Em desespero, na recta final do seu longuíssimo consulado, anunciou a edificação de uma "academia" na Maia - copiando o mais possível, mas para pior, a do Sporting. Garantiu aos associados que estava «garantido o financiamento» da coisa, mas afinal o cheque foi devolvido: não tinha cobertura.
Com tudo isto, sem surpresa, o Comité de Controlo Financeiro de Clubes da UEFA acaba de aplicar ao FCP uma multa de 1,5 milhões de euros por «dívidas vencidas a outros clubes de futebol, funcionários e/ou autoridades sociais/fiscais» nos prazos regulamentares. O que põe em risco a participação deste emblema nas competições europeias.
Um bandido será sempre um bandido, como dizia Frederico Varandas.
Pinto da Costa não vai sentar-se no banco portista na final da Taça de Portugal. O Tribunal Central Administrativo do Sul julgou improcedente a providência cautelar que o Velho Crocodilo, armado em chico-esperto, havia requerido. Pensando que conseguiria passar entre os pingos da chuva, mesmo estando sol.
Pinto da Costa perdeu as eleições de forma clara, com uma retumbante derrota, não tendo chegado sequer aos 20% dos votos. Qualquer pessoa que respeitasse a decisão de quem votou, neste caso os sócios do clube que presidiu, afastar-se-ia de imediato. Mas Pinto da Costa sempre olhou para o Porto como coisa sua. Assim, até ao final de Maio vamos ter o presidente eleito por larga maioria dos sócios do Porto e teremos como presidente da sad, do futebol portanto, o candidato largamente derrotado nas eleições, que se recusa a sair. E ainda há quem apoie uma pessoa destas.
O Salazar do FC Porto caiu da cadeira, 42 anos depois. Derrubado por uma esmagadora maioria de sócios, no mais concorrido escrutínio da história do clube.
É uma boa notícia para a maior agremiação do Norte, que acaba de eleger André Villas-Boas para a presidência. É também boa notícia para o desporto português.
Repito o que escrevi aqui às 20.40 de anteontem, véspera deste acto eleitoral: «Não podemos clamar há 40 anos contra os métodos desonestos e até mafiosos de PdC sem desejarmos o mais possível que esta personagem saia enfim de cena, despoluindo o futebol. A oportunidade surge agora. Espero que os sócios portistas não a desperdicem. Estou convencido que assim acontecerá.»
Sérgio Marceneiro Conceição, o homem e o seu fado.
Todos nascemos com o destino, o fado traçado na palma da mão. Todos menos Corto Maltese, o marinheiro maltês pegou numa navalha e ele próprio desenhou a linha da vida na sua mão, anavalhou o seu destino.
Marceneiro Conceição fez o mesmo não com uma navalha, com um beijo.
Não sabemos se o Rubiales da circunvalação consentiu o beijo, parece-me forçado, parece-me agarrado, parece-me uma pessoa de meia idade a beijar, à força, um velho.
Ficou a atitude, um assalariado de um clube, une o seu destino a um candidato. "Este é o meu candidato, este é o meu presidente se ele perder não volto a treinar o FC Porto".
É o que nos diz aquele beijo.
André Villas-Boas, se vencer, não tem condições nenhumas para manter Sérgio Marceneiro como treinador, foi o treinador que escolheu ser o treinador de Pinto da Costa, não o treinador do FC Porto.
Vou aguardar com tranquilidade o resultado das eleições no clube nortenho, esperando que quando houver um vencedor, todos, todos, todos, saibam estar à altura das responsabilidades, que saibam sair de cena com dignidade.
"Quem vem e atravessa a ponte, lá na serra do Pilar, vê um velho compadrio, que se estende até ao mar..."
Enfim, já não me recordo bem dos versos do Carlos T, se não forem estes as minhas desculpas ao próprio.
Está à vista de todos que o Sporting Clube de Portugal está a ultrapassar o Futebol Clube do Porto a toda a velocidade: desempenho do futebol, valor de mercado do plantel, formação, academia, ecletismo, implantação. No próximo ano estaremos na Champions e eles não. Por isso mesmo, e independentemente da estima e consideração que possamos ter pela instituição e pelos amigos portistas que cada um tem, a desgraça do Porto nos próximos tempos só beneficiará o Sporting.
Pinto da Costa sempre soube roubar jogadores e cultivar amigos no Sporting. Não admira que Paulo Futre tenha aparecido na campanha, o que admira é que Bruno de Carvalho, Augusto Inácio e tantos outros se tenham abstido de participar.
Amanhã existirão eleições no FC Porto e no domingo há o clássico.
Deixava aqui duas perguntas:
1. Quem pensam que vai ganhar as eleições e estará como presidente do FC Porto no clássico?
2. Quem gostariam que estivesse, do ponto de vista dos interesses do Sporting?
PS: Só para Sportinguistas. Comentários da Sardinhada Pirata Esperta seguem para o lixo, como habitualmente.
O FC Porto, neste campeonato, já perdeu 23 pontos. Dezassete dos quais frente a emblemas que se arriscam quase sempre a descer de divisão.
Perdeu seis contra o Estoril. Perdeu cinco com o Arouca. Perdeu dois com o Boavista. Perdeu dois com o Gil Vicente. Perdeu dois com o Rio Ave.
Vale a pena sublinhar: são equipas com orçamentos incomparavelmente inferiores ao da agremiação azul-e-branca, cujo plantel actual está avaliado em 97,5 milhões de euros.
Tanto milhão, confirma-se agora, não chega para as encomendas.
A turma portista, que perdeu contra o Estoril sábado passado, sofreu a quinta derrota neste campeonato. Já cumpriu oito desafios sem marcar um só golo. E é hoje o segundo clube da Liga com mais jogadores punidos com cartões vermelhos - o que diz tudo sobre a "cultura desportiva" ali reinante.
Diogo Costa e Chico Conceição, expulsos, falham amanhã o confronto com o V. Guimarães da meia-final da Taça de Portugal. Outros dois, Evanilson e Otávio, falham também por motivos disciplinares o jogo da Liga, contra a mesma equipa, a disputar domingo no Dragão.
E o filho de Sérgio Conceição ainda teve sorte: foi expulso por acumulação de amarelos quando devia ter visto o vermelho directo por chamar «filho da puta», de forma bem perceptível, ao árbitro António Nobre.
Com tudo isto, o clube de Fernando Madureira e Manuel Serrão já se despediu em Março da corrida ao título: não lhe resta a menor hipótese de lá chegar. Nem terá acesso à Champions da próxima época: a distância que o separa do segundo classificado é já de nove pontos. E deve acautelar-se com o Braga, agora apenas com menos dois.
Noites de pesadelo lá na freguesia da Campanhã. Cá por baixo, alguns verdazuis andam de rastos. Não tenho pena alguma, nem de uns nem de outros.
Algures no ano passado fui jantar com a minha esposa a um conhecido restaurante de Espinho, ia passando os olhos num jogo da Champions quando por causa da escolha do vinho veio à baila o futebol, do futebol o Sporting, e logo chamou outro empregado, sportinguista de coração, com muitas "piscinas" para Alvalade ao longo dos anos. E porquê o vinho? Porque acabei por escolher um vinho verde branco que desconhecia do produtor... António Oliveira. O mesmo que tem a placa no estádio de Alvalade e que acaba de produzir n´A Bola um artigo do mais lambe-botas que pode existir para com Pinto da Costa. António Oliveira, excepcional jogador à parte, acabou por ser um dos vários "submarinos" que o velho padrinho do norte enviou para destruir João Rocha e o Sporting Clube de Portugal. Já agora o Manuel José podia contar o que sabe daquele Sporting-Porto com Jaime Pacheco e Sousa uns anitos depois.
Mas adiante.
A conversa com o tal empregado continuou, e derivou para a candonga de bilhetes para os jogos do Porto, chegava este e aquele daqui e dali, era só dizer, logo alguém ligava para alguém e combinava-se a hora para junto ao Shopping das Antas, alguém abrir a mala do carro e fazia-se logo ali a transacção. Só num emigrante, família e amigos, mudavam logo ali de mão algumas centenas de euros sem qualquer registo ou factura.
Enfim, não havia cão nem gato no Porto e à volta, nem juiz, procurador ou polícia, que não conhecesse a candonga de bilhetes e a vida faustosa do Macaco, que incluía carros topos de gama. Estava até a construir a sua mansão "Cristiano Ronaldo" bem perto da praia e com vista para o mar. Como também não conhecessem a realidade do tráfico de droga na zona do grande Porto. Ainda agora que lá estive para ver o Boavista, e além dos desgraçados que andam pelas esquinas, estava eu estacionado, um deles me exigiu um euro para pôr combustivel no BMW velho, e como não lho dei rosnou uma série de ameaças que me levou a sair depressa dali para regressar inteiro a Lisboa. Quem vive no Porto, infelizmente, sofre bem mais com a situação do que eu. E como se financia o tráfico? E como se lava o dinheiro? Pelos bancos?
Como também não há cão nem gato, nem juiz, procurador ou polícia que não conheça o processo de coacção e corrupção desportiva organizado por Pinto da Costa e pelo falecido Reinaldo Teles, e que teve como apogeu o "Apito Dourado". Que ainda agora Pinto da Costa trouxe à baila, ameaçando com um livro comprometedor para o dia em que sair do Porto. Para quem, não sei.
Então porque é que até agora nem juizes, nem procuradores, nem polícias mexeram uma palha para pôr cobro à situação? Foi preciso Villas-Boas ter a coragem de vir dizer que "o rei vai nu"?
PS: “Não me lembro de ver o nosso rival FC Porto vencer um campeonato e o Sporting e o seu presidente serem o alvo da sua comunicação e o centro da sua atenção. Não só não é motivo de preocupação como é reconfortante, motivador e encorajador. É a confirmação de que estamos no rumo certo, de que o Sporting já não é visto como o ‘terceiro grande’. Como o terceiro e ‘simpático’ grande. E como é maravilhoso ouvir o senhor Pinto da Costa com saudades, a elogiar o Sporting do passado recente. Há gente que por muito que ganhe continuará sempre a ser muito pequena e sobretudo muito pobre. Não existe maior pobreza do que a pobreza do carácter, da integridade e de valores. São e serão sempre gente muito pobre, ao contrário da grandíssima e honrosa instituição que representam." Frederico Varandas, 28/05/2022, no núcleo do Sporting de Carregal do Sal.
A RTP, televisão pública que todos nós pagamos na factura da electricidade e provavelmente por subvenções estatais (nada contra esta última se o objectivo for manter isenção democrática na programação), prestou-se ontem ao serviço de, em ocasião de campanha eleitoral para as eleições no FCPorto, conceder em horário nobre mais de uma hora de tempo de antena a Pinto da Costa, um dos candidatos.
Uma entrevista em tom meloso, sem tocar, ou a tocar pela rama, nos assuntos que realmente interessavam. Quem estava a ser entrevistado não era o cidadão Pinto da Costa, que não fora o acaso (como o próprio confiou) de ter sido nos últimos quase 50 anos presidente do FCPorto, seria mais um cidadão como tantos na cidade do Porto e no país.
Esteve mal a RTP e a jornalista, ao prestarem-se a este papel de branqueamento de uma carreira de dirigente marcada por casos gritantes e provados de corrupção activa que ao contrário do que afirma, não foi absolvido por estar inocente, foi absolvido porque as escutas que ficarão para a posteridade não foram consideradas em julgamento, por alegadamente não terem sido obtidas de forma conforme a Lei.
No dia em que vem à luz uma operação que detém gente ligada a si Pinto da Costa e ao FCPorto, o mínimo que a RTP deveria ter feito, era meter o programa na gaveta.
Que as TV's privadas recorram a estratagemas manhosos para conseguir audiências já não é muito "católico", que a RTP o faça, é condenável.
Hoje é dia de aniversário, um pouco, a sul da Galiza.
Podia escolher vários jogos, este é ilustrativo do poder do "padrinho" que hoje completa 86 anos.
Dum lado um Sporting embalado para a conquista do título, do outro uma aliança Manuel Damásio e Pinto da Costa, "abençoada" por Carlos, valente, de nome.
3 de Maio de 1994, no ano anterior o Marselha vencera a Taça dos Campeões Europeus mas devido a manigâncias internas, foi-lhe retirado o título de campeão francês e o presidente Tapie (ver série na Netflix) foi preso, isso impediu Damásio e Pinto da Costa de fazerem o mesmo ou pior?
Claro que não.
Nesse jogo, da jornada 27, campeonato 1993/1994, o FC Porto alinhou com meia equipa de talhantes (cf. com o filme de Scorcese, Gangs de Nova Iorque) Fernando Couto, Secretário, João Pinto (o dos prognósticos) Aloísio, André, Paulinho Santos, jogadores que não sabiam controlar uma bola mas sabiam e bem, dar porrada.
Onze contra onze o jogo estava dominado pelo Sporting que esteve sempre mais perto de marcar, a expulsão de Juskowiak, com o jogo empatado, aos trinta e poucos minutos de jogo (depois de ter sido pontapeado e agarrado por Fernando Couto) começou a desequilibrar o desafio. Ainda assim resistimos até aos 52'.
Porto a vencer 1-0, Balakov, Figo, Marinho, Capucho a colocarem os caceteiros do Porto em apuros, o aniversariante a mostrar dois dedos para dentro do relvado.
"Tenho de expulsar mais dois?" perguntava-se Carlos Valente e assim fez.
No final do jogo com a ironia que todos lhe reconhecem, dizia o presidente: "estava a mostrar dois dedos mas era para o Drulovic, estava a dizer que tínhamos de fazer o dois zero".
Nunca entenderei o temor reverencial e as vénias que certos sportinguistas prestam ao FCP e ao presidente desse clube, que tudo fez nos últimos 40 anos para prejudicar o Sporting.
Estive para não abordar este assunto, até porque detesto teorias da conspiração, mas o tema é incontornável - e há, portanto, que o trazer a debate.
O próximo campeonato vai começar já manchado devido ao negócio estabelecido entre o Braga e o FC Porto a propósito da transferência de David Carmo do Minho para as Antas. Segundo foi tornado público, uma das cláusulas deste acordo obriga o FCP a pagar ao Braga 500 mil euros adicionais por época (perfazendo um total de 2,5 milhões em cinco temporadas, período de vigência do contrato) se vier a sagrar-se campeão.
Isto significa que os braguistas terão a lucrar por ver a agremiação azul e branca subir ao primeiro lugar do pódio. Teremos então a equipa que ficou em quarto na Liga 2021/2022 a torcer pela que ficou em primeiro. Distorcendo a verdade desportiva.
Haverá quem considere normal este cambalacho entre António Salvador e Pinto da Costa. Eu não. Estranho até o silêncio de tantas almas que por aí se indignam, em tribunas várias, a propósito de temas muito mais irrelevantes e sobre isto estão caladinhas, fazendo de conta que nada se passou.
O FCP está em pé de guerra. Nunca vendeu tanto e nunca, ao mesmo tempo, a dívida da SAD portista disparou para níveis tão elevados. Uma charada que talvez só alguém pertencente ao bunker do parque jurássico saiba explicar.
Aquilo já não é um buraco: é uma cratera.
Dois dos "tesouros" da formação estão na porta de saída: ainda há pouco beijavam o emblema e já se preparam para dizer "hasta la vista, baby" à massa adepta que tanto os acarinhava. A caótica situação financeira do clube explica esta rápida dissolução do plantel recém-vencedor do título, já com quatro ou cinco baixas conhecidas. O que deve encher de alegria o maldisposto treinador.
Entretanto, um carismático pré-candidato à liderança quebra o tabu mandando o respeitinho às malvas e atreve-se a dizer que irá avançar para a presidência na próxima contagem de boletins. Anuncia-se enfim um sucessor do Salazar das Antas: André Marcello Caetano Villas-Boas.
O 25 de Abril ficará para mais tarde.
Mesmo assim, o mero anúncio de uma primavera "marcelista" bastou para pôr aquela gentinha a tremer. E levou até o dinossauro excelentíssimo a mobilizar o vice-grunho para dar as primeiras cacetadas - por enquanto só verbais - a quem se atreveu a desafiá-lo.
De caminho, o dito cujo dedicou-se à arte que pratica com mais esmero: a mentira. Dizendo que o antigo técnico de sonho foi afinal um quase-traidor por ter abandonado o barco a meia dúzia de dias do início de uma nova época. Quando os factos são bem diferentes: saiu cerca de dois meses antes e permitiu à agremiação empochar 15 milhões de euros, depositados pelo Chelsea para o tirar de lá.
Enfim, a coisa promete. É bom que eles, lá em cima, apertem os cintos de segurança. A turbulência será enorme.
«Passaram esta quinta-feira 18 anos de um dos maiores escândalos da justiça e mais uns quantos da perpetuação de uma das maiores mentiras que alimenta o mundo do futebol.
Há dezoito anos, incomodado com as escutas do Apito Dourado, o Governo de Durão Barroso despachou os dois coordenadores da investigação, Teófilo Santiago e Massano de Carvalho. As escutas a Valentim Loureiro revelavam a velha central de favores no futebol mas também na política. Isso incomodou o governo. De telemóvel na mão, o major metia cunhas para a sua vida de autarca, pedia ajuda para o seu amigo Sousa Cintra construir na paisagem protegida da Costa Vicentina, exigia favores a ministros e secretários de Estado, insultava funcionários do Estado mais apegados a cumprir a lei.
A PJ do Porto respeitou escrupulosamente a investigação, resistiu a pressões e respeitou a separação de poderes, nada dizendo ao Governo sobre o que estava no processo. Os coordenadores do caso foram afastados, o director da PJ do Porto exonerado e quase ia sendo preso.
Esses dias negros para a Justiça ficam por conta do Governo de Barroso e é, também por isso, que estas escutas são importantes. Para memória futura. É nesse momento, aliás, que começa a grande mentira sobre a propalada ilegalidade das escutas. Esse primeiro ataque ao processo abriu a porta para quem tinha interesse em destruí-lo, sobretudo na parte mais quente, no que mostrava sobre o poder de Pinto da Costa.
As escutas do Apito Dourado foram totalmente legais, autorizadas e validadas judicialmente. Serviram, aliás, para condenar os arguidos no processo que envolvia o Gondomar. O que aconteceu foi que não eram, como não são, admissíveis para processos disciplinares na justiça desportiva, essa aberração, não apenas portuguesa, onde os estados abdicam de parte da sua própria soberania, entregando a justiça ao mundo do futebol e retirando-a dos tribunais.
O ónus da sua utilização está, portanto, em quem quis fazê-lo na dita justiça desportiva e não no processo judicial, nem nos investigadores. Elas não só foram completamente legais como, sim, é verdade, mostraram a corrupção activa e passiva reinante no futebol. Mostraram o ‘sistema’ de poder que fabricava resultados, a fruta que o alimentava e as cumplicidades que dispunha na construção e destruição de carreiras de árbitros, dentro da própria Federação Portuguesa de Futebol e nas associações. Mostraram, finalmente, dirigentes desportivos que, pese embora os sucessos desportivos ao longo de 40 anos, são tudo menos exemplares. De resto, ao contrário do que disse há dias um membro do actual governo e, de outro modo, confirmando tudo o que pensa e disse o presidente de um dos três grandes sobre a dita corrupção activa.»
"Nunca fui eleito sem ter o maior número de votantes".
Como a farpa é para Frederico Varandas, comparemos então as duas eleições em que participou e as duas últimas eleições disputadas pelo lançador da boca.
Em 2016, Pinto da Costa foi eleito por cerca de 1500 votantes.
Em 2018, Frederico Varandas foi eleito por cerca de 8700 votantes.
Em 2020, Pinto da Costa foi eleito por cerca de 5400 votantes.
Em 2022, Frederico Varandas foi eleito por cerca de 12 500 votantes.
Maior número de votantes?
Honestamente, quem teve mais votantes, Pinto da Costa ou Varandas?
«A base do Sporting Clube de Portugal são os valores. (...) Os nossos valores são a nossa força motriz.»
«O caminho da vitória do Sporting é sempre um caminho difícil, duro, mas sempre assente na integridade, na rectidão e na honra. Não procuramos atalhos assentes em condutas ilícitas.»
«Mais valiosos do que os 23 títulos do futebol, do que os 42 títulos europeus, do que os milhares de títulos nas modalidades, são os nossos valores, a nossa integridade e o nosso carácter.»
«Como é motivador, hoje, os nossos sócios e adeptos já só ficarem realmente realizados com o título de campeão...»
«Temos hoje um clube mais bem preparado do que há um ano. Temos um clube mais forte, mais estável, mais sustentável e batemos vários recordes de receitas, como a do merchandising, da bilhética e da quotização. Temos também o maior número de sócios com as quotas em dia da história do Sporting.»
«Há quatro anos, era unânime que o Sporting estava a grande distância dos seus dois rivais. Hoje é igualmente unânime que o Sporting passou a ser um natural, sério e óbvio candidato ao qualquer título em Portugal.»
«É maravilhoso ouvir o senhor Pinto da Costa [PdC] com saudades e a elogiar o Sporting do passado recente.»
«Há gente que, por muito que ganhe, continuará sempre a ser muito pequena e muito pobre. Não existe maior pobreza do que a pobreza do carácter, da integridade e de valores. Serão sempre gente muito pobre, ao contrário da grandíssima e honrosa instituição que representam - instituição essa que jamais será chamada em Alvalade, pelo nosso speaker, por outro nome que não seja Futebol Clube do Porto e jamais terá os seus jogadores agredidos por elementos da organização do Sporting (...), instituição essa que jamais verá em Alvalade jornalistas agredidos, ameaçados, coagidos por colocarem questões no exercício da sua profissão.»
«Sobre o senhor PdC sou obrigado a discordar veementemente do senhor secretário de Estado do Desporto, que recentemente tomou posse. O senhor PdC não é nem nunca poderá ser uma referência do desporto nacional.»
«Convido o senhor secretário de Estado do Desporto a ouvir apenas uma escuta - uma entre várias que estão disponíveis para qualquer pessoa na internet, do processo Apito Dourado. Destaco esta, de 24 de Janeiro de 2004, horas antes do FC Porto-Estrela da Amadora, (...) onde o senhor PdC, por intermédio do empresário de jogadores António Araújo, ofereceu os serviços sexuais de três prostitutas à equipa de arbitragem liderada pelo árbitro Jacinto Paixão, a quem PdC, nessa escuta, chama carinhosamente JP.»
«Se é verdade que essas escutas não puderam ser usadas como prova, também é verdade que são reais e aconteceram mesmo. Aqui, senhor secretário de Estado, não é preciso a justiça portuguesa dizer o que quer que seja. Porque sabemos que o senhor PdC é um corruptor activo e alguém que devia estar banido do dirigismo desportivo há décadas. Difícil é explicar a qualquer cidadão como é que uma pessoa apanhada a dizer isto não é condenada.»
«Eu aqui estarei para lhe recordar, até ao último dia da sua presidência, que é um corruptor activo e uma vergonha para o desporto português. Ao mesmso tempo que aguardarei com expectativa o desfecho do processo Cartão Azul.»
«Um país que reconhece o senhor PdC como referência é um país sem valores. E um país sem valores é um país sem futuro.»
Declarações de Frederico Varandas, proferidas domingo, na comemoração do 19.º aniversário do núcleo leonino de Carregal do Sal
«Foram várias [as mensagens que mais o tocaram quando o FC Porto venceu o campeonato]. Do D. Américo Aguiar, que é agora bispo auxiliar "lá de baixo", e de grande parte dos dirigentes... do Valentim Loureiro, de antigos presidentes do Sporting... e recebi uma que me sensibilizou muito, do José Maria Ricciardi.»
Pinto da Costa, ontem, no Jornal da Noite da SIC. Quem teriam sido os ex-presidentes do Sporting que se apressaram a felicitá-lo, tal como fez Ricciardi?
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