No início da temporada, o objectivo principal do Sporting - reconhecido como tal por todos os comentadores desportivos - seria a qualificação para a Liga dos Campeões, ainda que por via indirecta, o que implicava conseguir o terceiro lugar no campeonato. Alvo que muitos questionavam, antecipando inúmeras dificuldades para atingirmos tal posto. Ninguém falava na conquista do campeonato.
Alguns desses bitaiteiros, à falta de melhor tema, falavam com frequência na suposta "belenização do Sporting" e fizeram correr rios de tinta perorando sobre a hipotética irrelevância do nosso emblema no futebol nacional. Sem surpresa, vários adeptos leoninos alinhavam em tal coro.
Isto passou-se em Setembro. Decorreram apenas seis meses. Com tanto que aconteceu depois, há quem se esqueça. Lamento, mas não é o meu caso.
Em 1962, Béla Guttmann deixou o Benfica. Incomodado pela recusa da direcção encarnada em lhe pagar um bónus pelas duas vitórias consecutivas na Taça dos Campeões Europeus, o técnico húngaro, alegadamente, terá profetizado: "sem mim, nem em cem anos, o Benfica vai conquistar outra taça europeia!".
Em Novembro de 2017, em entrevista à BenficaTV, o presidente do Benfica, Luis Filipe Vieira, declarou àcerca de uma pretensa aliança entre Sporting e Porto, referindo-se ao Sporting, que "um já perdeu", "já está a pé", "já acabou", e que o clube leonino bem poderia ir buscar 5/6 jogadores em Janeiro que no final "não vão ganhar nada".
Como em tudo, há boas profecias e más profecias. Umas são autênticas maldições, outras são banha da cobra.
No fundo, não há Béla sem senão...
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