Para ETAR engolir
Ivan Hasek, seleccionador checo, sem dúvidas após o jogo de anteontem em Leipzig contra a equipa das quinas (vitória nossa por 2-1):
Decclarações que merecem todo o destaque. Para o Esquadrão Tuga Anti-Ronaldo (ETAR) engolir.
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Ivan Hasek, seleccionador checo, sem dúvidas após o jogo de anteontem em Leipzig contra a equipa das quinas (vitória nossa por 2-1):
Decclarações que merecem todo o destaque. Para o Esquadrão Tuga Anti-Ronaldo (ETAR) engolir.
Como jogaram ontem os jogadores portugueses contra a selecção checa na nossa vitória em Leipzig por 2-1:
Diogo Costa. Tranquilo. Sofreu um golo sem fazer uma defesa, coisa rara. Num remate muito bem colocado, a meia distância.
Rúben Dias. Seguro. Controlou as operações à retaguarda e nunca descurou a manobra ofensiva. Sem vacilações.
Pepe. Apagado. Incompreensível, vê-lo sem rotinas tácticas no meio de uma defesa a três. Mau alívio seu gerou golo adversário (62').
Nuno Mendes. Ousado. Ala com ordem para subir, assim fez. Sempre acutilante. Cabeceou aos 69', originando autogolo checo (69').
Dalot. Discreto. Muito mais contido do que o colega do corredor oposto, revelou défice ofensivo. Sem nunca atacar o segundo poste.
Cancelo. Confuso. Andou algo errante no corredor central e revelou pouca precisão no passe. Alguma utilidade a recuperar bolas.
Vitinha. Irrequieto. O nosso mais difícil de marcar pelos checos. Brilhou como médio de ligação, distribuindo jogo. Melhor em campo.
Bruno Fernandes. Azarado. Esteve longe de ser um dos seus melhores jogos pela selecção. Nem nas bolas paradas fez a diferença.
Bernardo Silva. Oscilante. Demorou a encontrar o seu registo neste jogo. Fundamental no centro que inicia o nosso primeiro golo.
Rafael Leão. Inconsequente. Perdeu-se em lances individuais na ponta esquerda, esquecendo-se de que o futebol é jogo colectivo.
Cristiano Ronaldo. Inconformado. Um tiro à meia-volta queimou as mãos do guarda-redes (45'), Cabeceou ao poste (87').
Gonçalo Inácio. Sereno. Devia ter sido titular, estando calejado no modelo de três centrais. Rendeu Dalot aos 63'. Merece entrar no onze.
Diogo Jota. Intenso. Mexeu com o jogo mal substituiu Leão (63'). Momento alto, o golo que marcou (87'). Anulado por deslocação de CR7.
Nelson Semedo. Discreto. Entrou aos 88' para o lugar de Cancelo, sem dar nas vistas mas também sem cometer erros.
Pedro Neto. Útil. Substituiu Nuno Mendes aos 88'. Ainda a tempo de fazer a assistência para o nosso golo da vitória (90'+2).
Francisco Conceição. Eficaz. Transformou um provável empate num inegável triunfo ao marcar o segundo. Merece aplauso.
Bernardo e Cristiano nunca deram descanso à defesa adversária: foram recompensados
Em 1984, quando chegámos ao pódio no primeiro Europeu em que participámos, começámos com um empate a zero contra a Alemanha. Em 2004, quando nos sagrámos vice-campeões, o início foi pior: derrotados pela selecção grega. No Euro-2016, que vencemos, o desafio inaugural acabou empatado 1-1 com a Islândia.
Desta vez começámos melhor, bem melhor. Em Leipzig, debaixo de chuva, com milhares de portugueses nas bancadas. Derrotando a República Checa (agora denominada Chéquia) no nosso encontro de abertura do Grupo F deste Campeonato da Europa que se desenrola na Alemanha. Jogo quase de sentido único contra uma selecção que chegou a defender com nove: ao intervalo, que terminou 0-0, tínhamos 73% de posse de bola e os checos nem uma oportunidade haviam conseguido. Ao contrário da equipa das quinas, em duas ocasiões, por Cristiano Ronaldo (32' e 45').
Contra a corrente de jogo, num rara incursão ofensiva, a turma adversária marcou após mau alívio de Pepe (62'). Roberto Martínez refrescou o onze português trocando o apagado Dalot por Gonçalo Inácio e o trapalhão Rafael Leão por Diogo Jota.
Deu certo. Aos 69', após forte cabeceamento de Nuno Mendes (um dos melhores em campo), o central checo Hranac fez autogolo, marcando com a canela. Continuámos a pressionar, indiferentes à chuva que caía. Aos 87', CR7 rematou ao ferro e na recarga Jota meteu-a lá dentro. Mas não valeu: houve fora-de-jogo milimétrico de Ronaldo.
Faltava pouco para terminar, mas Martínez não se conformou: nova troca de jogadores. Semedo rendeu Cancelo, Nuno Mendes cedeu vez a Pedro Neto e um extenuado Vitinha (excelente exibição também) deu lugar a Francisco Conceição.
Decorria o minuto 88. Voltou a dar certo.
Quatro minutos depois, a dois do apito final: a sorte sorriu ao seleccionador, à equipa nacional e a todos quantos puxamos por ela: rápida incursão de Neto pelo flanco esquerdo, cruzamento para o coração da área, a bola pinga com a defesa checa aos papéis e Francisco Conceição - dando o melhor uso aos três anos de aprendizagem na Academia de Alcochete - finalizou de modo irrepreensível, selando o triunfo.
Este já ninguém nos tira. Esta alegria já ninguém nos rouba num jogo em que concretizámos 74 ataques e 19 remates: fomos a equipa com maior posse de bola na primeira jornada deste Europeu.
Péssima noite para as aves agoirentas que cá no burgo já vaticinavam o nosso desaire, como se tivessem vergonha da nacionalidade portuguesa.
Azaradas criaturas: durante um par de dias vão perder o pio. Tomem Kompensan.
Chéquia, 1 - Portugal, 2
A selecção portuguesa soma e segue. Lidera agora o Grupo 2 na Liga das Nações após a goleada ontem imposta ao onze checo em Praga: fomos lá vencer 4-0, com dois golos de Diogo Dalot (de longe o melhor em campo), Bruno Fernandes e Diogo Jota.
Cristiano Ronaldo também tentou metê-la lá dentro mas ficou em branco. Partida infeliz para o nosso craque, afectado logo aos 12' num choque com o guarda-redes checo que durante minutos o fez sangrar abundantemente do nariz.
O jogo valeu sobretudo pela primeira parte: exibição de luxo da equipa das quinas, com William Carvalho a destacar-se como médio de construção, compondo com Dalot (marcou o primeiro aos 33' e o terceiro aos 52', assistou no quarto, aos 82') e Bruno (uma assistência, além do segundo golo, aos 45'+5) o trio dos melhores de Portugal neste desafio fora de casa.
Ao intervalo vencíamos por 2-0. No segundo tempo, dobrámos os golos e gerimos bem o resultado. A partir dos 82', com as saídas de Bruno e William, oportunidade para ver em campo os "nossos" Matheus Nunes e João Palhinha.
Com este triunfo (o terceiro em cinco partidas, após as vitórias domésticas contra os checos e os suíços, ambas em Alvalade), a equipa nacional soma dez pontos.
Mais dois do que a Espanha, com quem disputaremos o desafio decisivo, terça-feira em Braga. Mais quatro do que a Suíça. Mais seis do que a República Checa - agora denominada Chéquia.
Basta um empate neste Portugal-Espanha para conquistarmos o acesso às meias-finais da Liga das Nações, prova que já vencemos em 2019, logo na edição inaugural. Totalmente ao nosso alcance.
A fase final decorrerá em Junho de 2023.
Os espanhóis foram ontem derrotados em casa pela Suíça (1-2).
«Não me lembro de nada assim desde que sou seleccionador», reagiu um desolado Luis Enrique, timoneiro da turma espanhola, após este humilhante desaire em Saragoça, com Sarabia no onze titular.
Pior está a Inglaterra, no Grupo 1: derrotada em Itália, já caiu para a Liga 2, com o seleccionador Gareth Southgate a ser muito contestado apesar de ter uma selecção recheada de vedetas. Há cinco jogos que não ganha (pior palmarés desde 2014) e não marca um golo há 450 minutos.
Bernardo Silva e João Cancelo: exibições de luxo em Alvalade
Outra magnífica exibição da equipa das quinas: o Estádio José Alvalade voltou a funcionar como talismã em dia de festa do futebol. Foi ontem, no desafio que opôs a selecção de Portugal à da República Checa, que vinha de um empate-quase-vitória (2-2) frente à Espanha. Nesta partida, que dominámos do princípio ao fim e vencemos por 2-0, os checos ficaram remetidos aos 25 metros do seu reduto defensivo, limitando-se a explorar situações de contra-ataque sempre infrutíferas.
A vitória foi construída aos 33' e aos 38' com golos gerados em lances dignos de nota artística, confirmando a nossa excelente dinâmica colectiva. O primeiro marcado por João Cancelo, o melhor em campo, culminando uma época extraordinária em Manchester. O segundo com assinatura de Gonçalo Guedes. E ambos com assistência de Bernardo Silva, colega de Cancelo no City e agora também numa das suas melhores fases de sempre ao nível da selecção. No golo inicial, com a sua capacidade de drible, tirou três adversários do caminho antes de endossar a bola.
Mesmo com quatro alterações ao onze inicial operadas por Fernando Santos (trocou Rui Patrício por Diogo Costa, Nuno Mendes por Raphael Guerreiro, Otávio por Guedes e Bruno Fernandes por Bernardo), a organização colectiva funcionou na perfeição. Com futebol de ataque, pressão alta, precisão de passe e olhos na baliza, o onze nacional encheu o campo, entusiasmando as bancadas.
Alvalade em noite animada, com 44.100 espectadores.
Concluída a terceira ronda da Liga das Nações, seguimos em primeiro, isolados, no Grupo A. Com sete pontos - duas vitórias e o empate inicial em Sevilha. Sete pontos, sete golos marcados e apenas um sofrido. A Espanha vai em segundo, com cinco. Depois, os checos: quatro pontos. A Suíça ainda não pontuou. Vamos defrontá-la no domingo em Genebra.
Além dos jogadores já mencionados, destaco a exibição de Rúben Neves. É ele quem inicia o segundo golo, com um soberbo passe longo que mudou o flanco do nosso ataque. Faz boa parceria com William no meio-campo e nessa zona é hoje talvez o melhor português no momento de saída com bola.
Outro resultado muito positivo, inegável apoio dos adeptos. É um gosto ver jogar esta selecção - dinâmica, alegre, compacta, moralizada. Transformando a Liga das Nações - que vencemos na edição inaugural, fez ontem três anos - num excelente ensaio para o Mundial do Catar, daqui a seis meses. Além de nos alegrar o defeso desportivo.
Tempos péssimos para os Velhos do Restelo, que torcem sempre pelo insucesso da selecção. É chato, como dizia o outro.
Polónia, Suécia e República Checa recusam disputar com a Rússia o acesso ao próximo Campeonato do Mundo de futebol.
SURPREENDENTE DINAMARCA, EXUBERANTE INGLATERRA
Já são conhecidos os quatro semifinalistas do Campeonato da Europa. Depois de italianos e espanhóis, apuraram-se dinamarqueses e ingleses.
A maior surpresa deste Euro-2021 tem sido a selecção da Dinamarca. Começou desfalcada, num jogo dramático, em que perdeu a sua figura mais emblemática: Eriksen, vítima de uma síncope, chegou a estar clinicamente morto no relvado. Felizmente foi salvo a tempo.
Parece que esta quase-tragédia deu alento suplementar à equipa nórdica, que em 1992 começou como outsider e terminou como campeã europeia. O trajecto que tem seguido, contra ventos e marés, revela essa capacidade de fazer das fraquezas força.
Foi o que aconteceu ontem, em Baku, frente à República Checa. Vitória categórica, começada a construir logo aos 5', com golo de Delaney. Aos 42', ampliaram a vantagem num belo golo de Dolberg, correspondendo da melhor maneira a uma assistência de trivela de Maehle, lateral esquerdo que joga com o pé direito e é titular da Atalanta.
A República Checa, após a dupla substituição operada ao intervalo, reagiu e tentou virar o resultado. Começou bem, aos 49', com um golo de Schick: o avançado do Bayer Leverkusen igualou Cristiano Ronaldo na lista dos marcadores do Europeu: estão ambos com cinco. Mas Cristiano ganha vantagem no confronto por ter menos minutos.
Houve muita incerteza, mas o resultado não se alterou. Destaque, nos checos, para o guarda-redes Vaclik (como é possível estar sem clube?), o médio ofensivo Barak e o avançado Vydra: todos são jogadores acima da média.
Mas a minha selecção favorita, não escondo desde o início, é a dinamarquesa. Além dos jogadores já mencionados, destaco o jovem avançado Damsgaard (que ontem fez 21 anos), o central Christensen (campeão europeu pelo Chelsea), o ponta-de-lança Poulsen (quase marcou, com um excelente disparo à baliza, aos 78'), o extremo Braithwaite e sobretudo o guarda-redes Kasper Schmeichel (enormes defesas aos 22', 46', 47' e 74'), filho do campeão leonino Peter Schmeichel. Teve um bom mestre lá em casa.
Os dinamarqueses chegam às meias-finais, 29 anos depois, sendo a segunda equipa mais goleadora do torneio: 11 golos. Só a Espanha, com um mais, conseguiu fazer melhor.
Dinamarca, 2 - República Checa, 1
.................................................
Finalmente, uma goleada inglesa. Aconteceu também ontem, em Roma - única partida que a Inglaterra disputa fora das ilhas britânicas neste Europeu. Contra a Ucrânia, que nunca tinha ido tão longe num torneio deste género.
Domínio absoluto da Inglaterra, que desde 1966 aspira à conquista de outro título europeu ou mundial. Parece bem encaminhada, agora também no capítulo do golo - desta vez marcou tantos como nos quatro jogos anteriores desta fase final.
Tem excelentes executantes - não apenas no plano físico ou táctico, mas também no plano técnico. Kane, Mount, Shaw, Sancho, Rashford, Phillips, Grealish, Folden, Henderson. E, acima de todos, Sterling - talvez o melhor interior esquerdo do futebol actual.
Seguem em frente com oito golos marcados e nenhum sofrido. É obra.
Inglaterra, 4 - Ucrânia, 0
DOIS GRANDES GOLOS
O sal do futebol é o golo: por mais elaborados que sejam os esquemas tácticos, por mais técnica individual que revelem alguns jogadores, nada disto tem grande significado sem golos.
Até agora, vi dois que merecem destaque. O primeiro foi ontem marcado por Yarmolenko, no Holanda-Ucrânia disputado em Amesterdão: o chamado golo de fazer levantar um estádio. Num remate em arco com o pé esquerdo para para o canto superior direito da baliza holandesa. Vale a pena ver e rever.
A Ucrânia perdia por 0-2, este tiro nas redes holandesas relançou o jogo: quatro minutos depois Yaremchuk estabelecia o empate, pondo a selecção laranja em sentido.
Tudo podia acontecer. Mas Dumfries, um defesa com vocação goleadora, encarregou-se de fixar o resultado aos 85', assumindo-se como figura do jogo. Grande segunda parte - a melhor, até agora, deste Europeu. Com todos os golos marcados neste período e resultado incerto até ao fim.
.........................................................................
Este golo foi memorável só durante 24 horas. Porque hoje surgiu outro que o destronou. E que se arrisca desde já a ser eleito o melhor do Euro-2021. Um espectacular chapéu enfiado com precisão cirúrgica, à distância de 45 metros, na baliza da Escócia. Que até jogava em casa, incentivada pelo seu público, em Hampden Park (Glasgow).
Autor desta proeza, aos 52': Patrick Schick, avançado do Bayern Leverkusen. Que bisou neste embate da República Checa com os escoceses: já tinha sido dele o golo inicial, marcado de cabeça, aos 42'. É desde já uma das grandes figuras deste Europeu, que está a registar bons confrontos. Não exigimos menos que isto no patamar máximo do futebol.
Holanda, 3 - Ucrânia, 2
Escócia, 0 - República Checa, 2
Vinte remates portugueses à baliza de Petr Cech e apenas dois remates checos à baliza de Rui Patrício. Esta estatística diz quase tudo sobre o jogo dos quartos-de-final disputado hoje no Estádio Nacional em Varsóvia: ataque continuado dos portugueses, que dominaram toda a segunda parte com clara superioridade técnica e técnica sobre a selecção checa, campeã das faltas neste Europeu. Só houve equilíbrio entre as duas equipas nos primeiros 20 minutos do encontro, disputado num relvado em péssimo estado - algo indigno de uma competição de alto nível como o Euro 2012 é.
Os checos, apesar de terem descansado mais 24 horas dos que os portugueses, mostraram condição física muito inferior. E nunca revelaram soluções tácticas para romper a muralha defensiva portuguesa. À medida que a selecção de Paulo Bento ia progredindo no terreno, tornava-se evidente qual era a selecção que passaria às meias-finais. Só faltava afinar a pontaria à frente: Cristiano Ronaldo, repetindo o que já sucedera contra a Holanda, voltou a rematar duas vezes ao poste.
Mas tantas oportunidades teriam forçosamente de se concretizar num golo, aliás só adiado por mérito de Cech. Aconteceu aos 78', novamente com a assinatura de Ronaldo - de longe o melhor em campo, tal como acontecera no jogo anterior. Agora há que preparar o próximo confronto, com a Espanha ou a França - antecipadamente convictos que todos os cenários são possíveis. Paulo Bento e os seus jogadores têm o direito de sonhar com o título europeu. E até hoje não vi neste Europeu nenhuma equipa que o merecesse tanto.
Portugal, 1 - República Checa, 0
.................................................
Os jogadores portugueses, um a um:
Rui Patrício - Acabou por ter menos trabalho do que se pensaria. Mas quando foi chamado a intervir voltou a revelar a segurança já exibida nos jogos anteriores.
João Pereira - Outra partida em bom nível, reeditando a exibição contra os holandeses. Venceu no confronto directo com Pilar, que era apontado como o mais perigoso dos checos. E apoiou com frequência o ataque português. Fez um remate aos 82', só travado por uma defesa difícil de Cech para canto.
Bruno Alves - Voltou a formar com Pepe a "dupla de betão" na defesa portuguesa que tem vindo a ser elogiada pela imprensa internacional. E, sempre que houve oportunidade, foi à baliza checa para tentar um golo de cabeça. Uma actuação sem erros.
Pepe - Seguro, sereno e sólido. É um sério candidato a melhor defesa central deste Europeu.
Fábio Coentrão - Voltou a movimentar-se muito bem no seu corredor. Partiu dele o primeiro sinal de perigo da nossa selecção, com duas grandes arrancadas, aos 23' e 24'. Nunca deixou de apoiar as linhas ofensivas, ganhando praticamente todos os confrontos individuais com os checos.
Miguel Veloso - Um pouco mais discreto do que em jogos anteriores, continuou a ser muito influente como médio defensivo. Recebeu um cartão amarelo, talvez escusado, aos 24'.
Raul Meireles - Foi a sua melhor partida neste Europeu. Ajudou a fechar o flanco esquerdo com eficácia, facilitando os raides de Coentrão. Sempre com grande disciplina táctica. Perdeu uma excelente oportunidade para marcar: Ronaldo ofereceu-lhe um golo. Retribuiu logo a seguir com um grande passe para Nani. Substituído aos 88'.
João Moutinho - Incansável no comando do meio-campo português. Sempre muito vigiado por Plasil, foi-se libertando com sucesso da marcação. À medida que a partida se desenrolava, ia consolidando mais uma grande exibição, coroada com um fortíssimo remate que Cech defendeu com dificuldade (63') e com o soberbo passe junto à linha, do lado direito, que resultou no golo.
Nani - Continua a ser um dos portugueses mais influentes. Só lhe falta assinar um golo para confirmar a sua grande prestação neste Europeu. Na primeira parte, esteve mais nervoso do que é costume, acabando por receber um cartão amarelo (24'). Fez um grande passe para Hugo Almeida e merecia ter marcado aos 74'. Saiu aos 88', justamente aplaudido.
Cristiano Ronaldo - Muito marcado na primeira parte, sobretudo por Jiracek, foi-se soltando e acabou por fazer outra partida de grande nível, revelando-se o melhor jogador em campo. Não só pelo golo de cabeça aos 78', mas pelas duas bolas que rematou ao poste (e vão quatro neste Europeu) e pela atitude combativa que soube mostrar do princípio ao fim.
Helder Postiga - Saiu aos 39', com uma lesão muscular, dando lugar a Hugo Almeida. Jogou apenas no período menos exuberante da selecção portuguesa, sem oportunidade para demonstrar nada de especial.
Hugo Almeida - Mais dinâmico do que Postiga, manteve os defesas centrais checos sempre alerta. Chegou a marcar, aos 58', mas estava fora de jogo. No lance do golo, intervém com uma simulação sem bola que confundiu Cech e abriu caminho ao disparo vitorioso de Ronaldo.
Custódio - Entrou aos 83' para o lugar de Raul Meireles numa fase em que a selecção nacional praticava um jogo de maior contenção. Tacticamente muito disciplinado.
Rolando - Substituiu Nani aos 88'.
Disse eu na série «Qual deles vai ser o herói do euro 2012?»: «Será necessário muito mais do que o guarda-redes para a República Checa passar à fase seguinte». É apenas o primeiro jogo, mas não aparenta existir causa para alterar esta presciência. E... nem foi necessário recorrer a Izmailov!
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.