O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre PORRO:
- Edmundo Gonçalves: «Mas como a sorte proteje os audazes, aquele assalto à baliza do Marítimo só podia ter um desfecho, Porro! A vitória.» (24 de Setembro)
- José da Xã: «Enfim uma vitória justíssima que só peca por defeito de golos marcados. E mesmo o único que existiu teve de ser à PORROada!» (25 de Setembro)
- José Navarro de Andrade: «Mesmo antes de entrar em campo Porro estica os braços no ar em "V" como quem diz: "cá vou eu." É esta a imagem perfeita do meu Sporting.» (30 de Janeiro)
- Eu: «Voltou à titularidade e voltou às grandes exibições. Confirma-se como o melhor ala direito a actuar na Liga portuguesa e um dos melhores que jogaram desde sempre nesta posição no futebol do Sporting.» (3 de Fevereiro)
- Pedro Oliveira: «Bom, pela capacidade que teve de ultrapassar um momento mau. Às vezes as avós são mais importantes que as mães.» (4 de Fevereiro)
- Luís Lisboa: «Cruzamentos perfeitos, assistência para golos desperdiçados, um golo. Que falta fez este Porro este ano...» (15 de Maio)
Sarabia aplaudido no estádio e saudado pelo treinador aos 63': saída em grande
Gostei
Da desforra. Serviu-nos de pouco, de quase nada. Mas soube muito bem, em nossa casa, derrotar (por 4-0) a única equipa que nos impôs um desaire fora de Alvalade na Liga 2021/2022, mesmo ao cair do pano da primeira volta: o Santa Clara, de Ponta Delgada, agora mergulhado numa convulsão interna que afastará o quarto treinador da temporada e boa parte dos jogadores. Desejo-lhes boa sorte, apesar de tudo.
Da goleada. Não bastava vencer: era preciso convencer. E foi isso que fizemos em campo. Após um período algo titubeante, em que andámos a mastigar jogo e sofremos pelo menos um calafrio, impusemos o nosso domínio e os golos foram saindo de rajada. Marcados por Tabata (41'), Porro (51'), Sarabia (56') e Edwards (78'). Muito bons, todos. O último, com um disparo do inglês a meia distância sem tomar balanço, é uma obra de arte.
De Sarabia. Voltou a fazer a diferença. Sempre a espalhar classe em campo. Entregando-se ao jogo ao serviço de um emblema que envergou por empréstimo mas que serviu com inegável profissionalismo durante toda a temporada. Jogou mesmo, não fingiu que jogava. Inclusive neste seu último desafio de verde-e-branco. Marcou o nosso terceiro da noite de sábado, elevando para 21 o número de vezes que a pôs lá dentro com a camisola do Sporting. Foi brindado com duas ovações: ao minuto 17, o número que ostentou na camisola, e ao minuto 63, quando deu lugar a Rodrigo, visivelmente comovido com a justa homenagem.
De Porro. O melhor em campo. Marcou (o segundo) e deu a marcar (o terceiro). Com uma energia imensa, parecia estar a iniciar agora a temporada. No último lance do desafio, ainda tentou bisar. Espectacular passe longo aos 28'. Centro perfeito aos 82' para Rodrigo: bastaria ao benjamim da equipa contornar o guarda-redes, mas acabou por rematar fraco, à figura, talvez em homenagem implícita ao ausente Paulinho. Novo cruzamento impecável aos 90'. O jovem internacional espanhol, agora já sob contrato do Sporting, promete ser uma das grandes figuras da próxima época.
De Nuno Santos. Outro jogador que parece estar a iniciar a temporada, tão boa é a sua condição física - das pernas aos pulmões. Grande centro de trivela (45'+1), outro óptimo cruzamento (76'), assistência para o segundo golo. É daqueles que nunca baixam os braços e vão sempre à luta, pressionando continuamente o adversário: o Sporting precisa de jogadores como ele.
De Tabata. Voltou a marcar, desbloqueando um jogo que parecia condenado a ir para o intervalo com o empate a zero. Golo precioso, de execução perfeita, com um remate acrobático sem deixar a bola tocar no chão. Colocando o ex-internacional olímpico brasileiro no patamar dos jogadores desde já candidatos à titularidade na época 2022/2023.
De Gonçalo Inácio. Actuou quase todo o tempo na posição certa: como central, do lado esquerdo, onde pode dar o melhor uso ao seu pé mais dotado. E assim fez, com um fabuloso passe vertical de 65 metros para Pedro Gonçalves assistir Tabata no golo que desbloqueou a partida. Cortes impecáveis aos 7' e aos 13'. Passou a jogar no eixo quando Coates cedeu lugar a Marsà.
Das estreias ao cair do pano. Houve três: João Virgínia, pela primeira vez no lugar de Adán numa partida do campeonato; André Paulo, que o substituiu na baliza aos 79' só para não ficar fora do retrato de grupo; e José Marsà, que tem actuado na equipa B e rendeu Coates como central, também aos 79', numa prova de confiança que o treinador lhe manifesta. Veremos, no caso do jovem defesa catalão, se é para ter continuidade na época que vai seguir-se.
Das palmas a Morita. O japonês do Santa Clara pode jogar de verde-e-branco na próxima época. Ao ser substituído, aos 73', recebeu calorosos aplausos dos adeptos leoninos. Será bom indício?
Da nossa segunda parte. Com três golos e alguns momentos espectaculares. Energia positiva à solta no relvado, boa vibração nas bancadas. Futebol-festa: fechou-se com chave de ouro.
De mais uma vitória. Foram, no total, 27 em 34 desafios na Liga que agora terminou. Igualando a nossa melhor soma de triunfos de sempre num campeonato nacional de futebol, registada em 2015/2016. E conseguindo mais um do que na época passada. No conjunto das competições, vencemos 39 dos 53 jogos.
De outro jogo sem sofrer golos. Registo que merece destaque: as nossas redes permaneceram intocadas em 18 destes 34 desafios. Notável. E fomos a equipa menos batida em casa, com apenas oito golos encaixados. Nenhuma outra conseguiu melhor.
Do quarto jogo seguido a marcar pelo menos três golos. Depois do 0-3 no Boavista-Sporting, do 4-1 no Sporting-Gil Vicente e do 2-3 no Portimonense-Sporting. Catorze nas últimas quatro partidas da Liga 2021/2022. Foi pena esta veia goleadora ter estado ausente noutros períodos: fez-nos falta.
De chegarmos ao fim com 85 pontos. Igualamos a nossa segunda melhor pontuação de sempre num campeonato - precisamente aquela que nos permitiu ser campeões há um ano. Melhor, só na Liga 2015/2016, quando chegámos aos 86, mas também na segunda posição. De qualquer modo, jamais havíamos conseguido somar 170 em duas épocas consecutivas - sinal inequívoco de que o trabalho que se vai fazendo em Alvalade é consistente e não fruto do acaso.
Não gostei
De termos esperado mais de 40 minutos pelo primeiro golo. Mas valeu a pena. E abriu caminho para os três que se seguiram, todos no segundo tempo.
De Pedro Gonçalves. Assistiu no terceiro golo, é certo, e teve intervenção no primeiro. Mas desperdiçou três ocasiões de marcar: aos 45'+1, aos 72' e aos 76'. Na segunda, em que lhe bastaria encostar, concluiu com um remate disparatado para a bancada. Termina a época pior do que começou: com má relação com a baliza, ao contrário do que havia sucedido em 2020/2021, quando se sagrou melhor rematador do campeonato.
De Daniel Bragança. Fez toda a partida no posto habitualmente reservado a Matheus Nunes, mas nunca foi o acelerador do jogo ou o municiador do ataque que a equipa exigia. Falta-lhe compleição física e poder de choque para actuar naquela zona do terreno, ao lado de Palhinha. Renderá melhor se avançar uns metros no relvado, mas aí a concorrência aumenta. Conclusão óbvia: se Matheus continuar no plantel, não irá tirar-lhe o lugar.
Dos falhanços. Houve alguns, felizmente sem consequências de pior. O mais arrepiante foi uma entrega de bola de Coates a Ricardinho, aos 30', que deixou um colega do Santa Clara isolado perante João Virgínia. Felizmente para nós, o jogador vestido de encarnado rematou mal, fazendo a bola rasar o poste.
Que Feddal não pudesse despedir-se a jogar. Um problema físico impediu o central marroquino de dizer adeus ao público nesta partida final da temporada. Cessa contrato no Sporting, irá ter novo destino clubístico. Não nos esqueceremos dele: foi um dos obreiros do título de campeão após 19 anos de jejum. Cumpriu 34 jogos na época passada (com dois golos) e 26 nesta. Tudo de bom para ele nas etapas pessoais e profissionais que irão seguir-se.
De ver a casa a "meio gás". Apenas 28.942 espectadores em Alvalade numa noite amena de sábado: sabe a pouco. É verdade que o título já estava entregue ao FC Porto desde a jornada anterior, mas esta equipa vice-campeã nacional que conquistou dois troféus na temporada (Supertaça e Taça da Liga), teve o mais destacado desempenho leonino de sempre na Liga dos Campeões e uma exibição colectiva ao nível do campeonato 2020/2021, até com melhor saldo entre golos marcados e sofridos, merecia mais adeptos a aplaudi-la neste desafio final.
Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Santa Clara pelos três diários desportivos:
Porro: 20
Nuno Santos: 19
Edwards: 17
Sarabia: 17
Pedro Gonçalves: 17
Gonçalo Inácio: 16
Tabata: 15
Coates: 15
João Virgínia: 15
Daniel Bragança: 15
Neto: 15
Ugarte: 14
Rodrigo Ribeiro: 14
Palhinha: 13
Marsà: 7
André Paulo: 6
Os três jornais elegeram Porro como melhor em campo.
Antes do mais é preciso realçar a grande noite de Sportinguismo que se viveu ontem em Alvalade. Um estádio em festa repleto de famílias, mulheres e criançada, aplausos demorados a Sarabia ao minuto 17, cânticos dedicados ao mesmo Sarabia, a Palhinha e a Amorim, uma goleada àquela equipa que nos conseguiu derrotar na 1.ª volta. E ainda oportunidade para dar palco aos guarda-redes suplentes Virgínia e André Paulo, e ainda a Marsà e Rodrigo Ribeiro. No início os jogadores a entrar com os filhos, no final a volta de honra de jogadores e técnicos, bolas para a bancada, não poderia ter sido melhor.
No que respeita a futebol, existiu algum equilíbrio e incerteza no marcador até ao 1-0, que aconteceu quase a cair o intervalo. Depois disso só deu Sporting, e acabou em 4-0. Podia ter terminado em números mais expressivos, mesmo com as substuições "para a fotografia" que Amorim fez.
Nesse período de algum equilíbrio veio ao de cima a falta de peças-chave desta temporada: Adán, Matheus Reis, Matheus Nunes e Paulinho. Com Bragança o Sporting não tinha meio-campo, Palhinha era completamente abafado pelo meio-campo contrário, e com os três baixinhos no ataque frente a uma defesa bem posicionada não havia ninguém que fizesse o que um ponta de lança faz. Rematar à baliza e marcar golos, com o pé ou com a cabeça. Sucediam-se os erros na construção que davam origem a contra-ataques muito perigosos, com duas ocasiões claras de golo desperdiçadas pelo Santa Clara. No melhor do Sporting estavam Porro e Nuno Santos nas alas, claramente os melhores em campo.
Depois do primeiro golo, tudo foi diferente. A pressão dos jogadores do Santa Clara sobre os defesas do Sporting foi-se esvaindo, começou a haver espaço e tempo para o Sporting manobrar com confiança e as oportunidades foram-se sucedendo.
No final foram quatro bonitos golos. Marcaram Tabata, Porro, Sarabia e Edwards, um veio do Portimonense com passe partihado, outro do Man.City por empréstimo com opção de compra, outro do PSG por empréstimo também e o outro do Guimarães. O que só pode dizer capacidade de negocíação com grandes emblemas estrangeiros e com clubes em Portugal que desenvolvem e lançam jogadores jovens doutras paragens.
Com Palhinha e Sarabia na porta de saída, Matheus Nunes se calhar também, Tabata e Daniel Bragança com certeza a ver o que é melhor para eles, Virgínia e André Paulo parece que há interesse de continuarem como suplentes de Adán. Sobre Morita... tudo depende dele, boa leitura de jogo, bom passe, mas parece que lhe falta nas veias aquilo que Ugarte tem de sobra.
Melhor em campo? Porro. Cruzamentos perfeitos, assistência para golos desperdiçados, um golo. Que falta fez este Porro este ano...
Viu-se no sábado o City a pôr o United fora de órbita. Fernandes, Pogba, Telles e companhia terão visto a bola sempre a passar lá longe, sobretudo na segunda parte. O resultado foi mentiroso, pois mais realista teriam sido aí uns 8-0 dos que os 4-1 finais.
Augurava-se, portanto, um massacre para quarta-feira, mas ambas as equipas, com a eliminatória fechada, resolveram tacitamente converter o desafio num jogo de treino. Viu-se assim um City a gasóleo que ainda assim, dada a diferença orçamental do plantel, não deixaria de apoquentar com severidade um Sporting turbo. E viu-se um Sporting que soube no empate ganhar três coisas.
A primeira foi a resiliência de uma defesa enquanto rochedo vergastado por sucessivas ondas de ataque. A segunda foi um Edwards bem mais interessante e descontraído do que o Edwards de dias antes contra o Porto, deixando no ar a expectativa de que quem foi capaz de se afirmar tanto em tão pouco tempo ainda terá mais para oferecer. A terceira foi a estreia de mais um chaval da academia, um imberbe Rodrigo Ribeiro que disse olá ao mundo e do pouco tempo que teve mostrou, pelo menos, que sabia o que fazer.
A brincar a brincar nesta época o Sporting já confirmou a maturidade de Matheus Nunes e Gonçalo Inácio que há um ano eram apenas debutantes, está a fazer de Porro um craque de craveira internacional (Guardiola a meter conversa com ele no final do jogo...) e de Ugarte uma certeza, lançou o "monstro Essugo" que promete mundos e fundos do alto dos seus 16 anitos e agora este RR.
Gostei muito da reacção calorosa e vibrante da massa adepta leonina no final deste Sporting-Manchester City. Grande ambiente. Comunhão plena com jogadores e equipa técnica mesmo após termos sido goleados em casa frente àquele que é hoje talvez o mais temível adversário que pode ser encontrado num estádio de futebol no continente europeu. Este é o verdadeiro espírito: para onde vai um, vão todos. Nos momentos maus como nos momentos bons. Os adeptos sabem que, apesar dos tropeções e das quedas, os jogadores campeões nacionais comandados por Rúben Amorim mantêm enorme crédito. E continuam a merecer aplausos, já a pensar no desafio seguinte.
Gostei de ver o nosso estádio quase com lotação esgotada: 48.129 espectadores - uma das melhores casas de sempre em Alvalade. Nisto, pelo menos, foi uma grande noite europeia. Pena só ter sido nisto.
Gostei poucoque tivéssemos chegado aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões para tombarmos logo na primeira mão desta eliminatória com um resultado tão negativo como foi o Sporting-Bayern de má memória, em Fevereiro de 2009, quando Paulo Bento comandava a nossa equipa.
Não gostei que Rúben Amorim tivesse mantido inalterado o seu habitual sistema de jogo, planeando o embate com o City como se estivesse a enfrentar o Vizela ou o Tondela na noite de ontem. Nem da justificação que deu após a derrota, em conferência de imprensa: «Eu não quis tirar as rotinas aos jogadores.» Se há desafio que não podia ser encarado como rotineiro, à semelhança de mais um dia no escritório, era precisamente este, contra um dos maiores colossos do futebol europeu e mundial. Também não gostei do onze inicial, com Esgaio claramente deslocado como lateral esquerdo sem ser canhoto, perdendo quase todos os confrontos com Mahrez e cruzando lá na frente de forma defeituosa. Nem que o treinador tivesse feito apenas uma substituição (troca de Pote por Ugarte) antes do minuto 75, quando já perdia 0-5. Nem das exibições desastrosas de alguns jogadores, como Pedro Gonçalves, incapaz de travar João Cancelo ou Bernardo Silva, incapaz de fazer um passe bem medido. Toda a equipa derrapou perante o City - de Adán a Paulinho. O menos mau acabou por ser Porro, que ensaiou alguns lances ofensivos no seu corredor, ainda no primeiro tempo.
Não gostei nada que tivéssemos chegado ao intervalo com apenas três faltas cometidas e ao fim do jogo com nove: a estatística parece demonstrar que queríamos facilitar a vida ao adversário. Quando soou o apito final, não tínhamos um só remate enquadrado nem sequer conquistado um pontapé de canto. Na baliza do City, o ex-benfiquista Ederson foi mero espectador, sem nunca ter sido solicitado: neste capítulo, não cumprimos os mínimos. Na defesa, outro descalabro - pior ainda que na goleada em casa contra o Ajax, que se deveu em larga medida a erros individuais de Vinagre na ala esquerda. Desta vez o falhanço foi colectivo. Coates, Gonçalo Inácio e Matheus Reis, que compunham a linha de três centrais, estiveram irreconhecíveis. Adán tremeu em duas ocasiões. E Neto, que entrou aos 82' para render Porro, ia marcando um autogolo, evitado in extremis pelo guarda-redes três minutos depois. Se as "bombas" de Bernardo Silva aos 17' (golo 2) e de Sterling aos 58' (golo 5) eram absolutamente indefensáveis em qualquer estádio, Mahrez dispôs de imenso espaço para a meter lá dentro aos 7' (golo 1) enquanto Reis e Esgaio paravam de braço no ar alegando fora-de-jogo, o mesmo jogador centrou sem que Esgaio, Reis e Coates conseguissem interceptar a bola, empurrada por Foden em zona frontal aos 32' (golo 3) e Bernardo, novamente, viu Sterling chegar à linha de fundo e servi-lo sem que ambos tivessem sido importunados aos 44' (golo 4).
Da nossa vitória clara no Jamor.Goleámos por 4-1 aquela aberração que responde pela sigla B-SAD. Num Estádio Nacional só com adeptos do Sporting.
Da nossa entrada com grande dinâmica ofensiva. Dois golos logo a abrir o jogo. O primeiro aos 11', por Paulinho, o segundo aos 17', por Porro. Ao intervalo, vencíamos por 3-1. A segunda parte começou com mais um golo, aos 47'. A partir daí, imperou a gestão da condição física dos jogadores, mas sempre a mantermos a posse de bola. Deu até para Rúben Amorim esgotar as substituições, ao contrário do que costuma fazer: trocou Porro por Gonçalo Esteves (52'), Matheus Nunes por Daniel Bragança (52'), Pedro Gonçalves por Tabata (58'), Nuno Santos por Vinagre (58') e Sarabia pelo estreante Edwards (71').
De Paulinho. Regressou aos golos. E logo a bisar. No primeiro, com Sarabia a construir para ele no lado direito, bastou-lhe encostar. O segundo, a abrir a etapa complementar, foi de excelente execução técnica, com assistência perfeita de Porro: golo de cabeça do avançado leonino. Faz-lhe bem ter a concorrência do recém-regressado Slimani.
De Porro. Voltou à titularidade e voltou às grandes exibições. Confirma-se como o melhor ala direito a actuar na Liga portuguesa e um dos melhores que jogaram desde sempre nesta posição no futebol do Sporting. Marcou um extraordinário golo aos 17' - indefensável bomba disparada de meia distância com o seu potente pé direito após assistência de Ugarte. E foi dele o passe para o segundo de Paulinho. Merece ser distinguido como melhor em campo.
De Sarabia. É um prazer ver jogar este titular da selecção espanhola, emprestado ao Sporting pelo Paris Saint-Germain. Tem classe, tem categoria, tem excelente técnica, tem apurada visão de jogo. E tem golo: marcou mais um nesta partida - o terceiro, aos 45'+1, após cruzamento de Nuno Santos, no seu terceiro jogo consecutivo a facturar nesta Liga 2021/2022. Já tinha assistido no primeiro, de Paulinho. Outra actuação de grande nível. Soma nove golos e oito assistências no Sporting.
De Gonçalo Esteves. Quando Amorim retirou Porro, decidindo poupá-lo a desgaste extra já a pensar na partida de domingo frente ao Famalicão, o miúdo que veio do Porto deu boa conta do recado. Vencendo sucessivos confrontos individuais, confirmando duas características fundamentais: intensidade e velocidade. E nem hesitou em tentar o golo: aos 83', concretizou um belo remate que rasou a trave. Por vezes faz-nos esquecer que ainda é júnior.
Da estreia de Edwards. O ex-internacional sub-20 inglês foi brindado com vibrante ovação dos adeptos neste seu jogo inaugural de verde e branco, recém-chegado de Guimarães. É um grande reforço, ninguém duvida. Terá tempo de assimilar os processos de jogo em Alvalade, sob o comando de Amorim. Fez bem o treinador em proporcionar-lhe minutos numa fase em que não pairava a menor dúvida sobre o desfecho desta partida no Jamor.
Da grande atitude da equipa. Futebol alegre e vertical, demonstrando que aquele período de mini-crise em que perdemos dois jogos (contra o Santa Clara nos Açores e contra o Braga em casa) está superado. O facto de nos termos sagrado campeões de Inverno, derrotando o Benfica na final da Taça da Liga, ajudou muito.
Da nossa regularidade na marcação de golos. Já levamos 35 jogos a facturar nesta época, até ao momento só ficámos uma vez em branco.
De termos aumentado a distância que nos separa do Benfica. Os encarnados, ontem derrotados na Luz pelo Gil Vicente (1-2), voltam a estar seis pontos abaixo de nós. E começam a ter o Braga à perna, ameaçando disputar-lhes o terceiro lugar.
Do árbitro Gustavo Correia. Deixou jogar, adoptando um critério largo, à inglesa, sem apitar sempre que um jogador se atira para o chão. Ao contrário de vários dos seus colegas, que param o jogo a todo o momento por supostas faltas que noutros campeonatos jamais mereciam o som do apito.
Não gostei
De termos sofrido um golo. Foi aos 21': belo golo de Camará, sem qualquer hipótese de defesa para Adán. Seis minutos depois, o nosso guarda-redes, com uma intervenção oportuníssima, impediu o B-SAD de fazer o 2-2: se tal não tivesse acontecido, o desfecho deste encontro talvez fosse bem diferente. A verdade, de qualquer modo, é que reforçamos a nossa posição como defesa menos batida do campeonato: apenas 13 golos sofridos em 20 jogos.
De Pedro Gonçalves. O que se passa com o nosso atacante, que brilhou no campeonato anterior e foi elemento essencial da conquista do título que nos fugia há 19 anos? Anda a rematar frouxo, um pouco perdido no campo, sem a mesma atracção pela baliza. É verdade que foi ele a iniciar o lance do terceiro golo, mas falhou dois que o Pedro Gonçalves de 2020/2021 teria concretizado.
De Vinagre. Continua a parecer um corpo estranho na equipa. Joga sempre da mesma forma, correndo colado à linha esquerda, faz sempre a mesma finta de corpo, cruza a bola sempre do mesmo modo e falha por sistema esses centros por ter deficiente noção das movimentações dos colegas na área. Desta vez esteve mais de meia hora em campo mas aproveitou-se pouco do que fez.
De mantermos cinco jogadores à bica. Sarabia, Palhinha, Porro, Esgaio e Pedro Gonçalves estão à beira de ser excluídos por acumulação de amarelos. Nenhum deles "limpou" o castigo. Esperemos que não venham a ser amarelados no próximo domingo, frente ao Famalicão, o que os impediria de comparecer no clássico do Dragão, marcado para o dia 11.
Deste inenarrável B-SAD. Vai descer de divisão no final da época, seguramente. Mas é penoso continuar a ver em campo onze jogadores que não são de nenhum clube nem formam uma verdadeira equipa, sob contrato de uma entidade sem nome nem emblema nem bandeira nem estádio nem sócios nem adeptos. Um abcesso no futebol português.
Porro prepara-se para entrar, está junto a Amorim e ambos olham para o jogo. Fora do plano o Sporting aproxima-se com perigo da baliza adversária. Sabemos isto porque Porro ferra a mão no casaco de Amorim e sacode-o todo, com o fervor de quem remataria se estivesse lá. Amorim liberta-se a custo, muito sacolejado, dá um calduço paternal em Porro e manda-o lá para dentro. Mesmo antes de entrar em campo Porro estica os braços no ar em "V" como quem diz: "cá vou eu." É esta a imagem perfeita do meu Sporting.
A lesão ou indisposição de Porro no aquecimento, minutos antes do Leça-Sporting, permitiu a entrada como titular de Esgaio, com boa exibição nesta partida, onde somou mais duas assistências (já tem seis nesta temporada). Quando foi substituído, aos 83', escutou calorosos aplausos dos adeptos.
O jogo entre Sporting e Borussia de Dortmund previa-se de grau de dificuldade elevada. Pelo resultado anterior (derrota da equipa leonina na Alemanha) e pela pressão dos euros da UEFA.
Os sportinguistas apareceram em grande número como se pode ver no pequeno filme que segue:
Depois aquele início de jogo com o meio campo leonino a ter dificuldade de manter a bola no pé resultado de um nervoso miudinho estranho e que passou paulatinamente para alguma plateia.
Finalmente vieram os golos e com isso equipa cresceu até ao intervalo,
A segunda parte mostrou uma turma alemã decidida a dar outro rumo ao jogo, mas aí o Sporting manteve-se competente a defender.
Até que aos 81 minutos num contra-ataque leonino o VAR indica grande penalidade sendo Pedro Gonçalves responsável para cobrar a falta. Não sei se foi mérito de um ou demérito de outro a verdade é que o guarda redes alemão travou o remate de Pote, para vir outro Pedro emPorrar com a cabeça para o véu da noiva fazendo o 3 a zero!
O filme supra não terá a melhor imagem, mas inclui tudo o resto!
Um golo que acabaria por ser muito importante carimbando o Sporting com ele o passaporte para os oitavos de final da competição.
Rúben Amorim convocou os seguintes jogadores para o Besiktas-Sporting de terça-feira:
Guarda-redes: Adán, João Virgínia e André Paulo.
Defesas: Porro, Esgaio, Neto, Coates, Gonçalo Inácio, Feddal, Matheus Reis e Vinagre.
Médios: Palhinha, Matheus Nunes, Ugarte e Daniel Bragança.
Avançados: Pedro Gonçalves, Sarabia, Nuno Santos, Jovane, Tiago Tomás e Paulinho.
De assinalar a inclusão de Porro, confirmando que a lesão sofrida no jogo para a Taça de Portugal, frente ao Belenenses verdadeiro, não teve a gravidade que supúnhamos.
Estive esta tarde/noite em Alvalade a assistir a uma avalanche de golos perdidos, Uns por culpa do guarda-redes adversário, que no final (e ainda bem) deitou tudo a perder para a sua equipa, outros por uma ineficácia irritante dos jogadores leoninos.
Curiosamente até gostei do jogo. O Sporting sempre por cima, pressionante e sem medo de arriscar perante um Marítimo que realmente fez muito pouco. Muitos jogadores caídos no chão, muito tempo perdido em reposições de bola (especialmente, e mais uma vez, pelo guarda-redes), demasiado antijogo.
Daí também não perceber os amarelos a todos os defesas centrais… do Sporting. Quem vir as estatísticas pensará que o Sporting sentiu um sufoco. Mas fiquei desconfiado que aquilo dos amarelos deve ser como o software… teve de fazer o “download” para depois os poder mostrar. E toca a despachar...
Enfim uma vitória justíssima que só peca por defeito de golos marcados. E mesmo o único que existiu teve de ser à PORROada!
Tal como na jornada anterior. Que seja assim até ao fim e não me importo nada!
Ou a gente começa a marcar as oportunidades que cria e raios são tantas, caramba, ou os nossos corações, o meu pelo menos, não aguentam.
Caso para dizer, arre porra que é demais.
Já dizia um treinador narigudo da agremiação do outro lado da rua que um a zero dois ponta, mas que diabo, será pedir muito que a reza que encomendei para o Paulinho comece a fazer efeito? E não me venham cá com a porra da relva que tem dois meses e já está uma vergonha...
Com uma superioridade tão evidente e avassaladora, ter corrido o risco de empatar só demonstra que há que trabalhar mais o factor sorte, que foi isso que também nos faltou naquelas que bateram nos ferros; Mas como a sorte proteje os audazes, aquele assalto à baliza do Marítimo só podia ter um desfecho, Porro! A vitória.
Foi um jogo em que o Sporting fez bem mais do que o suficiente para ganhar. Com muito azar, só o conseguiu ao cair o pano, mas também foi um jogo dos menos conseguidos desta época. Num relvado impróprio para jogar futebol, e há que perceber porquê.
Em Alvalade e contra estas equipas a receita é entrar com tudo e marcar depressa. E nada disso aconteceu, muito fruto da deficiente saída de Neto à direita e Vinagre à esquerda, este mais uma vez numa noite para esquecer. Foi preciso Sarabia abrir o livro para as oportunidades surgirem e Nuno Santos as desperdiçar, como infelizmente tem acontecido.
A segunda parte começou com mais um remate cego de Nuno Santos a passe de Paulinho que como de costume não deu golo, das poucas coisas boas que Paulinho fez durante a partida. Finalmente saiu Vinagre e o Nuno assumiu com vantagem a posição, Matheus Nunes e Sarabia desapareceram do jogo, os nossos defesas foram matando os contra-ataques adversários à força de amarelos, e Amorim lá foi fazendo de cozinheiro a quem os fornecedores se baldaram na entrega dos ingredientes. Foi inventando.
E com tanta invenção, lá pelos 90 e muitos o Coates ganhou lá em cima, assistiu o Jovane, que ainda bem que não chegou à bola porque a julgar pelo que tinha feito até aí ela ia para a bancada de certeza, levou um murro bem dado para ver se acorda e se quer ser um grande jogador ou prosseguir a carreira no Marítimo ou noutro lado qualquer, e assim, o melhor em campo, o grande Pedro "Cojones" Porro, garantiu os 3 pontos.
Obviamente que Porro, Coates e Palhinha estiveram a nível elevadíssimo, Sarabia também em 45 minutos, mas fiquei preocupado com a forma como se apresentaram Tiago Tomás e Jovane, e a desilusão completa que foi Vinagre. Se isto é assim, o plantel ainda é mais curto do que eu pensava. Mas conto que os dois recuperem o seu sentido de vida no Sporting.
Visto noutra perspectiva, vamos a Dortmund sem desperdiçar pontos no jogo para a Liga imediatamente anterior. Nem sempre foi assim, recordo-me duma jornada em Moreira de Cónegos na época do assalto a Alcochete e na véspera de recebermos o Barcelona, que acabou com um empate fruto duma exibição bem deprimente. Eu até estive lá.
Então, ultrapassados Estoril e Marítimo, há que pensar muito bem como nos vamos apresentar nesse jogo. Até porque eu também vou lá estar...
Do domínio absoluto do Sporting neste desafio. Vencemos o Marítimo pela margem mínima, mas foi quanto bastou para sacarmos os três pontos e seguirmos em frente. Num jogo de sentido único, de pressão constante sobre a baliza adversária e de muitas oportunidades perdidas. Um desafio que merecíamos ter vencido por margem muito dilatada. O triunfo foi suado e sofrido, mas mais que justo.
Do regresso às vitórias em Alvalade.Este 1-0 contra o Marítimo acontece após um empate caseiro contra o FC Porto e a humilhante derrota sofrida contra o Ajax para a Liga dos Campeões, também no nosso estádio. Assim é muito melhor.
De Porro. Volta a ser decisivo, pelo segundo desafio consecutivo. E da mesma forma: na conversão impecável de um pontapé de penálti. Sem tremer, sem vacilar, sem hesitar, meteu-a lá dentro aos 90'+8. Alguns adeptos já desesperavam, mas aconteceu ainda a tempo. Sem favor algum, o internacional espanhol merece ser destacado como melhor em campo. Grandes cruzamentos aos 622' e aos 62'. Melhorou mais ainda a sua prestação a partir do minuto 71, quando Sarabia saiu e ele avançou para extremo direito. Aos 74', enviou um míssil ao poste: merecia ter sido golo.
De Palhinha. Outra exibição irrepreensível, sobretudo na primeira parte, em que foi o melhor dos nossos. Recuperações sucessivas aos 7', 9', 14', 25' e 37'. Aos 54', quase marcou em jogada de insistência, de um ângulo muito apertado. Imprescindível no onze leonino.
De Coates. Com ele em campo, a nossa defesa nunca se desequilibra. E Adán até tem uma vida mais descansada: a bola raras vezes lhe chega, como desta vez voltou a acontecer. O nosso capitão é claramente o representante do treinador em campo. Quando chegou o momento de avançar linhas, ele deu ordem de comando aos colegas. Voltou a terminar o desafio como ponta-de-lança, plantado na grande área adversária, como aconteceu em vários desafios decisivos da época passada. E a verdade é que esse foi o período em que conseguimos ser mais acutilantes lá na frente, dando a volta ao jogo.
Das substituições. Rúben Amorim mexeu bem na equipa. E a verdade é que a reviravolta aconteceu graças a um dos jogadores que saltaram do banco: Jovane (em campo desde os 71'), carregado em falta dentro da grande área num lance que conduziu à expulsão do guarda-redes quando o Marítimo já tinha esgotado as substituições. Daniel Bragança, igualmente em campo desde o minuto 71 (rendendo Matheus Nunes), também teve bons apontamentos. Tiago Tomás, Tabata e Esgaio cumpriram.
Do golo tardio. É verdade que assim sofremos muito mais, mas assim as vitórias acabam por ser ainda mais saborosas. E lembram-nos o que foi acontecendo na temporada 2020/2021, quando nos sagrámos campeões nacionais após um jejum de 19 anos.
De termos ficado invictos. Outro jogo sem qualquer golo sofrido. É um excelente indício de que continuamos a manter a rota que tanto sucesso teve na época anterior e nos conduziu a três títulos e troféus entre Janeiro e Julho.
De ver o estádio tão composto. Nas bancadas, 18.741 espectadores. Numa fase - felizmente quase a terminar - em que ainda só é possível ter público em metade dos lugares disponíveis. No próximo jogo em casa haverá certamente mais gente.
Do recorde batido por Rúben Amorim. A partir de hoje, o actual treinador leonino é o técnico português com mais jogos seguidos sem derrotas no campeonato ao serviço do Sporting: 27. Superando um máximo estabelecido por Paulo Bento. Melhor que ele só o inglês Randolph Galloway, imbatível durante 33 jogos em 1953. Quando ainda actuavam quatro dos cinco violinos: Albano, Vasques, Travassos e Jesus Correia.
Não gostei
Da bola que não foi entrando. Uma vez mais, um festival de golos desperdiçados. Quatro vezes por Nuno Santos (22', 26', 36', 46'), outra por Palhinha (54'), outra por Porro (74') e ainda uma por Tiago Tomás em posição frontal (89'). Uma vez à barra, outra ao poste. Assim fica mais difícil.
Do empate nulo ao intervalo. Nada merecido, mas este resultado da primeira parte castigava por um lado a falta de pontaria dos nossos rematadores e por outro lado premiava o bom desempenho do guarda-redes do Marítimo, Paulo Victor.
De Vinagre. Volta a ser o elemento menos positivo do onze titular. Pouco ofensivo, nervoso, sem capacidade de desequilíbrio, fugindo ao confronto individual, errando nos cruzamentos. Foi o primeiro a sair, logo aos 58'. Faz-nos sentir saudades de Nuno Mendes.
De Sarabia. Ainda muito desligado da dinâmica colectiva. Bons passes para Nuno Santos, aos 25' e aos 36'. Ia marcando aos 41', num tiro que rasou o poste. Mas falta intensidade ao internacional espanhol, que se apaga em momentos essenciais. Deu lugar a Jovane, aos 71'.
De Paulinho. Sim, é combativo. Sim, pressiona lá na frente. Mas terminou outra partida em branco. Pior: fez apenas um remate em 106 minutos efectivos de jogo - contando com o tempo extra das duas partes. É muito pouco para um ponta-de-lança.
Das ausências de Gonçalo Inácio e Pedro Gonçalves. Fazem falta.
Do relvado. Francamente em mau estado. Difícil de entender: o novo tapete verde foi instalado no início da época e estamos longe do Inverno. Como é que ficou assim?
«Pedro Porro é um leão. Para além das qualidades técnica e táctica do atleta, Porro enverga a camisola com uma determinação como se a usasse há muitos anos. (...) É nos treinos que os treinadores vão observando aquilo que, mais tarde, lhes poderá ser útil. Pedro Porro deixa a pele em campo, aliando, a essa raça, uma qualidade de processos que fazem dele um indispensável na equipa.»
Do segundo empate consecutivo em cinco jornadas. Após perdermos dois pontos em Famalicão, ontem voltámos a tropeçar - desta vez em casa, frente ao FC Porto (1-1). Amealhamos 11 pontos em 15 possíveis. Sabe a pouco. Sobretudo porque já vemos o Benfica quatro pontos acima de nós.
Dos três golos falhados. Tivemos hipótese de vencer por 4-1 a equipa azul-e-branca. Aos 31' e aos 36', Nuno Santos - duas vezes isolado perante o guarda-redes, em lances de bola corrida - permitiu a defesa in extremis de Diogo Costa, melhor jogador em campo. Ficou a sensação, em qualquer dos casos, que o extremo leonino poderia ter conseguido melhor. Aos 74', foi Paulinho a ver um cabeceamento interceptado pelo jovem guardião portista, quase em cima da linha de baliza. Quatro oportunidades, só uma concretizada.
Das baixas para este jogo. Pedro Gonçalves, Gonçalo Inácio e Tiago Tomás ficaram fora da convocatória por estarem lesionados. Ugarte, vindo de viagem à América do Sul, ficou igualmente impedido de actuar. E Nuno Mendes, claro, ja não está em Alvalade: agora o seu lugar, no nosso onze titular, está preenchido por Vinagre. Sensação reforçada de que o nosso plantel é curto.
De Feddal. Exibição para esquecer. Aos 18' e aos 22', em dois momentos cruciais da primeira fase de construção de lances ofensivos, a partir do sector que lhe está confiado, o central marroquino entregou a bola de bandeja aos adversários. gerando perigo imediato. Muito abaixo do nível a que nos habituou.
De Paulinho. Voltou a ficar em branco: até agora, em cinco jogos, só marcou um golo. Anda com uma relação cada vez mais complicada com a baliza, como ficou patente aos 58': em posição frontal, sem marcação, recebe uma bola que sobrou para ele e em vez de fuzilar as redes vira-lhes as costas e lateraliza para um parceiro em pior posição, desperdiçando um lance soberano. Aos 37, em jogada colectiva de ataque rápido, demorou tanto a soltar a bola que já o fez com os defensores portistas reposicionados. E ainda foi amarelado por protestos, aos 14', como se fosse um principiante. Atravessa claramente uma crise de confiança. O problema é que corre o risco de ir contagiando toda a equipa.
De Matheus Reis. Rúben Amorim deu-lhe outra oportunidade, fazendo-o entrar aos 70' para substituir Feddal. Falhou passes, desposicionou-se, cruzou sem nexo. Parece não ter qualidade para integrar o plantel leonino.
De Nuno Almeida. Para os grandes jogos deviam ser convocados os melhores árbitros. Infelizmente, não é este o entendimento da Liga Portugal, que destacou para este clássico um dos piores. Nuno Almeida ia apostado em assumir pela negativa o protagonismo nesta partida. Aos 4', já tinha exibido três cartões amarelos. Quando apitou para o intervalo, já ia em sete (quatro para jogadores do Sporting, três do FCP). O jogo terminou com 12 amarelos e um vermelho (expulsão do portista Toni Martínez, aos 87'). Provavelmente um dos jogos com mais exibições de cartões de que há memória nos últimos anos em Portugal. O senhor Almeida não deve ter acompanhado as actuações dos árbitros europeus no recente Europeu de futebol. Apitavam o menos possível, interrompiam os jogos só em situações indiscutíveis e nunca banalizavam a amostragem de cartões. Ao contrário do que sucedeu neste Sporting-FC Porto.
Do golo sofrido. Luis Díaz movimentou-se como quis no nosso corredor direito e rematou cruzado, em arco, sem hipótese de defesa para Adán. Golo de belo efeito que poderia ter sido evitado pelo nosso bloco defensivo. Estava decorrido o minuto 71: o FCP empatava, conquistando um ponto em Alvalade, na única oportunidade de que dispôs no clássico.
Do acidente ocorrido no topo sul, agora quase sem público.Um adepto caiu da bancada, ao que parece quando festejava o nosso golo. Queda aparatosa, que fez temer o pior. Prontamente assistido, e conduzido ao hospital, verificou-se que tem uma perna fracturada. Do mal, o menos.
Da tradição que persiste. Há cinco anos - desde a época 2016/2017 - que não conseguimos vencer o FC Porto no nosso estádio.
Gostei
De Porro. Melhor sportinguista em campo. Reconquistou a titularidade com todo o mérito. O domínio claro do Sporting durante quase toda a primeira parte deve-se em grande parte a ele: imperou sem discussão no seu corredor, tanto na manobra ofensiva como na segurança defensiva. Venceu sucessivos confrontos individuais, recuperou bolas e cruzou com qualidade. Um desses centros resultou em assistência para o nosso golo.
De Nuno Santos. Muito dinâmico, acelerando o jogo, criando desequilíbrios, fez a diferença no último terço do campo e no primeiro terço da partida. Momento culminante: o golo que marcou aos 16', correspondendo da melhor forma a um soberbo cruzamento de Porro. Dispôs de duas outras oportunidades flagrantes, sem concretizar. Esteve a centímetros de uma exibição de sonho. Mesmo assim, foi muito positiva. Tomou conta de toda a nossa ala esquerda nos dez minutos finais.
De Coates. Tem andado com problemas físicos, mas ninguém diria. Outra grande actuação do nosso capitão, com cortes impecáveis aos 12', 45'+3 e 67'. Pautando o jogo e conferindo-lhe equilíbrio a partir do eixo da defesa da forma quase irrepreensível.
Da estreia de Sarabia. O internacional espanhol, recém-chegado por empréstimo, foi brindado com entusiástica ovação ao entrar em campo, aos 61', rendendo um apagado Jovane. Mal teve tempo para treinar com a equipa, portanto dificilmente poderia mostrar tudo quanto vale nesta sua primeira exibição de verde-e-branco. Mas revelou apontamentos que confirmam a sua classe.
De voltar a ver um clássico com público em Alvalade. A sociedade vai-se libertando do espartilho da pandemia - e o mesmo vai sucedendo nos estádios de futebol, medida que só peca por tardia. Ontem houve 18.727 adeptos nas bancadas.
De termos cumprido mais um jogo sem perder em casa. Há 27 desafios consecutivos para o campeonato que não sofremos derrotas no nosso estádio.
Pedro Porro lesionou-se ontem, no amigável do Algarve contra o Belenenses SAD, e tem o início da época comprometido. Paragem prevista até dois meses.
Felizmente temos Esgaio para a mesma posição. O que talvez cale enfim todos aqueles, até nas caixas de comentários do nosso blogue, que têm urrado contra esta contratação a pedido de Rúben Amorim. Talvez agora mordam a língua. Só lhes faz bem.
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