O Sporting desperdiçou anteontem a possibilidade de ficar em 1.º lugar no grupo da Liga Europa e terá de disputar uma eliminatória extra em Fevereiro.
Como aconteceu também na época passada, quando ficámos em 3.º lugar na Liga Europa. Na altura empatámos em casa por 1-1 e ganhámos fora ao Midtjylland por 4-0, com bis de Pedro Gonçalves.
Sabem quem é? O mesmo que ontem falhou quatro oportunidades flagrantes de golo. Afinal até marca uns golitos na Europa, o Pedro, aquele que com sueco ou sem ele continua a ser o melhor jogador do plantel.
E quais foram os resultados do Sporting nesse período?
01/02 - Sporting 5 - Braga 0
06/02 - Rio Ave 0 - Sporting 1
12/02 - Sporting 1 - FC Porto 2
16/02 - Sporting 1 - Midtjylland 1
20/02 - Chaves 2 - Sporting 3
23/02 - Midtjylland 0 - Sporting 4
27/02 - Sporting 2 - Estoril 0
04/03 - Portimonense 0 - Sporting 1
Foram 6 vitórias, 1 empate e 1 derrota, esta no clássico.
Isto naquela época do 4.º lugar, que alguns dizem a pior de sempre, uma vergonha, etc, etc, e gelado na testa.
Mas consultando os grupos da Champions:
- O Sp.Braga muito provavelmente lá estará também e nem precisa de fazer muito por isso, o Nápoles trata do assunto.
- O Benfica vai dar o litro e meio na Áustria para lá estar também. Ou então prefere um Fevereiro mais descansado, e não andar nestas trabalheiras. É perguntar ao alemão em inglês, já que não fala português.
- O FC Porto, com mais uma derrota no grupo, corre o risco de lhe acontecer o mesmo frente aos ucranianos do Shakhtar Donetsk.
Qual é o drama afinal? Não entendo.
Ou melhor, até entendo de papagaios vermelhos ou azuis, de letais também sempre à procura da tragédia do dia. De leões não entendo mesmo.
Se vierem com o ranking UEFA só pergunto se é pelo ranking que vamos saber quem nos calha no sorteio.
PS:
Para já são 63 golos marcados em 3 épocas e picos:
Pedro Gonçalves, campeão do desperdício em Bérgamo: quatro golos fáceis falhados
Foto: Michele Maraviglia / EPA
Gostei muito de Edwards. Entrou só depois do intervalo no nosso jogo de ontem contra a Atalanta, em Bérgamo, mas fez logo a diferença. Após um primeiro tempo em que concedemos a iniciativa ao adversário, muito pressionante na nossa saída de bola, o Sporting veio da pausa revigorado. Quase irreconhecível, para muito melhor. O péssimo corredor direito foi alterado, com o inglês - tal como no desafio de Alvalade - a fazer novamente a diferença lá na frente. Aos 47' esteve à beira de marcar após boa combinação com Geny (outra entrada após o intervalo que trouxe grande dinâmica). E aos 56' marcou mesmo, lançado por Gyökeres, com perfeito domínio da bola superando quem tentou pará-lo. Meteu-a lá dentro, disparando com o seu pior pé - o direito - em estreia absoluta como artilheiro na Liga Europa. Merece elogio até porque na véspera tinha sofrido um aparatoso acidente de automóvel, felizmente sem sequelas físicas nem psicológicas. Melhor em campo.
Gostei das substituições feitas por Rúben Amorim: graças a elas, e em réplica quase perfeita do desafio contra os italianos em Alvalade, a 5 de Outubro, o onze leonino pressionou, dominou e empurrou em largos períodos a Atalanta para o seu reduto. Foi pena, uma vez mais, termos dado 45 minutos de avanço à turma que nos defrontou. Mas agora, pelo menos, conseguimos um empate (1-1), afastando o estigma da derrota (1-2) como a que ocorreu no nosso estádio e que tanto nos desagradou. Também gostei de ouvir centenas de adeptos a puxar pela nossa equipa, desafiando o frio de Bérgamo. E, naturalmente, de ver o Sporting garantir o segundo lugar no grupo D: este já ninguém nos tira.
Gostei pouco de ver tantos passes falhados em zonas de risco, sobretudo na primeira meia hora de jogo. Com a dupla Morten-Morita incapaz de suster o meio-campo da Atalanta e os nossos corredores laterais sem capacidade para produzir jogo ofensivo. Geny, pela direita, e Nuno Santos, pela esquerda, são bem mais acutilantes do que Esgaio e Matheus Reis nas mesmas posições - como viriam a comprovar na segunda parte.
Não gostei de perder a luta pelo primeiro lugar no nosso grupo: estivemos apenas a um golo do acesso praticamente garantido aos oitavos da competição. Assim teremos de disputar dois jogos extra, num play off, a 15 e 22 de Fevereiro - daí ter ficado perplexo com aqueles minutos finais em que os nossos andaram a queimar tempo à espera que o desafio acabasse, como se não pudéssemos ou não quiséssemos sair vitoriosos. Também não gostei de ver Gonçalo Inácio novamente amarelado sem qualquer necessidade logo no início, agora aos 11': Amorim devia fazer treino específico com ele para evitar a repetição destas entradas imprudentes que podem penalizar seriamente a equipa - e penalizaram mesmo, no clássico da Luz.
Não gostei nada de sofrer o golo tão cedo, logo aos 23', marcado por Scamacca, goleador da Atalanta que já tinha concretizado duas vezes antes, mas sem valer por estar fora-de-jogo. Desta vez valeu, devido a uma perda de bola de Diomande junto à linha do meio-campo, à incapacidade dos restantes defesas de fecharem o corredor e à incorrecta posição de Adán, muito adiantado: ainda tocou na bola com a ponta dos dedos, sem conseguir pará-la. Via-se que faltava ali Coates, ausente do onze titular e só em campo a partir do minuto 80 (rendeu St. Juste, central à direita, com o marfinense ao meio). Também não gostei nada das exibições de Esgaio e Trincão, totalmente ineficazes no corredor direito: o primeiro foi incapaz de fazer um cruzamento, o segundo perdia a bola com uma facilidade impressionante, parecendo com a cabeça noutro lugar qualquer. Já não voltaram do intervalo, em claro benefício da equipa, que recuperou eficácia. Enfim, quase desesperei com Pedro Gonçalves, que desperdiçou quatro golos: aos 35' (chapéu falhado por completo após ter sido isolado por Gyökeres), aos 66' (bem servido por Edwards, consegue fazê-la embater nos dois postes sem entrar), aos 68' (atirou para cima da barra) e aos 71' (isolado por Morita, opta por um passe frouxo ao guarda-redes). Repetiu a desastrosa exibição em Lisboa: anda irreconhecível.
Quatro grandes oportunidades desperdiçadas pelo Sporting na segunda parte, há pouco, em Bérgamo. Três delas escandalosas, por responsabilidade de um Pedro Gonçalves irreconhecível. Incapacidade total na finalização.
Vimos de lá com um empate (1-1) quando podíamos ter vencido até por mais de um golo de diferença. O que nos deixaria em primeiro lugar no nosso grupo, quase com presença garantida desde já nos oitavos-de-final da Liga Europa.
Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Raków, da Liga Europa, pelos três diários desportivos:
Pedro Gonçalves: 19
St. Juste: 17
Daniel Bragança: 16
Edwards: 16
Gonçalo Inácio: 16
Esgaio: 15
Nuno Santos: 15
Paulinho: 15
Trincão: 15
Fresneda: 14
Coates: 14
Adán: 13
Diomande: 13
Morten: 11
Matheus Reis: 11
Tiago Ferreira: 6
O Jogo e A Bola elegeram Pedro Gonçalves como melhor em campo. O Record optou porDaniel Bragança.
Gostei muito da vitória do Sporting (2-1), na noite passada, em jogo da Liga Europa contra o Raków, campeão polaco. Triunfo que nos mantém no segundo posto do grupo D nesta competição europeia: permanecem intactas as leoninas aspirações à fase seguinte da prova. Vale a pena anotar: foi o nosso 16.º desafio da temporada em curso, com balanço largamente positivo. Treze vitórias, dois empates, apenas uma derrota. Percentagem de sucesso: 81,2%. Demonstração inequívoca do mérito desta equipa tão bem orientada por Rúben Amorim.
Gostei que tivéssemos marcado cedo - na conversão de um penálti, logo aos 10', por Pedro Gonçalves a castigar falta claríssima (punida com cartão vermelho) cometida sobre St. Juste quando conduzia um lance de ataque na meia esquerda, em plena grande área polaca. Aos 52', o nosso n.º 8 viria a marcar igualmente o segundo golo, também de penálti, desta vez a punir mão na bola a remate de Edwards. Tem de ser creditado como melhor em campo. Leva já cinco golos nesta época - estes foram os seus primeiros na Liga Europa 2023/2024. Total até agora: 63 convertidos de verde e branco. Merece elogio? Claro que sim.
Gostei pouco que não tivéssemos exibido superioridade na chamada zona de decisão, sobretudo porque defrontámos uma equipa só com dez jogadores durante 80 minutos. Construímos oportunidades, mas fomos incapazes de convertê-las em lances corridos - ou por falta de pontaria ou devido a grandes defesas do guarda-redes sérvio da equipa polaca, que só tem um polaco no plantel (o Sporting teve sete portugueses no onze inicial). Paulinho, que ontem festejou 31 anos, foi um dos elementos com nota insuficiente. Outros foram Nuno Santos e Esgaio, pouco eficazes a municiar o ataque pelos flancos. Para compensar, registou-se a estreia em jogos oficiais da equipa A do jovem Tiago Ferreira, que actuara na pré-temporada: outro miúdo da nossa formação lançado por Amorim. Foi mera amostra, insuficiente para conclusões sólidas. Aos 21 anos, Mamede - como também é conhecido - tem-se destacado no Sporting B, onde já fez dez golos e duas assistências. Oxalá consiga singrar entre os "adultos".
Não gostei da ausência de Gyökeres, ausente por castigo. Nota-se uma diferença enorme, para pior, quando ele está fora do onze titular. A nossa linha ofensiva perde engenho, criatividade, talento, energia, explosão, acutilância, capacidade de desequilíbrio e capacidade de pressionar a saída dos adversários. Felizmente vamos tê-lo de volta no dérbi da Luz, já depois de amanhã. Num jogo em que a equipa da casa contará com mais 24 horas de descanso do que a nossa após ter humilhado o futebol português em San Sebastián, frente à Real Sociedad (equipa que vencemos 3-0 na pré-temporada).
Não gostei nada de ver o Sporting sofrer um golo, aos 70', na sequência de um livre convertido com rapidez e eficácia pelo Raków enquanto alguns dos nossos jogadores se limitaram a defender com os olhos. Quatro jogos da Liga Europa, em todos sofremos golos. Falta-nos capacidade de concentração em momentos cruciais e alguma consistência defensiva. Também não gostei nada dos nossos 20 minutos finais, com a equipa a recuar muito no terreno, mantendo posse estéril de bola e parecendo recear a desfalcada turma adversária. Enfim, continuo a não gostar nada de Fresneda, desta vez em campo desde o minuto 56 (substituiu Esgaio). Está muito longe de ser um novo Pedro Porro. E até agora nem demonstrou sequer qualidade para integrar o plantel principal do Sporting.
Pedro Gonçalves, melhor em campo no Bessa: golo de calcanhar valeu-lhe nota artísrica
Foto: José Coelho / Lusa
Contraste enorme entre esta época e a anterior, bem reflectida na nossa posição à nona jornada: vamos agora no comando do campeonato, com mais nove pontos do que há um ano na mesma fase da prova. Na comparação, ganhamos um ponto por jornada. É obra.
Talvez a nossa mais saborosa vitória até ao momento, na Liga 2023/2024, tenha sido este Boavista-Sporting, disputado anteontem num relvado muito maltratado em estádio sempre difícil. Há poucas semanas a equipa comandada por Petit derrotou ali o Benfica, por 3-2.
Rúben Amorim surpreendeu o técnico rival, apresentando o seu onze titular disposto de maneira inabitual no terreno, numa espécie de 4-3-3 em que o lateral esquerdo formava muitas vezes linha defensiva enquanto Diomande encostava ao lado oposto, compensando o adiantamento de Geny, muito mais extremo do que ala, sobretudo na primeira parte.
Esta alteração táctica funcionou. O Sporting teve quase sempre superioridade nas diversas fases do encontro. Fomos para o intervalo a vencer 1-0 e podíamos ter marcado mais dois ou três, enquanto Adán não fez uma defesa digna desse nome nos primeiros 45'.
Não fomos apenas eficazes: também soubemos dar espectáculo. Como comprovou precisamente esse lance do nosso golo inaugural, primor de futebol colectivo construído com 46 segundos ininterruptos de posse de bola: 17 passes que envolveram oito jogadores. Culminando num magnífico centro de Matheus Reis que Geny aproveitou da melhor maneira estreando-se como artilheiro leonino em desafios do campeonato.
No segundo tempo agigantou-se Pedro Gonçalves, que já estivera envolvido no primeiro golo. Foi ele a fixar o resultado aos 85', em lance de insistência iniciado numa oportuna recuperação de Morten que levou o n.º 8 a rematar ao poste, sentado no relvado. No ressalto retomámos a posse de bola e aí destacou-se Esgaio a assistir. Pedro Gonçalves estava no sítio certo, embora de costas para a baliza. Num toque de génio, à Madjer, marcou de calcanhar.
Valeu-lhe nota artística. E justa menção como melhor em campo.
Não nos limitámos a vencer: também convencemos.
Pela primeira vez, neste campeonato, não sofremos golos fora de casa. Impusemos ao Boavista a primeira derrota no Bessa. Reforçámos a liderança da prova, ainda mais isolados - com mais três pontos do que Benfica e FC Porto, também com mais três pontos do que na nossa inesquecível campanha de 2020/2021 que culminou no título.
Motivos mais do que suficientes para a equipa estar de parabéns.
A verdade é que o Sporting não perde um jogo em provas nacionais desde Abril - facto relevante.
Entretanto, com este triunfo no Bessa, Rúben Amorim tornou-se o treinador português com mais vitórias em toda a história do nosso clube: já são 118. Acabou de ultrapassar Paulo Bento, precisando de menos jogos para esse efeito.
Agora, acima dele, apenas se destaca o húngaro Joseph Szabo, treinador que passou onze épocas no Sporting - a última das quais em 1954/1955, ainda jogavam alguns dos Cinco Violinos.
Breve análise dos jogadores:
Adán - Só aos 83' fez uma defesa apertada. Exibiu segurança neste regresso à titularidade após duas partidas em que viu Israel assumir protagonismo entre os postes.
Diomande - Impecável nas dobras a Geny, que tinha ordens para actuar como extremo, sem recuar. Pilar na organização defensiva. Passou a central ao meio com a saída de Coates.
Coates - Exibição um pouco mais apagada do que o habitual do capitão uruguaio. Cedeu a braçadeira a Adán ao sair (69'), por precaução, queixando-se de uma dor na perna.
Gonçalo Inácio - Iniciou construção do primeiro golo com um passe de ruptura que originou soberba jogada colectiva. Sabe usar cada vez melhor o seu pé esquerdo para queimar linhas.
Geny - Titular por mérito neste jogo que lhe correu muito bem. Aos 8' ameaçou marcar num forte disparo à malha lateral. Aos 37' passou da ameaça ao acto: foi o seu golo de estreia na Liga.
Morten - Exibição segura do internacional dinamarquês, que protagonizou sete recuperações. Vital no lance do segundo golo, que ajudou a construir com boa visão de jogo e precisão de passe.
Morita - Organizador do meio-campo, esteve em nível muito elevado até as forças lhe começarem a faltar, por volta dos 70'. De uma tabelinha entre ele e Matheus Reis nasceu o primeiro golo.
Matheus Reis - Primou pela disciplina táctica, compensando em consistência defensiva o adiantamento de Geny na ala oposta. Mas brilhou na frente ao assistir o moçambicano no golo.
Edwards - Criou desequilíbrios no reduto adversário. Soberba execução técnica ao picar a bola aos 31', fazendo-a sobrevoar a defesa. Mas desperdiçou um golo cantado aos 53'. Intermitente.
Pedro Gonçalves - Metade dos nossos quatro remates enquadrados foram dele. Aos 31', isolado, chutou para a bancada. Redimiu-se num excepcional golo de calcanhar que fixou o resultado.
Gyökeres - A partida menos conseguida do craque sueco desde que chegou ao Sporting. Muito marcado, desperdiçou duas ocasiões de golo (11' e 61'). Mas foi lutando sempre.
St. Juste - Substituiu Coates aos 69', tomando conta do lado direito da defesa. Desta vez sem brilhantismo. Após longa lesão, parece estar ainda algo preso de movimentos.
Esgaio - Rendeu Edwards (74'). Não falhou um passe e brilhou ao assistir Pedro Gonçalves no golo. Já fez mais assistências nesta Liga do que os laterais do SLB e do FCP somados.
Nuno Santos - Entrou aos 75', substituindo Matheus Reis. Teve logo um lapso defensivo que nos poderia ter saído caro. Mas redimiu-se com um par de centros bem medidos.
Paulinho - Substituiu Gyökeres aos 86'. Pressionou, movimentou-se bem na área, rematou com convicção aos 87'. Mas, servido por Nuno Santos, falhou emenda aos 90'+2: bastaria encostar.
Trincão - Entrou ao minuto 86', ocupando o lugar de Geny. Protagonizou dois lances que nada renderam pelo seu defeito do costume: perde-se em fintas e acaba por ficar sem bola.
Geny muito cumprimentado pelos colegas após marcar o seu primeiro golo no campeonato
Foto: José Coelho / Lusa
Gostei
Do nosso triunfo num dos estádios mais difíceis. Fomos ao Bessa derrotar a turma axadrezada por 2-0 (um golo em cada parte do desafio). Vitória sem discussão numa partida emotiva, quase sem tempos mortos, com futebol de qualidade. Perante um adversário que já venceu o Benfica nesta Liga 2023/2024 e no mesmo estádio onde há um ano fomos derrotados (1-2). Comprovando assim, para quem ainda tivesse dúvidas, que estamos francamente melhor do que na época anterior. Cada vez mais embalados para o título.
De Pedro Gonçalves. Respondeu da melhor maneira, em campo, à infeliz e deselegante frase do seleccionador Roberto Martínez, que o acusou numa entrevista de ser um jogador «com azar». Rúben Amorim esteve bem, na conferência de imprensa de domingo, ao não alimentar lamúrias: limitou-se a incentivar o jogador a «melhorar, marcar golos, assistir e correr muito». Pedro assim fez: exibição de qualidade frente ao Boavista, culminando no nosso segundo golo, marcado com nota artística, de calcanhar, com assistência de Esgaio (85'). Imediatamente antes, no chão, tinha rematado ao poste. E logo aos 6' quase marcou, de livre directo - proporcionando grande defesa ao guarda-redes João Gonçalves. Demonstrou a atitude certa. E mantém uma contabilidade elevada: 61 golos em 106 jogos de verde e branco. Melhor em campo.
De Geny. Lançado como titular, correspondeu à confiança que nele depositou o treinador. Amorim facilitou-lhe a tarefa, mantendo-o com extremo direito, só com missão ofensiva, num desenho mais próximo do 4-3-3 (com Matheus Reis mais recuado) do que do habitual 3-4-3 - o que parece ter confundido Petit, treinador do Boavista. O jovem moçambicano pressionou e fixou os defensores adversários, baralhando marcações e abrindo espaços lá na frente. Sai deste jogo com boa nota, sobretudo pelo belo golo que marcou, aos 37', aproveitando um excelente cruzamento de Matheus a quase toda a largura do terreno. Foi a sua estreia como artilheiro no campeonato. Não custa vaticinar que terá sido o primeiro de muitos.
De Morten. Talvez a sua melhor exibição desde que chegou ao Sporting. Está mais solto, mais seguro, com maior precisão de passe, sempre de frente para o jogo. Fez boa parceria com Morita: completam-se bem no centro do relvado. Com o japonês tendo como missão central a distribuição de jogo e o internacional dinamarquês actuando sobretudo como médio de contenção. Ganhou a maioria dos duelos contra uma das equipas mais combativas do nosso campeonato. O segundo golo nasce de uma recuperação dele. Só foi pena aquele cartão amarelo tão desnecessário, por falta cometida aos 90'+7, no penúltimo minuto da partida.
Da nossa organização defensiva. Teve dois elencos, ambos resultaram. Primeiro com o habitual trio Diomande-Coates-Gonçalo Inácio: inabalável. Depois, com a saída de Coates aos 69', o jovem marfinense passou a central ao meio e St. Juste colocou-se à direita. Desempenho recompensado: a nossa baliza ficou incólume (Adán só fez uma defesa difícil, aos 83') no primeiro jogo desta Liga em que o Boavista permaneceu em branco. Temos de momento a segunda defesa menos batida do campeonato - sete golos, só mais um do que o FCP.
Da homenagem a Bas Dost ao minuto 28. Os adeptos leoninos, que compareceram em força no Bessa, prestaram um comovente tributo ao craque holandês neste momento da partida, em alusão ao número que ele usava no Sporting. Bas caiu, inanimado, num jogo da Liga holandesa disputado no domingo. Ainda hospitalizado, aguardando veredicto médico, já agradeceu os justos aplausos e o familiar cântico que lhe foram dedicados.
Da arbitragem de Nuno Almeida. Sereno e competente. Não atrapalhou, deixou jogar. Oxalá todos fossem assim.
De termos conquistado 25 pontos em 27 possíveis. Mais nove do que na mesma fase do campeonato anterior. Eficácia sem margem para dúvida. Marcámos até agora em todos os jogos. Aliás estamos há 17 jornadas seguidas a marcar.
De termos cumprido outro jogo sem perder na Liga. Se somarmos as 14 rondas finais do campeonato anterior às nove decorridas deste, são já 23 desafios seguidos sem conhecermos o amargo sabor da derrota na prova máxima do futebol português. Venham mais assim.
De ver o Sporting cada vez mais líder. Comandamos o campeonato. Mantemo-nos no topo há quatro rondas consecutivas. Somos a única equipa que ainda não sofreu qualquer derrota. Ampliámos a vantagem, estando agora ainda mais isolados no posto de comando. Beneficiando do empate do Benfica com o Casa Pia na Luz. Seguimos com mais três pontos do que os encarnados e a turma portuense, mais seis do que o V. Guimarães e já com mais oito do que o Braga. Para desgosto de uma minúscula falange de adeptos que anseia por desaires da equipa e tem como lema "quanto pior, melhor". Não acertam uma - nem sequer nisto.
Não gostei
De alguns golos desperdiçados. Desta vez a "fava" calhou a quatro: Gyökeres, estranhamente muito apagado, falhando emenda à boca da baliza (11'); Pedro Gonçalves, isolado por Edwards com um passe picado de excelente execução técnica (31'); Edwards, também só com o guarda-redes pela frente (53'); e Paulinho, incapaz de a meter lá dentro com Nuno Santos a servi-lo de bandeja (90'+2).
Do calafrio aos 77'. Quando o Boavista conseguiu introduzir a bola nas nossas redes. Os adeptos da casa festejaram, mas em vão. O golo acabou anulado pelo VAR: havia deslocação de 27 cm.
De Trincão. Foi o último a entrar - só aos 86', substituindo Geny. Já com o Boavista acusando evidente desgaste fisico. Mesmo assim, falhou o drible nas duas vezes em que teve a bola nos pés. Atravessa um período de baixo rendimento já excessivamente prolongado.
Do péssimo estado do terreno. Chamar àquilo "relvado" é um insulto a qualquer relvado. Cada vez que alguém dava um pontapé na bola, saltava um tufo de ervas do lamaçal do Bessa.
Das tochas lançadas pelas claques. A Juve Leo e o Directivo XXI não têm emenda: obrigam o Sporting a pagar multas atrás de multas em todas as jornadas. Ontem forçaram a interrupção do Boavista-Sporting por vários minutos após arremessarem vários engenhos pirotécnicos... contra a nossa própria baliza, perturbando Adán. E contribuindo para lesar o nosso clube. São mesmo letais ao Sporting.
«Sei que o Pedro Gonçalves é muito querido pela maior parte dos adeptos (...) mas... valorizo muito mais um Ricardo Esgaio sem grande valia técnica e inteligência de jogo do que um "génio" que passa a vida adormecido. Pote faz muito, muito pouco para aquilo que pode e sabe. Questão psicológica?»
Não foi um grande jogo do Sporting na Áustria, muito longe disso, mas foi uma grande vitória perante o Sturm Graz, uma das melhores equipas austríacas. Todos se lembrarão doutros resultados contra equipas desse país, um futebol físico e objectivo sempre a correr e a dar no osso. Depois existe a questão das prioridades e da gestão do plantel. Bragança e Trincão têm de jogar para contarem mais à frente, mas a verdade é que agora deixam imenso a desejar. Catamo a ala, continuo a dizer que é um erro de casting, um jogador ali não pode perder bolas por insistir em fintas nem muito menos deixar sair a jogar o defesa depois de perder a bola. De qualquer maneira o Sporting chegou a meio da segunda parte com a equipa contrária cansada e apostada em defender a magra contagem, entrou Pedro Gonçalves e tudo mudou. Dois golos merecidos e a vitória assegurada. Obviamente que entrando com os titulares a vitória teria sido mais fácil de obter, mas ao insistir sempre no mesmo onze corre-se o risco de chegar às decisões e termos metade do plantel rebentada e a outra metade desmotivada. SL
Pedro Gonçalves regressou aos golos marcando logo aos 25' na Pedreira
Foto Lusa
Comecemos pela boa notícia. À quarta jornada, vamos no topo do campeonato nacional de futebol. A par de Boavista e FC Porto - que nesta ronda arrancou a ferros um pontinho no Dragão em jogo que deve ter constituído escandaloso recorde mundial: 25 minutos de prolongamento, frente ao Arouca (3 na primeira parte, 22 na segunda). Com o empate portista a ocorrer aos 19' deste inacreditável tempo extra final.
Em doze possíveis, conquistámos dez pontos até agora. Muito acima do que estávamos precisamente na mesma fase do campeonato anterior: concluídas as primeiras quatro partidas, o título tornou-se logo então praticamente impossível para nós, com oito pontos perdidos. Nada a ver com os dois que agora deixámos pelo caminho. Precisamente na partida contra o Braga, em casa do adversário. Na mesma casa onde tínhamos empatado logo a abrir a Liga 2022/2023, então por 3-3.
Comparando este Braga-Sporting (1-1) com o da época anterior, mantém-se um padrão: estivemos a vencer mas fomos incapazes de segurar essa vantagem. Por incapacidade absoluta de resolver a questão em tempo útil, quando os índices motivacionais e psicológicos estavam em alta. Logo no primeiro tempo, em que fomos superiores - vantagem traduzida no 0-1 registado ao intervalo. Com Pedro Gonçalves, no regresso aos golos, a facturar logo aos 25' - correspondendo da melhor maneira a primorosa assistência de Diomande.
Houve um segundo golo, aos 38', mas não valeu. Seria uma estreia em grande de Morten como artilheiro leonino, mas o VAR invalidou-o alegando que Pedro Gonçalves, em fora-de-jogo posicional, interferiu no ângulo de visão do guarda-redes Matheus. Tese que todos os especialistas em arbitragem, sem excepção, validaram na imprensa de ontem.
Após a interrupção, repetiu-se um filme que já vimos demasiadas vezes.
O Sporting recuou as linhas, deixou à equipa anfitriã a iniciativa do jogo e tentou desatar o nó com ataques à profundidade, procurando explorar o avanço dos braguistas. Já sem Paulinho em campo mas com Gyökeres disponível para tal função. Acontece que o internacional sueco foi pouco e mal servido, além de andar muito distante da zona de tiro. Ao contrário do que devia acontecer.
Para agravar o problema, o nosso ataque fluiu pouco pelas alas e o meio-campo perdeu capacidade de choque com as substituições que Rúben Amorim foi fazendo - nenhuma delas com vantagem para a equipa. Ressalvo apenas a entrada, aliás muito tardia, do jovem Fresneda, que assim se estreou de verde e branco. Parece ter bom toque de bola, mas é cedo para avaliações.
Foi aí, nessa débil segunda parte, que deixámos fugir dois pontos. Pena: uma vitória na Pedreira ter-nos-ia dado a liderança isolada do campeonato como único emblema invicto à quarta ronda. Faltou-nos aquele suplemento de energia anímica indispensável para superar os obstáculos mais difíceis. Isto funciona também como elogio ao Braga, que tem uma bela equipa, aliás reforçada com vários elementos ex-Sporting - com destaque para José Fonte, impecável como patrão da defesa, enquanto Bruma mantém intactas as qualidades que já o distinguiam na Academia de Alcochete.
Muita incapacidade de jogo directo, muito drible inconsequente, muito rodriguinho com a bola sem saber ao certo o que fazer com ela. Muitos passes falhados - aqui, infelizmente, Daniel Bragança distinguiu-se pela negativa. E, acima de tudo, muita incapacidade de acertar no alvo. Ou sequer de o tentar. Basta reparar neste dado: chegámos ao fim com apenas cinco remates. Não rematávamos tão pouco desde Agosto de 2021 em desafios do campeonato.
Assim tudo se torna mais difícil. Apetece perguntar: será que nos treinos da nossa equipa o remate à baliza é aspecto secundário? A pergunta pode parecer absurda, mas pelo sofrível futebol que anteontem exibimos na segunda parte deste confronto em Braga talvez faça algum sentido.
Breve análise dos jogadores:
Adán - Sofreu um golo indefensável, de livre directo, marcado de forma irrepreensível por Álvaro Djaló (78'). Logo aos 13', desviou com defesa aparatosa um tiro de Ricardo Horta.
Diomande - Um dos melhores em campo. É dele a assistência para o nosso golo, numa das ocasiões em que saiu com bola dominada, pleno de confiança. Impecável a defender: anulou Pizzi.
Coates - Outra grande exibição do capitão uruguaio, decisivo em recuperações, muito atento à manobra ofensiva do Braga. Deu nas vistas sobretudo com um duplo corte aos 66'. Pura classe.
Gonçalo Inácio - Jogando agora enfim na metade do terreno que mais potencia as suas características, travou duelo bem sucedido com Ricardo Horta. Corte oportuníssimo aos 55'.
Esgaio - Claro défice no capítulo ofensivo, parecendo sempre mais preocupado com as marcações ao extremo adversário. Quando progredia, via-se sem soluções e optava por recuar a bola.
Morten - Médio de equilíbrio, permitiu soltar Morita para fazer a ligação ao ataque. Tem bom remate, como evidenciou no golo (anulado) aos 38'. Saiu cedo de mais, talvez por fadiga física.
Morita - Excelente actuação do médio nipónico, sobretudo na primeira hora de jogo. Notável assistência para o golo (anulado) do dinamarquês. Joga muito e faz jogar, abrindo linhas de passe.
Nuno Santos - Tal como Esgaio no corredor contrário, abusou dos passes à retaguarda e pareceu várias vezes não saber ao certo o que fazer com a bola. Atravessa um período de menor fulgor.
Pedro Gonçalves - Integrando o trio da frente, onde sempre rende mais, fez jus à sua boa fama ao marcar o primeiro golo da temporada (25'). Muito festejado. Que seja o primeiro de muitos.
Paulinho - Terá entrado condicionado no plano físico, o que suscita a interrogação: por que motivo figurou no onze? Apático, sem iniciativa, acabou por não regressar do intervalo.
Gyökeres - Outro jogo sem marcar. Poderia tê-lo feito, isolado por Edwards, aos 57'. Aos 63', foi desarmado por Fonte. Desgasta-se em excesso a procurar a bola. Devia ser ele a recebê-la.
Edwards - Fez toda a segunda parte, substituindo Paulinho. Mantém as intermitências a que já nos habituou e o péssimo hábito de se agarrar demasiado à bola, como se jogasse sozinho.
Geny - Entrou aos 60', rendendo Nuno Santos. Substituição pré-agendada, repetindo ao minuto o que sucedera na partida anterior. Desta vez manteve-se na ala esquerda. Sem deslumbrar.
Daniel Bragança - Substituiu Morten aos 60'. Pouco ou nada lhe saiu bem. Desperdiçou lances de ataque, entregou duas vezes a bola, fez um livre desnecessário de que nasceu o golo do Braga.
Trincão - Entrou aos 72', substituindo Pedro Gonçalves. Com os defeitos do costume: rodopia com a bola, entretém-se com ela, vai-se esquecendo do jogo colectivo. Bateu muito mal um livre.
Fresneda - Estreia absoluta pelo Sporting, rendendo Esgaio ao minuto 85. Ganhou um canto aos 90'+7. Pouco tempo em campo para merecer uma opinião fundamentada. Venham mais jogos.
De perder dois pontos em Braga. Os primeiros que desperdiçamos nesta Liga 2023/2024, perante um adversário que há quatro anos não consegue vencer-nos em casa. Soube a pouco. Soube exactamente ao mesmo do Braga-Sporting da época anterior, em que fomos à capital do Minho empatar 3-3. Só com a diferença, desta vez, de o empate ter sido com menos golos: 1-1. Mas não fizemos melhor.
De falharmos a possibilidade de nos distanciarmos do FC Porto. A equipa azul-e-branca deixou-se ontem empatar no Dragão perante o Arouca, num jogo em que perdia por 0-1 aos 90 minutos e teve 23' de tempo extra - seguramente recorde nacional nesta matéria. Seria uma ocasião soberana de ficarmos com mais dois pontos do que os nossos rivais do Norte. Um desperdício.
De termos visto um golo anulado. Seria o nosso segundo, muito bem marcado por Morten - o seu primeiro de Leão ao peito. Por alegado fora-de-jogo posicional: Pedro Gonçalves estaria deslocado, sem interferir na jogada, mas interferindo no ângulo de visão do guarda-redes Matheus. Aconteceu aos 38', coroando o melhor lance colectivo do Sporting nesta partida, com destaque para os contributos de Gyökeres e Morita.
De Paulinho. Jogava num estádio onde já foi feliz. Mas isto não parece tê-lo motivado. Passou ao lado do jogo. O treinador decidiu prescindir dele ao intervalo. Assistiu à segunda parte no banco de suplentes.
De Nuno Santos. Desde que veio de lesão ainda não parece em plena forma. Novamente com desempenho muito apagado, recebeu ordem para sair aos 60'. Anda a abusar dos passes à retaguarda em vez de mostrar aquilo que bem sabe fazer: cruzamentos com o seu potente pé esquerdo. Abusa também do excesso de teatralidade no relvado, o que pouco ou nada o favorece perante as equipas de arbitragem.
Da saída de Morten. O reforço dinamarquês estava a ser pendular no meio-campo, conferindo segurança e robustez ao nosso corredor central, jogando de cabeça bem levantada, com noções apuradas de tempo e espaço. Causou surpresa a decisão do treinador de tirá-lo aos 60', contribuindo para desguarnecer aquela zona em tarefas de contenção e recuperação da bola.
De Daniel Bragança. Nenhuma das cinco substituições feitas por Rúben Amorim foi muito feliz. Mas o desempenho do nosso médio criativo, que tantas vezes tenho elogiado, esteve claramente abaixo daquilo que esperamos dele. Em campo como substituto de Morten, entregou duas vezes a bola em zona perigosa e é ele a causar o livre directo, absolutamente desnecessário, quase à entrada da nossa área que gera o golo do empate do Braga, marcado por Álvaro Djaló, aos 78´.
Do desgaste de Gyökeres. O internacional sueco voltou a jogar muito para a equipa. Procura a bola em frenesim constante, tenta ser útil em toda a largura do terreno, mas vai-se desgastando em missões demasiado longe dos postes, abandonando a zona de tiro - precisamente aquela em que melhor faz a diferença. Gostaria de vê-lo mais enquadrado com a baliza e menos como interior ou até como extremo ao longo das partidas. Porque precisamos dele, sobretudo, a marcar golos.
De ver Bruma e José Fonte com outra camisola. Bons desempenhos do veterano central (e campeão europeu em 2016) e do avançado que agora alinham pelo Braga. Ambos são produto da formação leonina, como é sabido.
Gostei
Do grande golo de Pedro Gonçalves. Já tínhamos saudades de o ver fazer o gosto ao pé. Após três jogos em branco, voltou a facturar - abrindo o marcador aos 25'. Belo golo marcado de ângulo muito apertado, o que o torna de execução técnica difícil, só ao alcance de um predestinado. Merece ser designado o melhor Leão em campo.
De Diomande. Vai crescendo de jogo para jogo. Não apenas útil na contenção defensiva, como central do lado direito, mas também na saída de bola - exibindo segurança e maturidade muito acima dos seus 19 anos. Teve intervenção decisiva no nosso golo: é ele a fazer a assistência vertical, muito bem medida, para Pedro Gonçalves. Chamem-lhe reforço: é a palavra certa.
De Morita. Voltou a demonstrar extrema utilidade. Quer a calibrar o nosso meio-campo e acorrendo às dobras de vários companheiros ao fechar corredores em manobra defensiva quer a descobrir linhas de passe para colocar a bola bem medida nos pés dos avançados. Muito eficaz nas recuperações. Foi ele a fazer a assistência para o golo de Morten que acabou por ser anulado sem a menor culpa nem do internacional nipónico nem do dinamarquês.
De termos chegado ao intervalo a vencer 1-0. Fomos superiores na primeira parte e podíamos ter construído uma vantagem mais dilatada. Entrámos a recuar muito no segundo tempo, como tantas vezes já aconteceu, e permitimos que o Braga assumisse o controlo do jogo, mesmo criando poucas oportunidades de golo. Bastou concretizar uma para nos impedir a conquista dos três pontos.
Da estreia de Fresneda. O jovem espanhol, recém-chegado do Valladolid, vestiu pela primeira vez a verde-e-branca aos 85', quando substituiu Esgaio. Tempo insuficiente para fazer um juízo sobre o seu desempenho, apenas para assinalar que já o pudemos ver em acção.
Da qualidade do jogo. Bem disputado, com emoção até ao fim, foi um cartaz apelativo para a promoção do futebol. Certamente apreciado pelos 22.781 espectadores que compareceram no estádio municipal de Braga.
De termos cumprido 18 jogos seguidos sem perder. Se somarmos o de ontem às 14 rondas finais da Liga 2022/2023 e às vitórias nas três jornadas iniciais do campeonato em curso, é este o número de desafios que já levamos sem conhecer o mau sabor da derrota em partidas oficiais. À frente de qualquer outra equipa.
De termos dez pontos em 12 possíveis. Seguimos no comando do campeonato, integrando um trio que também inclui Boavista e FC Porto. Há um ano, à quarta jornada, só tínhamos quatro pontos. Faz enorme diferença.
Aparentemente alguns que se dizem adeptos do Sporting foram para as redes sociais do Pedro Gonçalves enxovalhá-lo depois da vitória em casa com o Vizela, e esta foi a frase com que o Pedro reagiu, e depois apagou. Porque "jogador honrado não tem ouvidos", só tem de demonstrar em campo a estupidez das críticas.
Não foi realmente a melhor exibição do melhor jogador do plantel, muito por culpa da eficácia dos remates, mas na avaliação dos jornalistas desportivos abaixo indicada no blogue foi a terceira melhor dos jogadores do Sporting.
Não é qualquer um que joga a avançado no primeiro tempo e a médio centro no segundo, fazendo "piscinas" constantemente, correndo para junto dos defesas, e logo a seguir aparecendo na entrada da área para rematar. Seguramente que o Pedro Gonçalves foi o jogador que mais kms correu em Alvalade. Seguramente que não seria Messi ou Neymar a fazê-los.
Se calhar esta dispersão de funções não ajuda o Pedro nem ajuda a equipa. Não o ajuda porque não ganha automatismos na função, que para mim seria a de interior esquerdo muito por causa da capacidade goleadora que ele demonstra. Não ajuda a equipa porque o meio-campo fica sem patrão, o jogador que pauta o jogo através da progressão ou do passe curto ou longo e lhe dá o ritmo mais indicado. Que poderá ser ele caso se fixe a 8, Morita ou Daniel Bragança. Mas tem de ser alguém com continuidade, não pode ser desde lá de trás o Coates.
Está agora o Sporting e Frederico Varandas a fazer uma coisa que tem resultado muito bem: renovar os contratos com Pedro Gonçalves, Nuno Santos e Gonçalo Inácio, ajustando cláusulas e duração, ajustando os vencimentos ao estatuto no plantel, e assegurando que clube, jogadores e empresários estão tranquilos e satisfeitos com a situação contratual e desportiva e ao abrigo de investidas de "piratas".
O tempo do presidente estar lá para defender os interesses do Sporting e os jogadores que defendam os deles terminou na forma que sabemos.
Infelizmente alguns que se dizem adeptos ainda sonham voltar a assaltar Alcochete e bater nos jogadores. Na falta disso, insultam nas redes sociais.
Obrigado pela confiança que tens no Sporting, Pedro. Sabes que terás sempre dos verdadeiros Sportinguistas o maior apoio.
Há que chegar à conclusão que Trincão é estúpido, pois só um estúpido insiste em fazer sempre a mesma coisa à espera de um resultado diferente. Ou que ao fim de um ano não tenha aprendido a fazer mais outra coisa além daquela que faz sempre.
Há que suspeitar do estado de espírito de Pote: será que vamos ter de aturar os seus ciúmes toda uma época, como há 2 anos com Sarabia, por não ser a vedeta da equipa?
Há que temer a evolução de Inácio: passa cada vez pior (gorando a sua eventual evolução para trinco), está cada vez mais lento, é cada vez mais analfabeto a ler o jogo.
Há que receitar tranquilizantes a Reis, desde a pré-época que anda sobre brasas, instável e refilão, cada vez mais inseguro.
Tirando Gyökeres da equação vieram ao de cima todos os defeitos do Sporting do ano passado. E se o sueco foi genial, há que fazer a vénia a Morita, que se desdobra a cumprir missões para que não está inteiramente talhado, e Diomande cada vez mais seguro.
PS: comentários em tom insultuoso seja para quem for não entram.
Foi ontem a apresentação aos sócios da equipa de futebol do Sporting no agora magnífico relvado de Alvalade. E mais uma vitória clara por 3-0 frente a uma das melhores equipas da liga espanhola e que joga um futebol próximo do Barcelona. Um “tiki taka” de atracção /explosão que corre riscos atrás para chegar à frente com capacidade para resolver.
Depois do jogo contra o Villarreal ouvi Rúben Amorim dizer que andou desde Março atrás deste sueco, felizmente tem um presidente que entende o que quer e vai atrás. E o sueco veio. Dizem que agora virá um dinamarquês para o meio-campo. Pois se for como este sueco, é para ontem.
Obviamente que antes de pensar no sueco Amorim fez um balanço bem negativo do que foi a primeira metade da época passada. Foi atrás de Diomande para estabilizar a defesa e depois pensou no ataque. E o ataque precisava duma locomotiva que Paulinho não é, um jogador poderoso que verdadeiramente incomode os defesas contrários, que os force à falta em zonas perigosas e liberte os baixinhos mais ou menos geniais do onze. Com Trincão ou Paulinho próximos, Gyökeres torna-se um avançado muito difícil de parar. E tendo um ataque assim, não vale mesmo a pena gastar tempo atrás a construir desde o guarda-redes. O futebol do Sporting tornou-se mais simples e directo do que na época passada, sem prejuízo da eficácia. Muito mais de acordo com os objectivos desta época.
Foi uma 1.ª parte aberta com muitas bolas perdidas pelos dois lados no meio-campo que davam origem a contra-ataques perigosos e oportunidades para os dois lados. Valeu o rasgo do pior em campo até ao momento, Edwards, para chegarmos ao intervalo em vantagem.
A 2.ª parte começou com um festival de posse por parte dos espanhóis, com o Sporting a assistir de poltrona, até que mais um contra-ataque encontrou Pedro Gonçalves no sítio em que é letal.
Depois vieram as substituições em massa dos dois lados, e ainda houve tempo para um estádio em delírio a cantar a canção do Paulinho.
Coates e Pedro Gonçalves foram os heróis da noite, Gyökeres encantou as bancadas, Edwards e Paulinho marcaram belos golos, mas gostei muito de ver um Catamo muito focado e perigoso a ala direito. Simplesmente extraordinário e merecedor de todos os elogios o trabalho de Amorim em recuperar jogadores da casa que vêm de maus momentos, como o próprio Catamo, Quaresma, Jovane e Bragança.
E agora? É ter calma e deixar Amorim e a estrutura trabalhar.
Infelizmente o bom desempenho no óptimo relvado de Alvalade da equipa de Amorim não foi acompanhado por um desempenho análogo na organização do evento, e particularmente no acesso e usufruto do estádio, digamos que o New Era 2.0 ficou a 0.8, pior do que antes. Uma confusão na informação recebida nos mails de subscrição da Gamebox, uma confusão nas filas para as portas, uma confusão nos torniquetes devido às avarias de alguns e das particularidades do código QR, uma confusão nos lugares com o desaparecimento das marcações nos degraus (pintados de cinzento cor de rato morto) e passagem das mesmas para as cadeiras (algumas erradas).
Tudo isto originou uma apresentação do plantel a bancadas semi-vazias, e depois com um estádio cheio a uns 70/80% veio o anúncio que estavam 30 mil pessoas.
Bom, se o outro punha mais 10 mil em cima para animar a malta que lá ia e criar o apetite nos outros, este “artista” 2.0 tira 10 para deprimir quem lá esteve e para dizer a quem não vai que não merece a pena por lá os pés.
A reorganização dos espaços das claques também levanta muitas interrogações, os descontos a quem foi forçado a trocar de lugar face aos restantes também, os espaços de restauração parece que deixaram muito a desejar, enfim toda uma confusão sem qualquer justificação.
Se eu fosse o presidente diria das boas ao “artista”. Amorim, a equipa, os sócios e adeptos que quase encheram o estádio mereciam bem melhor.
Sporting, 3 - Villarreal, 0 (Troféu Cinco Violinos)
Pedro Gonçalves, muito batalhador e eficaz marcador: novamente o melhor em campo
Foto: António Cotrim / Lusa
Grande espectáculo, grande moldura, grande ambiente, grande jogo, grande resultado.
Conclusão a que cheguei após observação atenta do plantel leonino para 2023/2024: tem qualidade, combina jogadores que se complementam muito bem, faz-nos renascer a esperança na conquista de títulos e troféus.
Falta ainda definir o onze-base da nova temporada. Desde logo porque se fala na chegada iminente de Pedro Neto, do Wolverhampton, por empréstimo. E da possivel vinda de André, do Fluminense.
Não adianto prognósticos, mas se aparecerem ficaremos com uma equipa de luxo. Em todas as posições.
Ontem, em Alvalade, com as bancadas muito bem compostas apesar da hora tardia a que começou o jogo e das dificuldades que milhares de adeptos tiveram para entrar no recinto, os nossos jogadores cumpriram. Tanto com o equipamento tradicional, na primeira parte, como com o equipamento alternativo, na etapa complementar: branco com listas verdes.
Vencemos e convencemos. Desta vez o Villarreal, equipa que se classificou na quinta posição da Liga espanhola 2022/2023 e acabara de empatar 1-1 com o Feyenoord. Agora, em Alvalade, derrotada por 3-0 - a mesma marca do nosso triunfo anterior, frente à Real Sociedad, que ficou em quarto no campeonato do país vizinho.
Balanço destas duas partidas: marcámos seis golos, não sofremos nenhum.
Com a diferença, quanto ao desafio de ontem, que nos valeu um troféu. Um dos que mais estimamos, por motivos óbvios: o Cinco Violinos.
Com 30.103 adeptos nas bancadas - número oficial. Mas a contabilidade peca por defeito: a partir de certo momento, face à enorme procura e à longa espera, os torniquetes foram levantados e deixou de haver registo.
Desta vez Rúben Amorim recuperou sem hesitar o sistema 3-4-3 que introduziu em 2020 no Sporting. Com uma alteração digna de registo: deixámos de sair com a bola daquela forma lenta e facilmente anulável pelas equipas adversárias que estudam bem a nossa. Agora somos mais rápidos, objectivos e aptos a queimar linhas na construção ofensiva, explorando a profundidade. Suprindo uma lacuna que começava a tornar-se incómoda.
Onze inicial ontem em campo: Adán; Eduardo Quaresma, Coates, Gonçalo Inácio; Esgaio, Morita, Pedro Gonçalves, Matheus Reis; Edwards, Trincão e Gyökeres. Principal novidade: a inclusão de Eduardo, elemento da nossa formação.
Outros jovens nascidos para o futebol em Alcochete viriam a actuar mais tarde: Geny, Daniel Bragança e Jovane. Com Rodrigo no banco - outra feliz notícia. Ainda bem.
Ouviu-se O Mundo Sabe Que em modo artístico, ao som de violino real: bom auspício para o que iria seguir-se.
A verdade é que houve alguns lances a pedir música da melhor. Os nossos três golos, por exemplo.
O primeiro, fruto da inspiração individual de Edwards, que pareceu ter despertado da letargia galgando muitos metros com a bola dominada no corredor central e acabou por rematar com êxito após deixar para trás vários adversários. Um quase-golo à Maradona, estavam decorridos 44 minutos. Assim, com 1-0, se foi para o intervalo.
O segundo, obra e graça de Pedro Gonçalves, marcando de pé esquerdo: assim coroou de êxito exibição de classe no corredor central. A veia goleadora dele permanece, agora incentivada por ter nas costas o n.º 8, que pertenceu a Bruno Fernandes.
O terceiro, aos 83', teve assinatura de Paulinho, que saltou do banco aos 53'. Ao primeiro toque, à ponta-de-lança, correspondendo com eficácia a um centro de régua e esquadro de Geny numa boa jogada colectiva iniciada nos talentosos pés de Daniel Bragança. Impecável a jogar de frente para a baliza.
Este Sporting está bem e recomenda-se. Faltam acertos pontuais. Falta recuperar St. Juste, há quase um mês no estaleiro. Falta saber se a lesão de Nuno Santos, ontem ausente do tapete verde de Alvalade, será debelada em breve.
Falta saber se ainda há reforços a caminho.
Falta, sobretudo, ter a certeza de que nenhum dos nossos melhores irá sair. Há um ano, por alturas da terceira jornada da Liga 2022/2023, a partida de Matheus Nunes desestabilizou a equipa ao ponto de ela nunca mais se ter reencontrado.
Nenhum de nós quer que este filme se repita.
Breve avaliação dos nossos:
Adán. Grande defesa aos 24', negando o golo à turma espanhola. Saiu aos 65', cedendo protagonismo entre os postes ao jovem Israel.
Eduardo Quaresma. Titular: prova de que o treinador confia nele. Causou dois calafrios na primeira parte, melhorou na segunda. Até sair, aos 85'.
Coates. O melhor do nosso reduto defensivo, confirmando-se como comandante. Cortes providenciais aos 9' e 48'. Saiu aos 65', entregando a braçadeira.
Gonçalo Inácio. Mais contido do que nos jogos anteriores, sem sair com a bola dominada. Foi capitão entre os minutos 65' e 85'.
Esgaio. Voluntarioso. Bons centros aos 28', 41' e 45'+2. Mas sem fazer a diferença, ao contrário das partidas anteriores.
Morita. Trabalhador incansável, aguentou 90 minutos em campo. Fez de médio defensivo, preocupado sobretudo com a recuperação de bolas. De uma delas nasce o segundo golo.
Pedro Gonçalves. Melhor em campo. Volta a ser o mais influente. Assistiu Edwards no nosso primeiro golo e marcou ele próprio o segundo, aos 72'. Quase repetiu a proeza aos 80'.
Matheus Reis. Subiu de rendimento em relação ao desafio anterior, desta vez actuando como ala esquerdo. Esta subida no terreno potencia as suas melhores características.
Edwards. Parecia alheado do jogo quando pega na bola e galga terreno com ela dominada, dribla vários e marca o nosso primeiro. Inventou golo que mal festejou. Nota artística.
Trincão. Protagonizou grande arrancada aos 9, ceifado em falta - com cartão amarelo para o adversário. Substituído por Daniel aos 65'.
Gyökeres. Combativo, sem fugir aos duelos. Na zona de tiro, obrigou Jorgensen a grande defesa (18'). Sacou um amarelo (22'). Com ele, o futebol leonino fica mais acutilante e vertical.
Geny. Dinâmico, substituiu Esgaio aos 57'. Foi dele a assistência para o nosso terceiro golo. Amorim parece contar com ele.
Paulinho. Ponta-de-lança sem golos é como jardim sem flores. O minhoto, por troca com Edwards (57'), marcou o terceiro (75'). E ainda atirou a roçar a barra (83'). Desta vez cumpriu.
Israel. Substituiu Adán aos 65'. Sem trabalho intenso quase até ao cair do pano. Defesa aparatosa aos 90'+4.
Daniel Bragança. Quem sabe, nunca esquece. Parecendo totalmente recuperado da grave lesão do Verão passado, substituiu Trincão aos 65'. Inicia construção do terceiro golo.
Diomande. Mostrou o que vale - e é muito. Em cortes e recuperações, como central improvisado à esquerda, a partir do minuto 65', quando rendeu Coates.
Neto. Entrou aos 65', para o lugar de Eduardo Quaresma. Passando a ostentar a braçadeira de capitão, após Coates e Gonçalo Inácio. Com todo o mérito.
Jovane. Gyökeres saiu aos 85', recebendo calorosos aplausos da massa adepta. O caboverdiano entrou para o seu lugar, sem comprometer. Marcou livre a rasar a trave (89').
Sporting, 3 - Real Sociedad, 0 (jogo de preparação)
Bastaram 19 minutos para o nosso reforço mais caro de sempre fazer o gosto ao pé
Foto: Lusa
Grande atmosfera no estádio do Algarve, com as bancadas ontem muito bem preenchidas, ao final de um dia de Verão. Milhares de sportinguistas, em férias ou não, marcaram ali presença para apoiar a equipa no segundo teste a sério da pré-época, à porta aberta, com transmissão televisiva.
Este tinha um condimento muito especial, ao contrário do anterior, contra o Genk. Marcou a estreia do nosso mais caro reforço de sempre: Viktor Gyökeres, principal foco de atracção desta partida em que Rúben Amorim já escalou um onze que irá aproximar-se muito da equipa-base da nova temporada.
Frente à Real Sociedad, equipa que disputará a Liga dos Campeões, o sueco não defraudou as expectativas. Fez o gosto ao pé, logo aos 19', aproveitando da melhor maneira a sua primeira oportunidade - que foi também a primeira oportunidade da nossa equipa frente ao quarto classificado da Liga espanhola 2022/2023.
Explosão de alegria no estádio: é mesmo reforço. Não apenas pelo golo, mas pelo que lutou em campo pela posse da bola e pela boa condição física que evidenciou até ao apito final.
À segunda oportunidade, voltámos a metê-la lá dentro. Desta vez pelo mais inesperado dos goleadores: Ricardo Esgaio, aos 28', dando a melhor sequência a um excelente passe picado de Pedro Gonçalves a sobrevoar a defesa. O transmontano, que agora joga com o número 8, foi o melhor em campo. Já tinha sido ele a iniciar o lance do primeiro, com um passe de 40 metros solicitando a desmarcação de Esgaio junto à lateral direita. E foi ele a marcar o terceiro, aos 55', muito bem servido por Nuno Santos naquela que foi a melhor jogada colectiva do Sporting em todo o desafio.
Dominámos sempre, do meio-campo para a frente, pondo a Real Sociedad em sentido. E revelámos consistência lá atrás, com uma linha automática de defesa a cinco em situações de perda de bola. Adán, bem apoiado, deu conta do recado entre os postes. Deixámo-nos da irritante "saída em futebol apoiado", com trocas inconsequentes de bola na zona mais recuada. Há muito que não via o Sporting explorar tão bem o ataque em profundidade com passes de pelo menos 30 metros. Foram vários, quase todos bem-sucedidos. Dois dos golos nascem de situações deste género.
Menos positiva, mas sem surpresa, foi a actuação de Paulinho. Enquanto o colega recém-chegado deu a melhor sequência ao lance logo à primeira oportunidade, o nosso n.º 20 viu-se três vezes isolado (numa das quais em fora-de-jogo, assinalado pelo VAR) mas foi incapaz de finalizar com critério, permitindo que a defesa apanhada em contrapé o neutralizasse. Mais do mesmo, portanto.
Negativa foi a entrada em cena - estreia absoluta pela equipa principal - do lateral direito Barroso. Na primeira bola disputada, fez falta grosseira, pondo em risco a integridade fisica de um adversário. Viu o vermelho. Oportunidade perdida: talvez não tenha outra.
Nesse minuto 81 estreou-se outro jovem da formação: Tiago Ferreira, mais conhecido por Mamede. Ala esquerdo, rendeu o excelente Nuno Santos numa fase mais distendida do jogo. Lembrará para sempre este dia. Mas é duvidoso que seja muito aproveitado entre os "crescidos" num futuro próximo.
Um pouco mais jogou Dário, que rendeu Morita aos 70'. Mal tocou na bola, errou um passe - dando origem a lance perigoso da equipa basca. Tem boa técnica, mas falta-lhe evoluir bastante para alimentar o sonho de ser titular na equipa principal do Sporting.
O que nos alerta para um problema de fundo: continuamos sem um médio defensivo adequado aos nossos pergaminhos e à nossa legítima ambição.
Breve avaliação dos nossos:
Adán.Melhor: grande defesa, muito apertada, aos 88'. Pior: nem sempre esteve bem na reposição de bola.
Esgaio.Melhor: marcou o nosso segundo golo, correspondendo da melhor forma a um belo passe de Pedro Gonçalves. Pior: perda de bola aos 46', num ataque rápido da equipa basca.
Gonçalo Inácio.Melhor: grande obreiro do segundo golo, desequilibrando no corredor central com a bola bem dominada. Pior: faltou-lhe eficácia nas bolas paradas ofensivas.
Coates.Melhor: calma olímpica num corte cirúrgico dentro da área (24'). Pior: pontapeou a bola já com o jogo parado, o que lhe teria valido amarelo num desafio mais a sério.
Matheus Reis.Melhor: articulou-se bem com Nuno Santos no flanco esquerdo. Pior: faltou-lhe arriscar mais no passe e na progressão com bola.
Nuno Santos.Melhor: excelente cruzamento para Pedro Gonçalves marcar o terceiro. Pior: tentou o golo de trivela, mas atirou para a bancada.
Morita.Melhor: inicia a construção do segundo golo no corredor central. Pior: caiu fisicamente a partir da hora do jogo, acabando substituído aos 70' por Dário.
Pedro Gonçalves.Melhor: esteve nos três golos e marcou o terceiro, sem preparação, ao primeiro toque. Pior: desta vez não fez a diferença nas bolas paradas, todas a seu cargo.
Edwards.Melhor: prestou apoio ocasional aos colegas mais recuados, integrando-se no processo defensivo. Pior: apatia generalizada, desinteressando-se de vários lances.
Paulinho.Melhor: pareceu combinar bem com Gyökeres, seu novo parceiro no ataque. Pior: podia ter marcado, mas continua com sérios problemas de finalização.
Gyökeres.Melhor: estreia em grande, abrindo o marcador aos 19'. Pior: gostávamos que tivesse marcado outro, mas ele não nos fez a vontade.
Dário.Melhor: é neste momento, talvez, o nosso único médio defensivo. Pior: perde a bola logo no primeiro lance, confirmando que ainda lhe falta evoluir muito.
Mamede.Melhor: estreou-se aos 21 anos na equipa principal, substituindo Pedro Gonçalves, após extenso percurso nas camadas jovens. Pior: não protagonizou qualquer lance digno de registo.
Leonardo Barroso.Melhor: estreou-se aos 18 anos na equipa principal, substituindo Nuno Santos. Pior: foi expulso logo a seguir.
Golos marcados pelos jogadores do Sporting na época 2022/2023:
Pedro Gonçalves: 20
(Braga, Rio Ave, Rio Ave, Portimonense, Gil Vicente, Casa Pia, Famalicão, Farense, Braga, Benfica, Vizela, Braga, Chaves, Chaves, Midtjylland, Midtjylland, Arsenal, Casa Pia, Arouca, V. Guimarães)
Paulinho: 15
(Tottenham, Casa Pia, Farense, Farense, Marítimo, Marítimo, Marítimo, Braga, Paços de Ferreira, Arouca, Arouca, Portimonense, Arsenal, Boavista, Santa Clara)
Trincão: 13
(Eintracht Frankfurt, Portimonense, Portimonense, Marselha, Famalicão, Braga, Estoril, Santa Clara. Casa Pia, Casa Pia, Casa Pia, Paços de Ferreira, Benfica)
Edwards: 12
(Braga, Estoril, Eintracht Frankfurt, Boavista, Tottenham, V. Guimarães, V. Guimarães, Farense, Braga, Braga, Santa Clara, Juventus)
Nuno Santos: 9
(Braga, Eintracht Frankfurt, Portimonense, Santa Clara, Casa Pia, Paços de Ferreira, Chaves, Boavista, Paços de Ferreira)
Morita: 6
(Gil Vicente, Santa Clara, V. Guimarães, Braga, Braga, Famalicão)
Arthur: 4
(Tottenham, Eintracht Frankfurt, Farense, V. Guimarães)
Gonçalo Inácio: 4
(Rio Ave, Braga, Arsenal, Vizela)
Chermiti: 3
(Rio Ave, FC Porto, Paços de Ferreira)
Coates: 3
(Midtjylland, Midtjylland, Marítimo)
Porro: 3
(Marítimo, Paços de Ferreira, Vizela)
Matheus Nunes: 1
(Rio Ave)
St. Juste: 1
(Estoril)
Rochinha: 1
(Gil Vicente)
Mateus Fernandes: 1
(Farense)
Matheus Reis: 1
(Braga)
Bellerín: 1
(Estoril)
Esgaio: 1
(Famalicão)
Diomande: 1
(Benfica)
Boateng: 1
(avançado do Rio Ave, autogolo)
Miguel Silva: 1
(guarda-redes do Marítimo, autogolo)
Bah: 1
(lateral do Benfica, autogolo)
Gartenmann: 1
(defesa do Midtjylland, autogolo)
Salvador Agra: 1
(avançado do Boavista, autogolo)
Marafona: 1
(guarda-redes do Paços de Ferreira, autogolo)
Matheus Costa: 1
(defesa do Marítimo, autogolo)
Ivanildo: 1
(defesa do Vizela, autogolo)
Na época 2014/15, os melhores marcadores foram Slimani, Montero e Adrien.
Na época 2015/16, os melhores marcadores foram Slimani, Teo Gutiérrez, Adrien e Bryan Ruiz.
Na época 2016/17, os melhores marcadores foram Bas Dost, Alan Ruiz e Gelson Martins.
Na época 2017/18, os melhores marcadores foram Bas Dost, Bruno Fernandes e Gelson Martins.
Na época 2018/19, os melhores marcadores foram Bruno Fernandes, Bas Dost e Luiz Phellype.
Na época 2019/20, os melhores marcadores foram Bruno Fernandes, Luiz Phellype e Vietto.
Na época 2020/21, os melhores marcadores foram Pedro Gonçalves, Jovane e Nuno Santos.
Na época 2021/22, os melhores marcadores foram Sarabia, Pedro Gonçalves e Paulinho.
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