Logo de manhã, a Antena 1 já buzinava esta notícia:
"O FC Porto pode ser campeão hoje"
Na minha opinião, não é uma notícia, é especulação informativa.
Imaginemos que a Antena 1 dizia o seguinte:
"Hoje pode aterrar uma nave extraterrestre em Alvalade".
Seria, também, especulação.
Os órgãos informativos têm o dever de noticiar, os órgãos informativos do estado português, pagos com os impostos dos contribuintes, terão ainda mais responsabilidade.
Dispensam-se notícias sobre naves extraterrestres, quando acontecer (se acontecer) dá-se a notícia.
(quanto ao jogo, que ainda não acabou, comparar com o FC Porto vs. Gil Vicente e com o que aconteceu nesse desafio)
Como sempre não vejo o jogo na televisão porque não pago essas coisas. Futebol em Alvalade é para ver no Estádio. Ponto.
Mas oiço o relato da Antena 1 e de repente há um comentador que diz que não deveria ser grande penalidade porque o jogador do Farense tocou na bola primeiro. Só que o guarda-redes deu um valente murro na cabeça do jogador do Sporting. Vi as imagens há pouco!
O que interessou foi mais uma vitória. Nem que seja a murro...
António Macedo, voz da rádio, melhor homem da rádio, melhor ainda, Sportinguista da rádio, demitiu-se (ou demitiram-no, não percebi bem e não encontrei "on-line") hoje da Antena 1.
Mais uma notícia triste. Um azar nunca vem só.
Vais fazer falta nas manhãs da Antena 1. Vais fazer-me falta, António.
Acompanhar um jogo do Sporting ao som dos comentários de Joaquim Rita, na Antena 1, é um puro exercício de masoquismo. Como pude comprovar ontem, durante o Sporting-Real Sociedad. Entre o que se via no relvado e o que escutava na rádio ia uma diferença abissal: uma coisa não jogava com outra.
Aqui ficam algumas das frases que o comentador ia debitando, com aquele tom enfastiado que sempre o domina quando assiste, por dever de ofício, aos jogos do Sporting:
«A intensidade do jogo não tem sido muita.»
«Não estamos a assistir a um grande jogo.»
«É inevitável a saída de Rui Patrício.»
«Jefferson não é um lateral de grande qualidade defensiva.»
«Não me parece que Maurício esteja condenado a ser titular nesta equipa do Sporting.»
«Fokobo já teve oportunidade de jogar aqui contra o FCP e não foi feliz.»
«Não vai ser fácil o Sporting desfazer-se de alguns monos.»
«O Sporting não fez uma grande exibição.»
Só ele sabe porque não ficou em casa. E devia ter ficado mesmo.
Estou de babysitter por estes dias pelo que não me foi possível ir a Alvalade hoje (o crianço tem apenas 9 meses, nem poderia entrar), como para muita gente que à hora do jogo estaria a trabalhar. Acredito que mesmo que o jogo fosse mais tarde, a assistência fosse das mais fracas (direi menos fortes?) desta época, não tanto por ser dia de semana mas por ser uma competição já perdida. Não que seja um padrão, mas pode acontecer.
A juntar a isto há a situação actual que vive o Sporting. Eu, mesmo desiludida, vou aos jogos porque prefiro estar em Alvalade, prefiro ver ao vivo, estar entre os meus aconteça o que acontecer. Mas percebo perfeitamente que haja sócios, com quotas e lugar, que estejam aborrecidos e não vão.
Bom, não fui então, ouvi o relato. O que eu não percebo muito bem é o comentário "6 mil em Alvalade, isto diz tudo" que ouvi na Antena 1. Numa época como esta, tendo o Sporting sempre uma assistência entre os 25 e os 35 mil espectadores (ah por acaso não me parece muito bem que o speaker diga "sportinguistas" quando diz o total de assistentes num jogo, mas isto já é outra conversa), num jogo que já não conta para nada a um dia de semana às 5 da tarde, num janeiro de (mais) desilusões, insatisfação geral por todos os motivos, isto pode dizer alguma coisa mas não diz tudo, decididamente.
Eu não costumo ouvir relatos quando vou a Alvalade, talvez haja comentários positivos à assistência, mas tenho algumas dúvidas. Também sei que o Porto teve onze mil espectadores hoje e foi às cinco e meia. Bom para ele, os outros não me interessam.
Como disse, é apenas um registo, estas coisas fazem-me alguma confusão mas não temos de pensar todos o mesmo. É injusto dizer-se "diz tudo" do público que vai a Alvalade regularmente sobretudo numa época como esta. E sim, eu podia ignorar estas tiradas de aves raras que fazem os relatos, mas ainda ligo. Vou ali remoer nisto mais um bocadinho.
Nos últimos tempos tenho conseguido ver todos os jogos do Sporting: no estádio (que é o sítio certo para ver futebol), em casa (quando passam em canal aberto, pois sigo o ensinamento de António Oliveira e não dou dinheiro à SportTV) e na redacção do CM, onde a minha forma muito própria de ver os jogos consegue chocar as almas mais sensíveis. Esta noite estou em casa e o Sporting joga em Braga e a transmissão é em canal fechado. Resta-me o relato, graças à aplicação para iPad de uma certa e determinada rádio. Quando transformo a tábua de Steve Jobs em aparelho de rãdio consigo recuar até ao tempo em que ficava trancado no quarto a ouvir a tarde desportiva pelas vozes de David Borges, Fernando Correia e Jorge Perestrelo. Quantas vezes gritei golos de futebolistas que mal conhecia, até porque nem sempre havia dinheiro para o então trissemanário Record? Espero que esta noite possa voltar a acontecer a magia dos três pontos através da radiodifusão.
{ Blogue fundado em 2012. }
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