Bernardo e Ronaldo, artilheiros de serviço em Varsóvia. Na selecção só há um emblema: o das quinas
Foto: Miguel A. Lopes / Lusa
Vencer, na selecção tal como no Sporting, tornou-se a regra. Ontem, num jogo que chegou a ter momentos de brilhantismo, a equipa nacional silenciou quase 57 mil pessoas que enchiam as bancadas do estádio ao vencer a Polónia por 3-1. Em Varsóvia.
Terceiro jogo, terceiro triunfo - após as nossas vitórias contra a Croácia e a Escócia.
Cristiano Ronaldo voltou a marcar - passam os anos e ele não pendura as chuteiras, contrariando os sujeitos que há tanto tempo despejam ódio contra ele. Foi dele o segundo golo, de recarga, após Rafael Leão ter mandado a bola ao ferro. Bernardo marcou o primeiro, com assistência de Bruno Fernandes - um dos melhores em campo. O terceiro resultou dum autogolo polaco, fixando o resultado (ao intervalo vencíamos 2-0). Já com Trincão em campo: entrou aos 64', substituindo Leão, outra das figuras do jogo, tal como Nuno Mendes.
Renato Veiga, central à esquerda, estreou-se na selecção A. Aproveitando a ausência de Gonçalo Inácio devido a problemas físicos.
Tudo está bem quando acaba bem. Seguimos para os quartos da Liga das Nações. Parabéns aos nossos jogadores. Todos eles, sem distinções de clube.
«A saída prematura de Renato Veiga do Sporting, quem tem de a explicar é o Sporting. Os sportinguistas habituados a seguir os jogadores da formação sabem que RV era um dos melhores jogadores de Alcochete, em posições cujos requisitos eram procurados pelo treinador da equipa A. Bom como central, bom como médio, bom a lançar jogo, patrão de equipa. Sai do Sporting, impõe-se instantaneamente no Basileia e ao fim de um ano está no Chelsea por sete anos... Sotiris+Tanlongo+Pontelo+Essugo+Debast+... quando se calhar havia soluções dentro de casa.»
Agora com 20 anos, este médio da nossa formação é internacional sub-21. Já com sete partidas disputadas com o emblema das quinas ao peito.
Aposta da Federação Portuguesa de Futebol. Infelizmente, não tendo sido aposta nossa. Saiu do Sporting ao fim de sete anos sem ter jogado um só minuto na equipa principal leonina. Alinhou nos sub-15, nos sub-17, nos sub-23. O mais alto que subiu foi à equipa B.
Esta marginalização ocorreu por ele não valer nada? Se acreditarmos nesta hipótese, então é manifesta a incompetência do Basileia, que há um ano adquiriu o seu passe por 4,6 milhões de euros. E que agora o vende ao Chelsea com enorme margem de lucro: 14 milhões de euros. Contrato por sete anos, até 2031.
Seguindo a mesma hipótese, na qual não acredito, mais incompetente ainda é o clube londrino.
Ainda acabaremos por embolsar 1,6 milhões nesta transacção. Mas contentamo-nos com pouco: são quase só trocos. Entretanto, nada aproveitámos do talento desportivo do jogador. Em boa verdade, nem lhe demos hipótese para isso.
Convém pensarmos um pouco neste exemplo antes de voltarmos a criticar com excessiva rapidez a FPF.
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