Lembro-me de ter lido num livro de Carlos Heitor Cony, qualquer coisa do género: "na lógica de Aristóteles, somente com o terceiro elemento de um problema se chegava à solução. Omne trinum est perfectum".
Do terceiro nada sabemos mas dos dois que o antecederam sim.
José Peseiro disputou catorze jogos oficiais; oito para a Liga Nos, 16 pontos; um para a Taça de Portugal, 3 pontos; dois para a Taça da Liga, 3 pontos; três para a Liga Europa, 6 pontos. No total de 42 pontos possíveis, fez 28, se fizermos a média em cada dois jogos, Peseiro fez quatro pontos, precisamente, o registo de Tiago Fernandes, dois jogos, quatro pontos.
Será que Marcel fará melhor?
Esperemos que sim, que venha ensinar novas movimentações, um futebol mais empolgante e eficaz, um futebol mais bonito, "coisas boas, coisas belas" como diria o treinador-poeta.
Que venha para ensinar e para vencer... o professor Marcel.
Tenho lido, ouvido e visto por aí a comoção (quase que choram!) de muitos dos habituais comentadores de futebol a respeito da dispensa de José Peseiro do cargo de treinador do Sporting! Oiço dizer que foi injusto, que não havia razões objectivas para que o antigo treinador tivesse sido despedido.
Que fique claro que, qualquer análise é, por definição, tremendamente subjectiva, mas o Sporting de Peseiro não se limitou a perdeu no campo do último classificado e em Alvalade com uma equipa da segunda divisão. A equipa, quando liderada por José Peseiro, jogava miseravelmente. Uma equipa onde os jogadores estavam mal colocados em campo (não se pode, por exemplo, colocar Bruno Fernandes encostado à esquerda), sem fio de jogo, sem ideias, sem lances de bola parada ou corrida minimamente preparados, apática, sem chama e onde os conflitos entre jogadores e técnico eram evidentes. Peseiro foi, apesar de tudo, mal despedido! Devia ter saído muito antes.
Claro, o despedimento de um treinador não significa, per se, que a equipa comece a jogar futebol. Essa é uma responsabilidade de tem de ser atribuída a quem o substituir e ao Presidente que tomou a decisão de demitir o anterior técnico. Fala-se por aí de um holandês (de que nunca tinha ouvido falar na vida!). Se for o Imperador, que venha para pôr a equipa a jogar à bola. De Peseiro, os sportinguistas já estavam fartos desde a sua primeira passagem pelo Clube. Só os adversários do Sporting poderiam ficar satisfeitos com a sua permanência!
A situação de Peseiro no Sporting sempre foi precária. Mais do que precária: a sua saída era inevitável, fosse durante a época ou no final. Todo o sportinguista detesta o Peseiro (eu incluído): aquele ano de 2005 nunca será esquecido. Portanto, o Peseiro sempre foi um treinador de gestão, como Sousa Cintra foi um presidente de gestão.
Eu sei que o pessoal gosta mesmo é de malhar. Por isso, o Peseiro já foi brindado com as mocadas da ordem, mesmo agora na despedida. Ora, por uma vez, parece-me que Peseiro é merecedor de um agradecimento, como Sousa Cintra o foi também: naquele ambiente lunático do final da época passada, depois do que aconteceu, com meia equipa e meia direcção em debandada, em que nenhum jogador ou teinador decentes queriam vir para o Sporting, veio Peseiro. Claro que isso foi um sinal de desespero do Sporting, mas a verdade é que veio, para um sítio onde mais ninguém queria vir.
Portanto, nalgum momento Peseiro tinha de ir. O que já não percebo é o timing da saída: depois de uma derrota a jogar com a equipa Z para uma taça sem interesse (ganhámos uma vez: acho que basta para picar o ponto), depois de duas exibições convincentes, uma contra o Boavista e outra contra o Arsenal (alguém legitimamente estava à espera de ganhar ao Arsenal com esta equipa, mesmo em Alvalade?), a um ponto do Benfica, com possibilidade de o ultrapassar este fim-de-semana, a dois dos líderes do campeonato. Porquê agora? Sobretudo quando se percebe que não foi pensada nenhuma alternativa. Lá voltámos ao nosso fétiche, que é arranjar treinadores com nome holandês que ninguém sabe o que valem (e em geral não valem um caracol; a propósito, alguém me explica esta fixação: é porque os nomes soam bem? Vercauteren, por exemplo, soa tão bem). Ora, se é para arranjar um qualquer Peseiro holandês, não se percebe para que foi isto tudo.
Esperemos que Frederico Varandas não tenha cometido aqui o seu primeiro erro grave.
Desculpem, mas neste cinema de reprise em que se tornou o Sporting Clube de Portugal, assim uma espécie de Olímpia dos anos oitenta, este filme está mais que repassado e esteve em cartaz no final da época passada, com lastimáveis resultados de bilheteira.
Se alguém tem esperança que a reposição do filme em cartaz terá desfecho diferente, desengane-se.
Estivesse lá o bombeiro de serviço, e à matiné já não teria havido projecção.
Há algumas diferenças? Provavelmente. Por exemplo a sinopse desta versão não é publicitada nos classificados, nem é publicada crítica nos locais da especialidade.
Sim, a última sessão foi uma tragédia, ao ponto de se partir a fita várias vezes durante a exibição, o que denota uma cópia velha, gasta, sem força para suster o ímpeto da máquina. No entanto, teria sido caso para descartar, em véspera de digressão pela província e até uma exibição extra no estrangeiro, uma película que sabíamos ter os dias contados? Sinceramente não sei, eu que assisti em sessões contínuas ao saltitar da imagem no ecrã e até a esta última em diferido e não gostei nada, confesso.
Bom, resta-nos a esperança que o realizador acompanhe o filme nas deslocações agendadas (ao contrário do passado recente) e que encontre um projeccionista à altura, que película tão remendada precisa de alguém que a cole com pinças. É que pode não parecer, mas está aqui em causa a sua condição de Coppola e pode estar a aproximar-se o Apocalipse. Now ou daqui a poucos meses.
José Peseiro caiu à quarta derrota da época, mas a verdade é que nestes quatro meses sempre esteve no fio da navalha. Os sportinguistas nunca perdoaram o insucesso da sua primeira passagem por Alvalade e as suas recentes estadias em Guimarães, Braga e Porto já faziam antever este desfecho. Portimonense e Estoril foram apenas as justificações para a saída de um treinador que não foi escolhido pelo actual presidente. A culpa, no entanto, não é toda sua.
Peseiro teve a coragem que mais ninguém teve, agarrou o touro pelos cornos e no meio da instabilidade conseguiu acalmar as águas de um clube com uma estrutura débil, um planeamento feito em cima do joelho, uma cultura em diluição (saíram grandes jogadores da formação nos últimos anos) e sobretudo em asfixia financeira gritante que teima em não ter fim.
Peseiro é assim a 19ª vítima da trituradora chamada Sporting Clube de Portugal. Sim, desde 2001/2002, a última vez que o Sporting se sagrou campeão nacional foi há 16 anos, já passaram por Alvalade 19 treinadores.
É preciso estabilidade, uma estratégia para a década, um planeamento rigoroso, meios humanos e financeiros para criar a estrutura de betão que nos devolva a glória. É preciso romper com o ciclo de insucesso. Estas são todas verdades de La Palice, mas será que os sportinguistas, cansados de nada vencerem, estão dispostos a dar tempo a Frederico Varandas para fazer a mudança?
A oportunidade é de ouro, não para contratar Paulo Sousa, Leonardo Jardim... ou fazer regressar Jorge Jesus, mas para que Frederico Varandas pare de vez a Trituradora. É urgente reestruturar, cria novas dinâmicas e mentalidades para que o Sporting não fique mais 16 anos sem ser campeão.
Finalmente um joguinho em que não saímos de Alvalade com o credo na boca. Já merecíamos, aqueles que continuam a ir ao estádio apoiar a equipa e hoje com um frio a que já não estávamos habituados.
Começaram bem os rapazes, que logo na primeira jogada poderiam ter aberto o marcador, mas rapidamente entraram na modorra costumeira, mesmo depois de terem apanhado um susto com uma bola dos boavisteiros no ferro, mas o certo é que os visitantes não conseguiram fazer mais do que isso. Este Boavista é nitidamente inferior ao da época passada, mas também é certo que nos últimos jogos havia sempre marcado fora e hoje, por mérito dos nossos rapazes, não o conseguiu.
Quando Nani fez o primeiro da noite, o golo já se adivinhava, uma vez que hoje se viu talvez o melhor futebol praticado esta época pelo Sporting, com Nani, Montero e Acuña, um trio virado completamente para a frente, muito bem secundado por Diaby.
O segundo e o terceiro e mais alguns que ficaram por marcar, apareceram naturalmente, fruto do futebol agradável que foi praticado.
Tudo está bem quando acaba bem, mas não posso deixar de me interrogar sobre a substituição de Acuña (que se percebeu estar tocado) por Bas Dost (regresso saudado efusivamente a que me associei), para de seguida sair Montero para a entrada de André Pinto, ficando em campo três centrais. Quando o resultado estava 3-0 e quando estava em campo O ponta-de-lança, é impressão minha ou Montero, o nosso melhor esta noite, deveria ter continuado em campo? Seria complicado, a ganhar por três golos, continuar apenas com três defesas e proporcionar municiamento ao holandês? Eu sei que em dia de "festa" não fica bem criticar, mas que diabo, um "gajo" que enfrentou toiros, tem medo de quê?
Fiz uma cura de Sporting durante uma semana, por culpa de uma viagem maravilhosa de autocaravana pela Galiza, as Astúrias e os Picos da Europa e o Gerês.
Fiz a mim próprio a promessa de não ouvir nem ler nada sobre o Sporting e, com alguma dificuldade, consegui.
E só ontem à noite me liguei à realidade.
E podem acreditar que o que eu queria, talvez inconscientemente, era que esta minha semana sabática fizesse com que alguma coisa tivesse mudado no futebol (ao menos nisso) do Sporting.
Não mudou.
Infelizmente.
Quinta-feira lá estarei, mas temo que a coisa não corra bem, sejam lá quem forem os intérpretes do duplo, infinito e inútil pivot.
Numa realidade alternativa, uma figura da mitologia cintrense comoo Rei Peseiro terá duas qualidades: o toque de Midas e a sua magnanimidade. A primeira deriva da sua capacidade como alquimista, expressa na forma como vai fazendo progredir os comuns mortais jogadores que tem a seu cargo. Por exemplo, Bruno Fernandes é hoje uma mistura de Zidane (vejam lá, até falha penáltis) com Platini - quando não deriva para a ala esquerda (moda Outono/Inverno do "estilista", a da Primavera/Verão incluía um pivô com umas calças boca de sino) e veste o fato de um Bruno...Conti - , Ristovski e Bruno Gaspar estão entre um Cancelo e dois Gentile ("ma non troppo") e o Batman do Sporting é muito melhor que o Battaglia da Argentina. Só é pena lhe faltar o Careca, que finalmente daria razão ao seu mentor, afirmando-se nas suas mãos conhecedoras como uma mistura do Eusébio com o Pelé. A segunda tem a ver com a grandeza do seu discurso e a coerência das opções que toma. Desse modo, o internacional italiano Viviano não joga porque não está em condições ("só" está há mais de 3 meses em Alvalade), mas Gudelj é titular desde que chegou, ele que estava parado (e parecendo um bidon no campo, assim continua) desde Abril, após passagem pelo intensíssimo campeonato chinês. Na mesma lógica, com pesar não deu minutos a Miguel Luís, em Poltava, porque o jogo não estava a correr bem e ontem, contra o poderoso Loures, colocou-o em campo em cima do fecho da partida, depois de se ter apanhado a ganhar por 2-0 desde os 56 minutos. Também não lhe ficou mal dar a nonagésima terceira oportunidade de carreira ao goleador Castaignos (Dala foi estender as redes para Vila do Conde, que até é um sítio ideal para tal actividade) ou conceder a primeira possibilidade a Lumor de se sentar no banco de suplentes. Estou certo de que este último ficou com g(h)anas de lhe agradecer, enquanto observava o matraquilho Jefferson a não falhar uma oportunidade de acertar com a bola no defesa contrário mais à mão. Adicionalmente, tirou dois alas e colocou um "6" (a juntar a outro que já por lá andava) e um "8" em campo, a fim de obedecer a uma lógica filantrópica, destinada a engrandecer o valor do seu adversário, ainda que humildemente, no fim do jogo, tenha afirmado não ter percebido porque a sua equipa recuara no relvado. Para finalizar, deu azo a que o filho (Juninho) do ex-leão Mário herdasse a tendência paterna para herói da Taça e marcasse, a fim de todas as partes saírem contentes. Bravo!
Tudo isto é lindo e o único inconveniente é haver um conjunto de irredutíveis adeptos, de todas as idades e classes sociais e unidos pelo amor ao Sporting, que se recusam a aceitar esta realidade e que prefeririam que o clube vivesse sob o lema do seu fundador, aliás um dos grandes culpados de só agora estarmos a trilhar o caminho correcto. Confusos? Não. Para quê esforço, dedicação e devoção, quando a glória está ali ao alcance de um toque que tudo transforma em prosperidade? Ontem uma coroa de Loures, amanhã uma palma de ouro...
(Segue-se o Arsenal. O do Alfeite daria jeito. Sempre se repararia qualquer coisita, não é?)
Tenor "Tudo ao molho...": Bruno Fernandes (tudo somado, o algodão engana menos que o ouro). Notas positivas para Nani e Jovane.
(Nota: é assustador ver que Marcelo e André Pinto não podem jogar com a defesa adiantada, sob pena de virmos a sofrer grandes dissabores. Ontem, mesmo em bloco médio, com uma recuperação defensiva digna de um cágado, por duas vezes permitiram que avançados do Loures surgissem isolados na cara de Renan, guarda-redes que não se destacou pela segurança nos cruzamentos por alto.)
Num jogo feito de garra, rigor, perseverança e competência, o Sporting deslocou-se à Eslováquia para bater o até aí líder do grupo C da Liga dos Campeões de andebol, o Tatran Presov, por 30-27, com Frankis Carol (10 golos) em grande plano. Depois da derrota na Maia, frente ao modesto ISMAI, isto sim deu significado à expressão "levantar a cabeça".
No mesmo dia, Peseiro, em entrevista a "A Bola", diz que perdemos em Portimão por termos querido praticar um "futebol exuberante, ofensivamente avassalador". A isto chama-se não aprender nada com as derrotas. Também alega que Wendel tem imenso potencial, mas perde bolas em "zonas proibidas" (creio que se estaria a referir ao camarote dos jogadores). Por isso, o brasileiro (custou 8,7 milhões de euros) vai continuando a aprender nos treinos, enquanto em competição, o macedónio Ristovski, com bem menos cartel, vai (des)aprendendo a não fechar o espaço interior e a não compensar o central. Faz sentido! Finalmente, afirma que Coates tem "estrutura, estatuto para ser capitão, mas que prefere um português". Tudo bem, entende-se, embora Javier Zanetti - 15 anos como capitão do Inter de Milão - se possa estar a rebolar a rir, mas então por que raio é que Palhinha foi preterido a Petrovic e Geraldes teve de emigrar? Será que a condição de luso só terá relevância na questão da braçadeira, mesmo que depois o balneário seja uma babilónia de nações?
Argumento 1: A equipa no final da época estava no estado que todos sabemos (foi em Julho que regressaram os jogadores que rescindiram!).
Argumento 2: Não temos jogado com Mathieu e Bas Dost, dois dos melhores jogadores da equipa.
Argumento 3: Mudámos de treinador e jogamos com 2/3 titulares da época passada.
Pergunta(s): Quais destes argumentos justificam o facto da equipa não conseguir fazer 3 passes seguidos do meio campo para a frente? Ou de não conseguir fazer uma jogada apoiada desde a defesa? Ou que a organização ofensiva seja baseada em chutos do Coates e do André Pinto (Mathieu)? Ou que os comportamentos colectivos sejam completamente arbitrários e caóticos sem qualquer relação com a bola?
Até poderia aceitar argumentos como os de cima num cenário em que estivéssemos a ver a equipa a tentar jogar futebol, a tentar jogar apoiado, a criar lances de perigo, mas que por falta de qualidade individual se perdessem bolas que resultassem em golos, falhassem transições, não conseguirmos finalizar à boca da baliza, falhar o último passe... Isso demonstraria que há ideias a serem trabalhadas, que se estavam a desenvolver princípios de jogo, que os comportamentos colectivos tinham um rumo...
Que se encontrem outros argumentos para defender a posição de Peseiro, tudo bem, aceito. Mas nenhum dos acima mencionados pode justificar o facto da equipa não jogar nada!
Por fim, e como mais uma demonstração falaciosa do argumentário acima exposto, questiono:
Os jogadores com que temos estado a jogar são melhores ou piores que os do Guimarães ou do Rio Ave? Qual das equipas, Sporting, Guimarães ou Rio Ave, apresenta melhores princípios de jogo? E os comportamentos colectivos estão melhor definidos no Sporting, Guimarães ou Rio Ave?
E falo destes duas equipas porque também elas trocaram de treinador e jogam com 2/3 titulares da época passada...
Peseiro está a ser...Peseiro! Nunca foi, não é e nunca será a solução para nenhum clube, apenas uma transição (e Cintra sabia-o!). Basta ver o seu percurso...
Parece que este é o Ano do Cão, de acordo com o zodíaco chinês. Talvez também pudesse ser o Ano do Subcão (underdog) no futebol português, mas é difícil. O Sporting já está habituado a ser tratado como uma espécie de perpétuo subcão entre os três grandes. Este ano ainda mais. E com razão: não se vê a equipa a jogar nada. Claro que, em típico formato sportinguista, já se pede a cabeça do treinador. Mas vamos lá a ver uma coisa: não perdeu o Sporting aquele que os sportinguistas consideravam ser o melhor médio defensivo de Portugal e arredores? Não perdeu aquele que os sportinguistas consideravam ser o ala mais espectacular desde o ala mais espectacular que o Sporting produziu desde o ala mais espectacular que o Sporting produziu desde o Cristiano Ronaldo? Não perdeu o melhor guarda-redes do mundo (ou algo do género)? Ainda por cima, Dost e Mathieu não têm jogado.
Pois, o Sporting não joga nada, mas verdade também seja dita que já não se vê o Sporting jogar nada vai para dois anos e tal, desde o primeiro ano do Jesus, quando não havia competições europeias a atrapalhar. Nos anos seguintes, houve sempre uma qualquer desgraça pós- ou pré-europeia, desde os 3-1 em Vila do Conde até aos 3-3 em Guimarães. Ainda por cima, estamos a falar de dois dias de descanso com ida-e-volta à Ucrânia. Ah pois, não serve de desculpa, mas a verdade é que serve. A única coisa que não percebo é porque é que não jogou o Sporting hoje, em vez de ontem.
Ainda tínhamos o Rui, o Coentrão, o William, o Adrien, o Gelson, o Dost e o Mathieu e já jogávamos este futebol de subcão. Muito tem feito o Peseiro para aquilo ainda parecer uma equipa de futebol.
Diz e com toda a propriedade o Francisco Melo num post mesmo aqui em baixo, que nada está perdido quanto às frentes em que estamos envolvidos diz respeito.
Eu concordo. Tenho até esperança que a vaca que desertou (também ela farta de aturar um gajo que usa e abusa da sua paciência) volte muito em breve e lhe garantam pelo menos mais um fardo de palha e erva fresca pela manhã e que os deuses, que provavelmente estavam fartos de amparar a equipa e lhe fizeram um manguito, sejam resgatados rapidamente, sob pena de isto ficar tudo esfrangalhado e nos próximos seis jogos se desbarate uma época inteira.
Quando digo que concordo com o Francisco Melo, concordo mesmo. Acho que esta paragem pode servir para a equipa ganhar rotinas e garantir o regresso de Bas Dost e Mathieu e se conseguir ficar pelo menos numa das frentes, a mais importante, o campeonato, que em Janeiro se façam regressar os que estão a dar mostras de que foi não só não acertada como precipitada a sua saída e tratar de pelo menos dois rapazes para os dois lados da defesa e alguém para sustituir Bas Dost, se por qualquer eventualidade tiver outro encontro imediato com alguma fivel... perdão, com os pitons de algum adversário e ficar indisponível mais uns meses.
Se porventura for tudo para o beleléu nestes seis jogos depois da paragem, temos uma época quase inteira para preparar a seguinte, coisa que tenho uma vaga ideia de que é o que andamos a fazer há mais de quarenta anos, com um interregno de dois anos ali pelo meio.
Portanto, não sendo adepto da mudança de treinador como se muda de camisa, há um tipo perfeito para tomar essa decisão: Frederico Varandas.
Claro que depois vai sofrer as consequências do seu acto, mas isso decorre da sua vontade, sufragada pelos votos dos sócios, de ser presidente de um grande clube como o nosso. Eu, com a minha modesta experiência de vida, só lhe posso dizer que uma má decisão é sempre melhor do que nenhuma decisão. Mesmo que nenhuma decisão, seja uma decisão... Se me fiz entender.
Se a estratégia de organização ofensiva continuar a estar assente em chutos para o ar e se o melhor jogador (e capitão!) continuar a ser suplente, vai ser rápido...
Jovane entrou de início, o que quer dizer que Peseiro ouviu o coro de gente que reclamava a titularidade do jovem;
Montero marcou e fez um belo jogo (o melhor em campo, para mim);
E por fim, Petrovic fez um jogo memorável (atendendo a que é Petrovic e a fasquia está muito baixa...), talvez o seu melhor jogo de verde vestido (o que vai obrigar o nosso colega Leonardo Ralha a retratar-se).
Até uma bola que poderia dar golo ao marítimo percorreu a linha de baliza e num ressalto foi morrer nas mãos de Salin.
E na CI, Peseiro, que deve ter recebido o recado do Pedro Correia, resistiu ao "ataque" dos jornalistas e não respondeu a qualquer pergunta sobre Nani.
Os deuses hoje estiveram loucos mesmo, em Alvalade. Que assim continuem.
Nota final: Concordo com Peseiro, estou farto de o dizer aqui, se quiserem assobiar que o façam no fim. Assobiar os nossos é ajudar o adversário.
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