Se os objectivos de ontem eram conquistar os 3 pontos pondo a jogar os prováveis suplentes do próximo dérbi, então foram atingidos na plenitude. Vitória contra o campeão polaco e St.Juste, Bragança, Nuno Santos e Paulinho a terem minutos e os dois primeiros muito bem.
Sobre o jogo, penso que teve três partes. Primeiros 15 minutos onde o Sporting jogou bem, marcou e expulsou um defesa adversário. Uma segunda de mais ou menos uma hora onde o Sporting controlou o adversário circulando a bola a toda a largura do campo, ensaiando movimentos de ruptura, quase sempre mal sucedidos ou proporcionando remates que o guarda-redes adversário soube defender, mas mesmo assim conquistando um penálti que deu o 2-0. Uma terceira que começa de forma caricata: dupla substituição num momento de marcação de livre do adversário, coisa que nunca se deve fazer pela desconcentração e alteração de posicionamentos que acarreta. O livre deu golo do adversário com Bragança a marcar com os olhos o movimento do jogador contrário. Os 20 minutos finais foram penosos: o jovem Tiago não acertou uma, imitando o que Fresneda já estava a fazer, o lado direito ficou uma lástima e os tais suplentes que tinham ficado já estavam sem pilhas.
Felizmente aquilo acabou porque para melhor não ia.
Tarefa concluida, desafio superado, no domingo vê-se o resto.
Gostei muito da vitória do Sporting (2-1), na noite passada, em jogo da Liga Europa contra o Raków, campeão polaco. Triunfo que nos mantém no segundo posto do grupo D nesta competição europeia: permanecem intactas as leoninas aspirações à fase seguinte da prova. Vale a pena anotar: foi o nosso 16.º desafio da temporada em curso, com balanço largamente positivo. Treze vitórias, dois empates, apenas uma derrota. Percentagem de sucesso: 81,2%. Demonstração inequívoca do mérito desta equipa tão bem orientada por Rúben Amorim.
Gostei que tivéssemos marcado cedo - na conversão de um penálti, logo aos 10', por Pedro Gonçalves a castigar falta claríssima (punida com cartão vermelho) cometida sobre St. Juste quando conduzia um lance de ataque na meia esquerda, em plena grande área polaca. Aos 52', o nosso n.º 8 viria a marcar igualmente o segundo golo, também de penálti, desta vez a punir mão na bola a remate de Edwards. Tem de ser creditado como melhor em campo. Leva já cinco golos nesta época - estes foram os seus primeiros na Liga Europa 2023/2024. Total até agora: 63 convertidos de verde e branco. Merece elogio? Claro que sim.
Gostei pouco que não tivéssemos exibido superioridade na chamada zona de decisão, sobretudo porque defrontámos uma equipa só com dez jogadores durante 80 minutos. Construímos oportunidades, mas fomos incapazes de convertê-las em lances corridos - ou por falta de pontaria ou devido a grandes defesas do guarda-redes sérvio da equipa polaca, que só tem um polaco no plantel (o Sporting teve sete portugueses no onze inicial). Paulinho, que ontem festejou 31 anos, foi um dos elementos com nota insuficiente. Outros foram Nuno Santos e Esgaio, pouco eficazes a municiar o ataque pelos flancos. Para compensar, registou-se a estreia em jogos oficiais da equipa A do jovem Tiago Ferreira, que actuara na pré-temporada: outro miúdo da nossa formação lançado por Amorim. Foi mera amostra, insuficiente para conclusões sólidas. Aos 21 anos, Mamede - como também é conhecido - tem-se destacado no Sporting B, onde já fez dez golos e duas assistências. Oxalá consiga singrar entre os "adultos".
Não gostei da ausência de Gyökeres, ausente por castigo. Nota-se uma diferença enorme, para pior, quando ele está fora do onze titular. A nossa linha ofensiva perde engenho, criatividade, talento, energia, explosão, acutilância, capacidade de desequilíbrio e capacidade de pressionar a saída dos adversários. Felizmente vamos tê-lo de volta no dérbi da Luz, já depois de amanhã. Num jogo em que a equipa da casa contará com mais 24 horas de descanso do que a nossa após ter humilhado o futebol português em San Sebastián, frente à Real Sociedad (equipa que vencemos 3-0 na pré-temporada).
Não gostei nada de ver o Sporting sofrer um golo, aos 70', na sequência de um livre convertido com rapidez e eficácia pelo Raków enquanto alguns dos nossos jogadores se limitaram a defender com os olhos. Quatro jogos da Liga Europa, em todos sofremos golos. Falta-nos capacidade de concentração em momentos cruciais e alguma consistência defensiva. Também não gostei nada dos nossos 20 minutos finais, com a equipa a recuar muito no terreno, mantendo posse estéril de bola e parecendo recear a desfalcada turma adversária. Enfim, continuo a não gostar nada de Fresneda, desta vez em campo desde o minuto 56 (substituiu Esgaio). Está muito longe de ser um novo Pedro Porro. E até agora nem demonstrou sequer qualidade para integrar o plantel principal do Sporting.
O Sporting recebe amanhã os polacos do Raków, no penúltimo desta série de dois jogos por semana e três dias antes do dérbi.
Se vencer, o Sporting fica com a oportunidade de na visita à Atalanta aceder ao primeiro lugar do grupo. Com os jogadores certos no nosso onze, a Atalanta é uma equipa perfeitamente ao alcance do Sporting, como vimos em Alvalade.
Embora Rúben Amorim tenha procurado distribuir o esforço pelo plantel, as inevitáveis lesões começam a aparecer, temos Morita e Catamo no estaleiro, e alguns jogadores nucleares estão a acusar o peso dos jogos em terrenos pesados e difíceis que realizaram.
Assim é essencial que alguns até agora menos utilizados se cheguem à frente e demonstrem a sua qualidade. Aconteceu isso com St. Juste, Neto, Trincão e Bragança, já não foi o caso com os mais novos Quaresma, Fresneda e Essugo. Muniz e Moreira vêm de lesões e recomeçaram agora a ter minutos na B. Rodrigo Ribeiro nem titular consegue ser naquela equipa.
Sobre Israel não são dois grandes remates não defendidos contra o Farense e um erro de julgamento na Polónia que me vão fazer mudar para já a opinião. Continuo a achar que é superior aos nossos últimos guarda-redes suplentes, como Virgínia, Max e mesmo (indo mais atrás) a Salin e Boeck. Tem presença física, tem escola, tem qualidade entre os postes, sai bem às bolas aéreas, por alguma coisa passou pela Juventus e é chamado agora à selecção uruguaia. O problema é que já vai com épocas a mais sem jogar regularmente como titular, com Adán não tem hipóteses para a titularidade, pelo que esta época será mais uma. E Callai segue o seu percurso. Já teve vários jogos na B em que foi o melhor em campo, no último jogo não conseguiu segurar a bola num remate frontal e a recarga deu golo. Vai lá chegar, mas se calhar ainda não é o seu momento.
Sendo assim, imagino que Amorim poupe Coates e um dos dois, Pedro Gonçalves ou Edwards, para o jogo de domingo, ou seja:
Israel; Inácio, Diomande e Matheus Reis; Esgaio, Daniel Bragança, Hjulmand e Nuno Santos; Trincão, Paulinho e Pedro Gonçalves.
É para ganhar, obviamente. Já aqui demonstrei que Rúben Amorim segue com um desempenho europeu superior aos seus antecessores no cargo nos últimos dez anos. Amanhã será mais uma ocasião para alargar a diferença.
Então a rapaziada vai daqui até aos confins da Polónia com calçado inadequado? Andaram o tempo todo em pontas para não escorregarem e nem depois do intervalo a coisa melhorou , o que só se explica por não terem levado um par de botas alternativo e mais apropriado. Não há campos maus, como há 2 anos se viu no temporal da choupana, há é equipamento errado.
Na flash Amorim disse que naqueles primeiros minutos de um Sporting retraído e desconfiado, anteriores à expulsão de Gyökeres, "estavam a ver o que o jogo dava." Por outras palavras: não conheciam o adversário, não sabiam quem estavam a defrontar. Caso primeiro dramático, depois patético, foi Esgaio. O polaco sabia como ultrapassá-lo - "tinha o pé trocado" - e ultrapassou-o sempre, sempre, sempre, ao passo que Esgaio não fazia a mínima ideia como detê-lo. Nem em vídeos o deve ter visto.
A rapaziada treina os passes? Ou sou só eu a achar assombrosa a quantidade de passes mal medidos, mal direccionados, mal executados? Fora a atitude diletante e displicente de alguns artistas que enquanto não produzem maravilhas de vez em quando só fazem asneiras, isto para quem está toda a semana junto é sumamente intrigante.
O jogo foi horrível e só por milagre não levamos uma trepa das antigas. Mas os sinais dados pelo Sporting são preocupantes, parecem ir para além da circunstância de um fim de tarde mal passado.
Gostei muito do golo de Coates, ontem contra o Raków em Częstochowa, na Polónia, em jogo da terceira ronda do Grupo D da Liga Europa. Marcado em circunstâncias difíceis, quando a nossa equipa já alinhava com um a menos frente ao campeão polaco. Golo marcado a partir de um canto muito bem apontado por Pedro Gonçalves, com o nosso capitão - melhor Leão em campo - a erguer-se sobre os centrais adversários e a encaminhá-la para o sítio certo. Estavam decorridos 14 minutos. Mantivemos esta vantagem durante mais de uma hora.
Gostei de ver o Sporting aguentar firme o desconforto de passar a jogar com um a menos logo a partir do minuto 8 num relvado indigno de uma competição europeia. A equipa soube reagir ao contratempo, cerrar fileiras, avançar linhas, trocar a bola e espreitar o contra-ataque. Resistiu o mais possível à adversidade: foi para o intervalo a vencer 0-1 em casa do adversário, dando-lhe sempre boa réplica.
Gostei pouco que consentíssemos o empate (1-1) já quase ao cair do pano, aos 79', em lance que culminou a superioridade da turma da casa na meia hora final. Aí recuámos demasiado as linhas, o que favoreceu a manobra ofensiva do Raków, inofensivo até então. Mas este empate na Polónia não altera a classificação no nosso grupo: continuamos no segundo lugar, com 4 pontos, a três do Atalanta e com mais três do que o Rakow. Já vencemos o Sturm Graz, que ontem empatou 2-2 com os italianos na Áustria.
Não gostei que Rúben Amorim, vendo-se tão cedo a jogar só com dez, demorasse demasiado a refrescar a equipa: esperou até aos 58' para fazer as primeiras mexidas. Dando a impressão que pensava mais em poupar alguns titulares habituais para o embate da próxima segunda-feira no Bessa. Valha a verdade que o Sporting não parece ter lucrado muito com a mudança, quando finalmente ocorreu, aos 58': Paulinho e Geny não fizeram melhor do que Edwards e Pedro Gonçalves.
Não gostei nada de ver Gyökeres expulso logo aos 8', com cartão vermelho directo, por pisão dois minutos antes a um adversário após ter sido alertado pelo VAR. O nosso melhor jogador ficará ausente do próximo desafio da Liga Europa. Fica-lhe de lição, esperemos, para ser menos impetuoso nestas entradas, ainda por cima longe da zona de actuação preferencial do ponta-de-lança. Serve também de lição àqueles adeptos leoninos que cultivam teorias da conspiração, passando o tempo a acusar os árbitros portugueses de perseguirem os nossos jogadores e defendendo até a importação de apitadores estrangeiros para a Liga nacional. Este Raków-Sporting foi arbitrado por um grego, tanto quanto se sabe sem qualquer interesse em prejudicar o emblema do Leão: limitou-se a aplicar as leis do futebol.
Vai ser um comentário breve por duas razões: por ser feito no telemóvel e porque não há muito para dizer sobre este jogo, com menos um contra os campeões polacos do Raków num batatal lá do sítio.
Enquanto as pilhas e as canelas duraram, controlámos perfeitamente o jogo. Marcámos um e falhámos por pouco o segundo.
Quando começaram a falhar, com Pedro Goncalves e Edwards a sair directamente para o tratamento com gelo e Morita a ficar em curto circuito por falta de oxigénio, sofremos um golo caricato, com três defesas a correr o campo inteiro ingloriamente.
Hoje as substituições não adiantaram nada, mas também pouco poderiam adiantar naquelas condições.
Gostei muito dos três defesas (Diomande, Coates, Gonçalo Inácio), acho que formam talvez a melhor linha defensiva de sempre do Sporting.
Gostei muito pouco dos dois alas (Esgaio e Matheus Reis). Aquela reprimenda do puto Diomande ao velho Esgaio disse tudo. Péssimas exibições dum e doutro.
Israel esteve razoável. Melhor do que o Max, o Virgínia ou o Boeck. Mas será ele o sucessor de Adán? Tenho dúvidas. Calai espreita.
E agora? O primeiro lugar no nosso grupo da Liga Europa continua ao alcance, mas o que interessa mesmo é ganhar no Bessa. O bilhete já cá canta.