Os mesmos que agora clamam contra a «evidente falta de qualidade» do plantel leonino são aqueles que há poucos meses gritavam contra Fernando Santos por não convocar elementos do Sporting para o Mundial do Catar.
Faz sentido? Claro que não. Mas eles lá vão gritando, agora como antes. O que importa é gritar, a propósito seja lá do quê.
Em tempos tinha feito aqui um balanço das aquisições ou empréstimos do tempo de Frederico Varandas. Venho actualizar essa avaliação, conhecendo agora mais sobre o valor desportivo e financeiro dos mesmos. Na lista mais ou menos cronológica assinalei com (A) aqueles que vieram com Rúben Amorim.
Excelentes:
Matheus Nunes
Pedro Gonçalves (A)
Nuno Santos (A)
Porro (A)
Ugarte (A)
Sarabia (A)
Edwards (A)
Fatawu (A)
Diomande (A)
Boas:
Adán (A)
Feddal (A)
Matheus Reis (A)
Paulinho (A)
Morita (A)
Trincão (A)
Tanlongo (A)
Razoáveis:
Neto
Luiz Phellype
Plata
João Pereira (A)
Antunes (A)
Esgaio (A)
André Paulo (A)
João Virgínia (A)
Tabata (A)
Slimani (A)
St.Juste (A)
Marsà (A)
Arthur Gomes (A)
Diogo Abreu (A)
Gonçalo Esteves (A)
Marco Cruz (A)
Alcantar (A)
Israel (A)
Bellerin (A)
Falhadas:
Doumbia
Vietto
Rosier
Sporar
Borja
Bolasie
Rochinha (A)
Sotiris (A)
Fiascos totais:
Ilori
Camacho
Eduardo
Fernando
Jesé
Vinagre (A)
Obviamente que poderão discordar da classificação dum ou doutro, mas o que me interessa é analisar o conjunto.
Foram 49 jogadores para 5 épocas, uma média pouco superior a 9 jogadores novos por temporada. Note-se que, ao contrário do que acontecia no tempo de Bruno de Carvalho, não existem nas equipas B e sub23 jogadores contratados ou emprestados especificamente para essas equipas sem perspectivas de chegar à equipa principal. Todos estão ali em regime de teste para eventual chegada à equipa A.
Então, desses jogadores, considero nove excelentes contratações, cerca de 20% do total e 16 excelentes/boas, cerca de 30% do total. Todos menos um vieram com Rúben Amorim, a excepção é Matheus Nunes.
Quem são e de onde vieram esses 16?
Portugueses - 5
Espanhóis - 3
Africanos - 3
Argentinos / Uruguaios - 2
Brasileiros - 1
Japoneses - 1
Ingleses - 1
Quantos desses vieram ou andaram na 1.ª Liga Portuguesa ou em Ligas secundárias portuguesas? A grande maioria, 10 em 16.
Alguns repetem que com Varandas, Viana e Amorim o recrutamento é uma vergonha e o "scouting" não existe, no tempo do Bruno é que havia competência e se compravam Slimanis por meia dúzia de euros. Do que me recordo dos cinco anos dele e Inácio/Jorge Jesus, os números são bem diferentes, à volta de 100 jogadores contratados/emprestados para as equipas A e B. Desses, quantos podemos considerar contratações excelentes? Coates, Slimani, Acuña, Bas Dost e Bruno Fernandes. Não recordo mais nenhum. Mathieu tinha problemas físicos recorrentes, como tem St.Juste. Do Brian Ruiz vimos 80 numa época e 8 na época seguinte. Teo Gutiérrez foi passar férias à Colômbia em pleno campeonato. Algum mais de que não me recorde?
Por último, curiosamente ou talvez não, nos fiascos totais encontramos três jogadores que passaram pela formação de Alcochete, forçosamente velhos conhecidos de Varandas e Viana. Não foi preciso scouting nenhum para chegar até eles. Isso não justifica os erros cometidos mas explica alguma coisa. Se calhar, e no que às contratações diz respeito, ser Sportinguista e/ou ter passado por Alcochete não garante coisa nenhuma.
É fundamental planificar desde já a próxima época. Rúben Amorim está a trabalhar nesse sentido, até no plano táctico - como ficou patente no modo como dispôs a equipa num inédito (para ele) 4-4-2 no quarto de hora final do jogo em Paços de Ferreira.
Bom sinal? Seguramente. Para mim, sem sombra de dúvida.
Falta o mais importante: saber quem fica e quem sai do actual plantel. O treinador já exigiu três reforços a Frederico Varandas: um lateral direito (Bellerín não permanecerá em Alvalade), um médio ofensivo e um avançado.
Suprindo assim lacunas óbvias no núcleo de jogadores titulares.
Entre as incógnitas que subsistem, destacam-se as possíveis saídas de Ugarte (cobiçado pelo Liverpool) e Nuno Santos.
Se assim for, o caderno reivindicativo do técnico leonino amplia-se: precisará também de um novo médio defensivo e de um novo ala esquerdo.
Veremos o que acontece. Para já, confirma-se algo já esperado: Rúben está consciente de que houve erros de planificação da época prestes a terminar. Erros de quantidade (o plantel era demasiado curto) e de qualidade (houve posições fundamentais que ficaram desguarnecidas com as saídas de Sarabia, Palhinha, Matheus Nunes e Tabata, além da lesão prolongada de Daniel Bragança).
Sinal positivo, pois. Gosto de ver o copo meio cheio. E é mesmo assim que o encaro.
Gostava muito que Rúben Amorim ficasse no Sporting pelo menos mais uma temporada - e que essa temporada fosse coroada de êxito.
Para tanto, a época tem de começar a ser muito mais bem preparada do que a anterior. Caso contrário o cenário desta que ainda decorre tende a repetir-se.
Recordo que em relação à época anterior perdemos quase de imediato cinco jogadores, todos acima da média: Sarabia, Palhinha, Daniel Bragança, Tabata e Matheus Nunes. Por motivos diferentes, é certo. Mas foi excessivo.
Dos que vieram, só Morita e Diomande (este já em Janeiro) podem ser considerados verdadeiros reforços. St. Juste já vai na quinta lesão e Arthur tem jogado pouco.
Claramente insuficiente. Há que fazer mudanças, quanto mais cedo melhor.
É uma frase atríbuída a Luís Duque, na altura um presidente da SAD diferente do presidente do clube em vez do que acontece actualmente, para dar conta da sua insatisfação perante o que encontrou no plantel, muito devido às mudanças sucessivas de treinador, de entendimento sobre o tipo de jogadores necessário e dos fracassos nos jogos e nas épocas. Um conjunto de entulho que importava despachar, e ir contratar craques ou pseudo-craques fosse onde fosse.
Bom, se fosse eu amanhã na SAD em vez de Hugo Viana a última coisa que diria era isso. Para mim não existe entulho no actual plantel do Sporting como existiu em anos recentes. Todos os jogadores "feitos" tiveram minutos e mostraram as suas capacidades e a sua utilidade. Depois temos um conjunto de jogadores "a fazer-se", de grande potencial mas ainda de inferior desempenho, o futuro dirá da sua evolução.
O que falta no futebol de Sporting e que terá de ser devidamente acautelado na definição do plantel da próxima época é o equilíbrio interno e o peso na balança. Imaginem uma balança com dois pratos, dum lado com os objectivos da época, conquista da Liga, acesso à Champions, conquista das Taças, a força da concorrência, e do outro Rúben Amorim e o seu plantel. Com certeza não será com a equipa B reforçada com Adán, Coates, Neto, Esgaio e Paulinho que teremos a balança nivelada.
Saindo ou não Ugarte, saindo ou não Edwards, saindo ou não um ou outro, é preciso fazer um exercício sério de definição de dois jogadores de valor tanto quanto possível idêntico por posição, com jovens "sombra" para evoluir na retaguarda, e também de definição de um valor mínimo de peso e altura do plantel.
Para este novo Sporting de Amorim, e sem ele voltaríamos para trás vários anos, jogadores do tipo de Diomande, de Essugo, de Tanlongo ou de Chermiti são fundamentais: altos, fortes, massacrantes para os adversários. Poderão dizer que ainda não conseguem ser nada disso, mas a ideia está lá, o físico e a idade também, e os anos de carreira farão o resto de acordo com as capacidades de cada um.
Vamos então imaginar que Ugarte e Edwards sairiam mesmo.
Na baliza, Adán, Israel e Callai garantiriam a época, com uma rotação maior do que a deste ano.
Na defesa, Arthur, St.Juste, Diomande, Neto, Coates, Inácio, Matheus Reis, Nuno Santos também, com Marsà e Muniz na retaguarda. Se calhar St.Juste é melhor ala direito do que defesa central pela direita. Arthur precisa de rotinas na posição.
Na linha média, um 6 tipo Musrati a contratar, um 8 tipo Matheus Nunes a contratar, Tanlongo e Morita, com Essugo e Diogo Abreu na retaguarda.
Nos interiores, um craque como Sarabia a contratar, que garanta golos e assistências, um bulldozer tipo Marega a contratar, Pedro Gonçalves, Fatawu e Tiago Tomás, com Afonso Moreira e Diogo Cabral na retaguarda.
Nos pontas de lança, um 9 tipo Bas Dost a contratar, Paulinho e Chermiti, com Rodrigo Ribeiro na retaguarda.
Fora desta lista ficam Bellerín, Esgaio, Daniel Bragança, Mateus Fernandes, Nazinho, Chico Lamba, Gonçalo Esteves, Jovane, Rochinha, Trincão, Sotiris, Quaresma, Rafael Veiga e Catamo. Jogadores que já alinharam pela A ou andaram perto. Gosto de todos e é mesmo difícil dizer mal de jogadores nados e criados em Alcochete. Mas uns precisam de "estrada", outros passaram ao lado da sorte, alguns falhos de intensidade competitiva, outros sempre a tentar fazer a festa sozinhos. Não vejo em nenhum deles, no momento, para o futuro próximo do Sporting.
Poderão dizer: Amorim gosta duns e não gosta doutros. Mas a verdade é que alguns de quem ele gosta não conseguem desempenho, pelo menos constante, e alguns que conseguem desempenho não se percebe porque não gosta.
Talvez o que esteja a faltar seja alguém ao lado dele mais velho e experiente e que faça de advogado do diabo. Recordo-me de que o adjunto de Paulo Bento foi Carlos Pereira, o pendular defesa-esquerdo da magnífica equipa de Mário Lino que conquistou a dobradinha no ano da revolução de Abril, e não por acaso irmão do mestre Aurélio Pereira.
Mas não é agora que isso vai acontecer.
Outra questão é a equipa B. Se calhar faria sentido acabar pura e simplesmente com a equipa de sub23, criada por uma decisão infeliz do ex-presidente a reboque do seu amigo Proença. O Porto nunca a teve, o V.Guimarães acabou agora com ela.
É também preciso garantir para a B um plantel fixo e um modelo de jogo idêntico à da primeira equipa. Desta forma não seria difícil lutar pela subida à 2.ª Liga em vez de andarmos a lutar pela manutenção na 3.ª.
Eu conheço alguém que também está desiludido. Com os jogadores.
Conheço o Manuel, que ganha o ordenado mínimo e rouba um pouco do seu ordenado miserável para pagar as quotas e a GB mais baratinha, porque o seu único vício é o Sporting e todas as vezes que vai a Alvalade, salvo raras excepções, sai de lá a pensar que esse dinheiro seria mais bem empregue num belo jantar com a família num restaurante baratinho lá do bairro;
A Rita, que veio de Angola para se licenciar e pôde finalmente passar a assistir aos jogos do seu clube do coração. Como estuda com uma bolsa e o dinheiro é pouco, fez-se sócia de uma claque, mas está triste porque é revistada jogo sim, jogo sim, como se fosse um guerrilheiro do MPLA nos anos 1960 e vista como uma perigosa agitadora;
O António, com um bom emprego e sem dificuldades financeiras, que está na bancada A, é sócio desde que se lembra de ser gente e não falha um jogo e que apesar de tudo acha que os bilhetes em geral são demasiado caros para o espectáculo apresentado;
A Margarida, que gosta de ver o Sporting e que conta com a boa vontade e o sportinguismo do avô para comprar os bilhetes para ir espaçadamente a Alvalade, que quer rapidamente ser independente e fazer-se sócia e comprar uma entrada anual, mas que vem de lá sempre cabisbaixa com as paupérrimas exibições a que tem assistido e pensa seriamente se há-de dar esse passo tão ansiado;
O João, empresário e Sportinguista que faz um esforço para manter dois lugares de camarote que vai dividindo com um cliente a cada jogo e que de há tempos a esta parte deixou de ter companhia e ele sabe bem porquê e está ele próprio a pensar desistir de ir ao estádio e de manter os dois lugares, que a pequena empresa está também ela a passar por dificuldades e o entusiasmo com o jogo praticado começa a desvanecer-se;
E provavelmente mais de 95% dos sócios que ainda vão pagando as quotas está desiludido com o desempenho da equipa. E com o desempenho da direcção que tem uma política de preços e de comunicação que está completamente divorciada dos sócios, dos adeptos e dos núcleos, pois o João, que vem de Castelo Branco fazer 500 km e o Francisco que vem de Faro e que faz 600 e a Joana que vem com a Claudia de Braga e faz as mesmas centenas de km que os seus consócios, poderiam ter um incentivo para virem mais vezes, mas como gastam uma fortuna nas deslocações e nas entradas, vão deixar de vir. Dizem eles todos que os bilhetes para os núcleos, deveriam ter em atenção os sportinguistas de mais longe e os custos associados às viagens. E quem não concorda?
Como consequência disto tudo, o estádio vai estando às moscas. Nem com o Porto, num jogo que nos poderia deixar mais confortáveis no ataque ao acesso à liga dos campeões, o estádio encheu.
Alguém um dia, adaptando JF Kennedy, disse que os adeptos deverão perguntar o que deverão fazer pelo Sporting e não o que o Sporting deve fazer por eles e eu não poderia estar mais de acordo.
Mas querem mais exemplos do que os adeptos fazem pelo seu clube do que os que vos dei acima? Desde quem tem uma vida desafogada a quem faz enormes sacrifícios? Multipliquem os Manuéis e as Joanas por milhares.
E depois, depois temos as prima-donas, que são pagos a peso de ouro, que não jogam um carapau, que pouco fazem pelo seu clube e que não entusiasmam os adeptos, que estão desiludidos connosco, dizem, assim a modos que a meterem o carro à frente dos bois. Pergunta de "caracacá": O que têm feito eles este ano pelo nosso clube?
Pepe no FCP-Brugge (0-4): «noite de desastre» no Dragão, segundo O Jogo
Há 15 dias, precisamente, perguntei aqui aos leitores - em jeito de óbvia provocação - que jogadores do FC Porto gostariam de ter no Sporting.
Eis algumas respostas recolhidas, que agora recordo sem comentários adicionais:
«Todos.»
«Diogo Costa, Pepê, Otávio e Evanilson.»
«Toni Martínez no lugar do Paulinho.»
«São tantos que se tornaria exaustivo referir todos. Nesse sentido, vou referir aqueles que acho que entrariam no onze titular, ou seja, Diogo Costa, Pepe, Zaidu, Uribe, Otávio e Edmilson ou Tony Martínez.»
«Qualquer ponta-de-lança deles tinha lugar no Sporting.»
«Otávio para o lugar do Matheus Nunes, Evanilson para o lugar do Paulinho.»
«Diogo Costa, um excelente guarda-redes. Uribe para o nosso carenciado meio-campo. Toni Martínez para o ataque.»
«O Pepê é mesmo um belo jogador, o melhor do Porto. Para ser titular no SCP, só mesmo ele e o Uribe.»
«Diogo Costa, Uribe e Evanilson. (...) Creio que estes jogadores supriam lacunas no nosso plantel actual!»
«Se fizermos o exercício ao contrário, Porro, Matheus Reis e Pedro Gonçalves são os únicos que entram de caras no 11 do FCP.»
«Nenhum Sr. Pedro Correia, nenhum Sr. grande mestre do blog. Ai de quem se atreva a responder com nomes a esta inocente pergunta. Leva logo um correctivo que é para aprender. É claro que nenhum dos jogadores do Porto pode ser superior aos do nosso grande Sporting ou teria a mais mínima possibilidade de entrar no nosso melhor onze. Aquele frangueiro do Costa, aquele molinho do Uribe, aquele brinca na areia do Otávio ou aquele cabeça de pepino do Martinez que mete um golo cada vez que entra. Nunca na vida. O facto de eles nos terem enfiado 3 batatas é só porque nós deixámos. Foi para dar um pouco de animação ao campeonato. Assim, com o Sporting a 8 pontos da liderança a partir desta noite, os outros distraem-se e há grandes probabilidades de ganharmos o campeonato. Principalmente se contratarmos mais um extremo ao Estoril.»
Enfim, limito-me a questionar os mesmos se duas semanas depois - e após o FCP ter sido humilhado pelo Brugge no Dragão, sofrendo goleada 0-4 - continuam a pensar tão bem do plantel portista e tão mal do plantel leonino.
Já comecei este post há tanto tempo que algumas frases já foram por mim utilizadas no blogue entretanto, mas repito-as aqui em benefício da ideia que vou tentar expressar:
Parece que ainda foi ontem que Rúben Amorim chegou ao Sporting, numa aposta de altíssimo risco do presidente Frederico Varandas, com direito a uma manifestação à porta do estádio a "saudar" a sua vinda e com um dos ambientes mais crispados de que me lembro nas bancadas de Alvalade.
E no entanto entrámos já na 4.ª época de Rúben Amorim como treinador do nosso clube, depois dum errático Silas e dum menosprezado Keizer, a segunda após ter sido campeão nacional, coisa de que nem Bölöni, nem Inácio, nem Malcolm Allison, nem Fernando Mendes, nem Mário Lino se puderam orgulhar. O Sporting realmente tem sido um clube marcado pela ingratidão e demonstrado uma enorme dificuldade de conviver com o próprio sucesso.
Com um título de campeão nacional, duas taças da Liga, uma Supertaça e uma passagem aos oitavos de final da Champions, e mesmo no contexto duma competição interna viciada pelo poder mafioso do norte, Rúben Amorim já ganhou mais do que qualquer outro treinador desde que comecei a frequentar as bancadas de Alvalade, e só mesmo algum ignorante ou ressabiado poderá dizer que ele não reúne condições para ganhar bastante mais.
E ganhou com um modelo de jogo assente no 3-4-3 que implantou desde o dia que chegou e do qual não abdica, e um plantel assente em princípios bem definidos, como sejam a liderança de balneário, o compromisso e a atitude em campo e fora dele, a força da juventude, a ligação à formação, mas ganhou também na potenciação da qualidade individual e colectiva dos jogadores.
A época não começou da melhor forma. As lesões em elementos chave sucederam-se, são já duas derrotas e um empate em cinco jogos na Liga, o melhor médio - Matheus Nunes - saiu entretanto por uma oferta irrecusável dum clube inglês, o mercado fechou sem reforços dignos desse nome, e vamos entrar na Champions num grupo muito equilibrado e que nos pode pôr facilmente fora das competições europeias na segunda metade da época.
Tempo para fazer uma análise sucinta do nosso plantel, sempre tentando ir de encontro às ideias de Rúben Amorim e nunca tentando encontrar aquilo que ele não pretende. Porque antes de comentar o plantel teria de comentar o treinador e talvez sugerir um Jorge Jesus qualquer para pôr a equipa a jogar o triplo, pelo menos quando o vento não sopra mais forte e a chuva não resolve cair.
Então é assim:
Sempre ouvi dizer que a receita para um bom plantel é assegurar dois jogadores de valor idêntico por posição, complementando depois com "jokers" (jogadores que podem ser tremendamente importantes em momentos específicos) e estagiários. Dificilmente algum jogador será totalista durante a temporada, as lesões e os castigos irão forçosamente aparecer, as baixas de rendimento também, então importa que quem entre consiga igualar ou suplantar quem sai, mesmo no próprio jogo essa questão se coloca.
Por outro lado importa que o plantel esteja bem distribuido do ponto de vista físico, com o peso e a altura a serem determinantes em certas posições, de forma a poder dispor duma forte presença física nas duas áreas de rigor.
Vou então analisar o plantel desse ponto de vista:
Guarda-Redes - Antonio Adán (35, 1,90m, 2,5M€) / Franco Israel (22, 1,90m, 1M€) e... André Paulo (25, 1,88m, 0,1M€), Diego Callai (18, 1,90m, -M€)
Se é senso comum que um guarda-redes está lá é para defender, no modelo de Amorim tem de fazer algo mais, desde logo coordenar o processo de sair a jogar, sabendo onde e quando colocar a bola perto ou longe. Nem todos conseguem.
Se primeiro pensava que enquanto existisse Adán estávamos bem, depois lesionou-se e surgiu um Israel a dar óptimas indicações, depois ele regressou... muito mal, e agora já nem dá para perceber se o problema é o Adán como titular ou o Israel como suplente.
André Paulo completa o trio base e assegura que Callai tem tempo para crescer e amadurecer jogando pela equipa B.
No modelo de Amorim, existe uma "troika" de defesas em linha que além das tarefas óbvias tem como linhas de orientação o controlo da profundidade a defender provocando o fora de jogo contrário e a atracção dos avançados contrários à pressão na construção libertando espaço livre no meio-campo contrário onde o processo ofensivo se pode iniciar.
Se é verdade que quaisquer 3 destes 5 jogadores nucleares podem constituir a tal "troika" , também o é que o lugar de comando está no meio, e esse é o lugar de Coates. Já por lá passaram outros, como Gonçalo Inácio e até Marsà, mas não é a mesma coisa, talvez fizesse sentido contratar mais um central com essas características e que pudesse actuar também como trinco.
Pelo menos era isso que pensava até ver na B um Marsà muito mais assertivo relativamente ao que era na época passada e um Alcantar com uns pezinhos de encantar. Sendo assim, parece-me que não será por aqui que teremos problemas, desde que os mais velhos, Coates e Neto, estejam ao melhor nível.
St. Juste já se percebeu que se encaixa como uma luva na ideia de jogo de Amorim, precisará apenas de confiança a nível físico depois de muito tempo para estar no seu melhor.
Alas Direitos - Pedro Porro (22, 1,76m, 25M€) / Ricardo Esgaio (29, 1,73m, 5M€)
Os alas são os corredores de fundo do modelo Amorim, descendo para cobrir o flanco, posicionando-se bem colados à linha para terem espaço e tempo para embalar e tabelar e cruzar. Por isso mesmo raramente o Sporting começa e acaba o jogo com os alas com que começou.
Aqui diria que poderíamos ter uma ala direita de luxo se não fosse a apetência de Porro pelas lesões e a dificuldade que Esgaio demonstra, talvez por não ter a continuidade de utilização necessária, de voltar ao nível que atingiu no Braga. Porro em forma é uma coisa, trata-se dum potencial titular da selecção espanhola, o resto é o resto.
Alas Esquerdos - Matheus Reis (26, 1,83m, 4M€) / Nuno Santos (26, 1,76m, 7M€) e... Nazinho (18, 1,80m, 0,5M€)
Depois do sucesso de Nuno Mendes e do fracasso de Rúben Vinagre, quer Matheus Reis quer Nuno Santos podem assegurar o lugar, com um a defender melhor e o outro a atacar melhor, dependerá do adversário jogar um ou outro. Mas curiosamente os dois combinam muito bem, e com Matheus Reis na defesa e Nuno Santos na ala existem movimentos e trocas de posição interessantes que desequilibram os adversários.
Quanto aos "estagiários", Fatawu parece não ser aposta de Amorim para o lugar e percebe-se porquê: ele quer mesmo é entrar e partir aquilo tudo Resta Nazinho, que também vi pela B muito concentrado na posição, no fundo bastante mais jogador do que era na época passada.
No modelo de Amorim os dois médios centros têm uma tarefa deveras exigente, estando quase sempre em desvantagem numérica na zona de terreno onde actuam. Têm como grandes preocupações desarmar sem falta o mais à frente possível, a progressão pelo centro com a bola dominada e a variação oportuna de flanco, solicitando o ala respectivo. Normalmente um deles é mais posicional, sendo o tal "6", outro mais projectado no terreno, o tal "8", mas podendo trocar de papéis durante o jogo caso as características de cada um o permitam.
Daniel Bragança, com toda a pena da nação Sportinguista, deve ter perdido a época, poderá até jogar aqui e ali, mas tem é de recuperar fisica e psicologicamente para a próxima.
Sotiris parece ser mais um projecto de jogador que um jogador feito como era Matheus Nunes. Pedro Gonçalves a médio é um desperdício. Os dois miúdos estão por demais "verdes", ficam Ugarte e Morita a aguentar o sector para toda uma época. Com isso, e com Ugarte a ver um amarelo por jogo, os problemas estão garantidos.
O plano básico de ataque de Amorim lembra o andebol. Dois alas projectados (pontas), dois interiores (laterais) e um ponta de lança (pivot), em que o ponta de lança arrasta os defesas e cria condições para os interiores rematarem ao golo. Assim, os interiores são avançados a jogar de pé contrário ocupando posições interiores para ter facilidade de inflectir para o centro e rematar. E são eles que mais golos marcam, qualquer que seja o ponta de lança de serviço. Na primeira época foi Pedro Gonçalves, na segunda Sarabia, nesta já estão o mesmo Pedro Gonçalves e Edwards à frente da lista dos melhores marcadores do Sporting. E agora, na lesão de Paulinho, Amorim colocou em prática o plano B, sem pivot, com um tridente ofensivo de interiores em permanente troca de posições.
Então estamos a falar basicamente de sete jogadores para duas ou três posições, já sem falar em Nuno Santos. Poderá parecer um exagero, mas é preciso recordar que em cada jogo cinco ou seis destes entram em campo, é talvez a posição mais desgastante, pelo que o número não se pode considerar exagerado, especialmente quando são jogadores de características bem diferentes uns dos outros, como é o caso.
No modelo de Amorim o ponta de lança tem de ser o tal "canivete suíço". Além de ter movimentos de ataque à bola de ponta de lança e do servço de arrasto para os interiores, tem de ser o primeiro defensor, recuando no terreno e impedindo a circulação da bola pelo trinco contrário. E ainda servir de referência no possível passe longo vindo do guarda-redes. Enfim, será tudo menos um Jardel.
Muitos jogadores Amorim já testou na posição sem sucesso, como Sporar, Jovane e Tiago Tomás. Por isso o veio Paulinho e o melhor futebol do Sporting na época passada foi com ele a fazer bem a função. Rodrigo Ribeiro está a aprender a função, mas... tem 17 anos.
Mas há jogos e momentos em que esta ideia de ponta de lança não é a mais adequada. É preciso alguém mais massacrante para os defesas e mortífero frente à baliza, forte no jogo aéreo para ser uma referência fácil para os centros dos alas e Paulinho decididamente não tem essas características, como tinha Slimani, por exemplo, ou como poderá vir a ter Chermiti. Quanto a Rodrigo, ainda não tenho ideia definida sobre o rapaz, talvez nem ele próprio saiba ainda onde poderá render mais de acordo com as suas características. Mas ponta de lança clássico não me parece.
Concluindo:
Na época passada, por esta altura, tínhamos perdido um titular importante, João Mário, ninguém sabia quem era Sarabia, Nuno Mendes já tinha ido também, Matheus Nunes pouco tinha jogado na época anterior, Bragança vinha duma exibição péssima na Luz, Ugarte era uma incógnita, Matheus Reis parecia uma barata tonta, Jovane e Tiago Tomás entraram muito mal na temporada. Depois foi o que se viu, o bom e o mau.
E agora?
Sem Palhinha e Slimani, começa por ser um plantel com deficit acentuado de peso e altura no eixo central, pelo menos no que aos titulares diz respeito. Porque quando olhamos aos mais novos, Marsà, Alcantar, Sotiris, Essugo, Chermiti, Rodrigo Ribeiro, pelo menos essa altura está assegurada.
Depois porque depende muitissimo de alguns jogadores muito experientes que obrigatoriamente acusam o peso dos anos, como Adán e Coates, mesmo Neto e Esgaio noutro patamar, não estão a ser o que já foram.
Além disso parece existir muita qualidade mas falta a tal qualidade-extra do meio campo para a frente, um ponta de lança que só por si resolva jogos, um comandante no meio-campo. Aquilo que transforma uma boa equipa numa grande equipa, aquilo que faz a diferença.
Podia a equipa ter-se reforçado com esse tipo de jogadores no mercado que agora findou? Podia.
E porque não fez isso?
Vendo de longe, e aguardando o momento de saber mais, não foi de todo pela vontade de Rúben Amorim, valores mais altos se levantaram e que como sócios temos de respeitar porque ter ao mesmo tempo sol na eira e chuva no nabal é coisa que apenas existe na mente dalguns pobres de espírito.
Nada menos de 34 jogadores saíram da folha de pagamentos do clube, apenas 7 reforços externos para a equipa A.
(Parágrafo corrigido de acordo com a fonte) Segundo A Bola de hoje, o Sporting registou em vendas 80M€, em compras 42M€. Mas 18,5€ são valores resultantes de alugueres com opção de compra de anos anteriores. Por isso, e no que neste mercado diz respeito, foram vendas 83,5 M€ e compras 23,5M€. O FCPorto registou em vendas 83,5M€ e compras 49,25M€, dos quais 13,5M€ referentes a alugueres anteriores. O Benfica vendas 128,3M€ e compras 63,3M€, tudo jogadores entrados agora.
Trata-se mesmo de um grande apertar do cinto no Sporting, seguramente com reflexo directo nas contas da SAD, que iremos conhecer a seu tempo.
Entradas para o plantel A:
1. Hidemasa Morita (27) - Sta Clara
2. Rochinha (27) - V.Guimarães
3. Eduardo Henrique (26) - Regressado de empréstimo
4. Jeremiah St Juste (25) - Mainz
5. Arthur Gomes (24) - Estoril
6. Jovane Cabral (23) - Regressado de emprestimo ao Lazio
7. Francisco Trincão (22) - Barcelona
8. Sotiris Alexandropoulos (20) - Panathinaikos
9. Fatawu Issahaku (18) - Gana
Entradas para os outros planteis:
1. Carlos Jatobá (26)
2. Marco Túlio (23)
3. Diogo Abreu (19) - Porto
4. Tiago Parente (19) - Estoril
5. Diogo Nascimento (18) - Alverca
6. Fatawu Issahaku (18) - Gana
7. Jesús Alcántar (18) - México
8. Francisco Canário (18) - V.Guimarães
9. Papuna Beruashvili (18) - Georgia
10. Joelson Fernandes (18) - Regressado do Basileia
11. Gabriel Tavares (17) - Estoril
12. Adam Arvelo (17) - Real Madrid
13. Lucas Taibo (16) - Desp. Corunha
14. Diogo Martins (15) - Benfica
Empréstimos sem opção de compra:
1. Tiago Ilori (28) - Paços de Ferreira
2. Idrissa Doumbia (23) - Analyasport
3. Geny Catamo (21) - V.Guimarães
4. Gonçalo Esteves (18) - Estoril
5. Alex Mendes (19) - Almeria
Empréstimos com opção de compra que podem conduzir a saídas definitivas:
No papel, as alterações introduzidas no plantel do Sporting foram previstas a tempo e horas.
Palhinha queria sair para o futebol inglês, onde já está a fazer boa carreira, com Marco Silva no Fulham. Teve oportunidade de passar o testemunho a Ugarte, novo titular da posição 6. Aliás alternaram ambos nesse lugar durante a época passada. Com elogios generalizados dos adeptos.
Até se escreveu aqui uma vez e outra, com evidente exagero, que o uruguaio era superior ao português.
Feddal saiu, mas chegou St. Juste. A tempo de ganhar rotinas para a nova época, o que só não aconteceu por súbita lesão.
Sarabia, que esteve por empréstimo, regressou ao Paris Saint-Germain. Ausência muito difícil de colmatar. Veio Trincão, o sucessor possível.
Paulinho viu chegar um concorrente directo, no início de Fevereiro. Era Slimani.
Sinal evidente de que a "estrutura" havia diagnosticado ali um problema.
Que Ugarte esteja agora sem substituto, que Morita ainda não pareça rotinado numa posição que o próprio Matheus só um ano depois de chegar ao Sporting assumiu como titular e que Slimani tenha entrado em ruptura com o treinador são questões relevantes, uma das quais imprevista, mas não retiram acerto ao planeamento leonino.
Algumas serão resolvidas com o tempo (Morita, creio, é mesmo reforço).
Outras exigem ida ao mercado. Foi o que justificou a vinda do jovem grego Sotiris Alexandropoulos, agora contratado, que preenche a ausência de Daniel Bragança, infeliz lesionado de longa duração. Pouco antes chegara Rochinha, capitão do V. Guimarães, para compensar a saída de Tabata, que rumou ao Palmeiras, onde tem um salário três vezes superior ao que recebia no Sporting.
Entretanto, há um dado factual que convém reter: todas as contratações continuam a ser indicadas ou avalizadas pelo treinador. Que também exerce um veto informal a possíveis jogadores sinalizados pela estrutura directiva que não sejam do seu agrado. Terá acontecido com André Almeida, que acaba de trocar o V. Guimarães pelo Valência, rendendo 7,5 milhões de euros ao clube minhoto.
Bom jogador? Sem dúvida.
Valeria a pena insistir nele sem o aval do técnico? Não.
Se Amorim não gosta deste ou daquele, ninguém deverá contrariá-lo. É algo que não faria sentido. Até porque terá recebido carta branca para escolher jogadores, dentro do tecto orçamental definido pelo administrador financeiro.
A excepção foi Slimani, precisamente. E correu mal.
Se o treinador prefere ter Paulinho como opção A e Coates como opção B, na posição de ponta-de-lança, aí talvez o cenário se complique. Porque esse é precisamente o lugar que mais temos urgência em preencher. Sem matador não há golos, sem golos não há vitórias, sem vitórias não há pontos, sem pontos não há títulos. E sem títulos quedamo-nos à porta da glória, impedidos de entrar.
Desde ontem faltam-nos dois reforços no meio-campo.
No fundo, Morita veio substituir Daniel Bragança, que só regressa à competição em 2023.
Trincão de algum modo substitui Sarabia.
Rochinha é uma alternativa a Tabata, também já fora de Alvalade.
Falta, portanto, ainda um sucessor para Palhinha como médio defensivo e agora outro para Matheus Nunes como médio de construção e desequilibrador nato numa zona crucial do terreno.
Estas duas vagas terão de ser colmatadas até ao fim do mês.
ADENDA: Um comentador muito próximo da SAD leonina, num canal de televisão, dava ontem à noite quase como certa a vinda de Musrati, adiantando que também Ricardo Horta pode chegar caso aborte a actual negociação entre o Braga e o Benfica.
Dizia eu no último post que "De facto não me recordo duma limpeza assim em Alvalade. Até ao final deste mercado mais de 30 jogadores sairão, sem falar em Matheus Nunes."
Bom, e aquilo que sempre pensei que podia acontecer aconteceu mesmo e no pior momento possível, saiu o Matheus Nunes. O problema é que quase sempre é o comprador que determina o momento da venda, não é o vendedor.
E o número de saídas passou a barreira dos 30.
Quanto às entradas, foram apenas 6 as de jogadores com entrada directa na equipa A.
Vem aí o fecho do mercado, aguardemos pacientemente, mas não me parece que esta situação seja sustentável.
Entretanto a equipa sub23 orientada por João Pereira segue com 2 empates e 1 derrota, perdendo a qualificação para o apuramento de campeão duma taça da categoria. A equipa B inicia este fim de semana a competição... Não há milagres.
E o Jatobá ? Ninguém quer o Jatobá ?
Entradas :
1. Hidemasa Morita (27) - Sta Clara
2. Rochinha (27) - V.Guimarães
3. Jeremiah St Juste (25) - Mainz
4. Francisco Trincão (22) - Barcelona
5. Franco Israel (22) - Juventus
6. Diogo Abreu (19) - Porto
7. Tiago Parente (19) - Estoril
8. Diogo Nascimento (18) - Alverca
9. Fatawu Issahaku (18) - Gana
10. Jesús Alcántar (18) - México
11. Francisco Canário (18) - V.Guimarães
12. Papuna Beruashvili (18) - Georgia
13. Gabriel Tavares (17) - Estoril
14. Lucas Taibo (16) - Desp. Corunha
15. Diogo Martins (15) - Benfica
Empréstimos sem opção de compra:
1. Tiago Ilori (28) - Paços de Ferreira
2. Idrissa Doumbia (23) - Analyasport
3. Geny Catamo (21) - V.Guimarães
4. Gonçalo Esteves (18) - Estoril
5. Alex Mendes (19) - Almeria
Empréstimos com opção de compra que podem conduzir a saídas definitivas :
Este post vem na sequência daquele que publiquei no dia do jogo dos "5 violinos", quando muitos andavam a sonhar com o Cristiano Ronaldo, e que motivou o nosso comentador e amigo David Rodrigues, um Sportinguista de grande fé, a notar a minha "angústia", que dalguma forma achou deslocada face ao momento.
Duas semanas depois, sem Cristiano e após o inglório empate em Braga (inglório porque quase, quase, íamos saindo de lá com os 3 pontos, merecidos ou não, e tudo seria diferente), fui reler o que escrevi, e se pequei por alguma coisa foi por defeito. Duas semanas depois, o Tabata e o Hevertton já cá não moram.
Nesse dia dos "5 violinos", o Sporting apresentou um plantel de 29 jogadores: 4 guarda-redes e 25 jogadores de campo, na prática reduzidos a 23 pela lesão de Bragança e pela saída de Tabata.
Pois em Braga o Sporting recorreu a 15 jogadores de campo desses 23. Ficaram sem minutos Neto, Essugo, Nazinho, Marsà, Chermiti, Rodrigo Ribeiro, Mateus Fernandes e Fatawu, dos quais apenas um "adulto". Os outros são, por enquanto, jovens promessas.
Ora, independentemente do desempenho desses 15 mais o guarda-redes, por muito engenho e arte que tenha (e tem) Rúben Amorim, esta é uma situação deveras invulgar para um clube com as responsabilidades do Sporting e que terá de ser encarada de frente nesta janela de mercado até na protecção do treinador. Se calhar em Inglaterra há exemplos assim, mas em Portugal e no Sporting francamente não me recordo.
Não interessa agora falar das qualidades dos jogadores que ficaram, daqueles que tiveram oportunidades e falharam, dos outros que estavam num bom momento e desatinaram, dos que até poderiam lá chegar mas resolveram sair. Importa é reflectir sobre os pontos fracos do plantel existente e o tipo de jogadores que poderiam acrescentar valor de acordo com os objectivos da época, aumentar a concorrência interna e prevenir eventuais lesões e castigos.
No meu entender, e analisando os guarda-redes, defesas, alas, médios, interiores e pontas de lança utilizados por Amorim de acordo com o seu modelo de jogo, estamos bem servidos de interiores (Sarabia foi muito bem substituído), bem servidos de guarda-redes e alas (e está aí o Fatawu pronto a explodir), com desequilíbrios evidentes nos defesas e médios, e carenciados mesmo em termos de pontas de lança.
Depois vem a questão física, muito em particular as estaturas, e também aí penso que estamos carenciados, com muito poucos jogadores de campo com mais de 1,85m. São eles Coates, St. Juste, Inácio, Neto, Paulinho nos adultos, Marsà, Essugo, Chermiti e Rodrigo Ribeiro nos jovens.
Sendo assim, e recordando que saíram Sarabia, Feddal, Palhinha e Slimani, sem qualquer menosprezo para quem lá está e muito menos para os jovens, é uma evidência que precisamos de reforços, mas não de quaisquer reforços. O tempo dos autocarros anuais de reforços, metade a ficar como entulho na época seguinte, acabou.
O Sporting precisa de alguns/poucos jogadores altos e possantes no eixo central, talvez um em cada sector carenciado. Um defesa central / trinco para poder jogar à frente dele na protecção à defesa ou substitui-lo se for caso disso, um médio centro "abafador" e com grande capacidade de comando e um ponta de lança goleador e massacrante para as defesas contrárias.
Porque tudo o resto até temos e de muito boa qualidade.
E temos um grande enorme treinador. Que tem toda a razão quando diz que primeiro é preciso segurar quem está.
Pode ser que Marsà, Essugo e Chermiti, principalmente estes, me demonstrem que não tenho razão, que estão prontos para a guerra e que são eles a solução. Eu calo-me no minuto seguinte.
PS1: Antes o Paulinho, agora o Esgaio. Basta. Eu digo NÃO ao bullying exercido sobre os jogadores do Sporting através das redes sociais, muitos oriudos de cobardes anónimos, e darei para isso o meu contributo. Qualquer comentário vexatório (o que nada tem a ver com a opinião e a crítica sobre o desempenho) sobre seja quem for que defenda as nossas cores em campo segue directamente para o lixo. Vão gozar com o Taremi!
PS2: Deixo aqui o testemunho de Leão do Núcleo da Nazaré, grande abraço para todos vocês:
«Estamos Contigo! Nos Momentos Bons e nos menos bons, sabemos que ninguém mais do que TU quer que tudo corra bem!
Tal como o mister Amorim, acreditamos em ti!
Apoiamos todos os Nossos Atletas! Em todos os momentos! Nas vitórias, nas derrotas e nos empates.
Força,Ricardo Esgaio, continua a trabalhar e a acreditar! OsSportinguistas da Nazarée oNúcleo Sporting Clube de Portugal da Nazaréestão contigo...»
(Qualquer dia ainda o vemos entrar num anúncio duma cadeia de "fitness")
Todos sabemos que Rúben Amorim se dá mal com egos e birras, prefere trabalhar com plantéis curtos, com líderes de balneário bem marcados e grande peso da formação, de modo a ter toda a gente satisfeita e motivada.
Sabemos também que o Sporting está a fazer um grande esforço de redução da folha salarial, mais de 20 jogadores seniores já saíram, como aqui dei nota, e como isso é importante para o necessário equilíbrio financeiro da SAD.
No entanto, todo este emagrecimento começa a parecer como o daquelas pessoas que se metem em dietas radicais. Quanto mais peso perdem mais se acham gordas ao espelho, perdem a noção de onde parar, e sujeitam-se ao que não querem. Não digo que seja o caso de Amorim, está muito bem assim.
Sempre ouvi dizer que um plantel equilibrado deveria ter dois jogadores por posição de valor tanto quanto possível idêntico, mais um terceiro guarda-redes, e dois ou três jogadores polivalentes tipo Tabata, "jokers" tipo Jovane ou "estagiários" tipo Essugo.
Então podemos fazer o exercício seguinte: compor três equipas com os jogadores que têm treinado com Amorim, incluindo o infeliz Bragança a quem volto a desejar a melhor recuperação:
A - Adán; St.Juste, Coates e Inácio; Porro, Ugarte, M.Nunes e M.Reis; Trincão, Paulinho e Pedro Gonçalves.
B - Israel; Neto, Marsà e Nazinho; Esgaio, Morita, Daniel Bragança e Nuno Santos; Edwards, Tabata e Rochinha.
C - André Paulo; Hevertton, Essugo, Chico Lamba; Travassos, Renato Veiga, Mateus Fernandes e Fatawu; Chermiti, Rodrigo Ribeiro e Luís Gomes
A equipa A vale 195M€ no TM, e podemos considerar que está ao nível das dos rivais.
A equipa B vale 48,5M€ no TM, quatro vezes menos do que a anterior, se calhar teria muitas dificuldades em competir com as melhores equipas dos dois ou três clubes candidatos à Liga Europa.
A equipa C vale quase nada no TM e é basicamente a que vai alinhar na 3.ª Liga contra adversários como Belenenses, V. Setúbal e Académica, e poucas hipóteses tem de ficar nos lugares cimeiros.
Então salta à vista de todos que faltam aqui dois ou três jogadores de qualidade para equilibrar os plantéis, desde logo na coluna vertebral da equipa, por exemplo um defesa central (um novo Coates), um médio-centro mais defensivo (um novo Palhinha) e um avançado centro/ponta de lança mais goleador (um novo Slimani/Bas Dost).
Se alguém sair até ao fecho do mercado, pior um pouco...
Bom, de qualquer forma as gameboxes já chegaram. Logo à noite, com um destes onzes ou com outro qualquer, lá estarei para desfrutar em Alvalade de mais uma grande noite de futebol e aproveitar para rever Acuña e Gudelj.
A pré-época já começou e o plantel alargado (A/B/emprestados) começa a ficar mais definido.
Facilmente se percebe por esta lista que o Sporting está a tentar manter o músculo cortando a direito na gordura e no desperdício e construir um plantel equilibrado em termos de idade e origem de formação.
Longe vão os tempos do autocarro de reforços, agora as entradas são de elementos comprovadamente de qualidade para determinados lugares ou jovens para apostar a médio prazo. Existe um vasto número de saídas definitivas que muito vai aliviar a folha de pagamentos.
Em cima da mesa está a manutenção de Matheus Nunes por mais um ano antes de rumar a um grande inglês e parece assegurada a vinda de Francisco Trincão do Barcelona. Sobre o primeiro não digo mais nada, pois já disse muito e sempre bem. Sobre o segundo acho que tem tudo para ser um novo Pedro Gonçalves, o jogador sensação do campeonato.
Confundir o Sporting com um entreposto de jogadores e fazer contas sobre o retorno económico deste e daquele, protestar contra o "futebol moderno" e o poder de Jorge Mendes, (que pelos vistos não chegou para evitar a lesão grave dum dos raros agenciados pela Gestifute do plantel), ficar indignado por não contratarmos jogadores com 100% do passe, nada disso para mim faz muito sentido num clube que luta por vitórias e títulos. Passes a 100% temos de alguns que deveríamos ter adquirido a 1%.
Interessante é também falar sobre uma questão que muita gente não percebe ou faz por não perceber que é o treino dos jogadores com contrato. Existe um plantel comprometido com o clube e com o qual Amorim conta para a temporada, e esses seguem com ele um plano de preparação bem intenso. Existem os outros, no último ano de contrato e sem pretender renovar e/ou com quem Amorim não conta para esta época, que chegam mais tarde e treinam num grupo separado. Isso não corresponde a nenhuma falta de respeito pelos profissionais nem a nenhuma quebra de direitos dos mesmos por parte do clube, trata-se apenas de adequar o treino à situação profissional de cada um, assegurando a focalização do grupo de elite nos objectivos que tem para cumprir.
Se Palhinha se treinou em instalações do Sacavenense com o seu PT, ou se um ou outro corre na Aroeira ou noutro sítio qualquer para manter a forma enquanto aguardam a apresentação ao Sporting ou ao clube de destino, fazem muito bem.
Posto isto, temos então a seguinte situação:
Entradas :
1. Hidemasa Morita (27)
2. Rochinha (27)
3. Jeremiah St Juste (25)
4. Francisco Trincão (22) (A confirmar)
5. Franco Israel (22)
6. Geny Catamo (21) (Regressado de empréstimo)
7. Diogo Abreu (19)
8. Fatawu Issahaku (18)
9. Jesús Alcántar (18)
10. Francisco Canário (18)
11. Papuna Beruashvili (18)
Empréstimos para rodar e regressar (A reserva estratégica):
1. Rúben Vinagre (23) (?)
2. Eduardo Quaresma (20) (?)
3. Gonçalo Esteves (18) (Estoril)
Saídas confirmadas :
1. Zouhair Feddal (32)
2. Pablo Sarabia (30)
3. João Palhinha (26)
4. Bruno Paz (24)
5. Eduardo Pinheiro (24)
6. Pedro Marques (24)
7. João Virgínia (22)
8. João Goulart (22)
9. Diogo Brás (22)
10. Bernardo Sousa (22)
11. Gonçalo Costa (22)
12. Pedro Mendes (22) (Rio Ave ?)
13. Anthony Walker (21)
14. Gonzalo Plata (20) (Valladolid)
15. Edson Silva (20)
16. Rodrigo Rêgo (20)
17. Rafael Fernandes (19)
18. Adriano Almeida (19)
19. Bruno Tavares (19)
20. Saná Fernandes (16)
Empréstimos com opções de compra que podem conduzir a saídas definitivas :
1. Tiago Tomás (22)
2. Rafael Camacho (22)
3. Joelson Fernandes (18)
Casos ainda pendentes de decisão cujas saidas podem representar alguns milhões de Euros:
1. Islam Slimani (33)
2. Renan Ribeiro (32)
3. Rodrigo Battaglia (30)
4. Tiago Ilori (28)
5. Filipe Chaby (27)
6. Andraž Šporar (27) (Est. Vermelha ?)
7. Luiz Phellyppe (27) (Inter Porto Alegre ?)
8. Eduardo Henrique (26)
9. Carlos Jatobá (26)
10. Idrissa Doumbia (23)
11. Marco Túlio (23)
12. Jovane Cabral (23) (Besiktas ?)
Até ao fecho do mercado ainda muito vai acontecer. Parece realmente que mais uma vez falta qualidade ao plantel para os objectivos da época e que mais um ou outro candidatos a titular poderão vir, e Matheus Nunes poderá de facto sair. Noutro post, e depois de ver os primeiros jogos de preparação, direi de minha justiça sobre isso mesmo.
PS: Muita coisa para discutir e reflectir sobre estes 12... Alguns só o presidente da altura pode dizer sobre a contratação, uma coisa é chegar, jogar e falhar, outra coisa é estar a jogar e acontecer uma lesão grave e nunca mais ser o mesmo, outra ainda é estar a jogar até bem e acontecer alguma coisa que ninguem conseguiu explicar cabalmente, outra ainda ninguém mesmo o conhecer no campo, só de nome... Se calhar vinha regar as plantas à marquise do presidente.
Carregadores de piano: os produtores culturais como protagonistas dos espectáculos
A lista de entradas & saídas continua a crescer, agora mais lentamente, muito mais pelas saídas do que pelas entradas. Algumas situações estarão a aguardar o fecho do ano fiscal para serem concretizadas.
As equipas A e B do Sporting começaram já na segunda-feira os trabalhos, duma forma um pouco estranha. Rúben Amorim arrancou com um misto de A´s e B´s enquanto aguarda pelas contratações e pelos internacionais, Filipe ficou com o resto. Nem faço ideia que equipa B vamos ter este ano com tanta limpeza feita no escalão etário 20-22.
Obviamente falta ainda muito para termos o plantel da equipa A completo e de acordo com os objectivos da época, mas nota-se uma estratégia de arrumar a casa do ponto de vista financeiro e de ter uma base bem assente, a partir do núcleo duro da época passada, antes de partir para as contratações de craques para as duas ou três posições mais carenciadas, que para mim, até pelas saídas de Matheus Nunes (provável), Sarabia e Slimani, são a "8" (box-to-box), "7" (interior) e "9" (goleador).
Ou seja, carregadores de piano já temos, venham agora os pianistas.
Entradas :
1. Hidemasa Morita (27) (A confirmar)
2. Jeremiah St Juste (25)
3. Franco Israel (22) (A confirmar)
4. Geny Catamo (21) (Regressado de empréstimo)
5. Eduardo Quaresma (20) (Regressado de empréstimo)
6. Diogo Abreu (19)
7. Fatawu Issahaku (18)
8. Jesús Alcántar (18)
9. Francisco Canário (18)
Saídas definitivas :
1. Islam Slimani (33) (A confirmar)
2. Zouhair Feddal (32)
3. Pablo Sarabia (30)
4. Rodrigo Battaglia (30) (A confirmar)
5. João Palhinha (26) (A confirmar)
6. Bruno Paz (24)
7. Eduardo Pinheiro (24)
8. Pedro Marques (24)
9. Matheus Nunes (23) (A confirmar)
10. João Virgínia (22)
11. João Goulart (22)
12. Diogo Brás (22)
13. Bernardo Sousa (22)
14. Gonçalo Costa (22)
15. Pedro Mendes (22) (Rio Ave, a confirmar)
16. Anthony Walker (21)
17. Edson Silva (20)
18. Rodrigo Rêgo (20)
19. Rafael Fernandes (19)
20. Bruno Tavares (19)
21. Saná Fernandes (16)
Empréstimos para rodar e regressar :
1. Rúben Vinagre (23)
2. Gonçalo Esteves (18)
Empréstimos que podem conduzir a saídas definitivas :
1. Tiago Tomás (22)
2. Joelson Fernandes (18)
Casos ainda pendentes de decisão (com algum entulho que algum dia chegou de para-quedas) :
1. Renan Ribeiro (32)
2. Tiago Ilori (28)
3. Filipe Chaby (27)
4. Andraž Šporar (27)
5. Luiz Phellyppe (27)
6. Eduardo Henrique (26)
7. Carlos Jatobá (26)
8. Idrissa Doumbia (23)
9. Marco Túlio (23)
10. Jovane Cabral (23)
11. Rafael Camacho (21)
12. Gonzalo Plata (20)
PS: No primeiro jogo da pré-época, contra a equipa B, o Sporting alinhou com:
André Paulo; Esgaio, Neto, Marsà, Matheus Reis e Nuno Santos; Renato Veiga e Daniel Bragança; Pedro Gonçalves, Bruno Tabata e Geny Catamo.
Parece que Marsà esteve a fazer de Coates, Daniel Bragança de Matheus Nunes e Tabata de Sarabia na versão ponta de lança móvel.
Estamos quase a chegar ao fim da temporada, as coisas estão mais ou menos definidas. O Sporting conquista o segundo lugar da Liga com acesso directo à Champions, a Supertaça, a Taça da Liga, ultrapassa a fase de grupos da Champions, e projectou dois ou três jogadores que podem render muitos milhões de euros.
Foi uma temporada com Covid a rondar, muitas lesões e castigos. Vários jogadores não conseguiram reproduzir a grande época do ano passado, como aconteceu com Porro e Pedro Gonçalves. Mas que permitiu a explosão de outros, como Matheus Nunes e Matheus Reis.
Foi uma temporada em que os dois reforços de Inverno deviam ter chegado no Verão, com tempo para se ajustarem às ideias e à liderança de Amorim.
Foi uma temporada com várias derrotas e duas bem pesadas para a Champions. Nunca vi Rúben Amorim levar um banho táctico de ninguém, o que vi foi um Sporting dentro do seu sistema táctico a ser impotente para travar a superioridade individual ou a eficácia ou a intensidade física ou a concentração defensiva do adversário. E a arriscar demasiado no final de alguns jogos para conseguir a vitória mas acabando por transformar empates em derrotas.
Aqui podemos questionar porque não recorre mais Rúben Amorim ao 3-5-2, colocando uma unidade adicional no meio-campo e deixando dois elementos soltos no ataque. Até porque existem elementos no plantel adequados ao papel de médio ofensivo, o tal 10. Daniel Bragança, Pedro Gonçalves, Tabata, até Paulinho. A verdade é que na época passada Amorim experimentou isso algumas vezes e as coisas não correram bem, parece que ficou vacinado e desistiu da ideia.
A verdade é que insistindo nos dois médios, Matheus Nunes vai com 3623 minutos de jogo, Palhinha com 2575, Ugarte com 1755, Daniel Bragança com 1136, Tabata com 929, Essugo com 55. Ou seja, enquanto Palhinha e Ugarte dividiram o tempo na posição 6, e hoje não sei qual rende mais, Bragança e Tabata não demonstraram argumentos a Amorim para rodar com Matheus Nunes na posição 8. E se para mim Bragança não tem físico nem intensidade defensiva para a posição, Tabata poderia fazer de Matheus Nunes mais vezes.
Outra coisa que me faz confusão é porque deixou transformar Paulinho dum interessante pivot ofensivo num inútil ponta de lança plantado lá na frente. Deixou de ser influente na construção e não passou a marcar mais golos.
Além do palco, convém dar atenção aos bastidores. Uma equipa B com um desempenho que deixou muito a desejar e não conseguiu a promoção à 2ª Liga. E um conjunto de jogadores emprestados / encostados que dariam para formar outro plantel e que na maior parte dos casos pouco rendimento tiveram nos clubes de empréstimo:
GR: Anthony Walker, Renan Ribeiro.
D: Eduardo Quaresma, Tiago Ilori, Rodrigo Rêgo.
M: Carlos Jatobá, Marco Túlio, Eduardo Henrique, Filipe Chaby, Bruno Paz, Rodrigo Battaglia, Idrissa Doumbia.
A: Pedro Mendes, Pedro Marques, Andraž Šporar, Rafael Camacho, Luiz Phellyppe, Joelson Fernandes, Gonzalo Plata, Bruno Tavares, Tiago Tomás, Jovane Cabral, Geny Catamo.
Qual destes todos é titular indiscutível no clube de empréstimo? Eduardo Henrique...
Quantos não calçam? Muitos...
Aqui há realmente muito trabalho a fazer.
Desde logo importa reajustar o plantel principal de acordo com as saídas previstas, e disso deu conta o Pedro Correia no post de ontem. Sempre numa óptica de ter dois jogadores de valor aproximado por posição, de forma a promover a competitividade interna e equilibrar a utilização.
Depois, fazer diminuir drasticamente esta lista de emprestados, da qual muito poucos terão futuro em Alvalade, vendendo ou libertando, assegurando algum ganho no futuro.
Depois ainda, parece-me que a equipa B tem de ser repensada. Mais que um espaço de crescimento de jovens em rodízio com outras equipas da formação (que a equipa sub23 pode muito bem continuar a fazer), importaria fazer da mesma a reserva da equipa principal, jogar no mesmo sistema táctico, partilhar jogadores, conseguir ser competitiva na 2.ª Liga. E com isso ser um espaço de evolução muito mais atractivo para os jogadores/empresários do que na actual 3.ª Liga.
Não vou dizer nomes, mas não faz sentido ter na equipa B jogadores medianos sem qualquer hipótese de algum dia entrarem em campo pela equipa A.
Temos o mais importante. Um grande treinador, um grande capitão, uma cadeia de comando sólida, uma estrutura consolidada.
Falta afinar os detalhes para que a próxima temporada seja ainda melhor que a deste ano e a do ano passado. Que de facto foram as melhores desde há muito, graças a Rúben Amorim.
PS: A gestão de activos tem como principal objectivo acompanhar o ciclo de vida dos activos na organização, desde o momento da sua entrada até ao do seu abandono, procurando extrair o maior valor dos mesmos de acordo com a missão e os objectivos da organização. No caso da SAD do Sporting estamos basicamente a falar dos jogadores profissionais sob contrato, provenientes da formação ou contratados externamente.
Claramente teremos que reforçar o ataque: vamos perder Sarabia e também é muito provavel que saia Slimani.
Iremos ver Geny regressar?
Jovane regressa (eu gostava muito de o ver de volta!)?
Skoglund ou Chermiti, Rodrigo e Pedro Marques terão oportunidade de mostrar serviço?
Trincão virá por empréstimo?
Na defesa, o regresso de Eduardo Quaresma, integração de Marsà e mais um defesa central deverão ser necessários (creio que Feddal sairá).
Na ala direita estamos bem servidos. Na ala esquerda, Matheus Reis está seguro e podemos contar com ele.
Temos as dúvidas Ruben Vinagre e Nazinho: servem ou não?
Nazinho deve ser emprestado ou não?
Nuno Santos, para mim, é mais útil na frente de ataque.
No meio-campo, creio que teremos uma ou duas saídas (Palhinha e Matheus?).
Talvez seja necessário mais um médio, mas também creio que Bragança, Ugarte, Tabata e Dário podem dar conta do recado.
Virá algum novo jogador?
Há que resolver alguns casos pendentes de épocas passadas que não contam para Rúben Amorim. Actualmente estão emprestados: Ilori, Eduardo, Luiz Phellype, Pedro Marques, Plata... quase todos difíceis de colocar noutros clubes com mais-valia financeira.
Finalmente, gostaria de ver uma nova aposta nos jogadores da formação.
Mas quem pode subir e fixar-se? Dário? Nazinho? Marsà? Esteves?
Haverá dinheiro disponível, mesmo com a ida à Liga dos Campeões e com um ou dois jogadores "vendidos" por um bom valor?
Texto do leitor Pedro Batista, publicado originalmente aqui.
A época desportiva está quase no fim. Este é o momento de começar a preparar a próxima.
Rúben Amorim tem problemas concretos a resolver.
O quadro, como sabemos, está longe de perfeito.
Vou dar um exemplo: é incompreensível, para uma equipa que retomou o gosto de lutar pelo título, chegarmos quase ao fim do campeonato com menos 17 golos marcados que o FCP e menos 13 que o SLB, nossos principais competidores.
Há que corrigir este problema.
Precisamos de reforçar não apenas o ataque mas a própria relação global da equipa com a baliza adversária.
Também a nossa linha defensiva exige um reforço urgente. Ou mesmo dois, sabendo-se que Feddal irá sair no fim da época.
Continuo ainda preocupado com o guarda-redes alternativo a Adán.
Neste domingo, no Bessa, sentaram-se dois no banco de suplentes - facto insólito. Nenhum deles - João Virgínia e André Paulo - me parece guardião para a equipa principal do Sporting.
Tudo isto deve ser debatido?
Claro que sim.
São dúvidas compreensíveis e pertinentes, não é "contestação" generalizada, ao contrário do que alguns logo imaginam. Muito menos um movimento revolucionário para decapitar dirigentes ou técnicos.
E em nada se confunde com a berraria dos letais, aliás cada vez menos e cada vez mais insignificantes. Até porque perderam de vez o líder, facto que os mergulhou numa inconsolável e pungente orfandade.
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