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És a nossa Fé!

Nélson Évora, eu estou contigo

Dizer-se que a naturalização de Pedro Pichardo foi "comprada" é um tanto ou quanto forte; melhor seria ter dito que foi "mercadejada", como diria o outro. É menos melindroso. E dizer-se que foi a Federação Portuguesa de Atletismo que a mercadejou também não é o mais correto: muito melhor seria referir o Sport Lisboa e Benfica. Com efeito, a naturalização de Pedro Pichardo em tempo recorde, ao abrigo do seu estatuto de refugiado, só seria possível invocando motivos de "interesse nacional". Que "interesse nacional" poderia justificar a naturalização em tempo recorde deste atleta?
Com a naturalização "acelerada" de que foi alvo, Pichardo pôde pulverizar recordes nacionais, alterando a verdade desportiva e frustrando o trabalho de outros atletas que já competiam em Portugal. É uma situação em tudo distinta de Nélson Évora, Francis Obikwelu, Auriol Dongmo e outros medalhados olímpicos portugueses. Achar que uma naturalização se pode obter instantaneamente até pode ser defensável noutros contextos que não o desportivo, onde há que ter em conta as respetivas consequências. Quero por isso saudar Nélson Évora pela coragem da sua tomada de posição, própria de quem não tem nada a provar a ninguém, e sabendo que se iria sujeitar ao enxovalho da "nação benfiquista", como se tem vindo a verificar, começando pela cobertura do caso pela imprensa desportiva. E sobretudo ao mais covarde, ao mais pusilânime dos argumentos: que Pichardo é "muito melhor" do que Évora. Alguma vez alguém, a começar por Nélson Évora, pôs em causa o valor de Pichardo como atleta? E isso dá-lhe direitos que são vedados aos outros? Ao tentar arrumar esta polémica com esse "argumento", Pichardo demonstra que pode ser um grande atleta, mas não deve muito à inteligência. (O mesmo se aplica a quem usar esse "argumento" nesta questão.)

Quem foi o presidente que trouxe Yazalde?

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Muitos adeptos do Sporting gastam imenso tempo nas redes sociais a falar de dirigentes e ex-dirigentes. Em comparação, pouco falam dos jogadores, o que me espanta. Em qualquer clube do mundo, só os jogadores são ídolos da massa adepta.

Mas o Sporting é diferente. Também nisto.

Não falta gente elogiando o jogador K e denegrindo o jogador W não pelo mérito ou demérito desses profissionais de futebol e do seu desempenho em campo, mas em função do nome do presidente que os trouxe para o Sporting.

Se vieram com X, só podem ser óptimos. Se vieram com Y, só podem ser péssimos. E vice-versa.

 

Tanta energia consumida com estas questiúnculas intestinas: dispara-se só para dentro e nunca para fora. Como se o inimigo estivesse dentro de casa. Como se todos os jogadores não fizessem parte do mesmo plantel e não trouxessem o mesmo emblema ao peito. 

A crise do Sporting é também uma crise de valores, bem simbolizada nestas discussões sem qualquer sentido. 

 

Alguém imagina, quando Héctor Yazalde chegou a Alvalade, que os adeptos perdessem um minuto sequer a debater os defeitos ou as virtudes de Brás Medeiros, o presidente que trouxe o saudoso craque argentino para o Sporting, ou a comparar esse dirigente com Homem de Figueiredo, seu antecessor na Direcção leonina?

Niinguém. O nosso interesse estava todo centrado nos jogadores, não nos presidentes ou nos vice-presidentes ou nos presidentes das assembleias gerais ou nos presidentes dos conseselhos fiscais ou nos anteriores dirigentes ou em putativos dirigentes que ansiassem ocupar futuros lugares nos órgãos sociais leoninos.

Felizmente a minha cultura clubística começou a ser forjada nessa época. Não queríamos saber quem fora o presidente responsável pela vinda do Yazalde: queríamos, isso sim, ver o argentino marcar golos. E aplaudi-lo sem reservas. 

Um tempo em que o Sporting Clube de Portugal era verdadeiramente um clube desportivo (e assim ganhava campeonatos) em vez de se parecer cada vez mais com um partido político (e assim continuará sem ganhar campeonatos no futebol, esteja quem estiver ao leme).

 

Problema dos dirigentes, dos técnicos e dos jogadores?

Em certa medida sim, mas este é sobretudo um problema de cada um de nós. Quanto mais deixarmos o pior da política infiltrar-se no clube, mais distante ficará o sonho de um dia voltarmos a festejar o título máximo no futebol.

Com a razão do nosso lado

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A 9 de Maio de 1995, o V. Setúbal recusou adiar o desafio da meia-final da Taça de Portugal com o Sporting. Era um dia em que todos estávamos de luto: o dia do funeral de dois jovens adeptos, o José Gonçalves e o Paulo Ferreira, que haviam morrido 48 horas antes de forma trágica, quando caiu um varandim do estádio José Alvalade.

Nesse funesto dia 7 de Maio de 1995, jogámos com o FC Porto. Foi, infelizmente para nós, o jogo do título - que acabaríamos por perder para os portistas por um golo solitário de diferença. Também não houve adiamento algum apesar das mortes ali ocorridas. Nem sequer se registou um minuto de silêncio, algo vergonhoso.

A 18 de Maio de 1996, o adepto leonino Rui Mendes foi assassinado por um very light disparado de uma bancada onde se concentravam benfiquistas. Em pleno jogo. Vergonhosamente, a partida continuou a disputar-se, em vez de terminar logo ali, com um ser humano alvo de homicídio em pleno Estádio Nacional.

A 20 de Maio de 2018, no mesmo local, manteve-se inalterada a final entre o Sporting e o Aves apesar dos traumáticos acontecimentos ocorridos cinco dias antes, com a invasão da academia da Alcochete e agressões a vários jogadores e elementos da nossa equipa técnica. Mandaria o mais elementar bom senso que o desafio se realizasse, no mínimo, só uma semana depois. Mais uma vez, fomos prejudicados. E saímos derrotados dessa final também de má memória.

 

Recordo estes factos - incluindo a absoluta falta de respeito dos responsáveis sadinos ao negarem o nosso compreensível pedido de adiamento da meia-final da Taça de Portugal em 1995, que aliás acabariam por perder - entre outros exemplos de jogos em que interviemos e que deviam ter sido suspensos ou adiados. Mas não foram.

Vem isto a propósito do V. Setúbal-Sporting, que com gripe ou sem gripe sempre se realiza mais logo. Assim decidiu a Liga de Clubes, que organiza o campeonato. Está decidido.

O Sporting tem a razão moral e estatutária do seu lado. Nada a objectar. Sigamos em frente. Na expectativa de um triunfo no Bonfim.

Hoje giro eu - Vitória épica no hóquei

Não sei se o meu colega Ricardo Roque, colaborador do És a nossa Fé que mais acompanha as modalidades, teve a oportunidade de ver o jogo desta tarde no Pavilhão Fidelidade, na Luz, e assim poder complementar esta minha peça. A ganhar logo no reínicio por 1-0 (Raul Marin), o Sporting viu-se sujeito a uma série interminável de suspensões de 2 minutos motivadas por cartões azuis recebidos pelos seus jogadores Marin, Girão e Ferran Font. Ao fim de 8/10 minutos - foram tantas as suspensões que perdi a conta aos minutos que os nossos jogadores estiveram fora - , e quando finalmente o 5º jogador nosso estava no ringue (há não mais de 5 segundos), eis que o leão Romero apanha novo cartão azul. O Benfica aproveita para finalmente empatar, situação que automaticamente permite repor a paridade de jogadores em campo. Depois, um jogador do Benfica também é suspenso por 2 minutos. Escândalo de lesa-Pátria para a BenficaTV, pois claro. Imediatamente, Ferran Font marca, no livre directo correspondente, através de uma belíssima execução. Seguidamente, através de uma penalidade, o mesmo jogador fez o 3-1. Finalmente, Pedro Gil colocou o 4-1 final no placard. 

Em toda a minha vida, nunca vi nada igual. Por isso, não consegui conter a indignação e decidi escrever. Também, para deixar o meu louvor a hóquistas, treinadores e restante estrutura da secção do hóquei, que nas condições mais adversas possíveis escreveram mais uma página de glória da história do Sporting Clube de Portugal. 

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(Fonte imagem: Record)

O vídeo de Natal do Sporting que está a gerar polémica

Polémica ? 

Para quem ? Para os que lá estão ? Para os que concordaram com os que lá estão ?  Para os que aceitaram o que fizeram os que lá estão ? 

Para a JuveLeo ? Para os Leais ao Sporting ?

Para as mães e os pais dos que lá estão e que ainda não se conseguiram recompor de ver o seu filho a cores e ao vivo naquela cena imunda e canalha ? 

Para aquele que como presidente do clube foi o grande responsável de tudo aquilo que aconteceu e que agora, depois de destituído e suspenso, e enquanto aguarda pelo julgamento dos tribunais, descobriu que o seu futuro vai ser escritor ?

Para mim não tem polémica nenhuma, um video brilhante, emocionante, que todos os Sportinguistas vejam e revejam, e se unam com uma equipa que trabalha e se dedica, e com uns tantos jogadores de eleição que fazem a diferença, e assim podermos alcançar as alegrias que merecemos.

 

Ver em : https://www.abola.pt/Nnh/Noticias/Ver/765091

Quebrado

Quebrado. Foi assim que Frederico Varandas apareceu ontem na entrevista a um canal de TV.

Não é para menos. A quebra de confiança é das experiências mais dolorosas. Num momento como este, ser confrontado com as palavras que todos ouvimos é muitíssimo violento. Seja qual for o contexto, o que ali está é feio, muito feio, é tudo o que repudiamos no Sporting.

Porém, nitidamente encomendado. Alguém pediu ao "herói" para fazer um aúdio. Com que propósito acedeu, não se sabe, talvez para convencer os indecisos, fazendo valer a sua posição privilegiada, caso Varandas ganhasse. Alguém, deliberadamente, decidiu colocar o áudio disponível para toda a gente. Se isto não é uma armadilha, não sei o que será.O impacto pode ser desastroso.

Eu avisei que teríamos porcaria na ventoinha. Aí está ela.

 

Nota 1: Frederico Varandas não é o meu candidato, porque nunca me inspirou confiança. Há ali muita coisa mal explicada. Mas isso não me impede de reconhecer quando alguém é tramado. Muito bem tramado.

Nota 2: O nível de alguns comentários neste blogue está a ficar assustadoramente baixo. Comentários com insultos, ofensas, ataques pessoais, linguagem de baixo nível não serão publicados. Lamento, mas não me resta outra opção.

Sem pachorra para o ruído

Começa a ser insuportável todo o ruído à volta do Sporting, do Bruno de Carvalho da comunicação social, etcaetera (única exceção é o humor). Não há pachorra e até já cheira mal. Os sportinguistas não devem cair nessa cilada pois é disso que se trata e prolongar a discussão sobre a assembleia geral como se ela não tivesse acontecido. Aconteceu, traduziu-se numa mobilização fantástica de sócios, decorreu bem e foi expressiva no apoio ao Presidente. Um exemplo para clubes de futebol e até para outras instituições. Os adversários e inimigos, que os há, bem como os alimentadores de polémicas de bancada querem fazer render o peixe. Ou por isto ou por aquilo, mas o que realmente não querem é que o Sporting se afirme como a grande potência desportiva que é. Temem-nos. Insuspeito, sinto que estamos mais fortes pois há um conjunto de questões que, mal ou bem (quero acreditar que bem), ficaram resolvidas no passado sábado. E não está em causa se temos todos de gostar do Bruno ou do Jesus, se vemos televisão ou lemos jornais. Não somos a isso obrigados. Mas ao contrário também não. Cada um tem a liberdade individual de pensamento, de expressão, de escolha. Por exemplo, eu já não comprava jornais desportivos há muito nem nunca vi programas desportivos com paineleiros (talvez uma cena ou outra deplorável cujo excerto era publicado nas redes sociais). Manterei o meu espírito crítico quando for preciso, mas reconheço a legitimidade da direção do clube e da necessidade de estabilidade à sua volta para enfrentar estes tempos difíceis. Agora é tempo de concentrarmo-nos no essencial, no Sporting e nas suas equipas, com relevo para a de futebol que disputa a principal liga. Como já referi noutro escrito, encher as bancadas do pavilhão e do estádio (e também quando jogamos fora), é a melhor resposta a todas as dúvidas e provocações. Apoio incessante, união de aço. Não vão faltar dificuldades e quem nos queira puxar para baixo. Agora mais que nunca. E Tondela será uma prova de fogo. Eu acredito!

Este é o momento de falar

Chego ao blogue e verifico que está em pousio, como se nada se passasse. Acontece que este não é momento para silêncios.

Apetece-me portanto lançar o repto aos meus colegas e aos leitores do És a Nossa Fé: falem agora ou calem-se para sempre.

 

Digam aqui quais devem ser agora as prioridades leoninas perante a grave crise em que o clube mergulhou após Bruno de Carvalho ter elevado as expectativas para um patamar sem precedentes, prometendo conquistar tudo e arriscando-se a não ganhar nada - ao nível do futebol profissional, incluindo a equipa B, e das modalidades ditas amadoras. Apesar do fortíssimo investimento efectuado.

O que deve ser feito sem mais demora?

Quais são as prioridades absolutas?

Que cenários devemos recusar?

 

Enfim vamos debater as medidas que têm de ser tomadas sob pena de o Sporting retroceder quatro anos. Ao início do mandato do actual presidente, quando atingimos a pior classificação de sempre no campeonato, comprávamos jogadores que comprovaram ser autênticas nulidades, vendíamos outros para pagar despesas correntes, despedíamos treinadores como quem muda de camisa e éramos alvo de chacota generalizada.

 

Acrescento o óbvio: este é um repto que apenas se destina a sportinguistas. Da nossa casa tratamos nós.

Não se fala mais nisso

Escrevi isto há dois dias. Devo anotar agora que o autor desse texto que tanto me indignou decidiu retirá-lo com um pedido de desculpa aos visados e aos leitores. Um gesto que merece destaque. E por isso mesmo dou nota dele também aqui.

Andaria bem melhor o futebol - e a sociedade em geral - se todos soubéssemos rectificar um erro com tanta prontidão. É caso para dizer que não se fala mais nisso.

O novo Calimero do Dragão

Começa cedo a arranjar desculpas para os desaires, o novo Calimero do Dragão. "Penálti sobre Jackson", disse ele no final do jogo.

 

Penálti? Que penálti?

Nenhum jogador do FCP reclamou grande penalidade no estádio - a começar por Jackson. E nenhum narrador do jogo, na rádio e na TV, aludiu a isso.

 

Consulto o tira-teimas. O que diz o Tribunal do insuspeitíssimo jornal O Jogo?

Não houve penálti nenhum, garante Jorge Coroado. "Cédric entrou em contacto com Jackson sem cometer infracção justificadora de grande penalidade."

Claro que não houve penálti, sustenta José Leirós: "Cédric procura o contacto, num lance muito difícil e que o próprio Jackson não reclamou. O contacto foi antes ou após o cabeceamento de Jackson? Foi por aqui que a dúvida nasceu a [Pedro] Proença, num lance que, fico com a sensação, foi bem julgado."

Só Pedro Henriques destoa, considerando que terá sido "infracção passível de grande penalidade". Mas mesmo ele deixa claro que só a descortinou com acesso a várias repetições da imagem na TV pois "é impossível de ser vista em movimento rápido".

 

Consigo perceber o novo Calimero do Dragão. Há um ano, quando a anterior direcção do Sporting andava em amena sintonia com Pinto da Costa, seguíamos 30 pontos atrás do Porto no campeonato. Agora vamos nós cinco pontos à frente deles.

Faz toda a diferença. Não é preciso arranjar mais nenhum motivo para explicar tanta pieguice azul e branca.

Contra a corrente

Que o FCP é o que é, já o sabíamos. Que o Caldeira é aquilo, também. Mas, na minha opinião, o presidente da AFL fez o seu show - igualzinho, nas intenções, ao do Jazuz. Transformou umas bocas de futebol num incidente grave, e apareceu nas TV's e jornais como queria: uma vítima e uma estrelinha de noticiários. A meu ver, mesmo sendo um homem dos clubes de Lisboa (de quais?), se está sentado como convidado de honra na tribuna tem de ter um comportamento contido, como mandam as regras institucionais. O resto é provocação - e, sendo, iguala-se aos que critica. Não podemos pedir um comportamento de 'gentlemen' a terceiros e termos nós um de provocador imberbe. As reações serão as esperadas, já se sabe. Ou então temos um Adriano Pinto sulista, benfiquista e elitista no trono da AFL. E, ainda por cima, na sua imaturidade, dizendo aquilo que não deveria ser dito. Ah, e é verdade: o Sporting é o Clube de Portugal e não consta que seja Sporting Clube de Lisboa.

Postal ao Tiago Loureiro

Meu caro Tiago: compreendo que defenda a sua dama e as suas ideias. E, sobretudo, que defenda o Sporting. Mas o tom dos seus comentários perturba-me. Não une, desune. Não gera consensos, gera guerras. Não desafia o 'um por todos e todos por um', desafia as vinganças de hoje e de amanhã. É demais pedir-lhe que enterre e apele ao enterro dos machados de guerra? O todo é sempre mais forte do que a parte, foi essa a mensagem que julgo ter ouvido do novo Presidente, no seu ato de posse.

Cidadania mitigada

 

Há muitos anos deixei de pagar as quotas. O momento pessoal ajudou, o começar da vida conjugal e um novo emprego, um contrato a termo certo, então equivalente a incerteza. Mas acima de tudo o pedido de uma quotização anual avançada "a bem do Sporting", então em tão grandes dificuldades financeiras que pedia esse sacrifício aos associados. Ao mesmo tempo que chegava Thomas Skuhravý, jogador caro e que, "se bem me lembro", passou alguns meses em Alvalade tendo, até, conseguido chutar uma vez contra o poste. Achei demais, inadmissível, guardei o cartão de sócio. Depois emigrei e, mea maxima culpa, nunca regularizei a minha situação.

 

Por isso tudo me sinto com uma cidadania sportinguista muito mitigada. Torço, resmungo, festejo. Consumo até, mais do que tudo a publicidade em torno do clube. Mas não pago para ter direito a voto. Por isso mesmo não falo da direcção, das direcções. Mas apetece-me imenso falar. E ainda mais, apetece-me imenso que os sportinguistas de quota em dia o façam. Sem populismos nem revanchismos. Mas, também, sem unanimidades. E muito mais, sem "respeitinho" pelos nomes altissonantes, pelas "soluções inevitáveis". No fundo, olhando a olhando a história do clube.

 

Por qué no te callas? (2)

Querido Manha, no Record de terça, 14: «O que Domingos estava a realizar, de acordo com o que parecia ser o projeto da nova direção, apontaria para uma aproximação às três equipas que nas últimas três temporadas se tinham distanciado dramaticamente». Pode repetir? Li bem? Uma «aproximação»? Quando, quando pensa o distinto comentarista que essa aproximação (logo, sempre atrás dos tais «três», senão seria ultrapassagem) deveria ter lugar? Quando o Sporting batesse no fundo? Brilhante raciocínio. De resto, tão brilhante quanto aquele que, no começo da época, classificou o plantel do Sporting como lixo (deve trabalhar para a Moody's). Desta vez, no entanto, escreve haver «uma evolução em parâmetros aceitáveis». Parece que os reforços ja são 'lixo menos', o raciocínio também e a diferença pontual para os tais «três» já é uma «aproximação»... aceitável. Oito pontos para o terceiro e já nem se fala dos outros. Aproximação? Só se na liga da manha, mesmo.

Que nervosinho é este em alguns blogs?

OS LAMPIÕES. Eles estão felizes, é? Eles, que tanto pediram a cabeça do Jesus, o ano passado, quando o Benfica não 'arrasou', agora preocupam-se connosco, tadinhos. Querem por-nos à guerra uns com os outros. Não vão nessa. Agora elogiam tanto o Domingos... será que elogiaram quando o Benfica colocou o autocarro na Luz, para não ser derrotado? Pinto da Costa não elogiou Jesus quando ele estava de somenos e Vieira não o imitou, depois, em relação ao Vitor Pereira? Tudo propaganda. Eles 'elogiam' Domingos porque ele não conseguiu pôr o Sporting a jogar e a pontuar, apenas isso! 'Adoram' o Domingos porque ele falhou.

 

O DOMINGOS. Foi despedido porque não conseguiu resultados e as coisas iam de mal a pior. Esse o grande motivo. Desde Novembro não ganhávamos fora, os resultados e as classificações é o que se vê. Não foi o primeiro treinador a ser despedido, porque os resultados não aparecem, nem será o último. Nós queremos resultados ou queremos o Domingos a perder e a jogar para o quinto lugar (que é onde estamos)? Domingos teve quase tudo o que pediu, teve investimento na equipa, teve todo o apoio e confiança... mas não deu! O Sporting continua, o projeto não é o treinador, é o clube. Eu sou um defensor da estabilidade, mas não quero que um treinador que falhou, que teve atitudes erráticas de insegurança, seja fautor de mais instabilidade. Não deu, virou a página. É a vida.

 

O DOMINGOS E O PORTO. Não acredito em teorias da conspiração. Domingos é portista, como Fernando Santos é benfiquista e Jesus sportinguista. E depois? Acho normal que Domingos tenha a legítima ambição de treinar o seu clube do coração. Santos foi corrido por Vieira, à primeira jornada (!) da Liga, Jesus nunca foi convidado pelo Sporting e, alem de Domingos haverá outros nomes na fila de espera do PC - que o 'papa' não é tolo e sabe do que se passou em Braga, apesar das vitórias. Ai se o Salvador conta tudo, sobretudo como salvou a época, quando o balneário estava desgovernado...

 

AS 'DECLARAÇÕES' DO DUQUE. Que o Duque não é um homem de comunicação, a gente sabe. Mas não ponham na boca dele o que ele não disse. Ele afirmou, apenas e apenas (ouvi eu nas reportagens), «do que eu conheço do Domingos, eu não acredito». Forma inábil de dizer mais ou menos isto: tenho-o por uma pessoa séria, não acredito que ele se tenha encontrado com alguém de uma forma menos séria'. Acho que ele poderia e deveria estar calado, mas não creio que daí venha mal ao mundo, nem que deva ser sacrificado porque separou a relação pessoal da profissional.

 

CUIDADO COM OS MEDIA. Se estiverem com atenção ao que, por vezes, se diz e cotejarem como depois os media relatam, verão como, frequentemente, há uma diferença, a favor da pirotecnia, do escândalo mediático, da titulagem para gerar polémica. Exemplo mais recente, que lembro, de hoje: numa tv, o repórter dizia que Duque admitira ser «uma derrota pessoal» a saída de Domingos; e, logo, as imagens e a declaração do homem da SAD. Factos: um jornalista pergunta se é uma derrota pessoal e o homem responde «é a sua interpretação», e não comenta mais. Resultado: Duque «admitiu»! Poderia ter sido e foi: o jornalista admitiu. Talvez os sportinguistas devessem voltar a artilharia para a defesa do seu clube e da verdade, enviando mensagens de protesto para os media, pressionando-os contra a manipulação da informação, quando for o caso. Eis uma energia bem dirigida.

Último recurso

 

É óbvio que ninguém aqui defende o black-out como a resposta ideal numa qualquer situação de crise. O problema é que o Sporting não está numa crise qualquer, mas vive uma situação de emergência e precisa de se reforçar internamente. Para isso acontecer, nada como um curto período de reclusão, para depois voltar à normalidade.

A equipa precisa de tranquilidade, o treinador precisa de espaço e a direcção procurou certamente acautelar os interesses do clube. Só assim se compreende o corte na comunicação com o exterior. Acreditamos todos que esta fase irá durar pouco tempo e que, entretanto, as vitórias também irão aparecer.

Já que estamos nesta onda, talvez não seja má ideia os vários treinadores de bancada que falam do Sporting darem o exemplo e falarem um pouco menos. Não há nenhum clube que resista a uma horda de comentadores que dizem tudo, sabem tudo e apontam todos os caminhos e mais alguns. Sejam eles ex-jogadores, ex-treinadores, ex-presidentes, ex-dirigentes ou ex-o-raio-que-os-parta.

 

Deixem o Sporting respirar! Viva o Sporting!

Os vírus da época

 

O que se começa aqui a dizer já foi dito de outras maneiras nos últimos anos e com os resultados que sabemos. Eu lembro-me de quando o povo leonino se levantou e invadiu a porta 10 A para impedir a contratação de José Mourinho. Esta insurreição popular empurrou Mourinho directamente para o Porto com breve passagem por um apeadeiro em Leiria. Pois foi: dois campeonatos, uma Taça de Portugal, outra da UEFA e uma Champions e todo o resto que sabemos. Eu também me lembro de quando o povo leonino se calou perante o putsh que depôs Bobby Robson em Alvalade para que depois pudesse triunfar no Porto. Pois foi: dois campeonatos, uma Taça de Portugal e duas Super Taças. O que se está a começar a fazer ao Domingos já foi feito ao Mourinho e ao Robson pelos mesmos motivos: intolerância e impaciência. Esta equipa do Domingos é a nossa equipa que já jogou grande futebol numa fase desta época. Eu acredito que os mesmos podem voltar a fazer o mesmo para depois fazerem ainda melhor. Eu também entendo a angústia, é a minha angústia, mas ainda é cedo para querer tomar o Palácio de Inverno.

Profetas da desgraça? Não, obrigado

 

Confesso, desde já, que não conheço Agostinho Abade pessoalmente, mas guardava dele uma imagem de seriedade que agora ficou algo afectada. O ex-presidente do Conselho Fiscal do Sporting e actual membro do Conselho Leonino diz-se preocupado com as finanças do clube e escolheu logo este momento para vir falar em público, e logo aos microfones da Rádio Renascença: "Estou muito preocupado com a situação financeira do Sporting, mas vou expressá-la internamente no órgão de que faço parte. A situação parece-me preocupante, muito grave mesmo! Estou muito preocupado com o futuro do clube".

 

Um distinto sportinguista, que desempenhou funções nas direcções lideradas por Filipe Soares Franco e José Eduardo Bettencourt, vem dizer que o Sporting está de 'tanga' quando ele próprio terá tido responsabilidades nessa matéria? Ou não teve? Que eu saiba, o presidente do Conselho Fiscal é quase um ministro das Finanças de um clube ou, no limite, um presidente do Tribunal de Contas interno. E é logo esse 'ex-ministro' que fala desta forma, como se a actual direcção fosse a única responsável por uma realidade que, sendo preocupante, tem anos e anos?

 

Agostinho Abade será a mesma pessoa que há uns anos, e não foram assim tantos, quando se começou a falar da candidatura de Bettencourt, dizia que a direcção de Soares Franco "teve actos muito bons, teve uma prática muito positiva no que diz respeito à reestruturação financeira". Quer dizer que a seguir tudo piorou? Como? Porquê?

 

Concordo com o senhor quando diz que "temos de encontrar uma solução, deixando de haver divisionismo", mas já não acho sensato que se venha apregoar como uma "visão realista" a de que o futuro do clube possa estar "em risco". Com respeito pela figura do ex-dirigente, talvez fosse bom ter guardado este cenário apocalíptico para os órgãos próprios do clube. Este tipo de catastrofismos não ajudam numa altura em que a equipa, os jogadores, os dirigentes actuais e os sócios precisam de bom astral e pensamento positivo. Capisce?

Girassóis e borboletas fascistas

Ok, respirar fundo e pensar três vezes antes de escrever este post… acho que não consigo mesmo. Apesar de ter sorrido com o que o Leonardo aqui escreveu não consigo perceber porque raio é que o Sporting mudou as imagens para isto.

 

A polémica, estéril a meu ver, foi provocada e o Sporting foi-a alimentando, nem sempre da melhor forma. Com o assunto a cair no esquecimento, cometeram-se alguns erros de palmatória.

 

Sei que eu próprio disse aqui que paisagens campestres seriam recomendadas para os túneis do adversário e folgo em saber que alguém no Sporting com responsabilidades de decisão me lê, mas não era preciso exagerar. Estava a ironizar, Ok?  

 

Temos História, temos Orgulho. Haverá com certeza imagens fantásticas dos “5 Violinos”, do Jordão, do Manuel Fernandes, do Artur, do Cristiano Ronaldo, do Ricardo Sá Pinto. Carambas, até do Futre. Girassóis e borboletas? Não entendo.

 

Imagino quem tem poder de decisão no Sporting a dizer qualquer coisa deste género: “Vamos pôr estas imagens e agora quero ver quem é que tem coragem de dizer que nós não promovemos o fair-play”. O problema é que saiu-nos o tiro pela culatra. Nos blogs, na rua, em todo o lado, estamos a ser gozados. Achincalhados. Digam o que disserem, mas detesto que gozem com o meu Clube. Podem mudar as imagens outra vez por favor?

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