Esta é uma de muitas fotos dos carnavais de Portugal pelos anos 90, o Pinto da Costa era dono disto tudo.
Um império construído muito à custa do nosso presidente João Rocha, a quem foi roubando jogadores como Augusto Inácio e Paulo Futre entre muitos outros, comprando árbitros e viciando resultados.
Até ao ponto em que João Rocha teve mesmo de abdicar, deixando o Sporting de "calças na mão".
Vinte anos depois Bruno de Carvalho traiu completamente o seu legado tentando apropriar-se do seu nome. O discurso da filha Maggy na inauguração do pavilhão explica alguma coisa. Não caiu nada bem no aspirante a grande lider.
A aproximação entre Bruno de Carvalho e Pinto da Costa foi evidente antes e depois do assalto a Alcochete e da queda do primeiro.
Agora que Bruno de Carvalho vende a sua história ao minuto, e que Pinto da Costa já não está entre os vivos, deixando atrás de si uma cratera financeira tremenda e muitos idiotas gananciosos que lhe foram úteis enquanto foi vivo à beira de penas pesadas, pelo que aparece de comentários neste blogue já é difícil distinguir entre morcões e ressabiados, digamos que é tudo a mesma bosta verde-azul, feita de Sardinhas e Robespierres.
O Pedro Oliveira esteve muito bem a impor o registo no SAPO desta seita que se vai desdobrando em nicks a fingir-se de Sportinguista, roubando o espaço àqueles Sportinguistas de verdade que poderiam fazer deste local uma tertúlia Sportinguista a sério. Dizer o melhor ou o pior, mas sempre na defesa do clube, independentemente de quem o governa.
Parece que não resultou.
Não resultando, os comentadores habituais, fartos de ver o seu nick a ser roubado canalhamente e a ser utilizado para corte e costura do que disseram anteriormente, e que tem muito a acrescentar vão-se afastando do blogue.
Temos de combater esta canalhada verde-azul, feita de Sardinhas e Robespierres.
Por mim, o lixo é o destino. Vão roubar carteiras para o Bolhão.
«Chegámos a uma situação, em Novembro, de desespero absoluto, com salários em atraso nas modalidades, no futebol, nos funcionários.»
«Ainda não podemos dizer que estamos totalmente a salvo, porque a diferença que vai de uma Liga Europa para uma Liga dos Campeões é fundamental. Temos de nos qualificar para termos essa existência sempre garantida de clube de associados.»
«É preciso ter resultados, que esta época não atingimos pela falta de regularidade exibicional. Reconheço que aí errámos e que esta é uma época que acaba por se tornar um ano zero de transformação.»
«Vou caminhando na rua com alguma vergonha, porque há uma vergonha que me abraça pela parte do desportivo e porque me custa ver a equipa no terceiro lugar do campeonato.»
«Nos termos do contrato que estava delineado [com Sérgio Conceição], era impossível [continuar]. Também porque havia uma relação umbilical directa do Sérgio ao anterior presidente.»
«É um processo cada vez mais difícil o museu chamar-se Pinto da Costa.»
«O que nos falta abater e onde estamos a chegar a acordo é a dívida actual do FC Porto a agentes de futebol, que é de 90 milhões.»
«Todas as ilegalidades relacionadas com a bilhética e com a anterior direcção dos Super Dragões são factuais e o FC Porto irá tentar ser ressarcido desses danos, que correspondem a cerca de um milhão de euros por cada uma das cinco épocas investigadas.»
Excertos de uma longa entrevista do presidente do FCP ao Jornal de Notícias (26 de Março)
A actual administração da SAD do FC Porto divulgou ontem a auditoria forense encomendada à Deloitte sobre a gestão da sociedade desportiva nas dez últimas épocas sob a batuta de Pinto da Costa. Período em que o FCP foi lesado em quase 60 milhões de euros. Mas não lesado por fora: estava a ser vampirizado por dentro.
Documento exaustivo, com 390 páginas. Que faz chocante autópsia à recta final do pintodacostismo, quando quase tudo parecia andar a saque lá na Campanhã.
Não estamos apenas perante situações de má gestão, mas perante verdadeiros ilícitos - eventualmente até do foro criminal.
Uma enorme desbunda.
Algumas conclusões:
- Dois milhões de euros de dívida da claque Super Dragões por bilhetes cedidos mas não pagos. Claque provocou prejuízo global de 5,1 milhões de euros.
- «Uso indevido de recursos do clube para pagar viagens pessoais a membros e familiares da Direcção dos SD para destinos onde não existiam jogos do clube». Exemplos: Maldivas, Cuba, Tanzânia, Brasil, Sardenha, Ibiza e Cancún.
- A SAD adquiriu ao Portimonense 90% do passe do guarda-redes Samuel Portugal por 4 milhões de euros. Três épocas depois, o jogador ainda nem se estreou na equipa A portista.
- Gleison foi comprado por um milhão de euros ao mesmo clube algarvio, que depois o readquiriu por apenas cem mil.
- Exemplo de outro negócio ruinoso: Mbemba foi comprado ao Newcastle por 4,5 milhões de euros acrescidos de 3 milhões (!) de despesas de representação. O jogador viria a sair de borla.
- 51 dos 55 negócios com jogadores neste período não tinham suporte em relatórios da prospecção do clube.
- 11,5 milhões de euros de pagamentos em excesso por comissões de transferências de jogadores.
- 50% das comissões foram circunscritas apenas a oito agentes e 35% somente a três intermediários (a Gestifute de Jorge Mendes, a PP Sports e N1 Carreiras Desportivas de Pedro Pinho e a Bertolucci Assessoria).
- Os administradores da SAD beneficiaram de 3,6 milhões de euros em despesas de representação entre 2014/15 e 2023/24 em clara colisão com o regulamento interno.
- 1,1 milhões de euros gastos no uso simultâneo de vários veículos com usufruto de familiares para fins estritamente privados.
- Inexistência de um valor máximo para despesas de combustível, estacionamento e portagens, «levando a um gasto descontrolado (255 mil euros)».
- 700 mil euros em refeições alegadamente profissionais sem justificação.
- 700 mil euros dispendidos em viagens privadas para destinos não relacionados com a actividade do clube.
- 70 mil euros gastos em jóias e relógios de luxo.
«Um bandido será sempre um bandido», afirmou em 2020 Frederico Varandas, cheio de razão. Como o tempo vem demonstrando de forma cada vez mais inequívoca.
O maior dos bandidos é aquele que não tem pejo em delapidar o próprio clube.
A classificação mostra-nos o que se passa dentro do campo, nove jogos, nove triunfos, trinta golos marcados, dois golos sofridos.
Mais um teste superado com distinção numa jornada em que os cinco da frente venceram os jogos, marcaram 17 golos e sofreram (o Santa Clara) apenas um. Estes resultados deviam fazer pensar, deviam fazer reflectir os responsáveis por um campeonato com 18 equipas, obviamente, não vai acontecer.
Este fim-de-semana, também, aconteceu a apresentação disto (vamos chamar-lhe livro).
Um livro que é um ajuste de contas, um livro em que o autor escolheu, cuidadosamente, um caixão para a capa e uma bandeira com duas letras: FP, será fanático dos popós?
Em desespero, na recta final do seu longuíssimo consulado, anunciou a edificação de uma "academia" na Maia - copiando o mais possível, mas para pior, a do Sporting. Garantiu aos associados que estava «garantido o financiamento» da coisa, mas afinal o cheque foi devolvido: não tinha cobertura.
Com tudo isto, sem surpresa, o Comité de Controlo Financeiro de Clubes da UEFA acaba de aplicar ao FCP uma multa de 1,5 milhões de euros por «dívidas vencidas a outros clubes de futebol, funcionários e/ou autoridades sociais/fiscais» nos prazos regulamentares. O que põe em risco a participação deste emblema nas competições europeias.
Um bandido será sempre um bandido, como dizia Frederico Varandas.
Pinto da Costa não vai sentar-se no banco portista na final da Taça de Portugal. O Tribunal Central Administrativo do Sul julgou improcedente a providência cautelar que o Velho Crocodilo, armado em chico-esperto, havia requerido. Pensando que conseguiria passar entre os pingos da chuva, mesmo estando sol.
Pinto da Costa perdeu as eleições de forma clara, com uma retumbante derrota, não tendo chegado sequer aos 20% dos votos. Qualquer pessoa que respeitasse a decisão de quem votou, neste caso os sócios do clube que presidiu, afastar-se-ia de imediato. Mas Pinto da Costa sempre olhou para o Porto como coisa sua. Assim, até ao final de Maio vamos ter o presidente eleito por larga maioria dos sócios do Porto e teremos como presidente da sad, do futebol portanto, o candidato largamente derrotado nas eleições, que se recusa a sair. E ainda há quem apoie uma pessoa destas.
O Salazar do FC Porto caiu da cadeira, 42 anos depois. Derrubado por uma esmagadora maioria de sócios, no mais concorrido escrutínio da história do clube.
É uma boa notícia para a maior agremiação do Norte, que acaba de eleger André Villas-Boas para a presidência. É também boa notícia para o desporto português.
Repito o que escrevi aqui às 20.40 de anteontem, véspera deste acto eleitoral: «Não podemos clamar há 40 anos contra os métodos desonestos e até mafiosos de PdC sem desejarmos o mais possível que esta personagem saia enfim de cena, despoluindo o futebol. A oportunidade surge agora. Espero que os sócios portistas não a desperdicem. Estou convencido que assim acontecerá.»
Sérgio Marceneiro Conceição, o homem e o seu fado.
Todos nascemos com o destino, o fado traçado na palma da mão. Todos menos Corto Maltese, o marinheiro maltês pegou numa navalha e ele próprio desenhou a linha da vida na sua mão, anavalhou o seu destino.
Marceneiro Conceição fez o mesmo não com uma navalha, com um beijo.
Não sabemos se o Rubiales da circunvalação consentiu o beijo, parece-me forçado, parece-me agarrado, parece-me uma pessoa de meia idade a beijar, à força, um velho.
Ficou a atitude, um assalariado de um clube, une o seu destino a um candidato. "Este é o meu candidato, este é o meu presidente se ele perder não volto a treinar o FC Porto".
É o que nos diz aquele beijo.
André Villas-Boas, se vencer, não tem condições nenhumas para manter Sérgio Marceneiro como treinador, foi o treinador que escolheu ser o treinador de Pinto da Costa, não o treinador do FC Porto.
Vou aguardar com tranquilidade o resultado das eleições no clube nortenho, esperando que quando houver um vencedor, todos, todos, todos, saibam estar à altura das responsabilidades, que saibam sair de cena com dignidade.
"Quem vem e atravessa a ponte, lá na serra do Pilar, vê um velho compadrio, que se estende até ao mar..."
Enfim, já não me recordo bem dos versos do Carlos T, se não forem estes as minhas desculpas ao próprio.
Está à vista de todos que o Sporting Clube de Portugal está a ultrapassar o Futebol Clube do Porto a toda a velocidade: desempenho do futebol, valor de mercado do plantel, formação, academia, ecletismo, implantação. No próximo ano estaremos na Champions e eles não. Por isso mesmo, e independentemente da estima e consideração que possamos ter pela instituição e pelos amigos portistas que cada um tem, a desgraça do Porto nos próximos tempos só beneficiará o Sporting.
Pinto da Costa sempre soube roubar jogadores e cultivar amigos no Sporting. Não admira que Paulo Futre tenha aparecido na campanha, o que admira é que Bruno de Carvalho, Augusto Inácio e tantos outros se tenham abstido de participar.
Amanhã existirão eleições no FC Porto e no domingo há o clássico.
Deixava aqui duas perguntas:
1. Quem pensam que vai ganhar as eleições e estará como presidente do FC Porto no clássico?
2. Quem gostariam que estivesse, do ponto de vista dos interesses do Sporting?
PS: Só para Sportinguistas. Comentários da Sardinhada Pirata Esperta seguem para o lixo, como habitualmente.
O FC Porto, neste campeonato, já perdeu 23 pontos. Dezassete dos quais frente a emblemas que se arriscam quase sempre a descer de divisão.
Perdeu seis contra o Estoril. Perdeu cinco com o Arouca. Perdeu dois com o Boavista. Perdeu dois com o Gil Vicente. Perdeu dois com o Rio Ave.
Vale a pena sublinhar: são equipas com orçamentos incomparavelmente inferiores ao da agremiação azul-e-branca, cujo plantel actual está avaliado em 97,5 milhões de euros.
Tanto milhão, confirma-se agora, não chega para as encomendas.
A turma portista, que perdeu contra o Estoril sábado passado, sofreu a quinta derrota neste campeonato. Já cumpriu oito desafios sem marcar um só golo. E é hoje o segundo clube da Liga com mais jogadores punidos com cartões vermelhos - o que diz tudo sobre a "cultura desportiva" ali reinante.
Diogo Costa e Chico Conceição, expulsos, falham amanhã o confronto com o V. Guimarães da meia-final da Taça de Portugal. Outros dois, Evanilson e Otávio, falham também por motivos disciplinares o jogo da Liga, contra a mesma equipa, a disputar domingo no Dragão.
E o filho de Sérgio Conceição ainda teve sorte: foi expulso por acumulação de amarelos quando devia ter visto o vermelho directo por chamar «filho da puta», de forma bem perceptível, ao árbitro António Nobre.
Com tudo isto, o clube de Fernando Madureira e Manuel Serrão já se despediu em Março da corrida ao título: não lhe resta a menor hipótese de lá chegar. Nem terá acesso à Champions da próxima época: a distância que o separa do segundo classificado é já de nove pontos. E deve acautelar-se com o Braga, agora apenas com menos dois.
Noites de pesadelo lá na freguesia da Campanhã. Cá por baixo, alguns verdazuis andam de rastos. Não tenho pena alguma, nem de uns nem de outros.
Algures no ano passado fui jantar com a minha esposa a um conhecido restaurante de Espinho, ia passando os olhos num jogo da Champions quando por causa da escolha do vinho veio à baila o futebol, do futebol o Sporting, e logo chamou outro empregado, sportinguista de coração, com muitas "piscinas" para Alvalade ao longo dos anos. E porquê o vinho? Porque acabei por escolher um vinho verde branco que desconhecia do produtor... António Oliveira. O mesmo que tem a placa no estádio de Alvalade e que acaba de produzir n´A Bola um artigo do mais lambe-botas que pode existir para com Pinto da Costa. António Oliveira, excepcional jogador à parte, acabou por ser um dos vários "submarinos" que o velho padrinho do norte enviou para destruir João Rocha e o Sporting Clube de Portugal. Já agora o Manuel José podia contar o que sabe daquele Sporting-Porto com Jaime Pacheco e Sousa uns anitos depois.
Mas adiante.
A conversa com o tal empregado continuou, e derivou para a candonga de bilhetes para os jogos do Porto, chegava este e aquele daqui e dali, era só dizer, logo alguém ligava para alguém e combinava-se a hora para junto ao Shopping das Antas, alguém abrir a mala do carro e fazia-se logo ali a transacção. Só num emigrante, família e amigos, mudavam logo ali de mão algumas centenas de euros sem qualquer registo ou factura.
Enfim, não havia cão nem gato no Porto e à volta, nem juiz, procurador ou polícia, que não conhecesse a candonga de bilhetes e a vida faustosa do Macaco, que incluía carros topos de gama. Estava até a construir a sua mansão "Cristiano Ronaldo" bem perto da praia e com vista para o mar. Como também não conhecessem a realidade do tráfico de droga na zona do grande Porto. Ainda agora que lá estive para ver o Boavista, e além dos desgraçados que andam pelas esquinas, estava eu estacionado, um deles me exigiu um euro para pôr combustivel no BMW velho, e como não lho dei rosnou uma série de ameaças que me levou a sair depressa dali para regressar inteiro a Lisboa. Quem vive no Porto, infelizmente, sofre bem mais com a situação do que eu. E como se financia o tráfico? E como se lava o dinheiro? Pelos bancos?
Como também não há cão nem gato, nem juiz, procurador ou polícia que não conheça o processo de coacção e corrupção desportiva organizado por Pinto da Costa e pelo falecido Reinaldo Teles, e que teve como apogeu o "Apito Dourado". Que ainda agora Pinto da Costa trouxe à baila, ameaçando com um livro comprometedor para o dia em que sair do Porto. Para quem, não sei.
Então porque é que até agora nem juizes, nem procuradores, nem polícias mexeram uma palha para pôr cobro à situação? Foi preciso Villas-Boas ter a coragem de vir dizer que "o rei vai nu"?
PS: “Não me lembro de ver o nosso rival FC Porto vencer um campeonato e o Sporting e o seu presidente serem o alvo da sua comunicação e o centro da sua atenção. Não só não é motivo de preocupação como é reconfortante, motivador e encorajador. É a confirmação de que estamos no rumo certo, de que o Sporting já não é visto como o ‘terceiro grande’. Como o terceiro e ‘simpático’ grande. E como é maravilhoso ouvir o senhor Pinto da Costa com saudades, a elogiar o Sporting do passado recente. Há gente que por muito que ganhe continuará sempre a ser muito pequena e sobretudo muito pobre. Não existe maior pobreza do que a pobreza do carácter, da integridade e de valores. São e serão sempre gente muito pobre, ao contrário da grandíssima e honrosa instituição que representam." Frederico Varandas, 28/05/2022, no núcleo do Sporting de Carregal do Sal.
A RTP, televisão pública que todos nós pagamos na factura da electricidade e provavelmente por subvenções estatais (nada contra esta última se o objectivo for manter isenção democrática na programação), prestou-se ontem ao serviço de, em ocasião de campanha eleitoral para as eleições no FCPorto, conceder em horário nobre mais de uma hora de tempo de antena a Pinto da Costa, um dos candidatos.
Uma entrevista em tom meloso, sem tocar, ou a tocar pela rama, nos assuntos que realmente interessavam. Quem estava a ser entrevistado não era o cidadão Pinto da Costa, que não fora o acaso (como o próprio confiou) de ter sido nos últimos quase 50 anos presidente do FCPorto, seria mais um cidadão como tantos na cidade do Porto e no país.
Esteve mal a RTP e a jornalista, ao prestarem-se a este papel de branqueamento de uma carreira de dirigente marcada por casos gritantes e provados de corrupção activa que ao contrário do que afirma, não foi absolvido por estar inocente, foi absolvido porque as escutas que ficarão para a posteridade não foram consideradas em julgamento, por alegadamente não terem sido obtidas de forma conforme a Lei.
No dia em que vem à luz uma operação que detém gente ligada a si Pinto da Costa e ao FCPorto, o mínimo que a RTP deveria ter feito, era meter o programa na gaveta.
Que as TV's privadas recorram a estratagemas manhosos para conseguir audiências já não é muito "católico", que a RTP o faça, é condenável.
Hoje é dia de aniversário, um pouco, a sul da Galiza.
Podia escolher vários jogos, este é ilustrativo do poder do "padrinho" que hoje completa 86 anos.
Dum lado um Sporting embalado para a conquista do título, do outro uma aliança Manuel Damásio e Pinto da Costa, "abençoada" por Carlos, valente, de nome.
3 de Maio de 1994, no ano anterior o Marselha vencera a Taça dos Campeões Europeus mas devido a manigâncias internas, foi-lhe retirado o título de campeão francês e o presidente Tapie (ver série na Netflix) foi preso, isso impediu Damásio e Pinto da Costa de fazerem o mesmo ou pior?
Claro que não.
Nesse jogo, da jornada 27, campeonato 1993/1994, o FC Porto alinhou com meia equipa de talhantes (cf. com o filme de Scorcese, Gangs de Nova Iorque) Fernando Couto, Secretário, João Pinto (o dos prognósticos) Aloísio, André, Paulinho Santos, jogadores que não sabiam controlar uma bola mas sabiam e bem, dar porrada.
Onze contra onze o jogo estava dominado pelo Sporting que esteve sempre mais perto de marcar, a expulsão de Juskowiak, com o jogo empatado, aos trinta e poucos minutos de jogo (depois de ter sido pontapeado e agarrado por Fernando Couto) começou a desequilibrar o desafio. Ainda assim resistimos até aos 52'.
Porto a vencer 1-0, Balakov, Figo, Marinho, Capucho a colocarem os caceteiros do Porto em apuros, o aniversariante a mostrar dois dedos para dentro do relvado.
"Tenho de expulsar mais dois?" perguntava-se Carlos Valente e assim fez.
No final do jogo com a ironia que todos lhe reconhecem, dizia o presidente: "estava a mostrar dois dedos mas era para o Drulovic, estava a dizer que tínhamos de fazer o dois zero".
Nunca entenderei o temor reverencial e as vénias que certos sportinguistas prestam ao FCP e ao presidente desse clube, que tudo fez nos últimos 40 anos para prejudicar o Sporting.
Estive para não abordar este assunto, até porque detesto teorias da conspiração, mas o tema é incontornável - e há, portanto, que o trazer a debate.
O próximo campeonato vai começar já manchado devido ao negócio estabelecido entre o Braga e o FC Porto a propósito da transferência de David Carmo do Minho para as Antas. Segundo foi tornado público, uma das cláusulas deste acordo obriga o FCP a pagar ao Braga 500 mil euros adicionais por época (perfazendo um total de 2,5 milhões em cinco temporadas, período de vigência do contrato) se vier a sagrar-se campeão.
Isto significa que os braguistas terão a lucrar por ver a agremiação azul e branca subir ao primeiro lugar do pódio. Teremos então a equipa que ficou em quarto na Liga 2021/2022 a torcer pela que ficou em primeiro. Distorcendo a verdade desportiva.
Haverá quem considere normal este cambalacho entre António Salvador e Pinto da Costa. Eu não. Estranho até o silêncio de tantas almas que por aí se indignam, em tribunas várias, a propósito de temas muito mais irrelevantes e sobre isto estão caladinhas, fazendo de conta que nada se passou.
{ Blogue fundado em 2012. }
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