O jornalista Henrique Monteiro, que já foi um dos autores desta casa, escreveu algumas linhas sobre a alteração dos Estatutos do Sporting. Advoga que as contas do clube deixem de ser aprovadas pelos sócios em AG e que seja eleito uma espécie de senado, de forma proporcional, passando esse acto para esse senado. Não deixa de ser curioso que esta ideia sobressaia agora, Henrique Monteiro realça que para este novo órgão transitassem diversas competências da AG, mas apenas refere esta em concreto.
Temos assistido, pouco depois da tomada de posse desta direcção, a diversos Sportinguistas com acesso a órgãos de comunicação social, a difundirem uma série de ideias e propostas que têm sempre um ponto em comum: Retirar poder de decisão aos sócios.
Sendo o Sporting um clube desportivo, não apenas uma empresa com accionistas, é estranho esta vontade de alguns em querer que a participação dos sócios do clube, afinal os seus verdadeiros donos, seja reduzida à mera função de contribuidor. Temos quem queira que o clube, logo os sócios, deixem de ter uma maioria qualificada na sad, o que equivale a entregar a alguém estranho o controlo da gestão financeira, económica e desportiva do futebol do clube, podendo, e exemplos não faltam, no futuro alienar essa posição a quem bem entender e por fim desligar por completo a Sporting SAD do clube, dos sócios. É mais estranho ainda haver Sportinguistas que defendendo esta hipótese, estão é claro no seu direito, o façam agora, numa altura em que se acumulam passivos monstruosos, em que a juntar ao défice de cerca de 70 milhões de Euros se vai juntar o falhanço da liga europa e a ausência de público no estádio, elevando este défice para perto dos 100 milhões de Euros. É nestas circunstâncias que alguns Sportinguistas defendem a venda da Sporting SAD a um investidor. Quantos investidores, e já agora, que tipo de investidores, considerariam investir numa SAD com estes problemas financeiros? Qual o valor pelo qual iriam avaliar a SAD? Quanto vale uma SAD com cerca de 300 milhões de passivo e a aumentar? Os Sportinguistas têm que fazer escolhas, temos que decidir se queremos continuar a bater no peito e afirmar que somos diferentes ou então entrar no carrossel e não nos importarmos em perder a SAD e com as suas consequências.
Voltando à proposta da criação de um senado para onde transitam algumas competências da AG, retirando-as aos sócios, com destaque para a aprovação de contas, é notório que há aqui uma clara tentativa de diminuir o poder dos sócios. De seguida se as contas são aprovadas pelo senado, porque não também o orçamento? E já agora também a decisão de expulsão de sócios? Em resumo esta proposta está ligada ao recente chumbo das contas e do orçamento, sendo esta uma forma de avisar os sócios que decisões contrárias a esta direcção, podem levar à diminuição do poder de decisão dos sócios.
Por isso sim afirmo e reafirmo, é necessária quanto antes a demissão dos órgãos sociais do clube, permitindo aos sócios escolher alguém com capacidade, que veja nos sócios o seu apoio e não os seus inimigos, que conte com os sócios nesta luta que é dirigir o nosso grande Clube.
Precisamos de saber escolher e acima de tudo não ter medo.
Começo pela declaração de interesses (ou, como é moda agora dizer, o "disclaimer"): estive uma única vez com o Pedro Azevedo, num jantar do És a Nossa Fé há poucos meses. Já conhecia, naturalmente, as suas ideias para o Sporting, que ele partilha no seu blog: https://castigomaximo.blogs.sapo.pt/
Antecipando aqueles comentários dos indigentes das redes sociais, do estilo "tu queres é tacho, pá" (que, tal como outras aleivosias, não admito sequer publicar no post), deixo também a ressalva de que nunca ganhei um tostão à conta do Sporting, directa ou indirectamente. Pelo contrário, tenho gasto pequenas fortunas em quotas do Clube, quotas do Núcleo (Matosinhos, orgulhosamente), Gamebox, camisolas e afins. Não pretendo, alguma vez, ganhar um tostão que seja à conta do Sporting, a minha mais insensata paixão. Enfim, não pertenço nem pretendo pertencer aos que se enchem de dinheiro à conta do Clube - mas sim ao grupo dos sofredores e "parvos"...
Voltando à parte interessante da questão, o Pedro Azevedo. Como já aqui defendi, o Sporting deveria ir já para eleições. Isto para evitar:
- Que a próxima época seja preparada pelas mesmas pessoas (Varandas, Viana e os agentes do costume), e da mesma forma, que a (vergonhosa) anterior;
- Que em vez de lutar pelo 3º lugar, de acesso à Champions na nova época, daqui a um ano estejamos a lamentar-nos por não ter conseguido lugar na Liga Europa;
- Para por termo à incessante perda de ambição, que leva a que a luta pelo título seja hoje uma coisa inalcançável (quando, há apenas 3 anos, era o normal).
Também não me assusta minimamente a questão da estabilidade. As equipas (técnicas e afins) precisam de estabilidade. Ter gente incompetente a mandar no clube não é garante de estabilidade, mas de instabilidade, como seu viu na época passada, na "dança" de treinadores e jogadores, ao sabor dos acontecimentos.
Uma direcção sem estratégia e sem mão no clube (administração) e sem capacidade de cativar adeptos (núcleos, claques) não proporciona estabilidade alguma, como é evidente. Nem sequer é respeitada, como se vê todos os dias.
Se há clube que não tem falta de boas alternativas para formar uma nova direcção, com quadros altamente competentes, esse clube é o Sporting. Tenho a certeza que, estivessemos nós agora a poucas semanas das eleições, já teríamos 2 ou 3 candidaturas fortes e competentes.
Infelizmente, temos uma direcção barricada num presidente da Mesa da AG, que não quer dar a palavra aos sócios.
Uma das boas candidaturas que temos é, seguramente, a de Pedro Azevedo, já anunciada.
Como qualquer pessoa de mente aberta facilmente concluirá da leitura do seu blogue, o Pedro Azevedo reúne 5 condições essenciais para ser um grande presidente do Sporting:
- É uma pessoa altamente inteligente e um quadro competente, com experiência em gestão de topo;
- É uma enciclopédia de Sporting e de desporto em geral;
- É uma pessoa apaixonada pelo Clube, mas ponderada;
- É independente de interesses instalados e/ou passados;
- Tem um projecto (consolidado) para o Clube.
Gostaria que quem lesse este postal desse uma séria atenção ao Pedro Azevedo. Sei que não é um daqueles nomes "tcham" (tipo Ricciardi). E sei que, infelizmente, os presidentes muitas vezes são "cozinhados" entre jornais/ media, agências de comunicação e outras empresas (os "nada parvos", que fazem dinheiro a rios com o Clube). Mas todos sabemos que esses interesses não são os do Clube.
Precisamos de gente com currículo e experiência, independente e que proporcione estabilidade às nossas equipas, devolvendo a qualidade ao futebol (ao contrário da actual direcção). Aproveitem estes meses até às eleições (eu prevejo para a Primavera-Verão do próximo ano) para ler o muito que o Pedro Azevedo tem escrito sobre o Clube. Podem até chegar à conclusão que não é o vosso candidato, mas darão o tempo por bem empregue, seguramente.
Não fosse a silly season do Sporting all over the damn year e a gente até dava de barato as notícias das dívidas, como refere o Pedro Correia mais abaixo, que serão carvão mais ou menos intenso quanto maiores são as verbas supostamente em dívida e de quanto menos importantes no panorama futebolístico são os reclamantes e a que já vamos estando habituados. Nisto da bola quer-me parecer que todos devem a todos, o que define muito bem o quão inflacionado e irrealista é o panorama a nível global. Nada contra os empresários, os poucos que são sérios, mas eles são os enormes culpados por um mais que anunciado declíneo do futebol, pelo menos fora dos big five, como o conhecemos. O fosso que vai sendo cavado está na iminência de tornar todos os outros em pouco mais que meros fornecedores de matéria-prima para o circo dos ricos.
E a propósito de empresários e pagamentos ou falta deles, ressuscito o pagamento a Jorge Mendes de uma verba considerável num negócio que envolveu Rui Patrício e a renovação do contrato, bem como a compra da totalidade do passe. Entendeu e bem o Sporting liderado por Bruno de Carvalho na altura, que não seria devido a JM qualquer verba. O Sporting liderado por Frederico Varandas entendeu reverter esta situação e pagou cerca de 4M€ se a memória não me falha, por uma percentagem dos direitos económicos do jogador. Teve outro entendimento, com o qual estou em desacordo, mas adiante, responderá pelos seus erros de gestão cedo ou tarde. O que me espanta é que pouco tempo depois e na minha opinião com a mesma razão que assistiu à decisão do seu antecessor, decidiu não pagar à Sampdória uma mais-valia pela transferência do jogador Bruno Fernandes para Manchester. A questão aqui é, se me permitem a interpretação, que há uma clara dualidade de critérios (se paga a um terá que pagar ao outro, ou não paga a ambos, os motivos são semelhantes), que só se pode interpretar como uma dependência gritante dos bons(?) ofícios do super-agente, que pelo que temos visto tem retribuido a contento, com a colocação de verdadeiros craques nas nossas tropas, vulgo os Jesés coxos, marrecos e pernetas que por cá têm arribado e vão sorvendo os muitos milhões que Frederico Varandas se gaba de ter conseguido em vendas (e conseguiu, de forma tosca, mas já lá vamos), depauperando os cofres da SAD e do clube, como accionista maioritário da sociedade.
Já dizia um ex-primeiro-ministro que dívida não é para ser paga ( estranho conceito, este ), mas entre o deve e o haver a coisa deve andar equilibrada. Haverá eventualmente, num exercício de especulação apenas, uma falta de acerto de compromissos em que me parece que esta rapaziada que dirige(?) o clube parece ser barra. Jovem turco não é quem quer, é quem pode e sabe...
E vamos lá ao título do post então, com a notícia da venda (carvão? preparação dos sócios para o inevitável?) de Palhinha, com o Braga (grrrrrrrr!!!) a levar neste caso mais alguns milhões, num negócio surreal (algo a ver com o negócio Amorim?). Desculpem o meu péssimo francês, mas isto é mesmo sem vaselina... O título, dizia eu: Perante uma época desastrosa, com a quebra de todos os recordes negativos, menos o do sétimo lugar na classificação (grande desiderato!), uma conta de gerência aterradora (dizem eles, não eu que não entendo nada de finanças), depois da venda dos melhores activos desportivos e da preparação da venda dos poucos anéis que restam (ande umas linhas para trás), depois da contratação de nulidades e um fantasma onde gastaram grosso modo 150M€, entre custos de passes e vencimentos, com a contratação de um treinador sem a qualificação necessária, o segundo depois de Silas, que não ganhou a nenhum dos adversários directos e cujo passe custou a verba estratorférica de, custos totais, mais de 20M€ (indemnização ao... Braga! Vencimentos, equipa técnica), etc. etc. esta gente, liderada por um suposto representante dos associados, mas que em primeira instância representará outros interesses (onde raio já se viu um dirigente de um clube ser representante de um grupo interessado na compra da sua SAD?), que não cumpre descaradamente os estatutos, numa posição ditatorial (onde é que eu já ouvi falar em coreano em relação a dirigentes do Sporting?) que insiste em não dar a palavra aos sócios, utilizando um estratagema rasca de adiamento da AG para aprovação do orçamento, que será chumbado e onde haverá um expressivo voto de repúdio à gestão Varandas/Alves, para as calendas, denota um comportamento digno de...lapa! Para quem não conhece, a lapa é um molusco gastrópode marinho que vive nas zonas intermareais, tipo nem é do molhado, nem é do seco, aproveita o melhor de ambos. Caracterizam-se por se fixarem (alaparem) de forma resistente à rocha onde crescem, vivem e morrem, alimentando-se do que outros produzem, sem qualquer esforço próprio. Mamam à pála, em bom português.
Eu, nas minhas passeatas durante as marés baixas, desalapo algumas que preparo na chapa, com um sumo de lima, alho, picante e manteiga. Estas eu, com alguma argúcia e sentido de antecipação, consigo desalapar.
As que se alaparam ao poder no Sporting eu sozinho não consigo, mas terá que haver uma grande maré que convença muita gente a molhar o cu para desalapar estes incompetentes que, saindo do Sporting, dificilmente terão rocha que os acolha. Sob pena de não haver mais Sporting.
Embora o Sporting no passado recente tivesse sido palco onde se degladiaram duas organizações que de secreto já têm muito pouco e que o conduziram ao estado letárgico onde se encontra, não sem que antes e durante e depois algumas algibeiras, melhor, alforges, se fossem enchendo à custa da depauperização do clube e da sua SAD, não é avisado, é certo, compará-lo ao país político. Aqui, indivíduos das mais variadas orientações estão irmanados do mesmo sentimento sportinguista e convivem de forma descomplexada e saudável com essa situação. Este blogue é exemplo disso mesmo.
Vem isto a propósito das alternativas ou falta delas, que na política sempre existem porque os partidos têm as suas bases programáticas, sendo por isso mesmo sempre alternativa ao que no momento esteja no poder. No Sporting alguns afirmam que não existem, de modo que não se justificariam eleições nesta altura, que seria mais uma eleição para queimar uma alternativa fraca ou inexistente e que seria "pior a emenda que o soneto".
Não sou dessa opinião. Entendo que a máxima "para pior basta assim", não se aplica aqui. Deixar prolongar no tempo o mandato deste conselho directivo, isso sim, é um conivente acto de desresponsabilização por parte dos sócios e do seu representante máximo, o presidente da Assembleia Geral. É mais fácil deixar "correr o marfim", eu sei, é mais fácil deixar acabar o mandato, mas a questão que agora se coloca, a da falta da alternativas credíveis, não correrá o risco de acontecer também no final do mandato? E se não aparecerem alternativas ditas credíveis, deixam os sócios continuar este grupo de incompetentes, se eles se recandidatarem, mais quatro anos à frente dos destinos do clube?
O que vivemos hoje é uma questão de tempo. E eu não sei se teremos já o tempo necessário para salvar o clube. Urge destituir esta gente que vem conduzindo o Sporting para uma belenização que creio a grande maioria dos sócios e adeptos não deseja, com a agravante de esta adivinhada belenização ser a actual e não a de há meia dúzia de anos. Vejam onde anda o Clube de Futebol "Os Belenenses", é isto que se pretende? Não sou catastrofista, sou realista. Não sou adivinho, mas sei ler os sinais que de tão evidentes nem preciso de bola de cristal, que o ataque é tão cristalino como a água da fonte.
Não será isto que querem os que acham que não é tempo de eleições, não tenho a menor dúvida, mas a sua aversão a esta ideia absolutamente necessária para a continuação da existência do clube como um dos grandes permitirá a delapidação de um património não só físico, mas imensamente sentimental e que pode ser mensurável em cerca de três milhões de portugueses, que cada vez mais se afastam do seu clube.
Os mandatos são para ser cumpridos, dizem. Uma ideia que perfilho sem qualquer rebuço, mas que terá que ter por detrás um verdadeiro substrato. Um CD que tenha um mandato em que as equipas lutem por títulos, que apresentem bom desempenho desportivo, que consolide as contas no positivo, que granjeie prestígio para o clube e o engrandeça, pode não ganhar qualquer título, que terá o meu apoio incondicional. Ao que assistimos de há dois anos para cá, é precisamente ao contrário e as evidências, passe a redundância, estão à vista.
Quanto à falta de alternativas, não passa de uma falsa questão. Posso até contar uma pequena estória que ilustra bem, de forma pitoresca, esta questão da falta de soluções para alguma coisa: Conta-se que tendo sido construída uma ponte em Sacavém sobre o rio Trancão, numa cerimónia oficial realizada na freguesia e localidade de Apelação (ambas no concelho de Loures, para quem não saiba), terão os seus moradores exigido ao poder político também uma ponte para a sua localidade. "Mas vocês não têm aqui rio!", ter-lhes-á respondido o representante do Estado, ao que o regedor terá respondido de imediato "trate lá V. Ex.ª da ponte que nós tratamos do rio!"
Pedro Azevedo, p. e., já se colocou à disposição dos sócios para construir as pontes tão necessárias à junção dos cacos em que se encontra o clube, com um projecto de programa muito bem estruturado e com ideias-base inovadoras que têm tudo para recolocar o Sporting no bom caminho. Outros aparecerão, certamente com a mesma intenção. E aparecerão os pára-quedistas, oportunistas e outros istas e até chupistas, faz parte, mas tenho para mim que se saberá distinguir, por uma vez, o trigo do joio.
É que, meus amigos, não tenhamos dúvidas, é a existência do Sporting Clube de Portugal que está em causa!
Vamos ser realistas. A derrota de ontem no Porto, apesar de amarga como todas as derrotas, pode considerar-se normal. Jogámos com uma equipa de um outro campeonato, aspirante ao título e até resistimos mais que outras equipas que connosco rivalizam por um lugar na Liga Europa. Também é verdade que outras que lutam para não descer, deram muito mais trabalho ao FCPorto, mas isso é normalmente atípico, os jogadores terem brio e vontade de ganhar. Os nossos ontem tiveram essa enorme vontade de ganhar durante... um minuto, curiosamente o primeiro.
Temos a triste sina de jogar sempre com menos um (às vezes contra 14 o que agrava mais as coisas). Ontem o que costuma desiquilibrar esteve ao nível do jogo anterior e terá ficado nos Carvalhos, não fosse algum andrade louco nas festividades da conquista do título sarapintar-lhe o cabelo de louro. Ah, já tem? Desculpa, Jovane...
E damos por nós, todos, a desejar que o Braga perca seja lá com quem porque é, hoje por hoje, o nosso maior "inimigo".
Claro que isto não é apenas culpa de Frederico Varandas, as coisas já têm anos, o espírito conformista tão característico do sportinguista que se traveste no "perder ou ganhar é desporto", demonstrando depois uma superioridade moral que sendo real e que nos deve orgulhar, não chega para ganhar campeonatos, que é o que nos faz a todos entusiasmar.
Não começa em Frederico Varandas, mas terá que acabar com Frederico Varandas! Não fisicamente, que aqui não se fazem linchamentos populares, mas acabar com a presidência de Frederico Varandas é imperioso! Deixemo-nos de paninhos quentes, quem não conseguiu fazer nada de jeito, antes pelo contrário e conduziu o clube para um ponto de onde muito dificilmente retornará a breve prazo (temos que ir-nos preparando para esta dura realidade), vendendo todas as jóias da coroa e contratando nulidades, paus de sebo e até, coisa nunca vista, um fantasma, dificilmente arrepiará caminho e fará melhor. E até pode ter vontade, mas já demonstrou que é incompetente para o exercício do cargo! Urge, enquanto não descemos a linha que já é ténue entre nós e Braga e Rio Ave e... Famalicão e Guimarães, que refletamos bem no que queremos para o clube: A continuação de Frederico Varandas e do valete (ou ás de trunfo!) Rogério Alves (os outros pouco contam, apesar de Zenha perceber de excel), ou que venha alguém preparado para o desafio, com conhecimento na área de gestão empresarial, que tenha noções do que é básico no jogo e nos seus meandros e que se saiba rodear de gente capaz, honesta e empenhada, de modo a manter o clube e a SAD financeiramente viáveis e em consequência disso que construa uma equipe que nos orgulhe? E que ganhe!
Temos hoje um grupo de miúdos muito promissores, alguns emprestados que deverão obrigatoriamente regressar, mas iremos confiar em Frederico Varandas e Hugo Viana para irem ao mercado à procura da qualidade e experiência que terá que complementar esta juventude? Não, por mim, definitivamente não! Lá diz o povo e com toda a razão, que quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita.
Batemos esta época vários recordes negativos e ontem lá apareceu mais um: O maior número de derrotas numa só época. E ainda nos falta ir à Luz. Ainda não acabou o pesadelo.
O Pedro Azevedo está no seu blog pessoal a dinamizar as PED Talks - Princípios, Estratégia, Desporto.
Quem quiser ficar a conhecer ainda melhor o projeto estrutural que o Sporting precisa, pode e deve passar pelo Castigo Máximo.
Quando vemos surgir candidaturas sem ideias, sem qualquer projecto, quando temos o silêncio estratégico de muitos dos que se consideram candidatos eternos, temos o Pedro Azevedo a oferecer aos Sportinguistas um projecto que visa levar de novo o nosso clube às conquistas.
É fundamental para o nosso clube que mais e mais Sportinguistas se inteirem do projecto Ser Sporting do Pedro Azevedo, o questionem, discutam e contribuam.
Se há seres que detesto são aqueles que quando numa situação de saudação com aperto de mão ( agora proibido, mas que um dia voltará ) a estendem e a gente quando a aperta sente que está mais mole que a almofada que usa para repousar a cabeça.
Eu sou daqueles que gosta de apertar a mão com força, de fazer sentir ao outro que ele está do outro lado e eu lhe reconheço a importância que ele tem como pessoa e ele retribui.
Ora não sendo almofadinha, gosto de botar opinião própria. Opinião que mesmo aqui, num espaço colectivo, apenas me vincula a mim, sou eu que assino, a responsabilidade é só e apenas minha. Nos jornais, quando alguém não tem tomates para assumir o que escreve, subscreve-se a coisa com "a redacção". Aqui, em concreto neste blogue, cada autor é responsável pelo que publica e isso não compromete mais nenhum dos outros, portanto nenhum de nós, penso, se sentirá molestado com as publicações de outros, já que elas reflectem a visão de Sporting de cada um.
A razão para o êxito deste blogue é precisamente a diversidade de visões de clube, que não tenho dúvida que concorrem todas para o mesmo, o engrandecimento do Sporting. Fosse este um blog de autor e as visitas e comentários seriam bem menos, estou certo disso.
Sou por formação engajado, gosto de causas. Aceitei ser autor do És a Nossa Fé porque sentia que, perdoem a imodéstia, podia dar um contributozinho para ajudar o Sporting de outra forma que não ser "apenas" mais um associado.
Assumindo tudo o que escrevo e não vinculando com isso ninguém a não ser a mim próprio, continuarei, sempre que achar oportuno, a pugnar pela destituição do CD em funções e pelo aparecimento de um candidato que apresente uma proposta sólida que torne o Sporting um clube e uma SAD viáveis e ganhadoras. E defender que Pedro Azevedo personifica essa candidatura, uma vez mais só me compromete a mim.
Com toda a liberdade de opinião. Não pisando ninguém. Pensando unicamente no Sporting.
Pessoas; Estrutura; Sistemas de Suporte e Interacção com o Sócio.
É clara a intenção por parte desta direcção de continuar a cavalgar a onda da culpabilização alheia. Este pobre documento, hoje apresentado, demonstra-nos a incapacidade desta direcção. Ao fim de quase dois anos é aqui que estamos, num documento de 14 páginas em que para lá do folclore habitual desta direcção, ficamos a saber que vai ser desta. Não sabemos é o que é que vai ser. O documento - Visão estratégica para o futuro - traz-nos as ideias que esta direcção demorou quase dois anos a preparar. Ficamos a saber que as pessoas são importantes, devem ser retidos os talentos, e farão esta retenção dos melhores, por um processo holístico na transformação organizacional interna. Nem sei que diga a isto. Qualquer clube, qualquer empresa poderia ter esta visão. Os talentos? São para reter, claro. Como? através da nossa organização. Bem vindos à Varandas & Filhos, Lda., fazemos por medida.
Depois temos a Estrutura, a famosa estrutura. Era dela que Varandas falava, no início da época passada, sentado no meio do relvado do nosso estádio, e afirmava que esta época havia já uma estrutura sólida, silenciosa, que permitia almejar o sucesso. Afinal não havia, os reforços foram um flop, a equipa foi dizimada, os seus melhores jogadores foram vendidos e da formação apenas outros clubes puderam aproveitar. Bem, mas afinal parece que vai ser para o ano e ainda por cima uma estrutura eco-friendly. Sim, no prospecto de venda da sad a nossa estrutura aspira a ser eco-friendly. É óbvio que isto nada quer dizer, mas havia espaço em branco para preencher.
Vamos ao terceiro pilar, Sistemas de Suporte. Não, não pense que é aqui que entram os Sócios, ainda não. Aqui somos informados que vão implementar um software. É verdade, esta direcção considerou que a implementação de um software é um dos pilares do Sporting. Uma dica: não é a implementação do software que é o pilar, mas sim o modelo de gestão integrado, que um ERP permite. Não havendo um modelo integrado de gestão, um software de nada serve.
Por fim temos os Sócios. Não é bem assim. Temos a interacção com o Sócio. Basicamente passámos a clientes do nosso clube. Bem sei que sim, o somos de certa forma. Somos aqueles para quem, em teoria, a direcção trabalha. Mas o conceito de interacção diz-nos muito. Diz-nos que de sócios, passámos a experiências. Vamos experimentar, ser experimentados.
Isto está na página 1 do prospecto de venda da SAD. As outras 13 páginas não passam de exercícios de mitómanos, distorcendo a realidade a seu favor.
A aparente ultrapassagem pelo Porto em número de adeptos (digo aparente porque sou um céptico das sondagens), relegando-nos para terceiro grande, será fruto de um sem número de razões, mas é sobretudo fruto da perda de uma cultura de clube que paulatinamente se tem vindo ao longo de anos verificando.
Os dezoito anos entre João Rocha e José Roquette, não me parece terem sido muito significativos em termos de perda de massa adepta, os números foram sempre empíricos atribuindo uma preferência clubística a cada um dos portugueses, quando sabemos que os há que ou não têm clube, ou torcem pelo clube da terra, mas fomos sempre o segundo grande, apesar das vitórias "douradas" do FCPorto. A perda de cultura de clube tornou-se mais evidente após Dias da Cunha (porque entre Roquette e Cunha se ganharam dois campeonatos quase seguidos) e com a chegada, por cooptação (sem a audição dos sócios nas urnas - se calhar não havia ninguém, se calhar foi uma golpada...) de Soares Franco ao poder. Se desportivamente o consulado de Soares Franco não se pode considerar trágico antes pelo contrário, não sendo grandioso cumpriu os mínimos, já em termos de gestão foi uma tragédia. Não tanto pelos números, mas pelo início da venda de património. Aquilo que os sócios e adeptos consideravam como adquirido, a grandeza também patrimonial do clube, começou a ser delapidada. E foi aqui que os sócios começaram a ser oficialmente (lembro-me claramente de o ter ouvido da boca de FSF) tratados como clientes. Sobrepôs-se o interesse dos novos clientes ao interesse dos sócios que não quiseram ser clientes e as pessoas começaram a afastar-se. Lembro da miséria de assistências, apesar das boas prestações das equipas de Paulo Bento, que não fora uma mão atrevida de Rony e teria sido campeão.
E seguiu-se a tragicomédia Bettencourt, que sem pulso deixou sair um treinador (amado/odiado, faz parte) forever e contratou mais três em pouco mais de ano e meio, acelerando a dança de cadeiras no banco (passe o absurdo) que é hoje a imagem de marca do Sporting. É verdade que Bettencourt levou a efeito uma campanha de angariação de sócios que nos fez atingir os 100 mil, mas rapidamente esse capital foi desbaratado por ele próprio e também pelo seu sucessor no cargo, Godinho Lopes, outra tragédia enquanto presidente, que conseguiu levar o clube quase à extinção. Em boa hora apareceu Bruno de Carvalho, com uma nova ideia de clube e de relação com os sócios e adeptos, colocando-os no centro da vida do clube, em suma devolvendo-lhes o que era deles. E as hostes, apesar dos resultados serem os mesmos de sempre naquilo que a quase todos nós importa, o caneco no futebol, andaram entusiasmadas durante cinco anos, encheram estádios, o nosso e outros um pouco por todo o país, o número de sócios quase que chegou aos 200 mil. Parecia que finalmente se via uma ideia de clube, um caminho a traçar para as tão desejadas vitórias, concordasse-se ou não com ele e mais de 90% dos votantes concordaram, numa segunda eleição. Depois... Depois o resto é história, eu tenho a minha opinião muito bem formada sobre o que aconteceu, não tenho que maçar os leitores com ela.
E chegámos, após um mandato de gestão de Torres Pereira que para o assunto pouco conta, a Frederico Varandas, que se apresentou a eleições com um programa que conseguiu cativar a maioria dos votos em renhida corrida com João Benedito, convencendo sócios que haviam estado incondicionalmente com Bruno de Carvalho e que, desapontados com o seu desnorte (para ser simpático) viram no programa e na pessoa de Varandas, um meio de equilibrar o clube e a SAD no campo financeiro, mas também para juntar os cacos que em nove meses se partiu o clube.
São esses sócios que hoje reclamam e bem, pela saída de Frederico Varandas. Porque estão desiludidos, porque se sentem traídos e sobretudo porque a cultura de clube que estava a enraizar-se na gestão anterior, se perdeu por completo. Hoje o estádio é uma enorme e vazia tristeza, a militância clubística anda pelas ruas da amargura, as notícias que vão aparecendo apenas desqualificam o clube, as entrevistas que vão sendo dadas por dirigentes cavam ainda mais o fosso entre sócios e adeptos e o clube, a tragédia é uma inevitabilidade, querem-nos fazer crer (já escrevi no post anterior sobre o afã de vender a maioria da SAD).
De bode expiatório em bode expiatório, primeiro BdC, depois as claques, o consulado de Varandas tem conseguido afastar do clube aqueles sócios que o seu antecessor conquistou. O número de sócios que deixaram de pagar quotas é disso "O" exemplo! O simples facto de se apelidarem, estratificando, aqueles que não se revendo neste desgoverno, de brunistas, brunecos, etc. revela uma enorme falta de sentido de cultura de clube, o da agregação de todos em torno do mesmo objectivo. Foi isso que Varandas prometeu, "Unir" o Sporting. Tem-se visto...
Eu não sou eu nem sou o outro, Sou qualquer coisa de intermédio: Pilar da ponte de tédio Que vai de mim para o Outro.
(Mário Sá-Carneiro)
Ontem ne edição escrita do Record, Miguel Poiares Maduro, político, ex-ministro, professor, comentador de temas vários, deu a sua opinião sobre o estilo de governação que deverá ser a ideial para o nosso clube. Como gosto sempre de ler, lá fui e qual não foi o espanto quando, ao ler, ficar com a sensação que nada do que lia era novidade. Como podem ver aqui Pedro Azevedo numa publicação neste blog, em 2018, sim em 2018, leram bem, já tinha elencado, e de forma original, a sua visão, o caminho que ele próprio, com as suas ideias, achava, e sei que continua a achar, ser o caminho ideal para o nosso clube, sobre o que deve ser um presidente, o que se deve esperar dele.
Custa um pouco, admito, porque não é a primeira vez que alguém que "mete a cabeça de fora" numa putativa candidatura não anunciada, utiliza ideias publicadas pelo Pedro Azevedo. Não estou a afirmar que as ideias quando tornadas publicas não devam ser utilizadas por outros. É alias essa umas das intenções de as publicar. Mas não custa, deve ser sempre assim, reconhecer a sua autoria.
Até porque o original é sempre melhor que a cópia. Sempre.
Na sequência do texto que confrontou duas propostas de gestão do Clube/SAD, a de Tomás Froes e a de Pedro Azevedo, apresento-vos, hoje, excertos de um modelo defendido por Miguel Poiares Maduro (artigo de opinião publicado no Record). Entende que o modelo que propõe pode e deve exceder a realidade do Clube e alargar-se à própria gestão do futebol português.
«Qual é a probabilidade de encontrar nos associados do clube uma equipa altamente profissional de gestão desportiva? Nós somos apaixonados pelo clube mas poucos são profissionais de gestão desportiva.»
«Devem ser eleições para escolher quem melhor representa os associados na escolha da gestão da SAD (e no clube onde isso também seja necessário). Desta forma alargamos substancialmente o campo de recrutamento para escolher os melhores (nacionais ou estrangeiros).»
«A concentração de poderes (na figura do presidente) que o atual modelo promove limita fortemente os instrumentos de escrutínio, responsabilização e controlo de poder. Dá-se o poder absoluto durante o seu mandato.»
«É verdade que outros têm tido vitórias com tais modelos, mas com duas características: a criação de cultos de personalidade, independentemente do que faça para vencer; a eternização no poder e a perda de controlo sobre o que se passa dentro do clube. Na prática, teme-se a venda do clube mas, depois, dá-se de graça a alguns para porem e disporem…»
«O modelo que defendo permite e exige ainda a criação adicional de um conjunto de princípios de bom governo interno: limitação de mandatos; controlos de integridade para os titulares dos órgãos sociais e os gestores da SAD; declaração de interesses e de património e controlo dos conflitos de interesse; código de conduta para dirigentes, atletas e funcionários do clube; promoção da transparência, desde a situação financeira e contratações de jogadores aos concursos para funcionários e prestações de serviços; uma unidade de ‘compliance’ e uma comissão independente de ética no clube que monitorize estas diferentes dimensões (separando as funções do Conselho Fiscal e Disciplinar).»
«Num clube com a cultura certa de gestão estas diferentes dimensões são não apenas necessárias como se alimentam mutuamente. É essa cultura que temos de promover.»
«Se passarmos a escolher quem nos representa em vez de escolhermos o ‘Imperador’ do Sporting retiramos boa parte dos incentivos perversos que fraturam o clube.»
«Esta semana tivemos um debate de qualidade entre o Tomás Froes e o Samuel Almeida iniciado nas páginas do Record. Eu estou mais de acordo com o Samuel [1], mas reconheço que ambos querem o melhor para o Sporting.»
«(…) temos de retirar o ‘Santo Graal’ do poder absoluto à presidência. Quem for eleito deve antes de mais moderar várias sensibilidades numa proposta aos sócios de um modelo de gestão profissional e na escolha dos gestores que o irão implementar. Não precisamos de mais dirigentes arrogantes mas sim de quem conheça os limites do que sabe. Não precisamos de quem queira mandar na SAD, mas de quem esteja disposto a representar os sportinguistas na escolha dos profissionais que a irão gerir.»
Anda por aí um grupo de sócios do Sporting, a reboque desta pandemia que veio pôr a nu que as contas da SAD estão também elas de pantanas, que pensou apanhar os sócios preocupados com a sua saudinha e vai daí toca de lançar a ideia de que a solução milagrosa é vender a maioria do capital da sociedade, para a salvar e para salvar o clube. Ora bem, o clube, se forte nas modalidades, gerará certamente receita que baste para se manter, estando portanto o problema da saúde financeira do clube resolvida, o dinheirinho das quotas continuará a pingar.
Já quanto à sociedade, com o enorme passivo que tem e que se prevê que piore, a ver pela amostra dos últimos meses e das ameaças que quase diariamente saem nos jornais (o affaire João Palhinha foi o mais recente), é terreno que cativa a sementeira de dinheiros que costumam brotar do meio de nenhures e florir entusiasticamente com cheiro a lavadinho. Dispenso! Dispenso a venda da SAD, quero é que quem vier rapidamente substituir Frederico Varandas seja de boas contas e que tenha um projecto decente, capacitado com gente honesta e "trabalhadeira", isso sim, um futuro que será difícil porque se parte do inferno, mas com um objectivo claro: o saneamento financeiro da SAD sem perda da competitividade mínima. Competitividade que passa pela exigência de transparência dentro e também, com a mesma veemência, fora de portas. Não vale a pena, não sejamos ingénuos (ficou demonstrado no primeiro ano de Jorge Jesus), mesmo com as contas limpinhas e a casa arrumada, só seremos competitivos se conseguirmos dar a volta ao futebol português, doutra forma não iremos lá ou só lá chegaremos por mero acaso.
Não, vender a maioria do capital da SAD, é capitular perante o inimigo. É entregar o ouro ao bandido, é vender ao desbarato um activo com um capital incalculável.
E não, não é inocente esta tomada de posição. Todos sabemos quem são e o que fizeram e como fizeram quando por eles próprios ou por interpostas pessoas estiveram à frente dos destinos do clube.
Não gosto de estigmatizar e dividir os sportinguistas em "castas", mas que há uma enorme mão-cheia de associados e adeptos do Sporting que muito contribuiram e continuam a contribuir para este estado de coisas e a pobreza franciscana em que estamos, disso não tenho qualquer dúvida. Agora "acham" que será bom vender a maioria da SAD. Todos sabemos quem são, todos sabemos o que pretendem...
Para que não restem dúvidas, num mais que provável acto eleitoral num futuro próximo (se o Covid-19 deixar), o meu candidato será Pedro Azevedo! Já expliquei aqui os motivos da minha decisão e do meu apoio, consolidado no seu programa excelentemente estruturado e confiante de que conseguirá reunir uma equipa competente e séria, que conduzirá os destinos do clube a bom porto.
Vem este postal a propósito da decisão do Ministério Público retirar todas as acusações contra Bruno de Carvalho e por conseguinte se antever que sem acusação formada pelo MP, a decisão do colectivo de juízes será em conformidade, não antevejo outro desfecho e o ex-presidente e ex-sócio será ilibado de todas as acusações.
Assim sendo e conhecendo o homem, parece-me que o passo seguinte, até porque já anunciou publicamente que será candidato à presidência do Sporting, será a luta em tribunal (ou numa AG, conforme os estatutos, com o apoio de 2/3 dos votos presentes) pela reintegração como associado, condição essencial para se (re)candidatar. Mas indo até mais longe, não creio que BdC se fique por aqui (eu não ficava, se como ele me achasse com razão e injustiçado) e peça junto da justiça a anulação da AG destitutiva. Sabemos que o motivo "Alcochete" não constava das razões apresentadas para a destituição, mas foi "Alcochete" a causa de toda a loucura que se passou a seguir (de um lado e de outro) e foi a espoleta para o pedido de destituição. Quanto a esta forma de conseguir o regresso estou apenas a especular, nada nem ninguém me "soprou" sobre o assunto, mas creio que não andarei muito longe da verdade.
Não faço a mais pequena ideia se num hipotético processo de reintegração e anulação da destituição o tribunal decidiria favoravelmente, não me pronunciarei se ele vier a existir tal como nunca me pronunciei sobre este, para além do "a justiça decidirá". E o que a justiça decidir, gostemos ou não, estará decidido.
Sou por convicção um democrata e um crente na justiça, embora uma e outra por vezes andem de candeias às avessas, portanto havendo uma não pronuncia (não o será tecnicamente, mas se o MP acusou, não tem provas e pede absolvição, o mais sensato seria retirar as acusações), não quero deixar de recordar o que aqui fui escrevendo a propósito do exagero que foi todo o modus operandi da detenção, acusação e posterior obrigatoriedade de apresentação na esquadra de polícia. Depois de assistirmos ao pedido de absolvição pelo MP, com o argumento de que não há provas que consubstanciem a acusação, será legítimo perguntar o porquê da detenção a um Domingo com a convocação dos OCS, que em directo transmitiram o acto e sem qualquer pudor devassaram a privacidade de um cidadão. Será legítimo perguntar porque não foi revisada toda a hipotética prova (que parecia ser tão irrefutável e afinal não existia sequer), na presunção legal de inocência. E será legítimo perguntar qual foi o critério de obrigar um suspeito de cometer crimes tão hediondos, tão hediondos que afinal não se conseguiu provar que os tivesse cometido, a ter que, durante meses, apresentar-se diariamente, quer dizer, todos os dias, numa esquadra de polícia, como se de um perigoso terrorista se tratasse. Disse-o na altura e reafirmo-o agora: As medidas foram exageradas, desadequadas e aviltantes para o cidadão Bruno de Carvalho, como seriam para outro qualquer cidadão. O facto de o MP ou alguém por ele, ter convocado a CS para cobrir este assunto com o aparato que se previria ensurdecedor, não passou de um enorme assassinato de carácter e de um ataque não só ao cidadão Bruno de Carvalho mas, estou perfeitamente convencido, ao Sporting Clube de Portugal, que era quem queriam atingir. E conseguiram!
Deixemos portanto ou os tribunais ou os sócios decidir do futuro de Bruno de Carvalho se ele assim o desejar.
Ainda que continue convicto que tudo não passou duma golpada como disse atrás, mais para atingir o Sportig do que a ele próprio e de desaprovar os métodos também muito pouco democráticos do então PMAG, não gostei dos tiques ditatoriais (que também se vêem em Varandas, curiosamente) que se começaram a notar logo no início do seu segundo mandato e que o conduziram numa espiral de "loucura" que não teria outro fim que não o da sua queda, por isso se hipoteticamente voltar e se se candidatar, não terá o meu apoio. Já o disse, Pedro Azevedo é para mim quem melhor estará preparado para dirigir o Sporting. Também muito claramente digo, se o Pedro por alguma razão não for candidato e BdC se apresentar, apesar das minhas muitas reticências, se não aparecer um super candidato que pulverize tudo, para a urna irá uma cruz em frente ao seu nome! Quem sabe não aprende com os erros, com aquela vontade de ter unanimidade, tanta unanimidade que até o tio Ricci coube na sua lista e tanta gente que como Marta Soares na primeira oportunidade lhe espetou a faca nos rins? Mas como diria "o outro", isto é apenas um "supônhamos".
Para terminar, fosse eu o cidadão Bruno de Carvalho e o Estado português "bateria com os costados" no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem e aí seria certamente condenado a pagar-"me" uma choruda indemnização e a um voto de censura do tamanho da golpada que contra "mim" foi levada a cabo. Podem apostar!
Fizemos o pleno. Todos os clubes portugueses foram hoje eliminados da liga europa. Não, não foi sequer da liga dos campeões, foi mesmo na segunda divisão europeia. Agora, e estamos ainda em Fevereiro, resta a todos os clubes hoje eliminados, a disputa do campeonato português, sendo que Benfica e Porto têm para Maio a final da taça de Portugal.
A falta de competitividade do nosso campeonato pode ajudar a explicar esta total incapacidade dos clubes portugueses perante adversários que não fazem parte dos chamados colossos europeus. Hoje em dia qualquer clube português é encarado na europa como um clube acessível, da terceira divisão europeia. E este cenário só tende a piorar. Andamos meses atrás de meses, épocas atrás de épocas, enredados num futebol menor, clubes sem adeptos, sem estádio, assistências miseráveis que se conjugam com um futebol também ele miserável e pobre, muito pobre. É este o nosso estado actual.
Mas, houvesse coragem e podia, aliás devia ser diferente.
O Sporting não pode ter medo de liderar, de promover uma mudança radical no futebol português e ibérico. Temos as condições para o fazer, poderá ser mesmo a salvação dos clubes portugueses e mesmo uma solução para um problema político e social dos nossos vizinhos. Já vimos como funciona a Uefa quando confrontada por clubes poderosos. Poderia inclusive ser o motor de arranque de outras ligas supranacionais na Europa, uma forma de ligação de Estados, de Nações, onde o futebol seria o elo perfeito.
Depois da entrevista de Frederico Varandas tivemos no jornal Expresso, uma pequena entrevista do responsável financeiro do Sporting. Entre contradições e lugares comuns, a única certeza com que ficamos é que os dois acham que, embora com alguns erros cometidos, desvalorizados por ambos, o caminho a seguir será o definido há cerca de dezasseis meses. Isto é, a política desportiva vai ter por base o histórico apresentado por esta direcção.
Como o Pedro Azevedo aqui explica de forma tão clara, o grande problema do nosso clube está a montante, isto é, na gestão desportiva que assenta em custos com pessoal, vulgo salários de jogadores e equipa técnica, totalmente incomportáveis para a actual realidade do nosso clube. A juntar a esta opção suicida, temos o péssimo planeamento, digno do mais incompetente gestor, que transforma um investimento de cerca de 47 (quarenta e sete) milhões de euros, fruto da incompetência generalizada, num dos piores planteis de que há memória. Como se isto não bastasse, assistimos, incrédulos, a declarações surreais sobre a menor valia da nossa formação e ao desbaratar de jogadores valiosos, vendidos por valores que até os clubes compradores acharam estranhos, de tão baixos.
O caminho que esta direcção está a trilhar leva-nos, de uma forma imparável, a défices anuais crónicos e monstruosos. O fim desta gestão imprudente, amadora e danosa só pode acabar com a inevitável entrada de um qualquer fundo que esteja disposto a injectar umas centenas de milhões de euros para "salvar" a sad da falência. Mas, há sempre um mas, as centenas de milhões de euros nada resolverão, antes pelo contrário. Sabemos, pela experiência de outros clubes, que o aparecimento destes fundos, com reservas de capitais prontos a "investir" em clubes em pré falência, nada trazem de mais valias aos clubes. Se num curto prazo existe a ilusão de um super plantel, do fim das dificuldades de tesouraria, a médio prazo o resultado é sempre o mesmo, um aumento astronómico da dívida, jogadores que afinal não acrescentam nada e o final definitivo da ligação entre clube e sad.
É para este cenário que esta direcção nos está a levar.