmente, sem conseguir travar a recarga perante a apatia dos centrais), grande saída aos 48'. Temos guarda-redes de qualidade: quem resistia a concluir isto até ontem, terá de o reconhecer a partir de agora. Vladan pode esperar: o lugar pertence ao jovem internacional uruguaio.

 

Da estreia de Maxi Araújo a marcar. Alinhando pela primeira vez no Sporting como ala esquerdo, cumpriu no essencial embora sem fazer esquecer o ausente Nuno Santos. Mas destacou-se ao apontar o quinto golo, com assistência de Daniel Bragança: aconteceu aos 85', já com o Estrela de rastos, num remate cruzado sem hipóteses de defesa. Tem qualidade técnica, é inegável. Com o tempo pode tornar-se dono do nosso flanco esquerdo. Está a fazer por isso.

 

Do ambiente no estádio. Mais de 40 mil pessoas (número oficial: 41.282) compareceram em Alvalade apesar da noite com chuva. Incentivando sem reservas a equipa e prestando tributo grato - na esmagadora maioria, com fortes aplausos silenciando alguns assobios iniciais - ao treinador, que compareceu no estádio acompanhado do presidente Frederico Varandas. Rúben Amorim deixará o Sporting após mais dois desafios - um contra o City na terça-feira para a Champions, outro contra o Braga no domingo seguinte para o campeonato - mas a massa adepta leonina não esquece que foi ele quem pôs fim ao maior jejum do título de campeão da nossa história e valorizou como nenhum outro o plantel leonino, virando de vez a negra página iniciada com o assalto a Alcochete. 

 

Dos regressos muito aplaudidos. Nani e Jovane voltaram ontem a Alvalade. Desta vez na condição de adversários, o que não os impediu de ouvir muitas palmas. Sobretudo o primeiro, inesquecível campeão europeu por clubes (em 2008, pelo Manchester United) e pela selecção nacional (no Euro-2016). Deu nas vistas o forte abraço antes do jogo trocado entre ele e Amorim, também prestes a rumar ao United. Nani (que ontem alinhou pelo Estrela a partir do minuto 52) será sempre um dos nossos. Passou três vezes pelo Sporting. Talvez passe uma quarta, ainda como jogador ou como já como elemento de uma futura equipa técnica.

 

Dos sentidos aplausos a Nuno Santos. Ocorreram ao minuto 11 - número da camisola do nosso ala esquerdo, agora com lesão que deverá afastá-lo até ao fim da temporada. Nesse minuto o estádio levantou-se ovacionando o craque ausente. Um dos momentos mais bonitos da noite.

 

De termos disputado 31 jogos em sequência sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota (1-2) aconteceu na distante jornada 13 do campeonato anterior, em Guimarães, a 9 de Dezembro. E vamos com 19 triunfos nas últimas 20 partidas disputadas para a maior competição do futebol português.

 

De ver o Sporting marcar há 52 jogos seguidos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde Abril de 2023, perante o Gil Vicente (0-0). Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.

 

Da nossa 22.ª vitória consecutiva em Alvalade. Todo o campeonato anterior, mais cinco rondas da Liga 2024/2025: há 70 anos que não nos acontecia algo semelhante.

 

De continuarmos inexpugnáveis, tanto em casa como fora. Sem uma derrota no ano civil em curso, já a escassas semanas do fim. 

 

Do balanço após mais de um quarto da prova. Melhor ataque (35 golos), melhor defesa, melhor goleador: Gyökeres, agora com mais golos do que 15 equipas da Liga. Comando isolado. Desde 1973/1974 que não facturávamos tanto nas primeiras dez rondas. Ainda não vencemos, até agora, por menos de dois golos de diferença. Temos a equipa mais forte do campeonato português, cem por cento vitoriosa. Perseguimos um objectivo que nos foge há sete décadas: a conquista do bicampeonato. Acreditamos nele com mais força do que nunca. Pelo menos eu acredito. E tenho a certeza de que não estou só.

 

 

Não gostei

 

De termos sofrido o terceiro golo neste jogo n.º 10. Mas as nossas redes, para o campeonato, permaneceram invioladas durante 715 minutos. Outra marca leonina nesta Liga 2024/2025.

 

Da apatia do nosso sector mais recuado. Lapsos defensivos raras vezes vistos no Sporting. Debast  tardou em acorrer às dobras de Quenda no lado direito. Gonçalo - tocado numa perna e substituído por St. Juste ao intervalo - esteve longe do acerto a que nos habituou. Mas o pior foi Diomande, que revelou desconcentração e falta de reflexos. Deixou Danilo movimentar-se à vontade dentro da área aos 26' e nove minutos depois foi incapaz de travar a incursão de Rodrigo Pinho, autor do golo do Estrela.

 

Da ausência de Geny. Nem no banco se sentou. Terá sido por gestão de esforço, já a pensar na recepção ao Manchester City, para a Champions, do próximo dia 5.

 

Da ausência de Nuno Santos. Mas todos acreditamos na sua recuperação. E desejamos muito que regresse, em devida forma, tão cedo quanto possível.

 

De Edwards. Outros jogadores têm altos e baixos, mas o inglês, nesta temporada, teima em não sair da maré baixa. Entrou aos 73', substituindo Pedro Gonçalves. Aos 83', falhou intervenção ao segundo poste com a bola bombeada na sua direcção. Aos 90', atirou ao lado. Com bola e sem ela, pareceu sempre algo perdido em campo.

 

Da nostalgia antecipada. Foi o último jogo de Rúben Amorim para o campeonato em Alvalade, como treinador principal do Sporting. Um ciclo prestes a fechar-se, outro vai começar. Este durou quase cinco anos e teve nota muito elevada. Inesquecível.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

De vencer o Famalicão. Conquistámos os três pontos num terreno habitualmente difícil, onde o SLB tombou logo na primeira jornada, perdendo 0--2. Dominámos por completo. Impusemos o nosso ritmo, o nosso caudal ofensivo, a nossa inegável superioridade física, técnica e táctica. O jogo terminou 3-0, com o Sporting mais perto de marcar o quarto do que a equipa visitada de conseguir o tento de honra. Israel só fez uma defesa digna desse nome em toda a partida, aos 66'.

 

De Quenda. Marcou o nosso segundo golo, aos 63', num pontapé de ressaca: o seu golo de estreia na Liga. Foi o mais jovem jogador leonino de sempre a facturar no campeonato nacional de futebol. Com apenas 17 anos, 5 meses e 27 dias. É também ele a iniciar o primeiro. Merece, sem favor algum, ser designado melhor em campo.

 

De Gyökeres. Desbloqueou o jogo: estava escrito que voltaria a não ficar em branco - e foi o que aconteceu aos 57': recebe a bola de Morita na área, faz uma rotação perfeita libertando-se da marcação e fuzila as redes num remate indefensável. Pôs fim à reputação defensiva da equipa minhota: antes desta partida o Famalicão só tinha um golo sofrido em casa, destacando-se como segunda melhor defesa da Liga. Agora já não é. O craque sueco leva 12 marcados neste campeonato.

 

De Gonçalo Inácio. Outra estreia a marcar na Liga. Foi dele o terceiro, dando a melhor sequência a um centro perfeito de Geny, aos 86'. Assim culminou uma enorme exibição no plano defensivo, não apenas a travar investidas da turma anfitriã mas desenhando passes a romper linhas, como sucedeu aos 29' e aos 77'.

 

De Trincão. Não marcou, mas trabalhou imenso para a equipa, impondo o seu virtuosismo técnico. Remate rasteiro a rasar o ferro aos 33'. Quase marcou aos 45'+4: corte in extremis de um central. Tem intervenção decisiva no segundo golo, confirmado na recarga por Quenda. Imparável a actuar entre linhas e a baralhar marcações com as suas constantes variações de velocidade.

 

De Daniel Bragança. Tornou-se imprescindivel no onze titular. Voltou a ser o pensador da equipa, elemento fundamental no excelente jogo colectivo do Sporting. Faz sempre pressão sobre o portador da bola e, ao recuperá-la, sabe colocá-la no sítio certo. Influente na construção do segundo golo: começa nos pés dele.

 

Dos regressos. Diomande, Morita e Pedro Gonçalves voltaram a ser titulares. No primeiro e no terceiro caso, após lesões. O nipónico na sequência de mais uma participação pela selecção do seu país que envolve sempre deslocações demoradas e cansativas. Nenhum deles está ainda na melhor forma, embora o médio ande já perto disso, como demonstrou no movimento de ruptura de que nasceu a assistência para o primeiro golo.

 

De termos disputado 30 jogos em sequência sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota (1-2) aconteceu na distante jornada 13 do campeonato anterior, em Guimarães, a 9 de Dezembro. E vamos com 18 triunfos nas últimas 19 partidas disputadas para a maior competição do futebol português.

 

De ver o Sporting marcar há 51 jogos seguidos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde Abril de 2023, perante o Gil Vicente (0-0). Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.

 

De não sofrermos um golo há 680 minutos. Outra marca extraordinária nesta Liga 2024/2025.

 

De continuarmos inexpugnáveis, tanto em casa como fora. Sem uma derrota no ano civil em curso, que começa a aproximar-se do fim.

 

De Gustavo Sá. Médio criativo do Famalicão, internacional sub-21: confesso que é um jogador de que gosto muito. Saiu lesionado, infelizmente, aos 43'.

 

Do árbitro. Boa actuação de Fábio Veríssimo, de quem não temos boas recordações. Mas desta vez cumpriu no essencial, sem nenhum erro digno de registo. Incluindo numa disputa de bola entre Diomande e Aranda que Freitas Lobo teimava em ver penálti (mas não foi) e no golo de Gonçalo, que Freitas Lobo insistia ter sido em fora-de-jogo (mas não foi). 

 

Do balanço após mais de um quarto da prova. Melhor ataque (30 golos), melhor defesa (só dois sofridos), melhor goleador. Comando isolado. Desde 1973/1974 que não facturávamos tanto nas primeiras nove rondas. Ainda não vencemos, até agora, por menos de dois golos de diferença. Temos a equipa mais forte do campeonato português, como até muitos benfiquistas e portistas admitem. Perseguimos um objectivo que nos foge há sete décadas: a conquista do bicampeonato. Estamos no bom caminho.

 

 

Não gostei

 

Da lesão de Nuno Santos. O aguerrido ala esquerdo magoou-se com gravidade numa disputa de bola, bem ao seu jeito, tendo saído de maca aos 45'+8. Vai estar, no mínimo, algumas semanas fora de competição. 

 

Do golo anulado. Aconteceu aos 11': marcado por Pedro Gonçalves, de regresso ao onze seis jogos depois, com assistência de Nuno Santos. Mas não valeu: havia ligeira deslocação, assinalada pelo VAR. 

 

Do 0-0 ao intervalo. Não traduzia, de todo, o intenso domínio leonino forçando o Famalicão a entrincheirar-se no seu reduto. A muralha só começou a ruir ao minuto 57. E acabou por cair com estrondo. Demos três à equipa que tinha levado o Benfica ao tapete.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

De mais uma vitória. E vão oito, no campeonato. Invictos, só com triunfos em cada partida disputada. Há 34 anos que não tínhamos um início tão dominante e tão competente. Ontem derrotámos o Casa Pia por 2-0, com um golo em cada parte. Já levamos 27 marcados, com apenas dois sofridos. 

 

Do nosso domínio total. Acabou por ser uma vitória num jogo de paciência perante a turma visitante que alinhou em 6-3-1, fechando quase todos os espaços para a baliza, em atitude passiva, à espera que o tempo passasse. Resultou durante 39 minutos, até conseguirmos romper o cerco. Ao intervalo, tínhamos 85% de posse de bola - é quanto basta para se perceber o desequilibrio em campo. Exemplo evidente do péssimo futebol português que se pratica na metade de baixo da tabela classificativa. 

 

De Trincão. Melhor em campo. Não marcou, mas deu a marcar. Furou a muralha defensiva da turma adversária em movimento de ruptura: slalom magnífico em que driblou três defesas, foi à linha de fundo e deixou a bola muito bem colocada para o centro da área, faltando só alguém empurrar. Assim construiu o nosso primeiro golo, pondo fim à expectativa algo ansiosa dos adeptos. Fez a bola roçar a trave num tiro de meia-distância aos 66'. E participou em missões defensivas, bem integrado no colectivo, sem vedetismo de espécie alguma.

 

De Daniel Bragança. Terceiro jogo seguido a marcar, nesta que já é a sua melhor temporada de sempre. Finalizou com classe aos 39', à ponta-de-lança, dando o melhor caminho à bola que Trincão lhe servira de bandeja. Ofereceu golo a Gyökeres aos 64' num lance em que o internacional sueco rematou à figura.

 

Do regresso de Gyökeres aos golos. Parecia pouco confiante quando Nuno Santos lhe ofereceu a bola para marcar um penálti que ele próprio havia conseguido ao ser derrubado por Kluivert (68'). Mas meteu-a no fundo das redes, dois jogos do campeonato depois. Era o minuto 80: confirmava-se a vitória leonina, ninguém já tinha dúvidas. Reforça a posição como rei dos artilheiros na Liga 2024/2025: onze golos.

 

De Israel. Teve pouco trabalho, mas quando foi necessário mostrou serviço. Ao evitar o golo do Casa Pia por Svensson, logo aos 2'. Mostrou igualmente excelentes reflexos aos 65' numa defesa aparatosa: o lance viria a ser anulado por fora-de-jogo milimétrico, mas o guardião leonino confirma a sua importância no onze titular. Continua invicto em desafios do campeonato.

 

De termos disputado 29 jogos em sequência sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota (1-2) aconteceu na distante jornada 13 do campeonato anterior, em Guimarães, a 9 de Dezembro. E vamos com 17 triunfos nas últimas 18 partidas disputadas para a maior competição do futebol português.

 

De ver o Sporting marcar há 50 jogos seguidos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde Abril de 2023, perante o Gil Vicente (0-0). Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.

 

Do árbitro. Miguel Nogueira deixou jogar. Não complicou, não abusou do apito, mostrou entender a dinâmica do futebol sem confundir contacto físico com jogo faltoso. Merece elogio.

 

De ver o estádio quase cheio. Cerca de 43.800 nas bancadas: a festa do futebol, no José Alvalade, começa ainda antes do início do jogo. E prolonga-se depois dele. Em clima de euforia entre a massa adepta.

 

Do nosso espírito solidário. Um quarto desta receita de bilheteira, por decisão da SAD leonina, destina-se à Liga Portuguesa Contra o Cancro. Daí os jogadores terem alinhado com equipamento cor-de-rosa.

 

Do balanço após mais de um quinto da prova. Melhor ataque, melhor defesa. Desde 1950/1951 que não facturávamos tanto nas primeiras oito rondas. Ainda não vencemos, até agora, por menos de dois golos de diferença. Temos a equipa mais forte do campeonato português, como até muitos benfiquistas e portistas admitem. É «um Sporting de outro planeta», na conclusão insuspeita de Miguel Sousa Tavares.

 

 

Não gostei

 

Do resultado. Em comparação com a goleada por 8-0 do Sporting-Casa Pia da época anterior, este 2-0 acabou por saber a pouco. Assim como o 1-0 registado ao intervalo.

 

Do autocarro casapiano. Manter seis jogadores estacionados à frente da baliza e três outros logo à frente desses foi a "táctica" da equipa visitante. Não serviu para nada, como se viu. Excepto para estragar a qualidade do espectáculo. Péssimo cartão-de-visita para a modalidade.

 

Da nossa asa esquerda inicial. Rúben Amorim lançou Maxi Araújo como ala e Harder como interior no onze. Mas o plano não resultou: durante grande parte do primeiro tempo o Sporting parecia ter só corredor direito. O dinamarquês saiu logo ao intervalo, comprovando-se que aquela não é a posição mais propícia para demonstrar o que vale. 

 

De ver Gonçalo Inácio e Eduardo Quaresma condicionados. Ambos estão longe da melhor forma física e tiveram de ser substituídos: Gonçalo por Fresneda aos 68', Eduardo por Esgaio aos 76'. Confirma-se: temos uma defesa presa por arames neste Outubro com sete jogos em agenda. Ainda faltam disputar cinco.

 

De ver dois ex-Sporting a jogar contra nós. Desta vez foram João Goulart, que alinhou de início como central, e Nuno Moreira, que saltou do banco, como ala esquerdo.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da nossa sétima vitória em sete jornadas. Já somamos 21 pontos neste que está a ser o melhor início de campeonato do Sporting desde a remota época 1990/1991, quando o treinador era o saudoso Marinho Peres. Ontem à noite a vítima foi o Estoril: fomos lá vencer 3-0. Agora não houve "vento" na Amoreira, como daquela vez em que o "mestre da táctica" saiu de lá derrotado por 0-2. Que diferença entre esse tempo e o actual...

 

De Geny. Melhor em campo. Devolvido à posição em que mais rende, como médio-ala direito, venceu quase todos os confrontos individuais com Wagner Pina, provocando constantes desequilíbrios. E foi ele a furar a muralha hiper-defensiva do Estoril abrindo o marcador aos 25' com oportuna incursão na área, muito bem servido por Matheus Reis. Foi também ele a iniciar o segundo golo, com um lançamento lateral que funcionou como pré-assistência. Actuando na ala esquerda desde o minuto 75, com a entrada de Quenda, ainda protagonizou forte remate (83') à malha lateral.

 

De Trincão. Não marcou, mas assistiu para dois golos - o segundo e o terceiro. E foi ele o maior desequilibrador leonino, com os seus dribles estonteantes, dando espectáculo no relvado estorilista. Aos 44', no seu ângulo preferido, da direita para a esquerda, enviou a bola ao ferro. Cada vez com mais liberdade de movimentos exibe qualidade e confiança. É uma das grandes figuras deste Sporting que ambiciona o primeiro bicampeonato em 70 anos.

 

De Morita. Parece estar em vários lugares ao mesmo tempo e ocupar diversas posições, tão grande é a sua mobilidade. Quase marcou ao picar a bola, logo aos 15'. Actuando em posições mais adiantadas, foi um constante desequilibrador. Aos 31', estreou-se como artilheiro na Liga 2024/2025 ao marcar o nosso segundo, de pé esquerdo - com assistência do pé direito de Trincão, que é canhoto. Golo mais que merecido.

 

Da entrada de Daniel Bragança. Entrou aos 58' para render Morten - poupado em parte já a pensar no embate da próxima terça-feira na Holanda, frente, ao PSV, para a Liga dos Campeões. Com braçadeira de capitão, o médio formado em Alcochete exibiu inteligência táctica e destreza técnica, impondo posse de bola e temporização nos lances. Com forte presença na área, foi recompensado com a marcação do golo que fixou o resultado quase ao cair do pano, aos 90'+1. 

 

Da estreia de Maxi Araújo a titular. Cumpriu como interior esquerdo, aproveitando ausência de Pedro Gonçalves: boas movimentações, bom toque de bola. Falta-lhe reforçar a condição física: aos 58', já exausto, deu lugar a Harder.

 

Dos regressos de Gonçalo Inácio e Eduardo Quaresma. Ambos vindos de lesões, não só foram convocados como saltaram do banco para ganharem ritmo competitivo: Gonçalo aos 58', Eduardo aos 83'. 

 

Da solidez defensiva. Com Israel no seu quarto jogo seguido como titular entre os postes, acabamos de cumprir a sexta partida consecutiva sem sofrer golos - há quase 600 minutos que mantemos as nossas redes intactas em desafios do campeonato.

 

De termos disputado 28 jogos em sequência sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota (1-2) aconteceu na distante jornada 13 do campeonato anterior, em Guimarães, a 9 de Dezembro. E vamos com 16 triunfos nas últimas 17 partidas disputadas para a maior competição do futebol português.

 

De ver o Sporting marcar há 49 jogos seguidos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde Abril de 2023, perante o Gil Vicente (0-0). Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.

 

Do árbitro. João Gonçalves acompanhou sempre de perto os lances, adoptou o chamado critério largo que é padrão nas partidas da Champions, foi equitativo nas decisões e evitou ser a figura do encontro, ao contrário do que ainda acontece com alguns colegas seus. 

 

Da forte presença leonina nas bancadas. Com tantos adeptos, até parecia que jogávamos em casa.

 

Deste nosso início de época. Um dos melhores de sempre, sem sombra de dúvida. Os números confirmam: 25 golos marcados, apenas dois sofridos. Melhor ataque, melhor defesa. Desde 1950/1951 que não facturávamos tanto nas primeiras sete rondas. Ainda não vencemos, até agora, por menos de dois golos de diferença. Temos a equipa mais forte do campeonato português. Quem ainda não percebeu isto deve viver noutro planeta.

 

 

Não gostei

 

Da segunda parte. Sem o brilhantismo nem a superioridade evidente que mostrámos na primeira, certamente já a poupar energias para o importante jogo de terça em Eindhoven.

 

De ver Pedro Gonçalves ainda fora da convocatória. Mantém-se lesionado, nem sequer viajará para a Holanda.

 

Que Gyökeres saísse com queixas físicas. Desta vez o craque sueco não marcou, embora continue a liderar com larga vantagem a lista dos artilheiros da Liga 2024/2025, com dez golos facturados. Mal saiu, aos 75', foi-lhe aplicado gelo no joelho direito. Oxalá não seja nada de preocupante.

 

Da pirotecnica. A SAD leonina voltará a ser multada devido à actuação irresponsável de membros de duas claques. Pelo menos duas tochas foram arremessadas para o relvado. Estes imbecis deviam estar fora dos recintos desportivos: é preciso haver mão dura para eles.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da nossa sexta vitória em seis jornadasContinuamos a fazer o pleno: 18 pontos já conseguidos. Ontem, em Alvalade, derrotámos o AVS numa partida com domínio leonino do primeiro ao último minuto. Desta vez foi um triunfo por 3-0, sem que a turma adversária conseguisse uma só ocasião de golo. Superioridade total verde e branca, com inegável força colectiva. É assim que se conquistam títulos e troféus.

 

De Gyökeres. De novo o melhor em campo. Homem do jogo, o grande desequilibrador. Enquanto os outros vão ficando fatigados, ele exibe energia inesgotável. Voltou a bisar: fez o segundo golo, aos 45'+4, e fixou o resultado aos 70'. Antes, teve intervenção decisiva numa pré-assistência para a estreia de Harder como artilheiro de Leão ao peito. Leva dez golos marcados nesta Liga - mais do que toda a equipa do Benfica até agora. E marca há sete desafios consecutivos do campeonato português, igualando a marca de Yazalde em 1972/1973. Insiste em dar espectáculo: é uma máquina de jogar futebol. 

 

De Harder. Estreia como titular do jovem avançado dinamarquês, com apenas 19 anos. Estreia de sonho: foi dele o golo inaugural, aos 15'. Festejou de forma surpreendente, à Cristiano Ronaldo. E é ele a assistir o sueco no segundo. Ouviu estrondosa e merecida ovação no estádio ao ser substituído, no minuto 59, com direito a "volta olímpica". Acaba de nascer nova estrela no firmamento leonino.

 

De Morten. O capitão vai-se tornando cada vez mais influente de jogo para jogo. Não só com bola mas também sem ela: domina o meio-campo, com atributos muito acima da média no plano técnico e sobretudo no plano táctico. Distinguiu-se com assistência no primeiro golo e uma recuperação providencial que deu início ao segundo.

 

De Trincão. Não marcou, mas assistiu - no terceiro. E foi sempre um dos mais combativos, um dos mais desequilibradores, pondo em sentido a defesa adversária. Está a cumprir a melhor época da sua carreira.

 

Do regresso de Esgaio. Foi pouco mais que simbólico, mas valeu por ilustrar a união desta equipa (que não deixa ninguém para trás), o momento em que ele entrou, substituindo Trincão (76'). Escutou fortes aplausos: deixou de ser o "patinho feio".

 

Da solidez defensiva. Com Israel no seu terceiro jogo seguido como titular entre os postes, acabamos de cumprir a quinta partida consecutiva sem sofrer golos. Mérito do nosso bloco mais recuado - desta vez com um inédito trio de centrais titulares: Debast, Diomande e Matheus Reis. E, naturalmente, também do guarda-redes: o jovem internacional uruguaio está a dar muito boa conta do recado.

 

De Ochoa. Pode parecer estranho, por ter encaixado três golos, mas incluo aqui o veterano internacional mexicano que já participou em cinco campeonatos do mundo. Só graças a ele o AVS não saiu de Lisboa goleado. Enormes defesas a remates ou cabeceamentos de Trincão (12' e 31'), Gyökeres (19') e Diomande (80').

 

De termos disputado 27 desafios em sequência sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota (1-2) aconteceu na distante jornada 13 do campeonato anterior, em Guimarães, a 9 de Dezembro. E vamos com 16 triunfos nas últimas 17 partidas disputadas para a maior competição do futebol português.

 

De ver o Sporting marcar há 48 jogos seguidos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde Abril de 2023, perante o Gil Vicente (0-0). Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.

 

Da nossa 20.ª vitória consecutiva em Alvalade. Todo o campeonato anterior, mais três rondas da Liga 2024/2025: há 70 anos que não nos acontecia algo semelhante. Saldo destas 20 partidas em golos: 65 marcados e apenas 12 sofridos.

 

De continuar a ver o Sporting sem perder em casa. Acontece há ano e meio, desde Fevereiro de 2023, quando o FCP nos venceu então. Não voltou a acontecer. São já 27 partidas sem derrotas para o campeonato no Estádio José Alvalade.

 

Da homenagem a Dona Elvira. Fervorosa sportinguista de 82 anos que perdeu a sua casa em Albergaria-a-Velha, tragicamente, no incêndio da semana passada. Convidada pela direcção sportinguista a comparecer em Alvalade, foi ovacionada antes do jogo - momento emotivo que nunca esquecerá. Depois das palmas, virá certamente a ajuda de que necessita para conseguir nova habitação. Nós, sportinguistas, sabemos ser solidários.

 

Do apoio do público. Mais de 43 mil espectadores compareceram ontem em Alvalade. Cifra que não engana: é fortíssima a comunhão entre equipa e adeptos. Cada vez mais sportinguistas acreditam na conquista do bicampeonato que nos foge há 70 anos.

 

Deste nosso início de época. Um dos melhores de sempre, sem sombra de dúvida. Os números confirmam: 22 golos marcados, apenas dois sofridos. Desde 1950/1951 que não facturávamos tanto nas primeiras seis rondas. Ainda não vencemos, até agora, por menos de dois golos de diferença. Temos a equipa mais forte do campeonato português. Quem ainda não percebeu isto deve viver noutro planeta.

 

 

Não gostei

 

Do resultado ao intervalo. Vitória escassa, por 2-0. Sabia a pouco, parecia insuficiente para tanto domínio.

 

De termos quatro titulares lesionados. Rúben Amorim não pôde contar nesta partida com Gonçalo Inácio e Pedro Gonçalves, além de Vladan e Eduardo Quaresma, que já estavam no "estaleiro". Sem esquecer St. Juste, Edwards e o jovem Diogo Pinto, também fora da convocatória por lesão. Mas cada ausência é sempre compensada por alguém pronto a saltar do banco sem que a equipa perca qualidade.

 

Da saída de Daniel Bragança com queixas físicas. Aconteceu aos 70'. Oxalá não esteja também ele lesionado.

 

Do árbitro Ricardo Baixinho. Poupou um penálti à equipa visitante num lance de evidente desvio da bola com o braço pelo defesa Fernando Fonseca em zona proibida, aos 32'. Mesmo alertado pelo VAR Rui Costa, manteve a decisão errada. Falhou neste lance crucial. E deixou em campo um sarrafeiro chamado Roux, que escapou duas vezes à expulsão. Se continuar assim, não lhe auguro grande futuro na carreira de apitador.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da nossa vitória em AroucaRepetimos a marca do campeonato anterior: triunfo indiscutível por 3-0 num campo difícil e que em período invernoso costuma estar quase impraticável. Ainda bem que lá fomos ainda no Verão. Desta vez com uma diferença digna de registo face ao anterior desafio que lá disputámos: todos os golos foram no período regulamentar. Em 2023/2024 o segundo e o terceiro ocorreram já em tempo extra.

 

De Trincão. Está em grande forma, confirmando como foi acertada a decisão do seleccionador Roberto Martínez em convocá-lo para os dois mais recentes desafios da equipa das quinas e como foi um disparate tê-lo mantido no banco, impedindo-o de calçar. Homem do jogo, melhor em campo. Marcou o último golo (o melhor dos três), aos 80' - golaço que finalizou da melhor maneira uma brilhante jogada individual em que foi deixando quase toda a defesa arouquesa pelo caminho. Foi também ele a construir o primeiro golo, em lance de insistência, colocando-a à mercê de Pedro Gonçalves, que finalizou. Está em excelente forma.

 

De Pedro Gonçalves. Outro desempenho muito bom do nosso n.º 8, que voltou a confirmar os dotes como goleador (já marcou quatro). As 24' foi dele o primeiro, um raro golo de cabeça, sem necessidade de tirar os pés do chão, encaminhando-a bem ao seu jeito para o fundo das redes. É também ele a intervir, pelo Sporting, no lance em que foi assinalado penálti contra o Arouca, aos 67'. Fez bem Roberto Martínez em poupá-lo ao serviço da selecção: assim permite-lhe brilhar ainda mais no Sporting.

 

De Gyökeres. Voltou a facturar. Desta vez só marcou uma vez - o que já nos parece caso raro. E de penálti, o que começa a tornar-se frequente. Na marca da grande penalidade, não dá hipótese aos guardiões contrários. Voltou a acontecer, desta vez aos 73': foi o seu oitavo golo à quinta jornada. No momento em que escrevo estas linhas tem mais golos marcados, sozinho, do que qualquer outra equipa da Liga 2024/2025 excepto a do Sporting. Implacavelmente vigiado por dois "polícias" adversários, só à conta dele foram amarelados dois deles, Fontán (aos 60') e Loum (aos 90'+7).

 

De Daniel Bragança. Outra grande partida do nosso subcapitão, titular em vez de Morita, recém-regressado de uma viagem ao seu continente de origem por imperativo da selecção nipónica. Actuando como médio de construção ofensiva, sempre com notável precisão de passe e inegável inteligência na leitura do jogo, infiltrando-se entre linhas, é dos pés dele que sai a abertura para Trincão fixar o resultado. Esteve prestes a marcar, num forte remate rasteiro aos 43', que o guarda-redes Mantl desviou a custo para canto.

 

De Debast. Depois da desastrada estreia na Supertaça, tem vindo a exibir bons apontamentos, num crescendo de forma que justifica aplauso. Como central titular à direita, destacou-se na qualidade do passe, esticando o jogo e suscitando o ataque à profundidade. Aconteceu aos 4', 11', 17' e 90'+7: não pode ser coincidência. Tentou ele próprio o golo, aos 36'. Está confiante, o que se reflecte na exibição colectiva.

 

Da estreia de Maxi Araújo. Recém-chegado do Uruguai, o novo reforço leonino entrou só aos 78', substituindo Quenda, embora actuando na ala esquerda, movimentando-se de fora para dentro com bons apontamentos técnicos. Só precisa de se adaptar às subtilezas do futebol português, menos propício ao intenso contacto físico que é banal no seu país de origem.

 

Do regresso de Israel. Com Vladan lesionado, pelo menos durante três semanas, recuperou a titularidade entre os postes em estreia de Leão ao peito nesta época. Esteve atento e respondeu bem quando foi necessário, nomeadamente com duas defesas apertadas, aos 39' e aos 50'. O Sporting não perde consistência defensiva quando é ele, agora suposto número dois na hierarquia dos guarda-redes, a tomar conta da baliza.

 

Da importância deste triunfo. Graças à vitória em Arouca, reforçamos o comando isolado da Liga: continuamos invictos, à quinta jornada. De momento com mais seis pontos do que o FCP e mais oito do que o Benfica, que esta noite estreia novo treinador (tipo filme de reprise, contratando quem antes havia despedido). Continuamos a evidenciar jogo colectivo próximo da perfeição. Com o pensamento fixo no bicampeonato que nos foge há 70 anos.

 

Da arbitragem. Nota positiva para João Pinheiro: não foi o papão que alguns temiam, deixou jogar com critério, penalizou com amarelos três do Arouca quando passaram das marcas e quebraram as regras e demonstrou que quando quer sabe mesmo arbitrar um jogo. Ficam dúvidas no lance do penálti, avalizado pelo vídeo-árbitro João Gonçalves: as imagens foram visualizadas durante cerca de três minutos, com opiniões divididas no estádio e fora dele, visto a bola ter ido ao braço de Fukui muito à queima-roupa. Mas merece, no mínimo, o benefício da dúvida. Embora, se tivesse sido contra nós, não faltassem vozes a gritar «fomos roubados».

 

Da "invasão verde" em Arouca. Havia muito mais adeptos do Sporting do que da equipa local, o que não surpreende. A puxarem pelas nossa cores do princípio ao fim.

 

Do nosso impressionante registo ofensivo. Dezanove golos marcados à quinta jornada - melhor só há 72 anos, no campeonato 1952/1953. Diferença brutal em relação às restantes equipas. No momento em que escrevo estas linhas, a segunda mais concretizadora é o Santa Clara, com apenas oito.

 

Do nosso terceiro jogo consecutivo sem sofrer golos. Depois do Farense-Sporting (0-5) e do Sporting-FC Porto (2-0). Vale a pena registar. Por ser um dos aspectos que à partida suscitavam mais dúvidas quanto ao desempenho deste Sporting 2024/2025. A incógnita já foi desfeita: nada a temer neste domínio.

 

De ver o Sporting marcar há 47 jogos seguidos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde Abril de 2023, perante o Gil Vicente (0-0). Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.

 

De termos disputado 26 desafios em sequência sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota (1-2) aconteceu na distante jornada 13 do campeonato anterior, em Guimarães, a 9 de Dezembro. E vamos com 15 triunfos nas últimas 16 partidas disputadas para a maior competição do futebol português.

 

Desta sexta-feira, 13. Deu-nos sorte.

 

 

Não gostei

 

Do resultado ao intervalo. Vitória escassa, por 1-0, traduzindo mal o intenso domínio leonino em praticamente apenas 45 metros de relvado, correspondentes ao meio-campo do Arouca.

 

Daquele "autocarro" estacionado à nossa frente. Cada treinador adapta-se aos obstáculos que tem pela frente em função do plantel de que dispõe. Mas chega a ser confrangedor ver uma equipa do primeiro escalão do futebol profissional português remeter-se quase um jogo inteiro a formar muralha defensiva, com seis e às vezes até sete elementos, mantendo-se inofensiva no plano atacante.

 

De ver Chico Lamba jogar contra nós. Acontece quase em todos os jogos, defrontarmos profissionais formados na Academia de Alcochete: não há lugar para cada um deles no Sporting. Neste caso merece destaque porque Chico Lamba vestiu durante dez anos de verde e branco, foi presença regular na nossa equipa B, onde ostentou braçadeira de capitão, e chegou a actuar na equipa principal, convocado por Rúben Amorim. Teve ontem um desempenho esforçado, em estreia pelo Arouca. Que seja feliz por lá.

Rescaldo do jogo de anteontem

 

Gostei

 

Da nossa vitória clara e concludente no clássico. Vencemos e convencemos. Com a mesma marca do campeonato anterior, que finalizámos 18 pontos acima deles, não deixando lugar a dúvidas: somos superiores ao FC Porto. Mesmo que alguns adeptos leoninos, reais ou fingidos, pareçam acreditar mais nos emblemas rivais do que no nosso - algo que nunca entenderei.

 

De termos anulado o ataque azul-e-branco. Pepê, Namaso, Iván Jaime: todos vulgarizados e neutralizados pela superioridade imposta nos nossos corredores. Ao longo de toda a partida o FCP só dispôs de duas oportunidades, ambas por Galeno, que actuou como ala defensivo: Vladan impôs-se entre os postes em ambas as ocasiões, aos 41' e aos 60'.

 

De ver tantos sportinguistas nas bancadas. Ainda há pouco a temporada oficial começou e na noite de sábado já tivemos estádio cheio em Alvalade: mais de 46 mil espectadores ali presentes para assistir a este Sporting-FC Porto. Tal como tinha havido corrida às camisolas e aos lugares de época. Sem euforias descabidas, mas também sem ridículas autoflagelações, há que dizer: vivemos um dos nossos melhores períodos de sempre. Há que aproveitar: são recordações que jamais se apagarão.

 

De Gyökeres. É uma máquina de jogar e de marcar golos: leva tudo à frente. De Leão ao peito, acaba de apontar o quarto aos portistas. Segue isolado no comando da lista de artilheiros da Liga 2024/2025, com sete já na sua conta pessoal. O sétimo aconteceu neste clássico de Alvalade - foi o que desbloqueou o jogo, de penálti, aos 72'. Castigo máximo conquistado também por ele, num duelo vitorioso com Otávio, com o brasileiro forçado a recorrer à falta para o travar. O craque sueco esteve envolvido em seis das sete oportunidades de golo do Sporting, o que diz quase tudo sobre o seu mérito. Numa dessas oportunidades, aos 52', só não marcou porque Alan Varela a tirou já na linha de golo, com Diogo Costa fora de combate. Melhor em campo, para não variar.

 

De Pedro Gonçalves. Compõe parceria perfeita com Gyökeres: parece que actuam juntos há anos, já jogam de olhos fechados. O nosso n.º 8 em envolvimento constante entre linhas, baralhando marcações adversárias, criando desequilíbrios. Irrequieto, criativo, determinante na manobra colectiva a explorar espaços interiores. Sempre em jogo, tenha ou não tenha bola. E soma mais uma assistência: foi dele o passe para o segundo golo.

 

Do golo de Geny. Sentenciou a partida, fixando o resultado (2-0, vitória verde e branca neste clássico) aos 90''+3. Golaço que fez levantar o estádio e pôs fim à incompreensível ansiedade dos adeptos que esperam sempre o pior, nunca o melhor. Candidato desde já a golo do mês, no seu característico movimento de pegar nela no corredor direito e transportá-la para o meio onde lhe aplica o pontapé-canhão, em arco, como já fizera ao Benfica no campeonato anterior. Gosta de marcar aos chamados "grandes", confirma-se. E é mais útil a alinhar na ala direita, como ficou demonstrado ao mudar de corredor, aos 79', com a saída de Quenda.

 

Do regresso de Morten. O capitão voltou após lesão que o forçou a parar três semanas. Está longe da forma ideal, mas já demonstrou a sua utilidade. No capítulo das recuperações (cumpriu com brilho aos 25' e 28'), no passe em profundidade (38') e até no passe com selo de golo (foi ele a desmarcar Gyökeres aos 69', no lance que culminaria na grande penalidade).

 

Da importância deste triunfo. Graças a ele, assumimos o comando isolado da Liga: continuamos invictos, à quarta jornada. Agora com mais três pontos do que o FCP e mais cinco do que o Benfica. Quebrámos a invencibilidade neste campeonato da turma portista, que ainda não sofrera qualquer golo na prova. Evidenciámos jogo colectivo próximo da perfeição. E vingamos o fortuito desafio da Supertaça, perdido à tangente sem ter havido superioridade azul-e-branca em campo.

 

Da arbitragem. Nota muito positiva para Luís Godinho: apitou sem excessivo protagonismo, deixou jogar, desencorajou as queixinhas do costume, não vacilou nos momentos decisivos -- desde logo o penálti contra o FC Porto de que nasceu o nosso primeiro golo. Algo está a mudar na arbitragem portuguesa. Para melhor. Coincidindo com o abandono de Artur Soares Dias.

 

Do nosso segundo jogo consecutivo sem sofrer golos. Vale a pena registar. Por ser um dos aspectos que à partida suscitavam mais dúvidas quanto ao desempenho deste Sporting 2024/2025.

 

De ver o Sporting marcar há 46 jogos seguidos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde Abril de 2023, perante o Gil Vicente (0-0). Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.

 

De termos disputado 25 desafios em sequência sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota (1-2) aconteceu na distante jornada 13 do campeonato anterior, em Guimarães, a 9 de Dezembro. E vamos com 14 triunfos nas últimas 15 partidas disputadas para a maior competição do futebol português.

 

Da nossa 19.ª vitória consecutiva em Alvalade. Todo o campeonato anterior, mais duas rondas da Liga 2024/2025. Há 70 anos que não nos acontecia algo semelhante. Saldo destas 19 partidas em golos: 62 marcados e apenas 12 sofridos.

 

De continuar a ver o Sporting sem perder em casa. Acontece há ano e meio, desde Fevereiro de 2023, quando o FCP nos venceu então. Não voltou a acontecer. São já 26 partidas sem derrotas para o campeonato no Estádio José Alvalade.

 

 

Não gostei

 

Do zero-a-zero ao intervalo. Resultado que não traduzia, de todo, o que havia ficado demonstrado em campo, com clara superioridade leonina. 

 

Das oportunidades desperdiçadas. Trincão esteve à beira de marcar aos 17', com assistência superior de Pedro Gonçalves. Aos 35' e aos 36', rematou desenquadrado em boa posição. Aos 40', Diogo Costa negou o golo ao nosso n.º 8. Aos 52', foi Varela a fazer de guarda-redes impedindo o craque sueco de marcar. O resultado só pecou por escasso.

 

De esperar 72 minutos pelo nosso primeiro golo. Já havia sinais de impaciência em Alvalade, nomeadamente em duas más reposições de bola de Vladan. Esta nossa equipa não merece, de todo, tanto nervosismo dos adeptos. Pelo contrário, merece que confiemos nela. Do princípio ao fim.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da goleada no Estádio Algarve. Domínio absoluto do Sporting num jogo de sentido único em que o Farense não fez um só remate enquadrado à nossa baliza. A manobra ofensiva leonina era tão avassaladora que chegávamos a atacar com seis jogadores em simultãneo. Domínio traduzido em golos. Os três primeiros marcados por Gyökeres. O quarto, por Lucas Áfrico, defesa da turma de Faro marcando à ponta-de-lança na própria baliza após cruzamento muito tenso do reaparecido Nuno Santos. O quinto, que selou o resultado (0-5), foi de Edwards, também ele reaparecido - mas no reencontro com os golos.

 

De ver tantos sportinguistas nas bancadas. Oficialmente, para nós, o jogo era fora de casa. Mas ninguém diria, vendo as bancadas e o entusiasmo que delas transbordava em apoio às cores do Leão genuíno, o nosso. «Campeões! Nós somos campeões!» - foi este o cântico que mais se ouviu. Se tivesse decorrido no velho estádio de São Luís, em Faro, haveria três vezes menos espectadores e a desproporção de apoiantes das duas equipas seria muito menor.

 

De Gyökeres. O que dizer mais do fabuloso craque sueco? Apenas reafirmar isto: é um dos melhores avançados que vimos jogar desde sempre no Sporting. Já com seis golos marcados em três jogos da Liga. Cada vez que a bola lhe chega aos pés, cria perigo. E põe a equipa contrária em sobressalto. Ontem, mais três para a sua conta pessoal: fuzilou as redes algarvias aos 27', num oportuno pontapé de recarga; aos 41', na conversão dum penálti; e aos 66', após sentar Moreno e desfeitear Ricardo Velho. 

 

De Pedro Gonçalves. É ali mesmo que deve jogar, como interior esquerdo, movimentando-se entre linhas, indo buscar a bola atrás e conduzindo-a como a inspiração lhe impõe. Desta vez não marcou, mas deu duas vezes a marcar. Ao picar a bola para Daniel Bragança no primeiro golo e ao marcar o livre de que resultaria o autogolo farense, aos 69'. Foi também ele a gerar o lance do penálti numa das suas ousadas incursões na grande área, aos 37'. Rondou o golo aos 4' e aos 74'. Outra exibição superlativa.

 

De Daniel Bragança e Morita. Merecem alusão simultânea porque funcionaram como bloco coeso e muito eficaz. O internacional japonês dominando o corredor central, passando sempre com critério e apoiando a defesa em constantes movimentos de recuo que o punham a par de Diomande. O nosso capitão criando movimentos de ruptura, distribuindo jogo ofensivo (é dele a entrega a Pedro Gonçalves no lance do penálti) e criando ele próprio oportunidades de golo, como aquela em que só uma enorme defesa de Ricado Velho o impediu de a meter lá dentro, aos 27'. Ambos também muito influentes na recuperação e na pressão sobre o portador da bola, o que explica o facto de o Farense raras vezes ter conseguido chegar à nossa área.

 

Do golo de Edwards. Ele é mesmo assim: de repente, quase do nada, inventa um lance genial que leva as bancadas ao delírio. Aconteceu aos 81'. Havia entrado dez minutos antes, substituindo Daniel Bragança já com o resultado em 4-0, quando pega na bola a quase 60 metros da baliza, transporta-a com domínio perfeito e vai deixando para trás sucessivos adversários, numa cavalgada heróica que selou a goleada. Último e mais belo dos nossos golos. Este foi à Maradona, pondo fim a um jejum de sete meses.

 

De Gonçalo Inácio. Actuando com frequência como lateral esquerdo, projectado no terreno, foi igual à sua imagem de marca: discreto mas influente. Cortes preciosos aos 28' e 53'. Dois passes para golo: aos 66', servindo Gyökeres numa soberba variação de flanco, e aos 81', assistindo Edwards. Ostentou a braçadeira de capitão desde o minuto 71', quando Daniel foi substituído. Aos 86', com a saída de Diomande, tornou-se ele central ao meio. Esteve sempre bem.

 

De não termos sofrido golos. Quarto jogo oficial da temporada, primeiro em que mantivemos as nossas redes intactas. Evolução também neste capítulo. 

 

De ver quatro da nossa formação no onze inicial. Para alguns adeptos, isto nada conta. Não é o meu caso. Gostei que Rúben Amorim apostasse em Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Bragança e Quenda. E ainda entrou Dário, aos 86', quando o resultado já estava construído.

 

Da arbitragem. Actuação positiva de Tiago Martins: sempre em cima dos lances, apitando com critério, deixando jogar sem interromper a partida à mínima queda dos jogadores. Bom julgamento no lance mais controverso, aquele em que assinalou penálti, apesar das dúvidas suscitadas pelo video-árbitro Fábio Veríssimo.

 

De ver o Sporting marcar há 45 jogos seguidos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde Abril de 2023, perante o Gil Vicente (0-0). Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.

 

De termos disputado 24 desafios consecutivos sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota (1-2) aconteceu na distante jornada 13 do campeonato anterior, em Guimarães, a 9 de Dezembro. E vamos com 13 triunfos nas últimas 14 partidas disputadas para a maior competição do futebol português.

 

 

Não gostei

 

Do Farense. A tradição manteve-se: não nos ganha desde Janeiro de 2001, já lá vai quase um quarto de século. As arrogantes declarações do treinador José Mota, antes da partida, tornam-se agora ainda mais ridículas após ter sofrido esta goleada. Prometia «criar algumas dificuldades» ao Sporting. Afinal, nem uma para amostra.

 

Do péssimo estado do relvado. Chegava a ser inexistente numa das zonas centrais. Inacreditável, como é que a Liga autoriza a realização dum jogo do campeonato português neste estádio onde havia decorrido uma partida da Liga Conferência (entre o Lincoln Red Imps, de Gibraltar, e o Lame, da Irlanda do Norte), menos de 24 horas antes.

 

Da ausência de Morten. O médio defensivo titular permaneceu fora da convocatória por lesão. Mas Daniel Bragança e Morita têm-se completado tão bem que mal se sente a falta do talentoso internacional dinamarquês.

 

Do 2-0 que se registava ao intervalo. Sabia a pouco. Graças a Ricardo Velho, que evitou três golos. Por Pedro Gonçalves (4'), Gyökeres (16') e Daniel Bragança (27'). 

 

De ver um ex-Sporting a jogar contra nós. Desta vez foi Rafael Barbosa, que saltou do banco do Farense no reatamento, após o intervalo.

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