Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

És a nossa Fé!

O melhor prognóstico

Foi um resultado algo banal: deslocámo-nos a Portimão, vencendo a equipa local por 2-1. Mesmo assim, quase todos os nossos leitores revelaram falta de pontaria. Valeu, para que os prognósticos não tivessem falhado por completo, uma honrosa excepção: a do leitor que assina Olho Vivo.

Não só vaticinou o resultado como acertou em Paulinho, um dos marcadores. Muitos parabéns.

Tiro sueco derrubou muralha algarvia

Portimonense, 1 - Sporting, 2

descarregar.webp

Gyökeres, mesmo sob marcação cerrada, voltou a brilhar: por vezes cansa só de o ver

Foto Luis Forra / Lusa

 

A expressão "estacionar o autocarro" parece ter sido inventada por Paulo Sérgio. O treinador do Portimonense - que passou há mais de dez anos por Alvalade, sem deixar saudades - adoptou nesta recepção à nossa equipa um sistema hiper-defensivo. Espécie de 6-3-1, anichando os seus pupilos numa extensão máxima de 25 metros, deixando toda a iniciativa atacante ao Sporting. Dois defesas receberam a missão de patrulhar Gyökeres a tempo inteiro, roubando-lhe espaço de manobra e remetendo-o a zonas mais recuadas.

Muralha própria de equipa pequena, receando ser goleada em casa pelo onze que pratica melhor futebol da temporada.

Funcionou, mas só até ao intervalo. O primeiro tempo decorreu com os nossos jogadores à procura de uma fresta naquela muralha, sem sucesso. O melhor que conseguiram foi já no tempo extra, quando Edwards rematou forte mas por cima.

É verdade que anteontem nos faltavam três titulares: Coates estava ausente por lesão, Gonçalo Inácio e Morten cumpriam castigo. Mas isto não explica a nossa lentidão de processos neste primeiro tempo nem a inoperância do corredor direito do Sporting, onde Edwards e Geny por vezes se atropelavam e o moçambicano parecia estar já com a cabeça na selecção do seu país, que representará nas próximas semanas. 

Também não explica a incapacidade de gerarmos perigo nos lances de bola parada, que apareceram em catadupa: dez cantos nos primeiros 45 minutos, igualando o registo máximo da prova até ao momento.

 

Rúben Amorim soube puxar pelos jogadores na prelecção que lhes fez ao intervalo. Surgiram com outro ânimo no excelente tapete verde de Portimão. Beneficiando também dos primeiros sinais de fadiga física revelados pela turma algarvia. Aí o eficaz Sporting desta Liga 2023/2024 voltou à tona. 

O nosso ponto forte era o corredor esquerdo, com boa articulação entre Matheus Reis e Nuno Santos. Pedro Gonçalves, novamente remetido ao meio-campo, tentava infilitrar-se entre linhas, beneficiando da solidez posicional de Morita: o japonês brilhou como n.º 6 improvisado num dos seus melhores desempenhos de sempre ao serviço do Sporting. É um dos jogadores mais completos deste plantel. E um dos obreiros deste percurso vitorioso que já produziu 19 triunfos em 25 partidas nas quatro frentes futebolísticas e nos confirma no comando do campeonato à entrada deste ano novo. 

Algo que não acontecia desde 2021. Sabemos o final feliz dessa história.

 

A insistência foi tanta que acabou por produzir bons frutos. Num magnífico passe teleguiado de Pedro Gonçalves aproveitando uma das raras ocasiões em que Gyökeres dispôs de espaço de manobra em posição frontal. O sueco, letal como poucos, não perdoou: num par de segundos, meteu-a lá dentro. Inaugurando o marcador naquele minuto 59. Confirma-se a tendência: cumprimos 15 jornadas sem nunca ficar em branco.

Lá teve Paulo Sérgio de tirar o autocarro do parque de estacionamento, procurando enfim - também ele - esticar o jogo. Aproveitando sobretudo deslizes defensivos dos nossos. Houve três. À primeira, o Portimonense marcou. Na cobrança de um livre a punir falta desnecessária de Diomande na meia esquerda e o mau posicionamento da barreira. Depois, aos 78' e aos 85', brilhou Adán ao fazer a mancha e cortar ângulo de remate aos adversários que se isolavam. Beneficiando, no primeiro lance, da preciosa ajuda de Eduardo Quaresma.

 

Estava escrito que não sairíamos do Algarve sem os três pontos. Assim foi: a bola voltou a entrar na baliza certa, coroando a melhor jogada colectiva do desafio, também desenrolada no corredor esquerdo. Com a "gordinha" a girar de Matheus para Nuno e deste para Morita com o internacional nipónico a cruzar para o centro da área: Paulinho, de costas para as redes, pôs a funcionar o calcanhar. Era noite de sorte: a bola tabelou caprichosamente num defesa e traiu o guarda-redes Vinicius. Que cinco minutos antes, num voo espectacular, impedira Morita de marcar.

Paulinho esteve no melhor e também no pior, quando falhou golo cantado após centro milimétrico do suspeito do costume. Gyökeres voltou a terminar um jogo da forma que já começa a tornar-se habitual: parece ter energia para começar tudo de novo. 

"Cansa só de ver", deve ter pensado o tristonho Paulo Sérgio. O sueco - melhor em campo - derrubou-lhe a muralha. Bastou um tiro só.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Ainda não é desta que o nosso guarda-redes mete os papéis para a reforma. Bons reflexos a impedir golos aos 78' e aos 85'. Sem culpa no que sofreu, aos 68'.

Neto - Fez só a primeira parte, como central à direita. Amarelado aos 34', ficou condicionado. Já tinha abusado dos passes à queima e de falta de fluidez na construção.

Diomande - Supriu ausência de Coates. Seguro excepto em dois momentos: entrada fora de tempo aos 67' (valeu-lhe um amarelo) e falta desnecessária aos 68' (custou-nos o golo).

Matheus Reis - Completou trio de centrais, actuando pela esquerda. Foi o que teve melhor desempenho, articulando muito bem com Nuno Santos. Iniciou construção do segundo golo.

Geny - Titular na ala direita, demasiado discreto. Complicou alguns lances, pecou por falta de entendimento com Edwards. Quando saiu, aos 83', parecia que já não estava lá.

Morita - Com Morten ausente, foi ele o número 6. Mas fez muito mais do que isso: variou flancos com visão de jogo e precisão de passe, recuperou 14 bolas, assistiu no golo 2. Exemplar.

Pedro Gonçalves - Médio de construção, tentou explorar zonas interiores. Marcou mal vários cantos. Mas redimiu-se com espectacular assistência para Gyökeres no primeiro golo.

Nuno Santos - Dinâmico, dominou o corredor esquerdo num constante vaivém à procura de espaços para colocar a bola. Interveio no segundo golo, em passe açucarado para Morita.

Edwards - Apagado no primeiro tempo. Ainda assim, foi dele o nosso único remate digno desse nome (45'+1). Melhorou muito após o intervalo. Ofereceu três golos que Paulinho desperdiçou.

Paulinho - Esteve no melhor (o golo-carambola, de calcanhar, que nos valeu três pontos) e no pior (desperdiçou três ou quatro). Voltou a marcar na Liga após quase dois meses de jejum.

Gyökeres - Quase sem espaço para se movimentar, aos 59' libertou-se enfim do espartilho e meteu-a lá dentro. Nada egoísta, construiu golo para Paulinho (90'+5), mas o colega falhou.

Eduardo Quaresma - Rendeu Neto no segundo tempo. Exibição muito positiva. Deu nas vistas com um carrinho que tirou o pão da boca ao Portimonense, a meias com Adán (78').

Daniel Bragança - Substituiu Pedro Gonçalves, com lesão no pé esquerdo, aos 75'. Pareceu condicionado, no plano físico ou psicológico. Errou passe aos 85': podia ter corrido mal.

Esgaio - Entrou aos 83', rendendo Geny. Jogo importante por simbolismo: foi a 150.ª vez que actuou pela equipa principal do Sporting. Não falhou nenhum dos 15 jogos desta Liga.

Trincão - Entrou aos 90'+1, substituindo Edwards. Só para queimar tempo. Mal tocou na bola.

Golo de Alemão

alemao.jpeg

O jogo de ontem fez-me lembrar o Nápoles de 1988/1989.

Primeiro golo do n° 9, Careca, embora o nosso 9 seja só careca, lateralmente. Eu opto por um penteado diferente, cabeludo nas laterais e careca no topo, gostos.

Primeiro golo de Careca (Viktor) e segundo golo de Alemão, como aconteceu algumas vezes com o Nápoles.

E onde é que entra Maradona?

Maradona, o nosso, Pedro Gonçalves, fez o passe primoroso para Viktor, e o nosso Careca fez o mais fácil ("este até  eu marcava", pensou Paulinho; "marcavas, marcavas..." sorriu [em pensamento] Viktor.

O segundo golo é um hino ao futebol, destaco a parte final, Paulinho toca de calcanhar para Alemão e Alemão, também de calcanhar marca um grande golo, um golo maravilhoso.

Notas finais:

1. O segundo golo do Sporting foi um auto-golo, é inacreditável como é que nestes lances, o golo é creditado ao avançado.

2. No lance entre Hélio Varela, Adán e Eduardo Quaresma é este último que atira a bola pela linha de fundo, seria canto. Como vimos, anteriormente, se a bola entrasse na baliza o golo seria creditado a Hélio Varela, o que não faz nenhum sentido.

3. Em lance corrido parece que o último toque é do avançado algarvio. Num jogo entre Benfica e Portimonense transmitido na BTV este lance nunca se tornaria um caso, não existiria nenhuma repetição.

Saudações desportivas, um excelente 2024 para todas as pessoas e para lampiões e andrades, também.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da vitória em Portimão. Outro triunfo leonino, desta vez por 2-1. Foi o 12.º em 15 jornadas desta Liga 2023/2024. Quarto consecutivo. Terminamos o ano civil da melhor maneira. Mostrando que somos a equipa a jogar melhor futebol e com mais solidez exibicional. Num estádio que não costuma ser fácil para os chamados "clubes grandes". E numa jornada em que Benfica (contra o Famalicão) e FC Porto (contra o Chaves) viram penáltis claros perdoados por árbitros incompetentes.

 

Da nossa segunda parte. Após 45 minutos iniciais com diversos momentos penosos, enfrentando um Portimonense que defendia com sete ou oito, formando muralha intransponivel, conseguimos ser muito mais acutilantes na etapa complementar. Menos conformados, menos previsíveis, menos apostados em bombear bolas de forma rotineira. Fez toda a diferença, para melhor.

 

De Gyökeres. Começa a ser repetitivo: voltou a ser o melhor em campo. Foi ele a desbloquear o jogo, após o empate a zero que se registava ao intervalo, inaugurando o marcador. Aos 59', coroando de forma exemplar um excelente passe de Pedro Gonçalves que era quase meio golo. O internacional sueco - autêntico "abono de família" da nossa equipa - dispôs apenas dessa oportunidade. Que não desperdiçou: já soma 11 golos no campeonato. Mas proporcionou, ele próprio, uma assistência de bandeja a Paulinho, aos 90'+5: o colega só precisaria de empurrar. Infelizmente, não conseguiu.

 

De Morita. Grande jogo do internacional japonês, revelando inegável classe com a bola nos pés. Disponibilidade total para as tarefas defensivas e ofensivas, funcionando como pêndulo da equipa. Aos 75', fuzilou a baliza de Portimão, levando Vinicius a fazer a defesa da noite. Cinco minutos depois, assistiu Paulinho no golo que nos garantiu os três pontos.

 

De Adán. É verdade que sofreu um golo. Aos 68', na marcação de um livre com a barreira mal formada em que foi apanhado em contrapé: dificilmente poderia ter mantido as redes invictas na conversão desse castigo. Mas salvou a equipa duas vezes cortando o ângulo de remate ao portador da bola que se isolava para a meter lá dentro. A primeira aos 78', a segunda aos 85' - esta com a ajuda de Eduardo Quaresma nesse lance complicado. Exibição positiva, a merecer destaque.

 

Do nosso segundo golo. Valeu-nos os três pontos. Fruto de eficaz jogada colectiva em que intervieram Matheus Reis, Nuno Santos, Morita e Paulinho, com este a rematar de calcanhar, tendo a sorte do seu lado: a bola tabelou primeiro no defesa Alemão, traindo o guarda-redes. Valha a verdade: todo o lance começou com um lapso da equipa de arbitragem, que assinalou pontapé-de-baliza para o Sporting quando devia ter sido canto favorável ao Portimonense. O VAR não pode intervir em lances destes.

 

De ver o Sporting marcar em todos os jogos. Ainda não ficou em branco neste campeonato. Já contabilizamos 32 golos: mais dez do que o FC Porto, mais quatro do que o Benfica. Por enquanto só o Braga marcou mais. 

 

De somarmos 37 pontos em 15 rondas do campeonato. Apenas oito pontos perdidos. Nas deslocações a Braga, Guimarães e Luz. Mantemos folha limpa em casa.

 

De terminarmos 2023 no comando. Mantemos a liderança isolada do campeonato e continuamos em todas as frentes, de aspirações intactas. O Natal ficou para trás. Vamos festejar o Ano Novo de forma ainda mais alegre e vibrante. A sonhar com o título máximo do futebol português.

 

 

Não gostei

 

Da primeira parte. Sem oportunidades de golo e apenas um pontapé enquadrado com a baliza: aos 45'+1 por Edwards, que levou a bola a sobrevoar a trave. Dez cantos e quinze remates desperdiçados.

 

Das ausências simultâneas de três titulares. Faltaram Coates (por lesão), Gonçalo Inácio e Morten (ambos por castigo). Fizeram falta. 

 

De Neto. Actuou no onze, como central à direita, revelando as limitações técnicas que já lhe conhecemos: abusa dos passes à queima, arriscando entradas negligentes. Numa delas, aos 34', viu Manuel Oliveira mostrar-lhe o amarelo: com outro árbitro, talvez a cor fosse outra. Já não regressou após o intervalo: foi substituído, com vantagem, por Eduardo Quaresma.

 

De Paulinho. Viu-lhe ser creditado um golo, beneficiando da carambola em Alemão. Mas protagonizou um festival de desperdício, fiel à sua imagem de marca. Aos 49', muito bem servido por Edwards, cabeceou à figura. Aos 57', novamente a centro do inglês, atirou para fora. Aos 66', ainda com Edwards a municiá-lo quando estava isolado, demorou uma eternidade a finalizar, permitindo o corte da defesa. Aos 90'+5, com a baliza à sua mercê e Gyökeres a assisti-lo, fez o mais difícil, incapaz de a meter lá dentro. Impossível dar-lhe nota positiva.

 

Das tochas atiradas para a nossa baliza logo a abrir o jogo. Letais ao Sporting, travestidas de "claques", confirmaram uma vez mais que são inimigas do clube. Merecem um castigo pesadíssimo que vai tardando.

O dia seguinte

Jogo extremamente complicado em Portimão, contra uma equipa bem orientada por uma velha raposa, o Paulo Sérgio, forte fisicamente, que "montou o autocarro". Até sofrer o golo, 90% do jogo desenrolava-se em 30% do campo. E para onde ia Gyökeres iam dois ou três deles.

Até ao passe magistral de Pedro Gonçalves, já então a coxear devido a uma pisadela dum adversário, para o belo golo de Gyökeres a verdade é que o Sporting teve poucas oportunidades de marcar, muito devido a um flanco direito desarticulado e desinspirado mas também ao desaproveitamento completo dos muitos cantos de que dispôs.

Ao fim e ao cabo a equipa sentiu muito a falta do trio Coates, Inácio e Hjulmand nas duas áreas de rigor. Dos muitos cantos nada resultou, de dois livres laterais resultou o golo adversário. Neto viu amarelo e foi trocado ao intervalo. Ficou o Catamo a marcar... o Relvas. 

 

Com a saída de Pedro Gonçalves tudo se complicou. Aqui se calhar o Catamo devia ter saído também, para a equipa se compensar defensivamente com Esgaio e Bragança, até porque Diomande andava já a ser perseguido pelo medíocre apitador. Daquele lado, de Bragança-Catamo-Quaresma, veio o perigo que podia ter dado uma derrota se calhar mais merecida do que a de Guimarães. Valeu então o "santo" Adán.

E valeu também o grande cruzamento de Morita para o golo de calcanhar de Paulinho, com a sorte no ressalto que que lhe faltou nos dois ou três golos que falhou.

Por isso, para mim, melhor em campo: Adán. Depois Diomande e Morita no jogo, Pedro Gonçalves, Gyökeres e Paulinho nos golos.

 

Arbitragem? A mediocridade do costume do portuense, incapacidade de segurar o jogo pelo diálogo com os jogadores, sem critério disciplinar entendível, amarelos a granel, para o Sporting ao primeiro toque e ao adversário lá pela meia dúzia, falta mais que discutível de Diomande que está na origem do golo sofrido. Pelo menos não estragou o jogo com penáltis e expulsões. Dizem que foi dos melhores classificados na época passada, o que só prova o estado miserável da arbitragem em Portugal.

No tempo do Apito Dourado era pior? Pois era. E daí?

E agora como vai ser todo um mês sem o "samurai" e o "príncipe"? Vai ter que ser jogo a jogo, ainda nem chegámos ao fim da 1.ª volta. Treinador, temos o melhor da Liga.

Boas passagens e um óptimo 2024 para todos, com o Sporting Campeão!!! Vamos fazer por isso!

SL

Prognósticos antes do jogo

Jogo 15 do campeonato. Vamos a Portimão enfrentar a equipa local esta noite, pelas 20.30. Com Morten e Gonçalo Inácio castigados, Coates ausente por lesão mas Daniel Bragança com presença assegurada. Manuel Oliveira será o árbitro desta partida, com o treinador da equipa algarvia, Paulo Sérgio, a afirmar sem rodeios: «O Sporting é provavelmente a equipa mais forte da Liga.»

Não serei eu a contrariá-lo, esperando que este favoritismo se confirme em campo. Como aconteceu com o Portimonense-Sporting da época anterior: fomos lá vencer 1-0. Soube a pouco, após 20 remates e 11 oportunidades de golo. A vitória só nos sorriu no minuto 87, graças a Paulinho.

Qual será o desfecho da partida de hoje? Aguardo os vossos prognósticos.

Nunca baixar os braços, nunca desistir

Portimonense, 0 - Sporting, 1

descarregar.webp

Paulinho, golo 3 na Liga: tudo está bem quando acaba bem

Foto: Luís Forra / EPA

 

Quarta vitória consecutiva do Sporting - incluindo um desafio para a Liga Europa. Cinco vitórias em seis jogos disputados nesta segunda volta do campeonato. Terceiro triunfo seguido fora de casa na Liga 2022/2023.

Estamos no bom caminho? Parece que sim. Mais vale tarde do que nunca. Continuamos a perseguir o Braga para um lugar no pódio que pode permitir-nos o acesso à Liga dos Campeões. Objectivo difícil, mas longe de ser impossível. Basta que a turma minhota tropece duas vezes e nós saibamos superar todos os obstáculos ainda pela frente.

Este, no Algarve, revelou-se complicado. O resultado demonstra-o: 0-1. Num dos desafios em que até agora criámos mais oportunidades e fizemos mais de 20 remates, a bola teimava em não entrar. Pedro Gonçalves teve quatro vezes a hipótese de abrir o marcador - a mais flagrante das quais aos 42', num penálti a castigar falta cometida contra Nuno Santos. Mas por nervosismo, desconcentração ou algum excesso de confiança - vá lá saber-se - acabou por desperdiçar, mandando a bola para a bancada. 

Em verdade se diga que foi ele também o mais batalhador dos nossos. Só uma exibição fenomenal do guarda-redes Nakamura lhe tirou o golo aos 17' e aos 51'. Aos 65', com pontaria a mais, fez a bola embater no poste.

 

Parecia ser uma daquelas partidas a que estamos habituados: grande caudal ofensivo que só empancava na finalização. Os nervos iam-se instalando no mau relvado do estádio de Portimão e fora dele, entre os adeptos que seguiam as jogadas à distância, observando-as no ecrã. Pedro Gonçalves, tantas vezes herói, começava a ser amaldiçoado como vilão, como é (mau) costume entre nós, ao passarmos do oito oitenta.

Acontece que foi ele precisamente a desatar o nó - num magnífico passe teleguiado para Paulinho a meter lá dentro, com toque artístico. Era o minuto 77': o avançado ex-Braga entrara dois minutos antes, rendendo Ugarte quando Rúben Amorim já apostava todas as fichas num ataque demolidor. Bastaram-lhe dois minutos para sacar os três pontos na primeira vez em que tocou na bola.

Novo herói leonino? Nem por sombras. Mas durante um par de semanas deixará de ser vilão.

 

Outros destaques nesta equipa?

Morita, sem dúvida, pelo que joga e faz jogar - articulando bem com Ugarte no meio-campo, mas superando o uruguaio na forma hábil como consegue pôr a bola sempre a circular para o local que pode gerar maior perigo para o adversário.

Nuno Santos, incansável a percorrer o corredor esquerdo municiando a frente de ataque.

E Diomande: desta vez como titular, confirmou mesmo ser reforço. Sólido a defender, exímio no passe longo. Construir com eficácia a partir de trás é com ele.

O central marfinense promete. E só tem 19 anos.

 

Objectivo cumprido num jogo em que o resultado foi muito lisonjeiro para o Portimonense: criámos oportunidades propícias a uma goleada. Tantas ou talvez mais do que no desafio da primeira mão, quando cilindrámos a equipa treinada por Paulo Sérgio por 4-0 no Estádio José Alvalade.

Lições a extrair? Nunca baixar os braços, nunca esmorecer, nunca desistir. Faltam onze jornadas, há 33 pontos em disputa, muita coisa ainda pode acontecer.

Tudo menos deitar a toalha ao chão. Alguns já fazem isso? Não admira: serão talvez os mesmos que já a tinham lá posto antes de o campeonato começar. E que haviam feito o mesmo no início da nossa gloriosa caminhada rumo ao inesquecível título 2020/2021.

Velhos do Restelo, com os catastrofismos de sempre. São daqueles que só apoiam quando um título é conquistado. Fazem pouca falta. Ou nenhuma.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Não teve grande ocasião para brilhar: o Portimonense esteve mais de uma hora sem fazer um remate. Mas quando foi preciso esteve atento. Duas boas intervenções aos 90'.

Diomande - Reforço de Inverno que já está a demonstrar utilidade. Permitiu devolver Gonçalo à esquerda da linha de centrais e mostrou-se seguro, atento e com precisão de passe.

Coates - Atravessa uma fase de menor frescura física. Algo lento a recuperar posições. Amarelado aos 33', Rúben Amorim mandou-o sair aos 60' para não correr risco disciplinar.

Gonçalo Inácio - Exibição regular, desta vez sem fazer a diferença na construção com passes de ruptura. Teve duas hesitações prontamente emendadas pelos colegas. 

Esgaio - Novamente titular: Bellerín talvez tenha sido poupado a pensar no Arsenal, nesta quinta-feira. Actuou mais em zonas interiores, como terceiro médio. Sem deslumbrar.

Ugarte - Regressou após um jogo de castigo. Um pouco menos eficaz nas recuperações do que já nos habituou. Tentou visar a baliza de meia-distância, mas continua sem fazer golos.

Morita - Muito útil, na ligação entre o meio-campo e o ataque e a funcionar como primeiro tampão contra as incursões ofensivas da turma algarvia. Esteve quase a marcar aos 17'.

Nuno Santos - Um dos mais dinâmicos, um dos mais inconformados com o zero-a-zero. Muitos cruzamentos para a grande área, rasteiros ou por alto. Foi sempre tentando municiar o ataque.

Edwards - Costuma ser desequilibrador, mas desta vez esteve longe do brilhantismo de outros jogos. Pecou por excesso de individualismo em vários lances. Falhou emenda para golo (32').

Pedro Gonçalves - Esteve no pior (falhou penálti) e no melhor (uma assistência, uma bola ao poste, dois remates com selo de golo muito bem defendidos por Nakamura). Digno de elogio.

Chermiti - Muito móvel na área, deu grande trabalho aos defesas mas revelou-se inconsequente nas acções de finalização. Precisa de mais jogos para robustecer a confiança.

Matheus Reis - Substituiu Coates aos 60', passando Gonçalo para o eixo da defesa. Combinou bem com Nuno Santos nas acções ofensivas do corredor esquerdo.

Paulinho - Rendeu Ugarte aos 75' e dois minutos depois marcava o golo que nos garantiu três pontos em lance de belo efeito. Terceira vez em que surge como artilheiro na Liga 2022/2023.

Trincão - Em campo desde os 85', substituindo Edwards. Tentou repetir o grande slalom que na partida anterior lhe rendeu um dos mais vistosos golos deste campeonato. Agora sem sucesso.

St. Juste - Substituiu Nuno Santos aos 85'. Quando a palavra de ordem era já reter a bola, congelar o ataque e privilegiar a garantia dos três pontos robustecendo a defesa. Cumpriu.

Os prognósticos passaram ao lado

0-1 é um dos resultados mais banais no futebol.

Estranhamente, entre tanta gente que prognosticou o desfecho deste Portimonense-Sporting, ninguém conseguiu antecipar a nossa vitória tangencial no Algarve por um golo sem resposta. Desde goleadas ao canónico 0-2 (aquele que mais vezes é aqui referido), houve um pouco de tudo.

Só faltou o desfecho certo. Fica para a próxima.

Ora toma lá!

O homem toca uma vez na bola e marca um golaço.

As minhas desculpas ao Paulinho, por ter duvidado da sua eficácia.

É exasperante ver uma equipa que até joga bem, muito bem aliás ontem e é tão ineficaz na finalização.

É certo que o GR japonês fez três ou quatro defesas de luxo, mas aquilo que se faz tão bem até ao tiro final, não merecia a falta de pontaria que se está a tornar um (mau) hábito.

Valeu-nos hoje Paulinho, o mal amado (mea culpa), com um golo de belo efeito e de difícil execução.

E valeu-nos o arrojo de Amorim, que nos deixou praticamente sem meio-campo para ganhar o jogo. Conseguiu-o, está de parabéns.

Tudo está bem, quando acaba bem.

Uma nota final para o apoio que se ouviu sempre do início ao fim do jogo. Eram escusadas as tarjas, bastavam as bandeiras e os cachecois.

O dia seguinte

Foi um Sporting muito competente que no batatal de Portimão, frente a uma equipa que defendia de forma bem compacta e com onze, conseguiu uma vitória que só o dia negro de Pedro Gonçalves no que respeita ao golo complicou.

No primeiro tempo o Sporting controlou, temporizou, e... desperdiçou. O Portimonense não teve qualquer oportunidade. Uma defesa muito certinha com Diomande a demonstrar que ali (como no Fatawu) há ouro, Ugarte e Morita a fazerem uma bela dupla, e lá na frente três máquinas de desperdício, independentemente do esforço que tiveram. Adán na primeira parte foi espectador. Foram cinco ou seis oportunidades desperdiçadas só à conta do Pote, incluindo um penálti. Valeu apenas a assistência para o golo de Paulinho.

No segundo tempo o Sporting deixou a temporização e foi para cima do Portimonense depressa e em força. As ocasiões de golo foram-se sucedendo e desperdiçando. A entrada de Paulinho para o lado de Chermiti desestabilizou a defesa contrária e dum lance de ressace o Pote encontrou Paulinho livre para desviar o centro e marcar.

O Portimonense enfim meteu toda a carne do assador e tentou marcar, mas foi mais intenção que outra coisa.

Melhor em campo? Diomande, um craque, imperial a defender, não falha um passe, lança em profundidade com classe.

E agora? Continuamos com cinco pontos a mais nesta segunda volta relativamente à primeira, considerando apenas os mesmos adversários. Tivemos mais uma vitória sem sofrer golos, estamos a fazer o que compete, esperamos que os rivais falhem nos seus propósitos,

SL

Rescaldo do jogo de hoje

descarregar.webp

Chermiti, hoje titular no ataque, cumprimenta Paulinho pelo golo que marcou 2' depois de entrar

Foto: Luís Forra / EPA

 

Gostei

 

Da nossa quarta vitória consecutiva. Há pouco, contra o Portimonense, no Algarve. Triunfo suado, por marca tangencial: 0-1. Mas absolutamente indiscutível num jogo que dominámos por completo, em que fizemos 20 remates e tivemos 11 oportunidades de golo. Talvez mesmo o desafio com maior número de oportunidades para o nosso lado neste campeonato 2022/2023.

 

De Paulinho. Desta vez ficou fora do onze titular. Entrou apenas aos 75', substituindo Ugarte, quando Rúben Amorim apostou tudo para desfazer o empate a zero que se mantinha. Dois minutos depois, marcou o golo que nos deu três pontos - na primeira vez em que tocou na bola. Terceiro remate para o fundo das redes à 23.ª jornada, primeiro em 2023. Bastou para merecer ser distinguido como homem do jogo.

 

De Pedro Gonçalves. Esteve no melhor e no pior deste desafio em Portimão. Aqui só interessa o melhor - acima de tudo a assistência para Paulinho desbloquear a partida: foi quase meio golo ao fazer a bola sobrevoar a defesa. A sua sexta assistência no campeonato. Jogando no trio da frente, quase todos os lances de maior perigo passaram por ele. Esteve perto de marcar aos 17' e aos 51' (enormes defesas do guarda-redes Nakamura, uma das figuras da partida). Aos 65', num remate bem ao seu jeito, fez a bola embater no poste esquerdo. 

 

De Morita. Vem-se impondo como pêndulo da equipa no nosso meio-campo. Põe a bola sempre a rolar, com notável precisão de passe, e não perde de vista a baliza, fazendo a ligação ao ataque. Cheirou o golo em recarga aos 17': a bola foi travada quase em cima da linha de baliza. 

 

De Diomande. Chegou há muito pouco tempo, no mercado de Janeiro, mas já começa a dar nas vistas. Titular na linha de centrais, colocado mais à direita, teve exibição irrepreensível. Liberta o ala nas acções de desmacarção, transmitindo confiança no sector à sua guarda. Bons passes verticais isolando Edwards (16') e Esgaio (18'). Nem parece, mas ainda só tem 19 anos. Carreira promissora pela frente.

 

De não termos sofrido qualquer golo. Dos 23 desafios já disputados neste campeonato 2022/2023, só mantivemos as nossas redes intactas em nove. Pela segunda jornadas consecutiva, este foi um deles. 

 

Da segunda volta até agora. Seis jogos, cinco vitórias. Contra Braga, Rio Ave, Chaves, Estoril e hoje ao Portimonense. Excepção: a derrota em Alvalade (1-2) frente ao FC Porto. De qualquer modo, mais cinco pontos do que as rondas similares da primeira volta. Foi também o nosso quarto triunfo seguido fora de casa, se somarmos o campeonato à Liga Europa. Estamos a progredir.

 

Da centésima vitória de Amorim no Sporting. En 144 jogos já disputados como técnico da nossa principal equipa de futebol. Número emblemático, que merece ser assinalado.

 

 

Não gostei

 

Do penálti falhado por Pedro Gonçalves. Castigo máximo a assinalar falta indiscutível sobre Nuno Santos na grande área da turma algarvia. Chamado a converter, o maior goleador leonino atirou muito por cima, pelo menos 2 metros sobre a barra. Nem foi necessário o guarda-redes esboçar defesa. Neste campeonato já beneficiámos de oito grandes penalidades e falhámos duas. Oportunidades que não devem ser desperdiçadas.

 

Do 0-0 que se mantinha ao intervalo. Resultado que não traduzia o domínio absoluto da nossa equipa. Mesmo com uma linha defensiva de seis jogadores(!) imposta pelo técnico Paulo Sérgio, a equipa da casa só com muita sorte - e alguma displicência nossa - não se viu a perder no final da primeira parte. Pedro Gonçalves (17', 51', 78'), Morita (17'), Edwards (32'), Esgaio (63') e duas bolas aos ferros - pelo central Park, que quase fez autogolo (47') após cruzamento de Edwards, e por Pedro Gonçalves (65').

 

Da nossa tremideira nos últimos dez minutos. A equipa recuou demasiado, concedendo a iniciativa atacante ao adversário, perdeu-se a gestão da posse de bola e a vontade de tentar o segundo golo. Período curto, mas complicado. Adán esmerou-se ao evitar o possível empate com duas defesas aos 90'. 

 

Do relvado. O estádio do Portimonense foi considerado o melhor da Liga em cinco temporadas consecutivas. Já não é. Agora apresenta evidentes indícios de desgaste, o que prejudicou a qualidade do espectáculo. 

Prognósticos antes do jogo

Enfim, um jogo disputado a hora propícia para ver futebol ao vivo: amanhã, sábado, às 18 horas. Iremos a Portimão com o objectivo declarado de dar continuidade a este microciclo de três vitórias consecutivas: em Chaves, na Dinamarca e em Alvalade frente ao Estoril

Conseguiremos diminuir distâncias face ao FC Porto (que joga em Chaves também amanhã) e ao Braga (que recebe o Rio Ave no domingo)?

Para já, teremos de fazer a nossa parte. Qual é o vosso prognóstico para este Portimonense-Sporting?

Primeira goleada em tarde quente

Sporting, 4 - Portimonense, 0

Primeira goleada da época. Em nossa casa, num jogo quase de sentido único em que o Sporting foi a única equipa a ambicionar a vitória perante um Portimonense que até se encontra ainda à nossa frente na classificação e que, já treinado por Paulo Sérgio, na época passada impôs uma derrota ao Benfica na Luz.

O trio móvel delineado por Rúben Amorim para a nossa frente de ataque voltou a dar boas provas. Com Edwards, Trincão e Rochinha - titulares da linha avançada - em contínuas mudanças de posição que foram baralhando e desgastando a defesa adversária.

Pedro Gonçalves recuou, colocando-se um pouco à frente de Morita no meio-campo, com Ugarte a ficar no banco de início, já a pensar no confronto em casa com o Tottenham, na terça-feira, para a Liga dos Campeões. Também Porro (rendido por Esgaio) e Matheus Reis (dando lugar a Nuno Santos) ficara fora do onze titular.

 

Estes jogos pós-rondas europeias costumam causar-nos surpresas desagradáveis devido ao acrescido desgaste físico e anímico dos futebolistas.

Desta vez sucedeu ao contrário. A vitória em Frankfurt por 3-0, três dias antes, funcionou como tónico suplementar para jogadores como Trincão e Nuno Santos, que ontem em Alvalade voltaram a ter sucesso ao procurarem o caminho da baliza. Marcaram na Alemanha e marcaram cá - Trincão bisando, aos 7' e 41', Nuno fechando a contagem: selou a nossa primeira goleada da época, fixando o 4-0 final aos 76'.

Destaque também para Pedro Gonçalves, que fez duas posições. Começou a médio e aos 54', com a saída de Rochinha e a entrada de Ugarte, avançou para interior esquerdo, posição em que mais rende. Foi já dali que marcou o terceiro, aos 72'. Também ele justifica destaque. 

 

Elogio merecido igualmente para a nossa defesa, que já vai na terceira partida consecutiva sem sofrer golos. Amoreira (0-2), Frankfurt (0-3) e Alvalade nesta recepção ao Portimonense (4-0). Parece recuperada a solidez defensiva que tanto contribuiu para conquistarmos o campeonato nacional de futebol há 16 meses após 19 anos de jejum.

Isto apesar das alterações que o treinador se viu forçado a fazer neste sector. Primeiro trocando Gonçalo Inácio por Matheus Reis ao intervalo, depois designando Esgaio para central à direita, fazendo entrar Porro, quando Neto saiu por lesão. Problema acrescido para o técnico, pois St. Juste, o nosso outro central dextro de raiz, nem foi convocado pois lesionou-se contra o Eintracht.

 

Enfim, houve festa do futebol. Num jogo às 18 horas deste quente sábado de Verão, propiciando deslocações em família ao estádio, com a temperatura atmosférica a funcionar como aliciante suplementar. 

Um espectáculo desportivo que merecia ser presenciado ao vivo por mais do que os 29 mil que lá estivemos. Há certamente coisas a rever na organização destes jogos, até porque a curva norte e a curva sul apresentavam grandes clareiras. É necessário dar atenção a isto.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Voltou a exibir grande forma, na sequência do que já tinha demonstrado na partida da Liga dos Campeões. Fundamental para evitar o golo aos 24'.

Neto - Titular sem surpresa, face à ausência de St. Juste. Concentrado e atento às dobras a Esgaio. Alvo de uma falta dura, aos 48', teve de sair pouco depois.

Coates - A eficácia de sempre, como pêndulo da defesa. Desta vez arriscou pouco na saída com bola dominada. Tentou o golo de bola parada, ainda sem sucesso.

Gonçalo Inácio - Atravessa um momento de menor rendimento, revelando intranquilidade e errando passes. Amorim só contou com ele na primeira parte.

Esgaio - Titular como ala direito, deslocou-se para central a partir dos 54'. Cumpriu em ambas as funções, comprovando a sua utilidade no colectivo leonino.

Morita - Funcionou como verdadeiro pivô do nosso meio-campo, cabendo-lhe distribuir jogo e tapar linhas de passe aos de Portimão. Saiu aos 60', já a pensar no Tottenham.

Pedro Gonçalves - Começou a 8, com a missão de servir o trio dianteiro. Mas rende mais na frente. Foi já aí, aos 72', que fez o terceiro golo. E assistiu no quarto.

Nuno Santos - Anda muito motivado - isso nota-se no seu desempenho em campo. Criou desequilíbrios e tentou o golo, acabando por conseguir o quarto, aos 76'.

Edwards - Desta vez não marcou, mas participou nos lances que originaram os dois primeiros golos. É o mais imprevisível e crativo dos nossos avançados.

Rochinha - O menos exuberante do nosso trio da frente, mas revelando utilidade. Aos 41', fez um cruzamento letal assistindo Trincão no segundo golo.

Trincão - Jogou a partida inteira e parecia andar um pouco por toda a parte. O melhor em campo num jogo em que marcou dois e esteve quase a marcar outro (65').

Matheus Reis - Fez toda a segunda parte como central à esquerda, articulando bem com Nuno Santos. Sem necessidade de incursões ofensivas.

Porro - Esteve para ser poupado, mas acabou por entrar aos 54', com Neto lesionado. Dominou o corredor com a genica habitual. Assistiu Pedro Gonçalves no terceiro.

Ugarte - Substituiu Rochinha aos 54'. Entrou cheio de vontade de mostrar serviço e de procurar o golo. Quase o conseguiu, aos 65', com um disparo que raspou na barra.

Sotiris. Rendeu Morita aos 60'. Jogador dinâmico, com propensão ofensiva, voltou a demonstrar bom toque de bola e a impressionar as bancadas de Alvalade.

Paulinho. Após um mês de ausência na Liga, regressou entre aplausos, substituindo Edwards aos 60'. Precioso toque de calcanhar para Trincão aos 65'. Quase deu golo.

O dia seguinte

Se as grandes equipas são aquelas que depois de cairem logo se levantam e ficam ainda mais fortes, este Sporting de Amorim é mesmo uma grande equipa. Depois da derrota caseira contra o Chaves foram três vitórias consecutivas e 9-0 em golos.

O que mudou para melhor entre o 0-2 contra o Chaves e o 4-0 de ontem contra uma equipa em nada inferior aos flavienses? Não foi a táctica, exactamente a mesma, com Pedro Gonçalves atrás de três avançados móveis. Foram antes do mais desempenhos muito superiores de dois ou três, e foi a sorte. Se contra o Chaves a 1.ª parte foi um festival de golos falhados e a bola a parar sempre nas pernas dos defensores, ontem o segundo remate do Sporting deu golo por tabela num defensor contrário e no terceiro golo aconteceu a mesma coisa, aliás com o mesmo defensor.

 

Amorim já tinha avisado que a equipa tinha regressado bem cansada do jogo da Alemanha, pelo que fez descansar Porro, Matheus Reis e Ugarte. Mas Coates, Inácio, Morita, Edwards e Rochinha pareceram também a precisar de descanso. Foram Nuno Santos, Pedro Gonçalves e muito especialmente Trincão que estiveram em grande nível e decidiram o encontro.

Nuno Santos, o mais fraco contra o Chaves mas moralizado pelo golo na Alemanha, reviu completamente o posicionamento e a forma de centrar, agora foram centros tensos rasteiros, sempre muito difíceis de anular pela defensiva contrária. Pena que Esgaio nunca tivesse conseguido fazer o mesmo na ala contrária. Continuo a dizer que ainda não vi o verdadeiro Esgaio neste seu regresso a Alvalade. Este não é, de certeza.

Pedro Gonçalves trabalhou imenso, teve pormenores deliciosos a recuar no terreno e a solicitar os avançados tipo "quarterback" do futebol americano, depois voltou à sua posição onde foi o grande Pote de sempre.

 

Trincão mostrou finalmente porque estava no Barcelona. Solidário nas missões defensivas, sempre a procurar esticar jogo com a bola dominada, e com remate pronto à baliza contrária, por muito pouco não fez um "hat-trick". Potencial titular da selecção A. Saiu Sarabia, jogador com outras características, mas se calhar não ficámos a perder com Trincão.

Aquele lance em que Trincão não consegue o "hat-trick" é um belo exemplo do que Paulinho dá à equipa, Ugarte antecipa-se e corta, Paulinho lê bem o lance e chega primeiro à bola para logo assistir Trincão para golo. Ainda bem que está de volta.

 

Mas nem tudo correu bem ontem. O apitador da AF Aveiro, mas residente no Porto, 35 anos e estudante de profissão (!) fez tudo para estragar o encontro. Primeiro não viu que o remate de Nuno Santos foi desviado pela mão do guarda-redes contrário para canto e aceitou muito mal a reclamação do jogador acompanhado pelos assobios das bancadas, depois foi permissivo para o jogo agressivo do Portimonense (foram três "porradas" para aleijar Inácio, Neto e Rochinha, o primeiro substituido por precaução, o segundo aleijado mesmo, o terceiro também saiu pouco tempo depois, apenas o segundo viu amarelo), foi intratável para as reacções dos jogadores e do treinador-adjunto do Sporting no calor da luta, sempre com cara de "cão raivoso" que apenas o desqualifica.

Se não consegue gerir os jogadores doutra forma dedique-se a outra actividade. Sempre quero ver como vai ser a sua actuação quando for ao Dragão, lá na sua terra e dos Superdragões. O "rotweiller" vai transformar-se num "poodle"? 

 

E assim, depois de St.Juste, ficámos sem Neto e com Inácio com um tornozelo em obras, isto pouco dias antes da visita do Tottenham. Foi mesmo o pior do dia de ontem.

Melhor em campo? Trincão, obviamente.

SL

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Da goleada. Vencemos em casa o Portimonense, equipa que nunca é fácil - a tal ponto que na época passada derrotou o Benfica na Luz e deu-nos muita luta em Alvalade, numa partida que vencemos por 3-2. Desta vez houve triunfo folgado e categórico: 4-0. Terceiro seguido, na sequência das vitórias fora contra o Estoril (2-0) para o campeonato e contra o Eintracht Frankfurt (3-0) para a Liga dos Campeões. Primeira goleada da época. Aposto que não será a última.

 

De Trincão. Ainda há poucos dias as redes sociais eram inundadas de supostos adeptos a rasgarem de alto a baixo este jovem e talentoso jogador indicado por Rúben Amorim, não faltando quem garantisse que ele não poderia ser considerado reforço. Trincão, que já marcara na Alemanha, voltou a fazer o gosto ao pé neste embate contra os de Portimão. São dele os nossos dois primeiros golos - aos 7' e aos 41', movimentando-se dentro da área à ponta-de-lança. E esteve quase a fazer outro, aos 65', travado pelo defesa Pedrão na linha de baliza. Melhor em campo nesta tarde em que se estreou a marcar pelo Sporting para o campeonato.

 

De Edwards. É o novo herói leonino. Ontem, mais duas preciosas intervenções em lances cruciais - é ele a centrar na movimentação de que resulta o primeiro golo e a recuperar na jogada colectiva que gera o segundo. Vários pormenores de classe que o definem como futebolista de fino recorte técnico. Quase marcou, num forte disparo aos 45'+2, para defesa muito apertada do guarda-redes.

 

De Porro. Forçado a entrar devido à lesão de Neto que obrigou o treinador a mexer na defesa, agitou logo o jogo, como é seu timbre. Aos 64', grande centro para Paulinho. Aos 72', cruzou para Pedro Gonçalves fazer o terceiro, "as três tabelas" com Pedrão. Está em grande forma.

 

De Pedro Gonçalves. Amorim voltou a tirá-lo da linha da frente, fazendo-o recuar de início para a posição 8. Voltou a confirmar-se que este não é o lugar ideal para ele, longe da baliza. A melhor faceta do artilheiro da Liga 2020/2021 surgiu a partir do minuto 54, quando avançou na sequência da saída de Rochinha. O ataque leonino tornou-se ainda mais acutilante com o ex-Famalicão na posição que mais prefere, a de interior esquerdo. Foi dali que cabeceou com força, levando Pedrão a fazer autogolo, traindo o guarda-redes que veio de Portimão. E ainda assistiu no quarto golo.

 

De Morita. Está transformado num elemento pendular do nosso onze. Crucial no desenho dos lances de ataque. Quase todos passaram por ele, sobretudo no primeiro tempo. Rigor geométrico, precisão de passe, visão de jogo, domínio do corredor central.

 

Das poupanças iniciais feitas por Amorim. Já a pensar no confronto da próxima terça-feira para a Liga dos Campeões, na recepção ao Tottenham, o treinador fez entrar para o onze inicial Esgaio, Nuno Santos e Rochinha. Ficaram no banco Porro, Matheus Reis e Ugarte, que acabariam por ser lançados durante a partida. Jogo a jogo, sim. Mas doseando o esforço físico do plantel. Comprovando que temos soluções no banco.

 

Da atitude de Sotiris. O jovem reforço grego voltou a causar boa impressão, desta vez na estreia em Alvalade. Entrou aos 60', para substituir Morita (poupado a maior desgaste também a pensar no Tottenham) quando já vencíamos por 2-0, e mostrou acutilância e dinâmica na ligação do meio-campo ao ataque. É voluntarioso e tem bom toque de bola.

 

Do regresso de Paulinho. Há mais de um mês que o nosso avançado não jogava em Alvalade. Ontem entrou aos 60', rendendo Edwards, voltando a demonstrar requinte técnico (passe de calcanhar dentro da área para Trincão que quase resultou em golo aos 65') e boas movimentações em linha diagonal, tornando a equipa ainda mais difícil de marcar lá na frente. Falta-lhe o golo: ainda não foi desta vez.

 

Que não tivéssemos sofrido golos. Terceiro jogo seguido sem vermos tocadas as nossas redes, confiadas a um Adán que parece ter recuperado a sua melhor forma (defesa preciosa, aos 24', a remate cruzado de Gonçalo Costa com selo de golo). Equilibrámos o saldo das nossas contas na Liga 2022/2023: 12 golos marcados, oito sofridos. E vamos subindo na classificação, após o mau começo: estamos agora em quinto - à condição, pois as contas da jornada 6 ainda não fecharam.

 

Da hora do jogo. Excelente tarde de Verão, propícia ao futebol. A partida teve início às 18 horas deste sábado, permitindo a muitos pais levarem os filhos ao estádio. Pena haver só 29.782 espectadores em Alvalade, mesmo no rescaldo imediato da nossa primeira vitória de sempre na Alemanha para a Liga dos Campeões. Custa entender tão fraca mobilização. Há cada vez mais gente a trocar a bancada pelo sofá.

 

 

Não gostei

 

Da ausência de St. Juste. O central holandês não tem sido bafejado pela sorte neste início de prestação no Sporting. Depois de ter passado ao lado da pré-temporada por lesão num treino inicial, viu-se forçado a sair no desafio de Frankfurt devido a um problema físico que o deixou fora da convocatória para ontem.

 

Da lesão de Neto. Escalado para o onze inicial como central do lado direito, foi alvo de uma entrada muito dura aos 48', que o forçou a sair seis minutos depois (entrando Porro e passando Esgaio para central). Saiu a coxear e com lágrimas nos olhos, ovacionado pelo público. Oxalá recupere sem demora.

 

De Gonçalo Inácio. O que se passa com o nosso central que foi campeão em 2021? Voltou a entrar intranquilo, compondo o trio defensivo com Neto e Coates. Pisa muito a bola, demora a centrá-la, faz passes à queima, deixa-se envolver por adversários sem necessidade alguma. Lendo bem estas dificuldades, talvez potenciadas por algum problema físico, Amorim trocou-o por Matheus Reis ao intervalo.

35 anos, estudante...

Idade e profissão do artista que hoje deu pelo ofício de árbitro em Alvalade.

Resta acrescentar que para as vigarices da gestão de carreiras, o rapaz mora no Porto, mas é arbitro da AF de Aveiro.

Consta que foi, ou é (já que é estudante) membro daquela matula dirigida pelo macaco.

Andem lá com a filme do jogo para trás e vejam com olhos de ver a sua "actuação".

"Ai e tal não vamos aos grandes palcos, europeus e mundiais" dizem os tugas do apito. Pois, pelas amostras continuadas de vergonhosas apitadelas, como a de hoje em Alvalade, esperam o quê?

Competitividade doentia

22354570_CjR5b.png

22354571_JW8Wb.png

Sporting - Portimonense.

Vários nomes ligam a história destes dois clubes.

Vítor Damas, sem dúvida.

Também o Sérgio, belga.

Sérgio belga? Perguntarão as pessoas, mais novas, que nos lêem.

Sérgio em francês, diz-se: Serge, em algarvio, da foz do Arade, diz-se Serge Cadorin.

Cadorin, um dos primeiros a denunciar que foi alvo de aliciamento, que o tentaram corromper, um dos primeiros a mostrar que no futebol, na vida, não vale tudo.

Existem princípios, não vale tudo para ter mais comentários, não vale tudo para ser promovido "por mérito" no final do ano, não vale tudo.

A história de Cadorin, o jogador que o Futebol Clube do Porto, tentou contratar para cometer um penalty está disponível "on-line".

Foi um dos primeiros a denunciar a corrupção que o FC Porto faz para vencer jogos, internamente.

Pagou com a vida.

Sobreviveu à primeira (alegadamente) tentativa de homicídio com 70% do corpo queimado, anos mais tarde não resistiu, morreu com 45 anos.

Serge Cadorin, nasceu num dia 7 de Setembro, precisamente, no mesmo dia que o Sporting Clube de Portugal mostrou, para todo o mundo, que é possível vencer sem esquemas.

Que é possível vencer sem, praticamente, cometer faltas (apenas um cartão amarelo) que é possível vencer, jogando bom futebol.

Jogando limpo, sem corromper e sem favores da arbitragem.

(imagem n° 9 da rua Ivens, Lisboa, em desrespeito ao acordo ortographico e à utilização dum 9 puro )

{ Blogue fundado em 2012. }

Siga o blog por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

 

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D