As AG's no Sporting têm a particularidade, má, de impedirem a troca de opiniões que se pretende salutar e necessária à resolução de eventuais problemas e à proposta de soluções para o engrandecimento do clube.
Isto afasta quem eventualmente pretenderia assistir, deixando campo à, literalmente, bagunça.
Este tema está mais que batido e não é por aqui que quero continuar.
Há uma proposta para aumento de quotas.
Em ano, tão mau para todos os portugueses e claro também para os sócios do Sporting, com aumentos sucessivos dos bens de primeira necessidade e agora da prestação da casa (calha o fim das moratórias praticamente com o aumento da taxa de juro, para ajudar à "festa"), depois das renovações das GB, há uma proposta para aumentar as quotas. Sabe-se que a grande maioria das pessoas até aos 50 anos, pelo menos, tem um crédito à habitação e sabe-se como anda a taxa de esforço das famílias. Entre colocar comida na mesa e pagar as quotas do Sporting, certamente que a grande maioria não demorará muito tempo a decidir.
Eu não sou gestor, nem patrocinador, mas creio que qualquer marca que tenha o propósito de investir no Sporting o fará com mais agrado se tiver à sua "disposição" 150 mil alminhas com cartão de associado e quotas em dia do que 70 ou 80 mil.
Dizia-se por aí, quando a EDP tinha o monopólio da electricidade e era A. Mexia presidente daquilo, que "até eu" era gestor de topo, "esta merda deixa de dar dinheiro, aumenta-se a electricidade". Será porventura o caso da proposta ora apresentada a decisão dos sócios.
Esta medida é tão mais irracional, porquanto no ano passado se bateu o record de quotas cobradas, em número e em numerário.
Eu sei que há necessidade de pagar ao entulho que por lá anda e que não se tem coragem, sapiência ou vontade de pôr a andar, mas a que preço? Com perda de associados, com o estádio às moscas?
Ou o que se pretende é que lá compareçam apenas as elites, aqueles que não têm dificuldades financeiras e os outros, aqueles que também fazem militância pelo Sporting em qualquer cantinho de Portugal, assistam aos jogos na taberna da aldeia ou no café do bairro? Como antigamente...
Frontalmente contra o aumento de quotas. Nem um cêntimo mais! Dirijam com competência e façam uma das suas obrigações, que é defender os interesses do clube. Assim não o estarão a fazer.
O Sporting acaba de anunciar um encaixe record em termos de quotização que ultrapassou os 9M€, o que só pode querer dizer uma grande união dos sócios em torno do clube num ano marcado por eleições que reelegeram o actual presidente por uma esmagadora maioria de votos.
O que, numa temporada de relativo sucesso desportivo do futebol e das modalidades, deveria ter reflexo directo na ocupação do estádio e no pavilhão.
Mas a verdade é que casa cheia em Alvalade ou no João Rocha acontece raramente. Muitas vezes sucede ao contrário: uma casa desoladoramente vazia para a qualidade do espectáculo desportivo em causa.
Falando com este ou aquele sócio, o que ressalta é o comodismo do sofá acompanhado por um conjunto de argumentos que apenas convencem os próprios. Falam em Covid e testes, falam nas saudades do tempo do outro e que detestam este, falam no preço dos bilhetes. Como se gastar 5€ para ir ver um Sporting-Porto em andebol, decisivo para a atribuição do título, fosse um roubo. Mais que isso gastam em bifanas e imperiais.
E quando a Direcção do clube tenta encher a casa oferecendo bilhetes ou abrindo os torniquetes, na prática está a dar uma mensagem negativa a quem regularmente lá vai e comprou bilhetes de época/Gameboxes para o efeito.
Centrando agora a conversa no estádio, a verdade é que tudo o que é acessibilidade tem vindo a degradar-se ao longo dos anos: espaços de estacionamento desapareceram, faixas de rodagem foram canibalizadas por inúteis faixas de bicicletas, as entradas /saídas da garagem continuam um filme de terror, o estaleiro a céu aberto perdura, vieram agora as obras do Metro piorar ainda mais a situação.
Dentro do estádio, cadeiras à parte, tudo está como dantes, sem espaços de restauração e/ou convívio decentes, com os sócios amontoados numa catacumba ao intervalo ou na bicha para os acanhados WC. A olhar para o chão quando saem de lá porque podem partir uma perna se esquecerem o degrau "taveira" ali existente.
O Alvaláxia continua na decadência, a cervejaria há muito fechou, metade das lojas estão encerradas, aguarda a clientela da urbanização que se irá construir em frente.
As roulottes lá continuam num passeio público com os clientes de bifana na mão espalhados pela faixa de rodagem.
Depois temos a situação nas bancadas. Se por um lado o Covid de facto afastou muita gente mais velha e rejuvenesceu bastante as bancadas, também pela atracção dos mais novos pelo título nacional alcançado, por outro o famigerado cartão de adepto apenas veio agravar a situação já complicada que atravessam as claques do clube. O que temos hoje é um conjunto de bandos sem controlo a insultar adversários, atirar tochas e rebentar petardos em diferentes pontos das bancadas, na maior impunidade e com o maior desprezo pelos restantes sócios, sem que a Direcção do clube faça seja o que for quanto a isso.
Para terminar, as horas a que têm decorrido os jogos em Alvalade, muitas vezes às 20h30, às vezes ao domingo. Isto, além dos problemas de acessibilidade atrás referidos, desmotiva muitos sócios que moram mais longe.
Assim não admira que as ocupações em Alvalade, sem comparar com números doutros tempos em que o que se ouvia não tinha qualquer correspondência com aquilo que se via, sejam muito inferiores ao desejável, e que bastante seja necessário fazer para que a casa cheia seja norma em Alvalade.
Penso que os sócios que tenham um ano de quotas em atraso deveriam ser eliminados [dos cadernos eleitorais e do processo de decisão interno]. Pelos vistos só os verdadeiros Sportinguistas se mantêm. Aqueles que deixaram de pagar quotas pelos resultados, pelo presidente ser este e não aquele, pelo treinador ser este e não outro, por jogarem os jogadores A e B e não o C e o D, mais aqueles que ainda esperam pela reintegração do D. Sebastião de Telheiras, não fazem falta nenhuma ao Sporting Clube de Portugal.
Sou sócio há mais de 30 anos, com qualquer presidente (e a maior parte deles detestei), qualquer treinador (e poucos tiverem qualidade) e com quaisquer jogadores. Eu não sou sócio do presidente (não votei em Varandas), dos treinadores ou dos jogadores. Sou, com muito orgulho, sócio do Sporting Clube de Portugal!
Ainda bem que houve esta limpeza, o ar está mais respirável...
P. S. - Nunca compreendi aqueles "ignorantes" que não sabem (ou não querem saber) que o valor da quotização vai integralmente para as modalidades e não para o futebol. Assim, não serve e é até patético um sócio deixar de pagar quotas por a equipa de futebol jogar pouco (ou muito) e o presidente ser o Manuel e não o Joaquim.
Texto do leitor JMA, publicado originalmente aqui.
Os Sportinguistas fora de Lisboa e que pagam quota de associados dos Núcleos agradecem a atenção.
Tecnologia em estreia no Jogo dos Núcleos
O Sporting Clube de Portugal acaba de lançar uma plataforma online de bilhética exclusiva para os Núcleos do Sporting CP e que, de acordo com Francisco Rodrigues dos Santos, vogal do Conselho Directivo - Expansão e Núcleos, vai “transportar os Núcleos do SCP para a era digital”.
De acordo com o responsável, “a plataforma online de bilhética destinada aos Núcleos do SCP permite-lhes adquirir bilhetes para os jogos no Estádio José Alvalade e no Pavilhão João Rocha, de acordo com a tabela de preços específica para os Núcleos do Sporting CP, através de um portal na internet, de forma célere, descomplicada e acessível.”
Esta tecnologia vem revolucionar a forma como os Núcleos do SCP compram os bilhetes, uma vez que basta entrar na plataforma, seleccionar um lugar na bancada, escolher a forma de pagamento e gravar o documento que contém o ingresso e que permitirá a entrada no Estádio ou no Pavilhão.