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És a nossa Fé!

Uma pergunta

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Imaginam possível nos tempos que correm um jogo assim como a Supertaça de ontem em Aveiro entre o Sporting e o Porto, com o Luís Godinho, depois dum festival de apito com amarelos para todos os gostos, uns mal dados a começar por um originado por mais uma canalhice do Otávio, outros por dar, alertado pelo João Pinheiro, a expulsar o arruaceiro Pepe e depois o Conceição?

Eu não consigo. Nunca aconteceu, e enquanto esta arbitragem APAF se mantiver ao serviço de Porto e Benfica não vai acontecer. 

SL

Noite de azia para os profetas da desgraça

Portugal, 6 - Suíça, 1

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Jogadores abraçados após goleada: a nossa terceira melhor prestação de sempre em Mundiais

 

Mais que nunca, os profetas da desgraça parecem condenados ao desemprego. A selecção portuguesa teve ontem um desempenho brilhante, no Mundial do Catar, goleando a Suíça por 6-1. Foi a nossa vitória mais dilatada de sempre em fases a eliminar de campeonatos do mundo, superando os 5-3 à Coreia do Norte em 1966. E coroando uma partida brilhante, com golos para todos os gostos, num jogo que encerrou com 2-0 ao intervalo.

O herói do desafio foi um estreante como titular na equipa das quinas: Gonçalo Ramos. Ponta-de-lança digno deste nome. Marcou três (17', 51', 67') e deu outro a marcar (55'). Mais ninguém conseguiu fazer o mesmo até agora no Mundial do Catar. Jamais esquecerá esta goleada que o teve como protagonista.

Mas outros estiveram em grande nível: Pepe, impecável a defender e marcando de cabeça o segundo golo (33'); Raphael Guerreiro (dono da lateral esquerda, autor do belo golo 4 e da assistência para o último, aos 90'+2); João Félix (sem golos mas com duas assistências, no primeiro e no quinto); Dalot confirmando-se como titular indiscutível da ala direita ao assistir no terceiro e impedir que a Suíça marcasse aos 38'; Bruno Fernandes, com outra assistência (para o golo de Pepe, a terceira que faz neste Mundial).

Rafael Leão desta vez entrou bem, a tempo de encerrar a contagem com outro grande golo. Também Otávio e William Carvalho merecem elogio.

 

Perante 83.720 espectadores, a Suíça - que vencera Camarões e Sérvia na fase de grupos - procurou travar a nossa manobra ofensiva nos primeiros minutos, mas acabou encostada às cordas, vergada ao peso da derrota. Faz a mala, de regresso a casa, seguindo o exemplo da medíocre selecção de Espanha, eliminada também ontem por Marrocos após 120 minutos em que foi incapaz de marcar um golo e de uma ronda final de penáltis em que não converteu nenhum.

A equipa das quinas, pelo contrário, confirma a presença nos quartos-de-final - algo que antes só nos aconteceu em 1966 e 2006. Sagrando-se desde já como uma das oito melhores selecções à escala planetária com a nossa terceira melhor prestação de sempre até ao momento. Vamos defrontar precisamente Marrocos no próximo sábado. Com a legítima ambição de atingirmos as meias-finais. Agora não nos contentamos com menos.

 

Caíram alguns mitos persistentes neste jogo. Que a equipa portuguesa "só ganha por sorte", que apenas vence "por influência da santinha", que Fernando Santos é "incapaz de pôr a equipa a jogar ao ataque", que "faz alinhar sempre os mesmos", que esta selecção "tem vocação para o empate". Ninguém diria: levamos já 12 golos marcados em quatro jogos - à média de três por desafio. E ontem Santos mudou oito jogadores em relação ao desafio anterior, frente à Coreia do Sul. Mantendo no onze inicial apenas três titulares do Euro-2016.

Acabou-se também o mito de que o seleccionador era "incapaz de deixar Cristiano Ronaldo no banco". Aconteceu isso, levando os que repetiam essa ladainha a enfiar a viola no saco. Ronaldo entrou apenas aos 73', quando quase todo o estádio pedia em coro que ele calçasse: rendeu Gonçalo Ramos, novo herói das quinas, enquanto Ricardo Horta e Vitinha substituíam Otávio e João Félix.

Ainda entrariam Rúben Neves (para o lugar de Bernardo Silva, 81') e Leão (substituindo Bruno Fernandes, 87'). Quando a vitória e a passagem à fase seguinte já estavam garantidas.

 

Vários marcos assinalados. O nosso melhor resultado na etapa mata-mata de um Mundial. Ramos, com 21 anos, o mais jovem autor de três golos num só jogo desde o Campeonato do Mundo de 1962. Pepe, com 39 anos, o segundo mais velho a marcar em desafios a eliminar de uma fase final após o camaronês Roger Milla em 1994.

Todos satisfeitos em Portugal? Quase todos. Resta um pequeno círculo de irredutíveis aziados incapazes de celebrar vitórias das cores nacionais. São aqueles que inventam qualquer pretexto para desejar desaires à nossa selecção.

Andam todo o tempo em contramão: só festejam se houver derrota. Felizmente vão permanecer uns dias longe daqui.

Pensamento do dia

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Um sportinguista lê, por estes dias, as loas que se tecem a Pepe, que, não obstante a veterania, parece ainda estar aí para as curvas.

Um sportinguista lê também, nestas últimas horas, que chegou novamente uma proposta das arábias para Cristiano Ronaldo. O desejo de ver Ronaldo voltar ao Sporting é inversamente proporcional à crença de que esse regresso irá mesmo acontecer. Os milhões das arábias, ou de um team de um novo-rico árabe, chinês ou americano, falará mais alto, é o meu feeling.

E, de repente, um sportinguista dá por si a pensar que também Pepe poderia, por estes dias, estar a encher os bolsos no Médio Oriente, ou numa outra liga excêntrica qualquer. Só que não. 

Pepe, há aproximadamente quatro anos, decidiu regressar ao Porto e ao campeonato português, lugares onde tinha sido feliz e onde sentia que deveria estar novamente. Mal andará quem julgar, por estes dias, que Pepe escolheu a aposta errada.

Sabendo-se da forte amizade entre Pepe e Ronaldo, talvez o craque da nossa formação pudesse olhar para o exemplo do seu parceiro de tantas jornadas gloriosas, que tendo escolhido voltar ao seu clube em Portugal e ao nosso campeonato, vai sair pela porta grande no dia em que pendurar as chuteiras.

Pepe é uma raridade nos dias que correm...

O Tiradentes "português"

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Miguel Ángel acordou cedo, a dor no canino continuava a incomodá-lo.

Seria da erva-mate que comprava em Espanha e que não lhe fazia esquecer a do seu país? O dente que se aguentasse, deixar de sorver a sua bebida preferida estava fora de questão.

Javier ainda dormia, os jogos importantes não lhe tiravam o sono.

"Seba?"

"Si, soy yo, te llamo porque soñé que hoy ibas a meter un gol"

"Eh, eh, eh, felicidades por tu debut chico, algun dia seras campeon en Sporting de Portugal"

"Gracias, Miguel, marca tu gol hoy y un día seré campeón y capitán del Sporting"

"No te olvides Seba,  lo Nacional es bueno"

Terminou assim a conversa entre os dois uruguaios.

Mais tarde, Miguel Ángel ligou a Javier a contar-lhe esta estranha conversa, o toledano riu-se:

"Como se puede marcar un gol sentado en el banquillo?"

21 de Abril de 2009, Miguel Ángel, Javier e mais uns quantos, apanham em Getafe a estrada que liga Toledo a Madrid, mais um jogo de futebol numa época que estava a chegar ao fim.

Miguel Ángel Albín saiu do banco aos 58" e aos 83" marcaria o golo sonhado por Seba, que três dias antes se tinha estreado com a camisola  do Nacional de Montevideu.

Javier Casquero falharia um penalty nesse jogo, depois de estar, barbaramente, a ser agredido nas pernas e nas costas, o agressor ainda teve tempo, antes de sair, para esmurrar Albín.

Nem tudo foi mau, Miguel Ángel perdeu o canino e o incisivo que estava ao lado, passou-lhe a dor de dentes.

Pepe, desde esse dia, ficou conhecido como o Tiradentes.

O governo brasileiro, em forma de homenagem, declarou feriado no Brasil, hoje 21 de Abril, dia do célebre Real Madrid - Getafe comemora-se o dia do Tiradentes.

Há males que vêm por bem

Ugarte e Coates convocados para a selecção do Uruguai, que ainda alimenta a esperança de se qualificar para o Campeonato do Mundo. Felizmente nenhum deles «contraiu covid», ao contrário do azarado Pepe, dispensado de disputar o jogo de hoje contra a Turquia e uma segunda partida na próxima terça-feira, contra uma selecção ainda a definir, o que o salvaguarda de eventuais lesões ao serviço da equipa das quinas.

Há males que vêm por bem.

De protocolo a Porto ao colo

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Dantes só havia um Portador de Alegrias, agora existem mais dois, Sérgio Conceição e Pepe.

Ontem o português com duplo P, extravasava tanta alegria que lhe subiu à cabeça.

O mais velho distraiu-se do jogo, catrapiscava uma mademoiselle.

O furibundo manteve-se calado, interiormente, injuriava o protocolo.

O melhor é ficarmos com as palavras do nosso leitor Francisco Gonçalves:

Ontem, embora não sendo habitual, naquele horário, tive tempo para ir espreitando o jogo que opôs o clube das antas ao Olympique Lyonnais. Confesso que não sigo muito de perto o campeonato francês, não obstante, na época em curso, ter um interesse particular chamado Nuno Mendes. Sabia que o Lyon não está a fazer um grande campeonato, mas nem sequer sabia que está em 9º lugar.
Jogando em casa e sendo uma equipa auto-intitulada “de Champions” – adoro estes títulos que os fruteiros, desculpe, os tripeiros, dão à coletividade! -, as minhas suspeitas eram de que o clube das antas passeasse o seu estatuto, face a uma equipa do meio da tabela do campeonato francês. Afinal, não.

Logo, no primeiro minuto, o caceteiro-mor da nossa Liga percebeu que a testa dos rapazes que chegaram de França não é tão vulnerável como aquelas que costuma encontrar na 1ª Liga. E se o caceteiro não regressou dos balneários, após o intervalo, Lucas Paquetá regressou todo fresco e ainda a tempo de marcar o golo que decidiu o jogo. Como parênteses, espero, muito honestamente, que Pepe melhore rapidamente, porque uma coisa é desejar-lhe fracassos desportivos, outra coisa seria desejar-lhe qualquer mal físico.

O Lyon foi, sempre, muito superior ao clube das antas, o que não deixa de causar alguma perplexidade, dada a categoria do conjunto portista reconhecida por todo o conselho de Arbitragem e comentadores especialistas de arbitragem, cá do burgo.

Então, o que falhou ontem? Falhou, tão-somente, um aspeto: a equipa de arbitragem e o VAR não têm qualquer pastelaria, no Porto, nem têm qualquer talho, na zona de Braga.

O jogo protagonizado pelo clube das antas foi igual a tantos outros: Evanilson simula penálti; Taremi simula penálti; Pepê simula penálti; Diogo Costa falha duas abordagens à bola e simula ter sido carregado; Otávio distribui fruta por tudo que é adversário e discute todos os lances com o árbitro. Nada de anormal, não fora o jogo não ser da Liga portuguesa.

No banco de suplentes, a coisa foi ligeiramente diferente: não exisitiram aqueles saltos do staff dos portistas – treinador, adjuntos, diretor desportivo, médico, enfermeiro, roupeiro e jogadores suplentes -, face a decisões de arbitragem de que não gostam e que, invariavelmente, os conduz para dentro do retângulo de jogo. Também a atividade dos funcionários das empresas de publicidade foi mais comedido. Quem tem cu, tem medo e a UEFA não é, exatamente, o conselho de Disciplina cá do burgo, nem o Conselho de arbitragem.

No final do jogo, em declarações à imprensa, Sérgio Conceição foi, mais uma vez, fabuloso. Disse o cavalheiro que o protocolo diz que o VAR não deveria ter intervindo, na reversão do penálti. Pois claro que não, era o que mais faltava. Ainda, recentemente, em Moreira de Cónegos, o VAR interveio – mal, diga-se! -, para reverter um penálti contra o clube das antas e a expulsão de Uribe. Mas, aí, claro, não foi o protocolo, foi o “porto ao colo”.

comentário aqui

Um desafio exemplar

A arbitragem de João Pinheiro foi excelente. Deu uma imagem perfeita do que é o futebol português e do que é disputar um jogo nas Antas. As imagens são explícitas e indesmentíveis. Pinheiro, sintomaticamente avaliado como o melhor árbitro português, merece comenda no 10 de Junho pela patriótica franqueza demonstrada durante o desafio, pois nunca escondeu ao que ia nem se resguardou em meias tintas e com diligente sentido de responsabilidade acatou a pressão a que foi sujeito, não só no estádio como nas secretarias.

A merecer crítica só a Segurança Social ou a Polícia Judiciária que permitem um comprovado psicopata como Pepe andar sem restrição em público em vez de o restringirem e acompanharem clinicamente. 

Quanto aos jogadores do Sporting há felizmente a registar que saíram de campo com todos os dentes e sem ossos quebrados o que, dada a provação sofrida, não é um mau resultado.

Isto está tudo ligado

O Pedro Oliveira aqui em baixo já fala e bem sobre o fim da quaresma e do jejum motivado pela Covid e do recomeço das homilias com coro e música de órgão e ainda só vamos na quinta jornada.

Mas explicando o título acima, vocemessês lembrar-se-ão do Bobi, ou do Tareco, já não sei bem qual deles era ele ou seria os dois, sei lá, mas o Teles, Reinaldo de seu nome, começou na secção de boxe. Alguma coisa haveria de restar do legado do gão ou do cato (uma mistura de gato com cão ou vice-versa), que se perpetuaria pelo "bicho" e pelo insofismável Paulinho que para disfarçar tinha como apelido Santos.

Ontem sete gajos, a saber: O Ferrari vermelho e sus dos muchachos, o quarto árbitro e o VAR e seu ajudante, o AVARiado, não viram uma agressão do tamanho da Torre dos Clérigos de Coates a Pepe, que numa clara tentativa de ludibriar estas sete alimárias, amandou suas enormes queixadas contra o punho de Pepe que coitado, não conseguiu evitar o contacto. Felizmente o douto juíz da partida estava atento, a mais os seus seis auxiliares e deixou a jogada seguir. Estiveram  estas sete figurinhas mal, no entanto. Deveria ter sido admoestado o jogador do Sporting por teatro. Assim, exige-se um sumaríssimo, de modo a colocar as coisas no seu lugar e que Coates veja na secretaria o castigo que Nuno Almeida descaradamente lhe perdou, com a conivência de mais seis pilantras.

Se não acreditam no que escrevi, vejam as imagens!

Nota 1: Que me desculpem pela fonte das imagens, mas é o que há...

Nora 2: Vai sendo tempo de o Sporting começar a mandar recados de que não tolerará regabofes como os de ontem nos Açores e em Lisboa, Alvalade. Se possível ao mais alto nível.

A ver o Europeu (10)

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COMEÇÁMOS MUITO BEM

Portugal começa este Europeu da melhor maneira: com uma vitória fora de casa contra a Hungria, que contou com 60 mil espectadores a puxarem pela sua selecção em Budapeste. Campo inclinado, pois: este é o único estádio que permite lotação esgotada no Campeonato da Europa em plena era de pandemia. Irresponsabilidade total da UEFA. Péssima pedagogia que se faz para todo o mundo.

Vitória merecida, esta de ontem. Com seis campeões europeus no onze inicial, a primeira parte foi toda nossa. Tivemos três oportunidades flagrantes de golo: Diogo Jota desperdiçou uma, Cristiano Ronaldo outra e a terceira foi travada pelo guardião húngaro, também a remate de Jota. Durante os 45 minutos iniciais, Rui Patrício foi mero espectador.

Na segunda parte a Hungria soltou-se um pouco e aproximou-se mais da nossa área, o que acabou por beneficiar-nos: o autocarro magiar deixava de estar tão estacionado. As oportunidades mais perigosas continuaram a ser nossas: Gulacis, sem dúvida o melhor dos húngaros, impediu in extremis o golo português por Pepe, de cabeça, aos 47, e desviou para canto um tiro certeiro de Bruno Fernandes, aos 68'.

Quando o onze nacional começava a acusar algum cansaço, a partir do minuto 70, Fernando Santos mexeu bem na equipa. Fazendo trocas que deram frutos, sobretudo no meio-campo ofensivo. E aconteceram três golos em oito minutos.

O primeiro, aos 84', surgiu de um remate de Raphael Guerreiro em zona frontal, após duas carambolas - a última das quais traiu o guarda-redes. O segundo foi apontado por Ronaldo, aos 87', na conversão de um penálti castigando falta sobre Rafa - primeiro golo de grande penalidade alguma vez marcado por Portugal na fase final de um grande torneio europeu. O terceiro resultou de rápidas tabelinhas entre o benfiquista e CR7, com este a metê-la lá dentro, à ponta-de-lança, já no tempo extra (90'+2). Culminando uma exemplar construção colectiva que envolveu 33 toques de bola ao longo de minuto e meio.

Se na primeira parte o domínio foi todo nosso sem se traduzir em vantagem no marcador, à semelhança do que sucedera com a Espanha na véspera, na segunda cedemos parte desse domínio mas marcámos três a uma selecção que vinha de onze jogos seguidos sem perder. Ganhámos com a transição, impondo a nossa condição de campeões europeus. Conseguindo, logo ao primeiro embate, passaporte para a fase seguinte do torneio.

E o que interessa no futebol é isto.

 

Hungria, 0 - Portugal, 3

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Os jogadores portugueses, um a um:

 

Rui Patrício - Sofreu um golo, logo anulado por flagrante fora de jogo. De resto, pouco trabalho. Fez a primeira defesa (fácil) quando já estavam decorridos 37'. Atento entre os postes, impediu danos para as nossas redes aos 57' e aos 73'. Intransponível, uma vez mais.

 

Nelson Semedo - Chamado a titular por impedimento de João Cancelo, foi o elemento mais fraco do nosso quarteto defensivo. Arriscou muitas incursões pelo flanco direito, mas foram quase todas inconsequentes. Precisa de melhorar nos cruzamentos: falhou em excesso.

 

Pepe - Pilar da selecção. Aos 38 anos, continua sem acusar desgaste físico. Comandou o reduto defensivo, ganhou duelos, limpou a sua área, revelou-se exímio nos passes longos. E quando foi preciso aliviou sem rodeios. Esteve quase a marcar, de cabeça, aos 47'. Merecia esse golo.

 

Rúben Dias - Articulou-se bem com Pepe: ambos formam hoje o dueto indiscutível de centrais titulares da equipa das quinas. Pecou às vezes por excesso de contundência: num desses lances, aos 38', viu o cartão amarelo. Não havia necessidade.

 

Raphael Guerreiro - Fernando Santos renovou-lhe a confiança: o lateral esquerdo é campeão europeu e fez boa temporada ao serviço do Borussia Dortmund, conquistando a Taça alemã. Reforçou a titularidade com o golo agora marcado, que veio desfazer o nulo inicial aos 84'.

 

Danilo - Médio mais recuado, muito posicional, destacou-se sobretudo na recuperação de bolas - merecem aplauso as que fez aos 13' e aos 61', por exemplo. Articulou-se bem com Willliam no eixo do terreno, revelando segurança no transporte e precisão no passe.

 

William Carvalho - Teve uma temporada apagada no campeonato espanhol, mas ninguém diria ao vê-lo neste jogo em que confirmou as qualidades que já lhe conhecíamos: voltou a ser crucial na consistência da equipa, à semelhança do que sucedeu no Euro-2016. Saiu esgotado aos 81'.

 

Bruno Fernandes - Primeira parte apagada. Foi-se soltando mais e integrando-se melhor na manobra ofensiva, culminando no tiro à baliza húngara que Gulacis travou com a defesa da noite (68'). É ele quem começa a construir o primeiro golo com um passe de ruptura. Saiu aos 89'.

 

Bernardo Silva - Talvez o mais fraco desempenho no nosso onze inicial. Arriscou várias vezes o drible, procurando fazer uso da sua técnica individual, mas quase nunca criou desequilíbrios. Abusou do individualismo. Foi bem substituído aos 71', tendo saído já tarde de mais.

 

Diogo Jota - O avançado do Liverpool anda de pé quente, mas desta vez não facturou. Teve uma das perdidas da noite ao optar pelo remate, aos 5', com CR7 a seu lado, isolado, em posição frontal. Esteve melhor num remate à meia-volta, aos 40', parado pelo guarda-redes. Saiu aos 81'.

 

Cristiano Ronaldo - Assobiadíssimo sempre que tocava na bola, o capitão não se atemorizou. Foi procurando sempre o golo e acabou recompensado: marcou dois. É o quinto Europeu em que consegue facturar. Está a três golos de igualar o recorde de Ali Daei. Homem do jogo, aos 36 anos.

 

Rafa - Substituiu Bernardo aos 71'. Inicialmente nada lhe saiu bem: passes falhados, perdas de bola. Mas esteve nos três golos: remata frouxo provocando carambola que sobra para Raphael no primeiro; sofre o penálti no segundo; e é bem-sucedido nas tabelinhas que geram o terceiro.

 

Renato Sanches - Entrou aos 81', rendendo William Carvalho. Fez impor a sua boa condição física e a sua qualidade no transporte. O lance decisivo da grande penalidade começa a ser construído por ele ao ganhar uma bola dividida com eficácia e competência.

 

André Silva - O segundo maior marcador da Liga alemã entrou aos 81', para o lugar de Diogo Jota. Mostrou-se combativo, mas sem grande sucesso nos confrontos individuais. Muito marcado, esteve longe das zonas de tiro.

 

João Moutinho - Em campo a partir dos 89', substituindo Bruno Fernandes. Para queimar tempo, já com 2-0, e ajudar a segurar a bola. Cumpriu.

Tudo ao molho e FÉ em Deus - Um Cavani à solta

O futebol tem destas coisas. Durante a semana, todos os especialistas advertiam para o perigo das bolas paradas uruguaias, mas acabámos por ser nós a marcar, após um canto marcado à maneira curta. Os mesmos teóricos perspectivavam um duelo entre os dois poderosos avançados sul americanos e os nossos centrais Pepe e Fonte. Acontece que Cavani foi decisivo, mas apenas quando entrou alternadamente nos espaços ocupados por Raphael e Ricardo, dois laterais.

 

Na primeira parte, a Portugal, o que faltou em profundidade sobrou em lateralização. Assim, sem comprimento e só com largura, aos lusos faltou área, mais concretamente, grande área. Tal como uma equipa de rugby, os portugueses chegavam às imediações do último reduto uruguaio mas depois passavam a bola, uns aos outros, sempre para trás. Dispostos num 4-4-2 com os avançados muito abertos, os nossos só faziam cócegas à defesa adversária. Guedes foi igual a si próprio - uma nulidade neste Mundial -, João Mário mostrou a incapacidade habitual de queimar linhas e jogar para a frente e Bernardo, na primeira parte colocado na ala direita, continuava a sentir a falta dos movimentos específicos criados pelos seus colegas do Manchester City para o libertar.

 

Na segunda parte, finalmente Fernando Santos - três jogos e meio depois - colocou Bernardo a ver o jogo de frente para a baliza contrária. Com isso, a nossa equipa melhorou bastante, passando a ter um jogador capaz de perfurar pelo centro e de dar critério ao jogo ofensivo, com as costas protegidas por um William imponente e batalhador na sua zona de acção. O problema é que nos continuou a faltar espontaneidade na cercania da área uruguaia. Fernando Santos ainda tentou alterar este status-quo colocando em campo Quaresma, mas infelizmente retirou Adrien em vez de João Mário, este último transformado num insuportável burocrata do passe curto e rodriguinho inconsequente. 

 

Servidos por Bernardo, Quaresma e Ricardo centravam com perigo mas Godin e Gimenez eram Adamastores apostados em nos retirar a (boa) esperança. Do outro lado, Raphael, Guedes e João Mário mastigavam o jogo, perdendo sucessivas oportunidades de cruzamento.

Fernando Santos substituiu Guedes por André Silva e, mais tarde, João Mário por Manuel Fernandes. Este, em apenas 10 minutos, fez mais remates e passes para a frente que o jogador do West Ham no jogo todo, mas já não foi a tempo de alterar o fado português.

 

Um dia marcante para o futebol mundial, assim a modos de um render da guarda de Bolas de Ouro, com Cristiano Ronaldo e Leonel Messi a estenderem a passadeira aos seus sucessores. O mundo esperava um duelo Messi-Ronaldo mas vai ter de se contentar com um despique Mbappé-Cavani. E Neymar está à espreita...

Há aquela velha anedota do homem que reiteradamente se queixava a Deus da falta de sorte, por nunca ganhar o Euromilhões. Um dia, o Senhor, cansado, respondeu-lhe, pedindo-lhe para jogar. É que sem jogar, não se pode ganhar. Mesmo jogando pouco, ainda assim Portugal ganhou o Euro(milhões). Hoje, mesmo com mais posse de bola, faltaram soluções de jogo interior, combinações e apoios frontais e Deus premiou um homem e o seu sofrimento: Oscar Tabarez. Fez-se justiça. 

 

Tenor "Tudo ao molho...": Bernardo Silva

 

 

 

A ver o Europeu (7)

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Tudo está bem quando acaba bem. Num jogo que começou da pior maneira para nós, com a Polónia a marcar logo aos 2', e a equipa das quinas mergulhada numa confrangedora confusão táctica durante a meia-hora inicial, o sofrimento manteve-se apesar do golo do empate, iam decorridos 33'. E não parou até ao fim do tempo regulamentar nem durante o prolongamento. A selecção comandada por Fernando Santos concedia espaço excessivo ao adversário na fase de construção, abdicava de atacar a bola no meio-campo polaco, errava passes e perdia sucessivos ressaltos.

Cristiano Ronaldo, muito apagado durante a partida disputada em Marselha, só pode queixar-se dele próprio: desta vez até foi servido em duas ocasiões - primeiro por João Moutinho, talvez no melhor lance individual do jogo, depois por Eliseu. Mas estava em dia não: nada lhe saía bem. Valha a verdade que foi carregado em falta aos 30' na grande área da Polónia: um penálti flagrante ao qual o árbitro fez vista grossa.

 

Portugal podia ter resolvido o jogo na segunda parte, sem se sujeitar ao desgaste físico provocado por meia-hora suplementar nem ao desgaste emocional que a marcação de penáltis finais sempre suscita. Mas faltou intensidade e ousadia. Faltou também frescura muscular: era notório que alguns jogadores já actuavam em esforço. O mesmo sucedia aos polacos, o que afectou a qualidade do espectáculo.

Vale a pena fazer destaques individuais. Desde logo Pepe, que voltou a ser o melhor em campo: defendeu tudo quanto havia para defender de modo irrepreensível e lançou sempre a equipa com qualidade na fase inicial de construção. Depois William, incansável a recuperar bolas no meio-campo defensivo e a distribuí-las com a qualidade de passe a que já nos habituou. Finalmente Renato Sanches, pela primeira vez titular no Europeu e também pela primeira vez a marcar na fase final de uma grande competição: foi dele o golo do empate, com um pontapé muito bem colocado, desferido com o pé esquerdo, correspondendo da melhor maneira a uma vistosa assistência de calcanhar feita por Nani.

 

O melhor estava para vir. E veio no fim. Os nossos cinco jogadores chamados a converter as grandes penalidades cumpriram a missão com brilhantismo. Primeiro o capitão, Cristiano Ronaldo. Depois Renato. Seguiram-se Moutinho, Nani e Quaresma. É fundamental assinalar também a extraordinária defesa de Rui Patrício, que evitou a conversão do quarto penálti polaco, a cargo de Kuba, num voo rasante só ao nível dos guarda-redes de inegável categoria.

Missão comprida, missão cumprida. Estamos nas meias-finais do Campeonato da Europa, o que nos acontece pela quinta vez. Vamos defrontar a Bélgica ou o País de Gales, falta saber qual destas selecções teremos pela frente no próximo desafio, marcado para quarta-feira às 20 horas.

Mas isso pode esperar. Vamos agora festejar a ultrapassagem deste obstáculo chamado Polónia. Devagar se vai ao longe.

 

Portugal, 1 - Polónia, 1 (5-3,no desempate por penáltis)

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Os jogadores portugueses, um a um:

 

Rui Patrício - Atento, sempre seguro entre os postes. Acabou por não ter tanto trabalho como se antevia, mas correspondeu quando necessário. Boa defesa aos 69'. Sem hipótese no golo. O seu melhor momento foi a defesa do penálti marcado por Kuba. Totalmente decisivo.

 

Cédric - Cometeu um erro infantil logo no segundo minuto de jogo ao falhar o tempo de salto em zona proibida, o que permitiu que a Polónia se adiantasse no marcador, com golo de Lewandowski. Redimiu-se ao longo da partida, ganhando quase todos os duelos individuais no seu flanco.

 

Pepe - Voltou a ser o melhor português pelo segundo jogo consecutivo. Agigantou-se em todos os lances que disputou, desviando o que havia para desviar sem necessidade de recorrer a faltas. Recuperou uma bola aos 81' e lançou um contra-ataque rapidíssimo, pondo os polacos em sentido. Exibição de luxo. 

 

José Fonte - Completou bem as tarefas defensivas de Pepe: até parece que jogam juntos há anos. Acorreu à dobra quando Eliseu era ultrapassado, revelando segurança e maturidade. Bom cabeceamento aos 78', mas a bola saiu à figura do guardião polaco.

 

Eliseu - Voluntarioso e combativo, sobra-lhe em força anímica o que já lhe val faltando em pernas. O seu melhor momento foi um cruzamento milimétrico aos 92' que Ronaldo desperdiçou: esse lance podia ter arrumado o encontro. Mas vários outros passes não lhe saíram bem.

 

William Carvalho - Um poço de energia enquanto esteve em campo. Não lhe bastou ser o maior tampão contra as investidas polacas, recuperando inúmeras bolas: sabia sempre recolocá-las em jogo, desmarcando os colegas. Saiu aos 96', já esgotado de tanto correr e um cartão amarelo que o exclui da meia-final.

 

Adrien - Combinou da melhor maneira com William, aproveitando as rotinas que ambos já criaram no Sporting, destacando-se igualmente na recuperação de bolas. Aos 66' fez um dos melhores passes para Ronaldo, infelizmente desaproveitado. Saiu aos 74', já "amarelado".

 

Renato Sanches - Entrou finalmente como titular e demonstrou ao seleccionador que valeu a pena apostar nele. Marcou o nosso golo solitário e imprimiu dinâmica de vitória à equipa. No final, voltou a ser decisivo ao marcar o penálti que lhe competia. Falta-lhe só mais rigor no processo defensivo.

 

João Mário - Fez talvez o seu jogo mais apagado deste Europeu, em parte por parecer sempre deslocado da sua posição ideal: Fernando Santos mandou-o encostar à linha esquerda, auxiliando Eliseu na tentativa de impedir a progressão polaca. Nem sempre se entendeu com Ronaldo. Saiu aos 80'.

 

Nani - Teve dois momentos altos durante a partida. O primeiro aos 28', ao servir muito bem Ronaldo num lance em que o capitão é carregado em falta, o segundo aos 33', com uma soberba assistência de calcanhar para o golo de Renato. Voltou a destacar-se ao marcar um dos penáltis finais. 

 

Cristiano Ronaldo - Devia ser ele a fazer a diferença para uma grande exibição portuguesa, mas ainda não foi desta que isso sucedeu. Sem contornar as marcações, falhando por sistema o tempo de intervenção, perdendo até vários confrontos individuais, quase passou ao lado do jogo. Valeu o penálti marcado no fim: a ronda vitoriosa começou nele.

 

João Moutinho - Rendeu Adrien aos 74'. Parece ter-lhe feito bem o descanso no jogo anterior, por acaso o único que conseguimos vencer até agora nesta fase final do Europeu. Aos 86', foi dele o melhor lance individual da partida ao picar a bola que sobrevoou toda a defesa polaca e foi anichar-se nos pés de Ronaldo, que a dominou mal.  

 

Quaresma - Substituiu João Mário aos 80' para dar frescura e dinamismo à equipa, numa fase em que os polacos pareciam já ter desistido de chegar à nossa grande área. Tentou servir Ronaldo, desta vez sem sucesso. Mas voltou a ser o talismã da selecção: o golo de penálti que nos pôs nas meias-finais foi dele.

 

Danilo - Entrou aos 96', substituindo William Carvalho, voltando a demonstrar que continua a faltar-lhe a qualildade de passe do colega. Com ele em campo a selecção recua 20 metros. Mas era mesmo essa, pelos vistos, a missão que Fernando Santos lhe pedia.

A ver o Europeu (5)

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Fernando Santos deve ler o És a Nossa Fé. A equipa que hoje escalou, para o confronto com a Croácia em Lens, corresponde àquilo que vários de nós vínhamos reivindicando aqui desde o primeiro dia e satisfaz o desejo que exprimi neste bilhete que lhe enderecei há 48 horas.

Finalmente, com Raphael Guerreiro e Cédric nas alas e Adrien no miolo, Portugal fez o seu melhor jogo do ponto de vista táctico, mostrando-se uma equipa compacta e solidária, sabendo fechar as linhas e onde nunca faltavam jogadores a fazer dobras e ganhar segundas bolas. Com um bloco defensivo coeso, onde José Fonte ocupou o lugar antes confiado ao desgastado Ricardo Carvalho, e um meio-campo quase sem falhas, valorizado pela ausência de João Moutinho.

Valeu a pena? Tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Vencemos pela primeira vez uma partida no Campeonato da Europa que se disputa em França, derrubando a selecção que no jogo anterior vencera a favorita Espanha e dispôs de mais dois dias de descanso do que os portugueses. Ninguém diria, vendo os nossos jogadores actuar em tão boa forma física. Com um superlativo Pepe, que destaco como o melhor em campo.

Cristiano Ronaldo, muito marcado, pareceu ausente durante grande parte do encontro. Mas na hora decisiva lá estava ele, aproveitando bem uma diagonal aberta por Nani e rematando por instinto, com força suficiente para o guarda-redes croata largar a bola, o que permitiu a recarga vitóriosa de Quaresma, estreante a marcar em fases finais de Europeus. Já os 90 minutos regulamentares se tinham escoado e muitos pensavam na roleta dos penáltis. Iam decorridos 117 minutos: milhões de portugueses soltaram em uníssono um grito eufórico, festejando um golo surgido um minuto após uma bola da Croácia ter embatido no poste direito da nossa baliza. Era caso para isso: nunca até hoje Portugal tinha vencido num prolongamento de uma grande competição de futebol.

Muitos comentadores cá desta banda não confiavam num resultado desses, apressando-se a vaticinar o regresso da equipa das quinas a casa. Enganaram-se, felizmente. Na próxima quinta-feira, pelas 20 horas, vamos disputar os quartos-de-final com a Polónia em Marselha. De cabeça levantada, pois claro. Há que continuar a olhar em frente.

 

Portugal, 1 - Croácia, 0

.................................................

 

Os jogadores portugueses, um a um:

 

Rui Patrício - Na hora da verdade, quando foi necessário, ele esteve lá - atento, concentrado, muito seguro. Tomando bem conta da baliza portuguesa, que desta vez manteve as redes invioláveis. Com alguma sorte e muito mérito.

 

Cédric - Ao nosso quarto jogo, entrou enfim para ocupar a lateral direita. Com vantagem óbvia para a equipa, tanto na segurança do processo defensivo, em que travou Perisic, como na qualidade da movimentação atacante. Com um pulmão inesgotável.

 

Pepe - Fez o único remate português da primeira parte, cabeceando sobre a barra. Anulou o ímpeto ofensivo croata, cortou tudo quanto havia a cortar na sua área de intervenção. Num desses lances, aos 111', galgou dezenas de metros com a bola controlada, conduzindo o contra-ataque. O melhor em campo.

 

José Fonte - Outra estreia nesta fase final do Euro. Cumpriu a missão que lhe estava destinada, com menos qualidade técnica que Pepe na reposição da bola. Prático e descomplexado, não se preocupou em jogar bonito mas em ser eficaz.

 

Raphael Guerreiro - Regressou em boa hora ao onze titular após ter superado os problemas musculares, com uma das melhores exibições da selecção. Impecável na cobertura e no desarme. Venceu todos os confrontos individuais.

 

William Carvalho - Evidenciou novamente as qualidades que o tornaram imprescindível no Sporting: precisão de passe e capacidade de recuperação da bola. Anulou Rakitic, um dos craques croatas. Memorável, o lançamento longo para Ronaldo, de 50 metros, aos 67'.

 

Adrien - Se Motric mal se viu no jogo, isto deve-se em boa parte ao médio leonino, que lhe deu luta com êxito, equilibrando o meio-campo a nosso favor. No melhor passe do jogo, aos 63', lançou Nani, que viria a ser carregado na grande área. Saiu aos 108'.

 

André Gomes - Voltou a revelar má forma física. Ainda assim, Fernando Santos insistiu em mantê-lo em campo até aos 50'. De pouco valeu. Viria a dar lugar a Renato Sanches, com vantagem óbvia para a equipa.

 

João Mário - Muito mais discreto do que na actuação frente à Áustria, prisioneiro da estratégia de contenção da equipa frente à Croácia, que fez aumentar a distância entre o meio-campo e o sector mais avançado. Foi rendido por Quaresma aos 87'.

 

Nani - Sem a influência revelada noutros desafios, interveio nos nossos dois lances mais perigosos. Primeiro, a passe de Adrien, foi carregado em falta na grande área croata sem o árbitro assinalar penálti. Depois, na jogada do golo, fez uma semi-assistência para Ronaldo.

 

Cristiano Ronaldo - Muito isolado, muito marcado, sem ser bem servido, encostado em excesso à linha no primeiro tempo. Mas apareceu quando era preciso, no lance decisivo do encontro, com uma rápida desmarcação e um remate forte. Parecia meio golo. E foi.

 

Renato Sanches - Rendeu André Gomes e foi superior enquanto transportador de jogo - veloz, imaginativo e com passes verticais que colocaram a Croácia em sentido. Interveio bem no lance do golo, temporizando e soltando a bola para Nani.

 

Quaresma - Continua a ser o talismã da selecção. Substituiu João Mário aos 87' e logo fez a diferença com os seus desequillíbrios junto à lateral e a qualidade da sua posse de bola. Num jogo em que só fizemos dois remates à baliza, o segundo foi dele. O do golo.

 

Danilo - Substituiu Adrien aos 108', quando o seleccionador parecia temer mais que nunca um golo croata. Soube reter a bola, introduzindo alguma frescura e tranquilidade à equipa.

 

No melhor pano cai a nódoa

A emocionante final da Liga dos Campeões não merecia ter visto um golo em flagrante fora de jogo validado por uma equipa de arbitragem incompetente - numa clara demonstração, a todos quantos fingem não reparar, que Portugal está muito longe de ter o monopólio dos apitadores sem classe.

Serve também de aviso aos que defendem a contratação de árbitros estrangeiros para apitar jogos decisivos nas nossas competições futebolísticas. Se tiverem a qualidade que este demonstrou, qualquer refugo nacional chega e sobra.

 

Mas nem só o árbitro merece nota negativa neste confronto: o desempenho de Pepe é inaceitável por parte de todos quantos consideram que existem regras éticas e morais no desporto. A péssima actuação teatral do defesa central português, por duas vezes estendido na relva a fingir que tinha sido agredido, é indigna do futebol de alta competição. Além de medíocre actor, Pepe comprometeu o Real Madrid, cometendo um penálti claríssimo e totalmente desnecessário sobre o ponta-de-lança do Atlético, Fernando Torres. É inacreditável como escapou sem acumulação de amarelos - e a consequente expulsão.

Por vezes apetece perguntar onde tem ele a cabeça. Os pés, ao menos, sabemos bem onde estão.

 

Leitura complementar: O teatro de Pepe não faz falta à selecção, de Luís Aguilar, no Record.

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