Obviamente (14)
A Fórmula 1 anunciou a rescisão do contrato com Moscovo para a realização do Grande Prémio da Rússia. Esta competição anual fica eliminada do calendário automobilístico.
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A Fórmula 1 anunciou a rescisão do contrato com Moscovo para a realização do Grande Prémio da Rússia. Esta competição anual fica eliminada do calendário automobilístico.
Comité Paraolímpico Internacional proíbe atletas russos e bielorrussos de participarem nos Jogos Paraolímpicos de Inverno.
Organização do Mundial de Voleibol, que devia realizar-se em Agosto e Setembro, foi retirada à Rússia devido à acção armada desencadeada contra a Ucrânia. A notícia foi ontem divulgada pela federação internacional da modalidade.
A Adidas acaba de anunciar a retirada do patrocínio à federação russa de futebol, com efeitos imediatos, como protesto pela agressão de Moscovo à Ucrânia.
A comissão executiva do Râguebi Mundial anunciou a suspensão das selecções da Rússia e da Bielorrússia de todas as competições internacionais, em protesto contra a «violenta invasão» da Ucrânia por forças militares daqueles países.
UEFA põe fim à parceria com a Gazprom, empresa estatal de combustíveis da Rússia.
«Georgii Zantaraia anunciou que está em Kiev para ajudar na defesa do seu país. O judoca ucraniano, antigo atleta do Sporting, fez uma publicação nas redes sociais, de metralhadora Kalashnikov - AK47- na mão e diz-se pronto para defender o seu país.
“Estou em Kiev e vou ficar até ao fim”, pode-se ler na legenda da fotografia publicada por Georgii Zantaraia, antigo campeão do mundo, na categoria de -60kg.»
In SAPODesporto
Na Europa, incluindo Portugal,
vários jogadores ucranianos foram aplaudidos como forma de solidariedade.
Um exemplo de coragem:
«O treinador do Sheriff, Yuriy Vernydub, que após o encontro da segunda mão do play-off de acesso à Liga Europa, com o Braga, afirmou que quando chegasse à Moldávia iria pedir para ir à Ucrânia, mostrando-se disponível para ajudar o país no que fosse necessário, juntou-se ao exército.»
In O JOGO
FIFA e UEFA suspendem a Rússia de todas as competições a nível de selecções e clubes devido à invasão da Ucrânia por forças militares de Moscovo.
Não será agora o momento para muito elaborar sobre as características intrínsecas da FIFA - demonstráveis pela atribuição da organização do próximo Mundial à ditadura teocrática do Catar, ainda por cima ao invés de qualquer racionalidade desportiva. Mas a tíbia atitude face aos acontecimentos de agora, propondo-se mimetizar o comportamento do COI ao patrocinar a pantomina de uma representação russa desprovida dos seus símbolos, é o típico "nem sim, nem sopas". É inaceitável. Muito bem vão as federações da Polónia, República Checa e Suécia, que já anunciaram a sua indisponibilidade para jogarem com a selecção do país que fere deste modo a segurança mundial e que aventa, a níveis retóricos que desconhecíamos nas largas últimas décadas, a utilização de arsenal nuclear.
Face a esta mercenária atitude da direcção da FIFA será de exigir à nossa Federação que se demarque de imediato dessa via, defendendo publicamente a exclusão russa. E, se tal não acontecer, será de exigir ao nosso governo que execute todo o tipo de represálias legalmente disponíveis sobre a FPF e seus associados. Entre as quais, se tal for possível, uma simbólica: retirar-lhe a possibilidade de utilizar os símbolos nacionais.
FIFA proíbe utilização de bandeira e hino russos, além da realização de jogos de futebol em território da Rússia. Está ainda em estudo a exclusão total do país das competições da modalidade.
Robert Lewandowski, no Twitter, justificando a ausência da selecção polaca do jogo de apuramento para o Mundial que devia disputar-se em Moscovo no dia 24 de Março
UEFA decidiu transferir a final da Liga dos Campeões de São Petersburgo, na Rússia, para o Stade de France, em Paris. A data mantém-se: será a 28 de Maio.
O Manchester United acaba de anunciar a rescisão, por sua iniciativa, do contrato de patrocínio - no valor de 40 milhões de libras, cerca de 48 milhões de euros - que o ligava desde 2013 à Aeroflot, empresa estatal de aviação da Rússia. Esta decisão ocorre como protesto pela invasão, ontem concretizada, da Ucrânia pelas forças armadas de Moscovo.
Bruno Paixão diz-nos que sempre foi um homem sem paixão, sem ilusão, sem demasiado conhecimento.
Sempre que entrava em campo, só sabia que ia apitar um jogo, o clube A (de aliciamento) contra o clube B.
Hoje, cada um de nós, também, toma uma posição, parece fácil dizer:
"Somos todos, Yaremchuk"
Somos?
Alguém perguntou aos cidadãos russos Robinho e Chishkala se renunciam à camisola da equipa A (de agressor) se estão solidários com o colega/camarada ucraniano?
Equipa A, contra equipa B, o jornalismo fofinho sentado na bancada, a assistir.
Esta é a altura de ser diferente, de ter coragem para perguntar o que ninguém pergunta.
- Robinho e Chishkala vão continuar a jogar na equipa A?
Polónia, Suécia e República Checa recusam disputar com a Rússia o acesso ao próximo Campeonato do Mundo de futebol.
Obviamente, a final da Liga dos Campeões não pode disputar-se em território russo. E é tempo de questionar sem demora o patrocínio da Gazprom à competição.
Parafraseando o outro, há mais vida para além do futebol.
Adenda, às 16.45: a Associated Press acaba de anunciar que a final, prevista para 28 de Maio, já não será na Rússia.
JOGO ÉPICO DA DINAMARCA
Futebol do melhor no Campeonato da Europa: aconteceu hoje, protagonizado pela selecção da Dinamarca, com uma segunda parte de sonho em que cilindrou a Rússia, goleando-a sem apelo nem agravo em Copenhaga.
De quase afastada, após duas derrotas (frente à Finlândia e à Bélgica), ascende assim ao segundo posto no Grupo B, transitando para os oitavos com todo o mérito.
Confesso que fiz questão em ver este desafio tão decisivo para os dinamarqueses torcendo por eles desde o primeiro minuto. Desde logo como homenagem ao malogrado Eriksen, o craque da equipa, vítima de uma síncope no jogo inaugural. E por sentir que a Dinamarca foi alvo de uma clara injustiça ao ter de prosseguir aquela partida tão traumática com todo o onze destroçado animicamente: aquela derrota contra a Finlândia, nesse dia específico, foi uma das maiores injustiças a que já assisti no futebol.
Mas os deuses da bola às vezes escrevem direito por linhas tortas, como esta tarde se confirmou. A Dinamarca venceu e convenceu: marcou quatro e sofreu apenas um, de grande penalidade. Dois dos seus golos foram extraordinários - do melhor neste Euro-2021. O primeiro, aos 38', apontado por Damsgaard, jovem extremo da Sampdoria, foi um tiro indefensável que fez levantar o estádio, cheio com 38 mil espectadores. E o terceiro, aos 79', parecia um míssil - disparado pelo defesa Christensen, outra das figuras da partida. Os restantes foram marcados por Poulsen (59'), aproveitando um monumental brinde da defesa russa, e Maehle (82'), coroando um rápido-contra ataque. Selava-se assim um jogo épico da Dinamarca: tenho a certeza de que nunca será esquecido.
Aproveitei para acompanhar mais de perto o desempenho de Daniel Wass, ala direito de 32 anos que actua no Valência e estará sob a mira do Sporting. Na partida anterior, em que recebeu um amarelo, nada fez que me despertasse a atenção. Desta vez merece nota positiva sobretudo por dois momentos: o centro milimétrico que fez aos 29' para um disparo de Hojbjerg, e um lance bem construído na extrema direita, aos 54'. Mas confesso que nada vi de extraordinário: Porro e Esgaio, pelo menos estes, são superiores.
Aos 61', Wass foi substituído: já não estava em campo no melhor período da sua equipa.
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Enquanto esta partida decorria, em Sampetersburgo disputava-se o Bélgica-Finlândia, outra partida do Grupo B. Já com os belgas qualificados mas sem facilitarem: dominaram por completo, remetendo os finlandeses ao seu reduto.
A terceira vitória consecutiva belga neste certame foi natural. Já escrevi e reitero: estamos perante um potencial vencedor do Europeu. Menos natural foi vermos um excelente golo anulado por intervenção do vídeo-árbitro, aos 65': assistência de De Bruyne desmarcando Lukaku e este a fuzilar as redes. Ninguém entendeu a alegada deslocação que as imagens não comprovam. Merece alerta máximo: o absurdo critério do fora de jogo milimétrico anda a matar o futebol de ataque.
Mas aqui os deuses da bola voltaram a intervir. Após um autogolo do guardião Hradecky (74') na sequência de um canto, a dupla imparável voltou a dar nas vistas quase numa réplica do golo anulado: De Bruyne assistiu, Lukaku marcou. Fixava-se o resultado aos 81'.
Desta vez valeu.
Dinamarca, 4 - Rússia, 1
Bélgica, 2 - Finlândia, 0
ATENÇÃO AOS BELGAS
Jogo fraquinho, o País de Gales-Suíça - duas selecções de segundo plano no âmbito europeu. Nenhuma delas parece fadada para grandes voos. No Estádio Olímpico de Baku, capital do Azerbaijão, os cerca de 30 mil espectadores ontem presentes nas bancadas devem ter bocejado durante a sonolenta primeira parte, em que cada selecção só rematou uma vez às balizas adversárias. Na segunda, as coisas animaram-se um pouco: o jovem Embolo, avançado do Borussia, abriu o marcador pela Suíça aos 49', cabeceando na sequência de um canto. Mas Gales empatou aos 85', também após um canto. Marcador: Kieffer Moore, que actua na segunda divisão inglesa.
Gareth Bale mal deu nas vistas. O benfiquista Seferovic, com prestação medíocre, ficou em branco.
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Bastante mais animado, o Rússia-Bélgica da noite de ontem, em Sampetersburgo. Confirmando a selecção belga não só como principal candidata ao triunfo no Grupo B mas do próprio Campeonato da Europa.
Mesmo desfalcada - com Witsel e Kevin de Bruyne lesionados e Eden Hazard fora do onze titular - a selecção que lidera o ranking da FIFA sem nunca ter vencido um Europeu ou um Mundial deu uma lição de futebol de ataque apoiado, com bola ao primeiro toque e competente organização colectiva. Ao contrário, os russos - campeões dos passes falhados - nem chegaram a incomodar Courtois, o experiente guardião belga. Só Mário Fernandes, ala brasileiro naturalizado russo, escapou à vulgaridade dos anfitriões.
O astro da partida foi Lukaku: autor de dois dos três golos, aos 10' e aos 88', é já o melhor marcador do torneio. Destaque também para as prestações do lateral ofensivo Meunier (que marcou o segundo, aos 34') e de Ferreira-Carrasco, protagonista de sucessivos desequilíbrios no corredor ofensivo esquerdo.
Não é à toa que lhes chamam "diabos vermelhos": são irrepreensíveis a defender e de uma eficácia extrema a atacar. Prestem atenção a eles.
País de Gales, 1 - Suíça, 1
Rússia, 0 - Bélgica, 3
O diálogo que se segue é retirado da excelente entrevista dada por José Milhazes a Rui Miguel Tovar e que pode ser lida aqui.
Vou contar-te uma história sobre aquela eliminatória entre Sporting e Spartak Moscovo para a Liga dos Campeões, a tal do Inácio. Se não me engano, o Sporting apanha lá três lâmpadas e cá mais três.
Verdade, vi o jogo de cá.
Eu também vi, a convite do presidente Dias da Cunha.
Eisch, grande honra.
Dias da Cunha é um gajo porreiro. Ouve-me lá isto: o Sporting vai primeiro a Moscovo e o Severino pede-me ajuda. Já sabia ao que ia e estava preparadíssimo. Já sabes como é, ajudar com as linhas telefónicas, com a linha RDIS, as tomadas e aquelas coisas todas. Como aquilo era tudo incompatível e trinta por uma linha, eu desbloqueava os problemas de qualquer jornalista. Às tantas, o Severino pergunta-me se quero traduzir o Spartak em Lisboa.
E tu?
“Pagam-me o bilhete e eu vou, claro que sim; aproveito e visito a família.”
Claro.
Lá fui e, na véspera do jogo, há o jantar entre os clubes. O Severino pediu-me para acompanhar e traduzir o pessoal do Spartak. Disse-lhe que sim, óbvio, e sabia que os gajos do Spartak tinham levado comida à grande e à francesa, entre caviar, vodca, esturjão. Aquilo eram baldes e mais baldes. Só para descargo de consciência, perguntei ao Severino onde ia ser o jantar.
Onde é que era?
No Hotel da Lapa. Quando chego lá e olho para a ementa, disse ao Severino “Está tudo lixado”.
Escalopes ou lombo de porco, não?
Pior que isso. Caldo verde, bacalhau à lagareiro e vinho verde.
Uyyyyyy.
Os gajos do Spartak sentiram-se ofendidos e recusaram-se a comer. Então os gajos vão lá com baldes de caviar e tal e dão-lhes peixe como nós damos ao gato. É quase a mesma coisa que convidares árabes e dar-lhes carne de porco.
Ahahahahahah.
Nem imaginas. Um ambiente todo bonito e metem-lhes as sopas à frente. Eles olham para aquilo, umas folhinhas a nadar com uma mortadela, e dizem ‘que merda de sopa é esta?’ Mas assim mesmo, nestes termos.
Vingaram-se no dia seguinte, está visto.
Espera aí, a história ainda não acabou porque os russos estão mesmo lixados e ninguém queria comer aquilo. Eles consideravam-se ofendidos e o Dias da Cunha só me dizia ‘nós só queremos mostrar o melhor que temos’.
Como é que isso se resolveu?
Pediram-me para resolver o problema e liguei para o Albatroz.
O hotel em Cascais?
Esse mesmo. Liguei e pedi-lhes para preparar em hora e meia, no máximo, uma travessa de marisco, com lavagantes, lagosta, santolas recheadas, camarões tigre e muita cerveja mais vodca. No dia seguinte, o Severino abraçou-me e quase me deu um beijo. “Ó Zé, isto é que é um jantar.” O Dias da Cunha também ficou contente.
A conversão da Rússia já era.
O milagre de Fátima passou a ser a vitória de Salvador Sobral no Grand Prix Eurovision de la Chanson. Um certame que, este ano, foi boicotado por um país: a Rússia!
Mas parece que um tal Tetra também se deu por influência do centenário de Fátima.
Hmmm... Tetra-Tetris: Rússia?
Pelos vistos, o Benfica, que cilindrou o Guimarães, é o único clube, pelo qual Nossa Senhora está autorizada a intervir.
Já nem D. Afonso Henriques nos vale! Mas quem precisa do fundador da nação, quando se tem uma geringonça? Desde que ela tomou conta dos destinos cá do burgo, é um fartar vilanagem:
2016 - Campeões Europeus de Futebol
2017 - Vencedores do Eurofestival
E em 2018, graças a Nossa Senhora e à geringonça, havemos de ser Campeões do Mundo!
Onde? Na Rússia!
- E o Sporting será finalmente campeão.
- Cala-te!
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