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És a nossa Fé!

O que alguns vão dizendo

Disse Dias Ferreira n´"A Bola" de Sábado:

"Há muito que tinha percebido, e não deixei de o escrever, que era difícil dar o salto de uma afirmação façam o que quiserem para uma acusação moral dos crimes praticados em Alcochete naquela fatídica tarde. Foi uma afirmação irresponsável e leviana, que poderia redundar - e redundou - num acto criminoso. A responsabilização criminal, porém, é mais exigente, e não pode haver dúvidas entre causa e efeito, entre uma afirmação irresponsável e uma responsabilidade pela autoria moral. Mas o ex-presidente e ex-sócio do Sporting devia perceber que nem toda a gente gosta de atitudes e comportamentos destes. Devia ter percebido que a legitimidade de 90% dos votos não implica dizer para uns sócios façam o que quiserem e, para outros, eu faço que quero. A maioria não aceitou nem que uns façam ou fizessem o que queriam, nem que que o presidente fizesse o que lhe apetecia. Por isso o destituiu e depois o expulsou".

Disse Ricardo Quaresma  n´"A Bola" de hoje:

"...Depois claro, clubes e dirigentes que criaram um monstro que lhes escapou ao controlo e que têm de continuar a alimentar para não se virar contra eles. Pense, caro leitor: quem foi o único presidente que sofreu por parte das claques o tratamento violento que dedicam a jogadores e treinadores quando as coisas correm mal? Frederico Varandas. Porque foi o único, até agora, com coragem para os enfrentar a sério, tirando-lhes privilégios absurdos e até, questionáveis. E é no fundo essa a grande questão a que temos de responder antes de tudo o resto: as claques interessam a quem?"

Disse a Juveleo depois do empate em Guimarães onde entrámos em campo com cinco jovens da formação, dois em estreia absoluta:

"Resumindo o jogo de ontem, temos mais do mesmo, uma equipa, sem vontade, sem garra, sem alma e sem perspectiva de melhorias."

Já Bruno de Carvalho disse muita coisa numa entrevista via Net a um rapaz qualquer que vive na Holanda, nomeadamente mais ou menos o seguinte:

"1. Que o acordo do Jesus com o Vieira no final de 2017 lhe tirou o sono por muito tempo, não o despediu a seguir, do que muito se arrepende, e foi tudo uma guerra surda a partir daí. A pior decisão da vida dele foi ter ido contratar o Jorge Jesus.

2. Que a seguir ao jogo com o Paços de Ferreira não queria por os pés em Alvalade de novo, foi forçado e forçou-se a si mesmo a voltar. O estádio tinha deixado de ser a casa dele. 

3. Que tinha posto as claques na ordem. O Sporting pagava e as multas eram debitadas às claques."

Disse Nuno Saraiva ontem aqui no blogue:

"...Ou seja, isto é que é a falta de militância que sempre existiu no nosso Clube, e sobre a qual tantas vezes falei enquanto servi o Sporting. Este comportamento é a contradição absoluta dos que passam a vida a encher a boca com o chavão da militância no Clube, mas que depois são militantes de tudo menos do Sporting Clube de Portugal.

Isto é o paradoxo completo dos que passam a vida a encher a boca com os chavões da “defesa dos superiores interesses do Sporting” ou de que “ninguém está acima do Sporting”, mas que depois colocam agendas pessoais e individuais acima do Sporting Clube de Portugal."

Enfim muita coisa para ler e reflectir.

SL

Viva Quaresma!

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(postal encontrado no Facebook)

Abaixo o Pedro Correia enviou um abraço ao Quaresma (e eu subscrevo-o, tal como o fazem vários dos comentadores desse muito atinado texto).  Outros comentadores resmungam, destilando desapreço pela "ciganada". E outros, num registo totalmente diferente, atirando-se a Quaresma porque se tornou "andrade". Então quero intervir, sobre os dois assuntos. Sobre a coisa clubística é pacífico aqui botar. Mas não me é sobre a política, pois ainda que me farte de blogar politiquices sempre julgo que aqui, num blog de Sporting, não é sítio para elaborar sobre esses assuntos, que nos poderão dividir neste ideal sportingal. Mas, de facto, trata-se de um assunto que, sem tirar nem pôr, é racismo. E um racista é pior do que um árbitro que nos rouba um penálti. Ou seja, o Ventura é pior do que o João Capela que, num jogo contra o Benfica, não marcou um penálti aos 3 minutos, outro aos 7 e um livre directo na meia-lua aos 12. E por isso boto, mesmo que afrontando uns sportinguistas venturescos que possam existir, pois pouca e má gente há-a em todo o lado, pois, como na tropa se diz, "aqui há filhos de muitas mães":

O cidadão Quaresma esteve muito bem, à campeão. Quanto à temática que ele abordou, o malévolo disparate do comentador futeboleiro Ventura, esteve o primeiro-ministro Costa, do qual não sou apoiante, muito bem. Se há problema legais, nisto do reserva provocada pelo Covid-19 ou com outras coisas, é com os cidadãos, não com grupos pré-determinados. Coisa que alguns, esses do tal Chega, ainda que poucos (65 mil votantes, 1,4% de eleitores, um estádio da Luz não cheio) não percebem. A lei é suficiente? Aplique-se. Não é? Mude-se. E aplique-se. Aos cidadãos, não a "grupos" pré-determinados ("comunidades", dizem os mal-falantes). E adianto que o que Costa disse dará para elaborar sobre outras coisas - o radicalismo comunista racista que andou nas bocas do país até ao Covid, acima de tudo - mas isso é assunto para outros blogs.

Mas - e falando de coisas mais nossas, estas do clubismo - há gente que abomina os profissionais que saem do clube e que ganham apreço a clubes onde prosseguiram a carreira, como se fossem apoucáveis por isso. Ora isso é como não gostar de Jordão, tão emotivamente celebrado há bem pouco, que veio do Benfica. Ou de Livramento, etc. Os atletas não são o mero adepto, como nós, que nunca mudamos de clube (muda-se de tudo, de igreja, partido, emprego, terra, mulher, e até - consta - de "orientação sexual", mas não de clube, é o dito de todos nós). São profissionais. E se vão para outro clube e lá são muito bem tratados, e por lá vivem com grande intensidade e sob grande carinho, é normal que se afeiçoem. As pessoas não conseguem perceber isso? Não conseguem perceber uma mudança dessas mas percebem mudanças ainda maiores, como as de nacionalidade, atletas do nosso clube ou de outros, que cresceram com outras nacionalidades e depois foram efusivamente representantes e até campeões por Portugal, usando as nossas cores? Isto é uma cegueira um bocado estranha. Amarão o clube, identificar-se-ão com o clube, mais do que com o próprio país?

Pois nunca ouvi Quaresma invectivar o Sporting. Foi formado no clube, seguiu a sua carreira, e foi muito bem tratado no Porto. Gosta daquele clube. A gente lamenta - quem me dera que ele tivesse jogado anos no Sporting, com grande sucesso. Mas foi o nosso clube que vendeu a sua licença desportiva ao Barcelona. E que não o recontratou quando ele saiu daquele clube. A gente lamenta, mas não há dolo aqui, nem culpas. Nem desrespeito.

Francamente, e ainda que possa estar em engano desmemoriado - e sim, nada gostei de ver Figo comemorar efusivamente um golo do seu Inter em Alvalade, mas compreendo-lhe o humano arreganho explodindo no momento -, de todos os futebolistas formados no clube e que saíram para outros clubes, o único que me desgosta francamente é Simão Sabrosa. Não por ter ido para o Barcelona, porque seria irrecusável. Não por ter ido para o Benfica, pois o Sporting não quis recuperá-lo, talvez porque não pudesse. Não por ter sido capitão do Benfica, porque isso foi corolário da sua carreira no clube. Mas porque, ele sim, teve declarações nada abonatórias, desrespeitosas, do clube que o formou. A mostrar uma muito pobre personalidade. E é essa a diferença que os mais empedernidos não conseguem ver.

 

Um abraço ao Quaresma

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Hoje apetece-me enviar um abraço ao Ricardo Quaresma. Formado nas escolas do Sporting, campeão nacional pelo nosso clube e actual campeão da Europa em título - juntamente com outros nove jogadores saídos da formação leonina.

Por vezes esquecemo-nos daqueles que vestiram de verde e branco e souberam honrar o nosso emblema enquanto profissionais do Sporting Clube de Portugal, fosse qual fosse o rumo que tiveram nas etapas pós-Alvalade.

Quaresma é um destes profissionais que merecem ser lembrados. Aqui lhe endereço, portanto, as minhas calorosas Saudações Leoninas.

 

ADENDA, às 19.30:

«Não nos esquecemos dos homens que formamos», lembra o Sporting no seu Instagram oficial. Com um vídeo de um golo marcado por Quaresma, de Leão ao peito, num jogo contra o SLB. Muito bem.

Quaresma

 

Eu sei que para muitos visitantes do blog falar elogiosamente de jogadores e técnicos que não sejam radicalmente sportinguistas é uma verdadeira heresia - para os interessados na História das mentalidades mergulhar no clubismo actual explicará muito das enormes sevícias cometidas nas guerras religiosas que assolaram a Europa durante séculos. Nesses tempos os nossos antepassados traíam-se, denunciavam-se, torturavam-se, queimavam-se, massacravam-se entre si por uns adorarem estátuas ou relíquias ditas ídolos enquanto outros preferiam paredes (semi)nuas nos locais de culto. E os mais perseguidos eram os apóstatas, aqueles que transumavam entre igrejas ou seja, pura e simplesmente, se "transferiam" de um clube para outro, nisso mudando de símbolos adorados, diante dos quais se prostravam e pelos quais se identificavam.

 

Há quem não goste de política ("malandros, são todos iguais ...") mas eu gosto, da política e das suas instituições. Pois, com todos os seus defeitos, são elas que impedem que os descendentes dessas gentes de antanho, os actuais idólatras, demoníacos adoradores de dragões, galinhas, leões e similares, se trucidem uns aos outros, em nome de um qualquer sagrado que, irreflectidamente, consagram a meras agremiações recreativas. Pode parecer ríspido dizer isto mas os clubes são, assim nasceram e continuaram, organizações para a ocupação de tempos livres - e isto não é desmerecimento, o lazer é algo magnífico e uma conquista histórica, a da redução generalizada do tempo de trabalho, alargando o bíblico "Seis dias trabalharás, mas ao sétimo dia descansarás; tanto na época de arar como na colheita (Êxodo 34: 21)". Em tempos recuados, em finais de XIX e inícios de XX, serviram também, em alguns locais de alguns países, como espaços de entreajuda para os migrantes, os rurais desenraízados chegados às cidades em crescimento e, nisso, para demarcação de núcleos sociais, seja por origem geográfica seja por estrato social. Dimensão que há muito perderam, principalmente nos clubes de grande dimensão nacional. E nisso se restringindo à sua característica fundacional, a do enquadramento dos tais tempos livres, ordenando-os em práticas desportivas e seu acompanhamento (esse que hoje muito inclui a "majorettização" de parcelas do público, a sua juvenilização através das claques). Não são mais do que isso. E não são menos do que isso.

 

Por isso desconsiderá-los, dar-lhes menos respeito, ser adverso ao clubismo, é irreflexão, ignorância. Mas também dar-lhes mais do que isso, a clubite e até a actua "clubecrose", reclamá-los como uma magnífica identidade - como tantas vezes leio, explícita e implicitamente - é pungente, pelo défice existencial que demonstra. As pessoas dedicaram-se anos a fio ao voluntariado associativo, a colaborar com o seu clube, cumprindo tarefas? É respeitável, mesmo magnífico, pela dádiva, pelo trabalho social, pela pedagogia. Agora reclamar mérito, exaltar o ser-se adepto de um clube - "Não falho um jogo do Porto", "sou sócio do Benfica há 97 anos", "a minha família é toda Sporting" (neste caso é bonito ... porque mostra que nela não há azedumes suficientes para mudanças de clube de filho mais rebelde, mas só isso) - como se isso seja algo transcendente? É algo que não tem pés nem cabeça (uma espécie de Castaignos). "Ser", gostar, de um clube é uma opção, tomada consciente ou inconscientemente (se em criancinha). É porreiro. Mas não mérito ou grandeza.

 

Vem-me tudo isto à cabeça porque antevejo meia dúzia de comentários mais ou menos sectários, as exaltações espúrias vindas da tal "clubecrose", a este meu postal. Fica já dito, cortarei comentários que venham invectivar de "apóstata" o Ricardo Quaresma. Pois estou em fase de défice de paciência para a mediocridade sentimental. Porque é disso que se trata, as pessoas não conseguem dedicar sentimentos transcendentes às instituições circundantes e julgam disso necessitar. E assim entregam-se ao culto de um clube, ao sentimento por uma OTL. Francamente, que falta de tino.

 

Aqui vai o postal: ontem o Besitkas veio jogar à Bélgica, contra o Genk, actual comandante do campeonato - no qual, já agora, o Standard de Liége, que no ano passado ganhou a taça e correu para o título quase até ao fim, substituiu o Sá Pinto pelo lampião Preud'Homme (que não só é treinador como é membro da direcção, o que causa alguns remoques na imprensa) e está a fazer uma má época. Enfim, o Genk-Besitkas acabou 1-1, a equipa turca está em último no grupo i mas ainda pode ser apurada, pois a classificação está embrulhada.

 

Mas o relevante é que o Quaresma, sempre pérola da nossa formação, extremo com 35 anos (!, como o tempo passa), ainda está para as curvas e trivelas, e lá foi ele que marcou o belo golo "turco", em puro contra-ataque. Grande Mustang ..., que maravilhoso jogador.

A ver o Mundial (7)

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A ESTRELINHA DE SANTOS VOLTA A LUZIR

 

Valeu-nos aquele monumental disparo de trivela do Ricardo Quaresma, em quem enfim o seleccionador apostou como titular, para carimbarmos o passaporte para os oitavos de final deste Mundial da Rússia. Sabendo desde já que disputaremos no sábado esse decisivo desafio com o destemido Uruguai de Luis Suárez, Cavani, Godin e Betancur, que ontem cilindrou a selecção anfitriã por 3-0

Boa primeira parte da turma nacional, que soube trocar a bola num meio-campo onde Adrien se estreou também como titular - fazendo logo a diferença em intensidade, posse de bola e abertura de linhas de passe, combinando de olhos fechados com William Carvalho, autor do melhor passe longo do desafio, a isolar João Mário, que num toque de classe serviu Cristiano Ronaldo. Uma jogada logo aos 3' digna de ser vista e revista.

A pressão lusa foi intensa durante toda a primeira parte frente aos comandados por Carlos Queiroz, que em grande parte dos 45' iniciais se remeteram ao seu reduto defensivo, colocando-se quase todos atrás da linha da bola. Até que Quaresma fez em estilhaços essa estratégia ao marcar aquele grande golo, no último minuto regulamentar da primeira parte. Um golo em que tudo é perfeito, incluindo o passe inicial de Cédric e a fenomenal assistência de Adrien, com um precioso toque de calcanhar.

A história do segundo tempo foi bem diferente. E começou a ser escrita, na verdade, aos 53', quando Cristiano Ronaldo, derrubado em falta em zona proibida, decidiu imitar Messi e falhar - também ele - uma grande penalidade. Permitindo que o guarda-redes adivinhasse o lado para onde rematou. 

Podia ser apenas um percalço. Mas redundou num descalabro exibicional da nossa selecção, que passou a jogar sobre brasas, cometendo faltas que nos podiam ter valido punições mais duras - numa delas Carlos Queiroz exigiu cartão vermelho a Ronaldo, que após visionamento do lance em vídeo-árbitro recebeu apenas o amarelo. 

Os iranianos, dispostos a tudo neste duelo travado em Saransk, atreveram-se enfim: o perigo passou a rondar a nossa baliza, salva aos 58' por um espectacular corte de Pepe. As trocas renderam pouco ou nada, designadamente a saída de André Silva para a entrada do apagadíssimo Bernardo Silva e a mudança de João Mário por João Moutinho. Um sofrimento desmedido que culminou com um penálti favorável ao Irão castigando braço na bola de Cédric. Iam decorridos 93': Rui Patrício não conseguiu evitar. Os quatro minutos restantes do prolongamento decorreram com todos os jogadores de nervos em franja, até porque se disputava em simultâneo o Espanha-Marrocos, com sucessivas oscilações no marcador (resultado: 2-2), com reflexos na classificação final.

Foi um empate arrancado a ferros, que terminou com a equipa iraniana destroçada, fora deste Mundial. Espanha e Portugal seguem em frente. A estrelinha de Fernando Santos volta a luzir.

 

O melhor - Adrien. Estreia em grande no Mundial como titular repetindo a exibição de luxo do Euro-2016 e demonstrando que merece figurar no onze inicial. Pela forma como acelera o jogo português, como se articula com os colegas do meio-campo, como sabe abrir linhas de passe. Assistência primorosa para o golo de Quaresma.

O pior - Bernardo Silva. Passou ao lado do Europeu, por lesão. E parece estar a passar também ao lado do Mundial, tal como o seu ex-parceiro do Benfica Gonçalo Guedes, que desta vez ficou de fora e só entrou para queimar tempo. Actuou a partir dos 70' e nada fez que mereça elogio. Joga sem confiança, incapaz de um lance inspirador.

 

Portugal, 1 - Irão, 1

Tudo ao molho e FÉ em Deus - Perguntem ao Queiroz (o "elbow")

A partida disputava-se em Saransk, na Mordóvia, região russa que Gerard Depardieu escolheu para residir, trocando o imposto para ricos em França (75%) por uns meros 13%.

 

Fernando Santos é um homem justo, um meritocrata e, por isso, lançou Quaresma e André Silva de início, em detrimento de Bernardo e Guedes que têm passado ao lado deste Mundial. Portugal começou bem, a circular a bola com rapidez. Ronaldo lançou-se em velocidade entre três adversários e rematou com perigo. Pouco tempo depois, João Mário mostrou que a sua relação com o golo é semelhante à que um gato tem com a água.

 

Após esta entrada forte, o jogo tornou-se previsível. A equipa lusa voltou à lentidão de processos a meio campo que nos vem habituando. A excepção era Adrien, que ia ligando os sectores e criando alguma dinâmica. Numa dessas acções tabelou magistralmente, de calcanhar, com Quaresma e a defesa iraniana estendeu o tapete (persa) para a trivela do Mustang. Bola no ângulo superior esquerdo. Um golo magistral!

 

Na segunda parte, Portugal regressou a dominar as operações mas com pouca profundidade no seu jogo. Após uma penetração na área de Ronaldo, o VAR entrou em cena pela primeira vez. Penálti! Cristiano partiu para a bola e, para espanto de todos, mostrou que é humano. Aliás, o craque português não esteve feliz no jogo como se lhe faltasse uma concorrência do outro lado que o motivasse para ir mais longe.

 

Os iranianos nunca baixaram os braços, mas infelizmente Ronaldo e Cedric também não. Penso que o árbitro "trocou as voltas": à primeira, salvamo-nos de perder o nosso capitão e melhor jogador (segunda decisão do VAR); à segunda, penálti, forçado, contra (terceira decisão do VAR) e golo do Irão. Festa breve dos persas pois, quase em simultâneo, a Espanha empataria contra Marrocos, voltando a pôr os os pupilos de Queiroz fora do Mundial. Nos últimos minutos, os iranianos ainda podiam ter ganho mas o remate acertou na malha...lateral, apurando-se assim os portugueses para os oitavos-de-final, onde defrontarão o Uruguai, Sábado, em Sochi, no Mar Negro.  

 

Em conferência de imprensa, Carlos Queiroz mostrou ainda haver sequelas do episódio "perguntem ao Queiroz", da África do Sul. Queixou-se de que só 3 jogadores portugueses o cumprimentaram e usou mil e uma vezes, numa longa narrativa, a expressão "elbow", referindo-se ao lance que envolveu Cristiano Ronaldo. A mim, soou-me a dor de cotovelo...

 

Adrien e Pepe foram os nossos melhores jogadores. Ricardo Quaresma foi o génio da lâmpada que soltou a magia esta noite na Mordóvia. Os restantes não deslumbraram, embora se registe a melhoria de Raphael Guerreiro. As entradas de Bernardo e de Moutinho foram mais para arrefecer o jogo. Guedes mal aqueceu, sequer.

 

O juíz, paraguaio, mostrou fraca personalidade.

 

Tenor "Tudo ao molho...": Adrien Silva

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Hoje giro eu - UEFA atribui Ordem de Mérito a Aurélio Pereira

A UEFA decidiu atribuir a Ordem de Mérito, um dos mais altos galardões concedidos pelo organismo do futebol europeu, a Aurélio Pereira, responsável pelo Departamento de Scouting do Sporting Clube de Portugal. Com 10 jogadores nos 14 portugueses que disputaram a final do Euro-2016 em Paris, o Sporting e o futebol europeu muito devem à perspicácia do Senhor-Formação. Cristiano Ronaldo. Luis Figo, Paulo Futre, Ricardo Quaresma, Simão Sabrosa e Nani são apenas alguns exemplos da excelência do seu trabalho.

 

Curiosamente, no mesmo fim-de-semana em que se tornou publica esta justa honra, dois dos seus "meninos" estiveram ao mais alto nível, como querendo fazer parte da homenagem: Ronaldo marcou dois golos contra o Alavés, mas quem esteve imparável e realizou uma exibição assombrosa foi Quaresma, que marcou dois golos e fez várias jogadas fenomenais na vitória do Besiktas sobre o rival Fenerbahçe (3-1), como pode verificar aqui .

 

Posto isto, e não esquecendo a goleada a que a nossa equipa de iniciados sujeitou o seu rival de Lisboa, aí está mais uma prova da "crise da nossa Formação", como uma redonda figura dos paineis televisivos tem vindo a esforçar-se por "demonstrar"...

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Um gigante chamado Quaresma

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Raras vezes tenho visto uma partida da selecção nacional de futebol em que um só jogador tenha brilhado tanto. Aconteceu com Ricardo Quaresma no jogo que terminou há pouco. Exibição de sonho do nosso extremo, que participou em cinco dos sete golos desta vitória frente à Estónia no último desafio de preparação antes do Campeonato da Europa em França.

Quaresma marcou dois e destacou-se na assistência a três outros.

Não podia haver melhor ensaio geral para a selecção comandada por Fernando Santos antes da partida para o Euro 2016. Cá estaremos a torcer por ela. Falo por mim, claro. Mas convicto de que falo pela esmagadora maioria dos portugueses.

Os melhores golos do Sporting (52)

Golo de RICARDO QUARESMA

Salgueiros-Sporting, 1-4

5 de Novembro de 2001, Engenheiro Vidal Pinheiro

 

Ricardo Quaresma foi, nas últimas décadas, um dos grandes jogadores formados pelo Sporting. O seu talento inebriante e a velocidade alucinante do drible faziam deste um verdadeiro Mustang!

Quaresma tem feito uma carreira de grande nível mas muitos (onde me incluo) pensaram possível, pelo menos em determinada altura, que talvez o antigo jogador leonino pudesse aspirar a algo mais, quem sabe se não mesmo a uma Bola de Ouro. Faltou-lhe, penso, a capacidade de trabalho que caracteriza jogadores capazes de alcançar o Olimpo, porque o resto ele, indubitavelmente, tinha!

A imagem de marca do seu enorme talento é a trivela mas o golo que marcou ao Salgueiros em Novembro de 2001 (a ver a partir do minuto 2:00) foi ligeiramente diferente. Desmarcado a partir de um passe da defesa, apanha a bola no meio campo e corre com ela, velozmente e entre os defesas encarnados, e, já depois de entrar na área da equipa salgueirista, desfere um potente remate ao canto superior esquerdo da baliza. Golo de levantar o estádio e um dos primeiros que marcou com a camisola verde e branca.

 

 

Nem na Quaresma

Como se não bastassem as actuais qualidades futebolísticas, totalmente desenquadradas da proposta de jogo que Jesus tem implementado, para dissuadir uma possível repescagem de Quaresma, o seu comportamento de ontem deverá ser bastante para me sentir descansado em relação a essa, quero crer, efémera possibilidade.

Curiosidade

Não deixa de ser curioso que jogadores como João Pereira e Ricardo Quaresma, que não primam propriamente pela finura e boa educação em campo, tenham revelado respeito e consideração sempre que se referiram aos seus anteriores clubes.

João Pereira, confesso benfiquista, já depois de ter ido para o Valência referiu-se com carinho ao Sporting e à marca que o clube tinha deixado nele. As palavras de Quaresma de que nunca iria falar mal do Sporting ainda estão bem presentes na memória dos sportinguistas.

Em contraponto, Simão ou João Moutinho, jogadores bem comportados em campo, aos quais nunca ninguém colocaria a etiqueta de broncos, revelaram uma deplorável falta de gratidão e sentido de memória para com o clube que os formou.

Moral da história: quem vê caras, não vê colunas vertebrais.

Será o mesmo jogador? (Parte 2)

É impressão minha ou o Ricardo Quaresma agora proclamado "herói do Dragão" por ter marcado dois golos ao Bayern de Munique é o mesmo jogador que o ex-seleccionador Paulo Bento excluiu da convocatória do Mundial do Brasil, contrariando as mais naturais expectativas de quem se habituou a admirar este jogador desde os tempos da formação em Alcochete e em boa hora regressou à selecção pela mão de Fernando Santos?

Ricardo, Carlos e João

Nesta jornada aconteceu um feito inédito que passou despercebido.

Os três grandes venceram com a particularidade dos golos terem sido apontados por portugueses.

Ricardo Quaresma e Carlos Mané, produtos da escola de avançados do Sporting Clube de Portugal, marcaram para as respectivas equipas e João Capela, produto da escola de avençados do clube da freguesia (ao lado) de Carnide, apontou, também, um bonito golo... falso mas bonito.

A vitória soube bem mas foi sofrida

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Estava ontem a ver o jogo da selecção frente à Arménia (com um número simpático de espectadores no estádio do Algarve, cerca de 21 mil) quando me imaginei a acompanhar com atenção uma daquelas partidas em que o Sporting pressiona o tempo todo e acaba por não desatar o nó que lhe é imposto por um adversário que estaciona o autocarro defronte da baliza.

Neste jogo pelo menos o nó acabou por ser desfeito. Pelo "suspeito" do costume, Cristiano Ronaldo, que marcou o seu 23º golo com a equipa das quinas num desafio do Campeonato da Europa - parece que estabeleceu novo recorde com esta marca.

Mas o herói da partida acabou por ser alguém que saltou do banco: Ricardo Quaresma, autêntico pronto-socorro da selecção que enquanto suplente utilizado acaba por ser a chave da solução de que Portugal necessitava pelo segundo jogo consecutivo (o primeiro foi na partida anterior, frente à Dinamarca).

E voltei a pensar no Sporting, enquanto melhor escola de formação de extremos do mundo: Quaresma e Cristiano, frutos desta escola, continuam a demonstrar enormes atributos neste sector que são de uma utilidade extrema (o adjectivo neste caso impõe-se) ao serviço da selecção nacional.

 

A vitória portuguesa neste jogo em que defrontou uma linha defensiva arménia composta por cinco elementos não tem discussão. Mas foi um triunfo sofrido, como tantos que têm acontecido ao Sporting.

Nós, adeptos leoninos, sabemos avaliar bem isto.

Confesso que, por absoluta falta de paciência, ontem não escutei um só minuto das perorações dos pseudo-especialistas de sofá que acampam nos ecrãs televisivos durante horas a fio após as partidas de futebol. São raros aqueles que respeito, são raros aqueles com quem aprendo alguma coisa. Quando escuto a maioria deles nestas intermináveis rondas televisivas quase sempre dou por mim a pensar que se tratou de tempo desperdiçado.

Falo, portanto, apenas pelo que vi - não pelo que ouvi.

 

E o que vi?

O jogo foi feio. Houve demasiado chuto pr'ò ar, houve demasiados passes falhados. Só uma equipa em campo ambicionou a vitória. Só uma equipa fez tudo para vencer. Houve duas grandes penalidades por marcar - Portugal foi prejudicado em ambas as ocasiões.

Fernando Santos parece um treinador com sorte: conseguiu seis pontos em dois jogos à frente da selecção. A estrelinha voltou a sorrir-lhe ontem mal operou as substituições, fazendo entrar Quaresma para o lugar de Danny: decorridos dois minutos, aos 71', o extremo criativo que só Lopetegui parece não admirar inventou o lance de que resultaria o golo.

 

Gostei muito da estreia de Raphael Guerreiro como lateral esquerdo - melhor do que Eliseu nesta posição que tem o lesionado Fábio Coentrão como titular. O jovem lusofrancês (que mal sabe falar o nosso idioma, ao que dizem os jornais) revelou concentração, ousadia e notável destreza técnica. Coube-lhe lançar o primeiro ataque com perigo da selecção logo nos instantes iniciais, em cruzamento para Danny.

Bosingwa, mais contido nas incursões pelo flanco oposto, é um regresso que se saúda - outro regresso impulsionado por Fernando Santos - quatro anos depois. Acho muito bem: não pode haver castigos perpétuos na selecção.

Éder jogou pela 15ª vez com a camisola das quinas mas continua sem marcar o golo de estreia: já parece sina. O melhor que conseguiu foi desta vez, com uma bola ao poste.

 

E os nossos?

Rui Patrício fez um par de boas defesas confirmando a sua classe. Nani foi um dos melhores, em articulação permanente com Ronaldo: participou na jogada do golo e ainda chegou a mandar uma bola à barra. Saiu de campo sob uma merecida ovação do público, dando lugar a William Carvalho, que também cumpriu na sua missão de tornar mais povoado e consistente o nosso meio-campo.

E agora que venha o jogo de terça-feira, contra a Argentina. É a feijões, mas tem um condimento único: o duelo Messi-Cristiano Ronaldo.

 

Avaliação dos jogadores:

Rui Patrício (7) - Seguro

Bosingwa (6) - Eficaz

Pepe (5) - Discreto

Ricardo Carvalho (7) - Sólido

Raphael Guerreiro (7) - Ousado

Tiago (6) - Atento

Moutinho (7) - Combativo

Danny (6) - Irregular

Nani (8) - Irreverente

Cristiano Ronaldo (8) - Influente

Helder Postiga (5) - Irrelevante

Éder (6) - Esforçado

Quaresma (8) - Criativo

William Carvalho (6) - Consistente

 

Rumo ao Mundial (12)

 

 

RICARDO QUARESMA

Se há jogador que divide opiniões, esse jogador chama-se Ricardo Quaresma. Capaz do melhor e do pior na mesma partida. É daqueles que ou se amam ou se odeiam: não deixam ninguém indiferente.

A verdade, no entanto, é que este avançado formado pelo Sporting - onde foi campeão na época 2001/02, quando conseguimos a dobradinha ao conquistarmos a Taça de Portugal, antes de vencer o campeonato também ao serviço do FC Porto - foi dos poucos jogadores a sacudir nos últimos meses o marasmo e a mediocridade da equipa sucessivamente treinada por Paulo Fonseca, Luís Castro e agora pelo basco Lopetegui. Alguns golos dele ficaram-nos na memória e foram retransmitidos nas televisões um pouco por toda a Europa. Contra o Eintracht, por exemplo. Ou contra o Nápoles.

A tribo dos comentadores domésticos, que costuma proferir juízos em uníssono, tinha-se apressado a antever-lhe má carreira quando regressou ao Porto, vindo das Arábias. Até gordo lhe chamaram. E velho, algo incompreensível tratando-se de alguém com 30 anos.

As polémicas que se seguiram também fizeram pouco sentido. Que Quaresma é temperamental, toda a gente sabe. Mas é igualmente incontestável que no futebol também estes jogadores fazem falta. A avaliação de mérito, que compete ao seleccionador, centra-se essencialmente no domínio técnico. E aí Quaresma continua em grande plano. Movimenta-se bem nas alas mas sabe flectir para as faixas centrais, o que faz dele um dianteiro muito completo.

Já lhe vaticinaram que ele iria passar ao lado de uma grande carreira. De facto, falhou a presença nos mundiais de 2002, 2006 e 2010. Mas acredito que será seleccionado para o Mundial do Brasil. Nem percebo, no momento actual, por que motivo esta polémica se instalou nos meios futebolísticos lisboetas. Como se Paulo Bento, naquele que será um dos maiores desafios da sua carreira enquanto treinador, pudesse dar-se ao luxo de dispensar alguém capaz de exibir tanta classe nas linhas dianteiras da nossa selecção. 

Sistema em ação

“Sou contra todo e qualquer ato racista e sei o que levou o Quaresma a momentaneamente ficar muito exaltado. Qualquer um ficaria nas mesmas condições. Tive o cuidado de ver pela televisão, que acompanhou sempre o Quaresma, de verificar que ele não agrediu ninguém e apenas quis responder a quem o insultou e portanto dou aqui a minha solidariedade ao Ricardo Quaresma. Tem é de aprender que há gente no futebol que é indigna de lá estar e tenta perturbar o adversário com insultos dos mais soezes” (Conselheiro de casamentos)

"Até entendo" que ser de uma minoria qualquer lhe confere o direito de tentar agredir seja quem for, e ainda ser o injustiçado . 

O mundo ao contrário (3)

«O contrato de Quaresma com o FC Porto terá a duração de duas épocas e meia, conforme também já foi noticiado. Durante esse período, o atacante vai auferir cerca de 3 milhões de euros, uma vez que terá acordado com a SAD dos dragões um salário anual na ordem dos 1,2 milhões de euros.»

 

Um jogador que não fez nada de relevante nos últimos 6 anos da sua carreira, muito em particular nestes últimos 3. Está sem jogar há vários meses.

É verdade que em tempos suscitei aqui se valeria a pena recrutar Quaresma para o Sporting. Pelas mesmas razões que o Porto, tudo indica, o faz agora: ele ainda pode acrescentar valor competitivo à equipa. No entanto, trata-se de uma enorme incógnita.

O Porto não foi de modas e, desde já, acerta um contrato principesco.

{ Blogue fundado em 2012. }

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