Faz agora dez anos, a direcção leonina decidiu atribuir o nome do antigo presidente João Rocha ao pavilhão, então ainda por edificar.
Em jeito de balanço desta década, vale a pena perguntar se esta decisão tomada pela administração de Godinho Lopes foi a mais correcta. Por mim, não hesito na resposta. Haveria vários outros bons nomes alternativos?
Pelos vistos será mais ou menos assim que ficará a zona envolvente do estádio José Alvalade e pavilhão João Rocha, mais as alterações decorrentes do projecto da "linha circular" do metro.
No que respeita ao próprio estádio, existe também um projecto de transformação, limitado por questões estruturais complicadas ou mesmo impossíveis de resolver, o fosso, as entradas e saídas do parco estacionamento, os écrans gigantes, do qual já vimos resultados avulsos e que se vai alargar a estádio e estacionamento num novo conceito estético, nas antípodas da "taveirada" inicial.
Com tanta modernidade por todo o lado, não dá mesmo para entender porque não se pensa em terminar com as "roulottes" debaixo do viaduto do Campo Grande ou em cima do passeio na zona de Telheiras num cenário digno das antigas barracas da Praça de Espanha, e não se encontra um espaço condigno para criar uma "FanZone" onde, em dias de jogo em casa ou na do adversário, sócios e adeptos se possam juntar, se calhar em pé e à volta de mesas altas, abrigados do sol ou da chuva, com écrans de TV espalhados pelos cantos e até alguma animação musical. Onde as actuais "roulottes" e as cervejarias da zona tivessem também lugar numa linha de continuidade e de respeito pelos mesmos e pela memória histórica de sócios e adeptos. De acesso gratuito ou por um valor simbólico, de forma a garantir as melhores condições de funcionamento.
O Alvaláxia não tem condições para ser essa FanZone. Precisa de mais comércio permanente como o Lidl. As grandes cervejeiras estão ausentes por falta de rentabilidade, a restauração é forçosamente pobre.
Voltando à imagem acima, nota-se que depois da construção prevista continuará a não existir qualquer continuidade entre estádio e pavilhão, quase poderiam ser de dois clubes diferentes, e existe entre ambos um relvado sintéctico para o futebol infantil completamente desenquadrado de tudo o resto, penso que decorrente de contrapartidas com a Câmara Municipal de Lisboa aquando do projecto do pavilhão. Também não se vislumbra qualquer novo espaço para estacionamento, destruído que foi o antigo, agora ocupado pelo terminal rodoviário.
Porque não tratar com a CML da deslocalização do sintéctico e implantar ali a "FanZone" no meio duma alameda verde entre estádio e pavilhão, ou no limite ter uma "FanZone" "amovível" por cima do referido sintéctico, se possível com um estacionamento por baixo?
Podemos discordar, eu discordo, da forma de actuação de Bruno de Carvalho, porém, convém reter o conteúdo desta actuação:
«RECORD - O Pavilhão João Rocha será o grande legado de BdC no Sporting ou ainda está muito e melhor por acontecer?
BdC – É bonito para esta direção. É bonito sermos os primeiros em 111 anos a fazer um pavilhão. Não nos podemos esquecer que tivemos uma nave, que era uma adaptação, e tínhamos duas coisas ali ao pé do metro, que não eram propriamente pavilhões. Mas também ficamos felizes por, em 25 títulos europeus, já termos contribuído para três. Assim como ficamos felizes por termos chegado com 35 modalidades e termos agora 54. Ficamos felizes por todas elas estarem a lutar para serem campeãs. Não é só dar o nome como antigamente. Ficamos contentes por, de facto, podermos, neste momento, estar num futebol em que as pessoas têm uma fé e uma crença em que podemos realmente lutar pelos títulos. Não é aquela história do ‘eterno candidato ao título’... Nada disso. Neste momento somos um candidato ao título. Real. Não é a coisa de ser grande. Antes não éramos. ‘Um dia podia acontecer’. Mas agora não. E, claro, tirar o clube da falência onde estava há quase 20 anos... Fantástico! O estarmos a resolver dramas tremendos com a CM e com outras entidades que já duravam há décadas... Assuntos tremendos que valiam milhões de euros. Só para terem uma noção, em contingências – contingências são possibilidades de dívidas que os bancos puseram de lado na restruturação financeira –... estamos a falar de 21 M€. Neste momento, estamos em 2 M€...
R - Está a falar na redução dessas mesmas contingências?
BdC – Exato. Resolvemos 19 milhões. 19 M€! Sem pagarmos um tostão. São coisas brutais. Temos uma série de coisas das quais nos podemos orgulhar, mas há algo que ainda nos orgulha mais e que é inerente a todos: acordamos todos de manhã e achamos que ainda há muita coisa por fazer.»
Certamente pelos créditos firmados em anteriores organizações da Ronda de Elite da UEFA Futsal Cup ( e uma Final Four , num total de sete em oito ), foi mais uma vez confiada ao Sporting Clube de Portugal a organização da fase seguinte desta modalidade.
Segundo Miguel Albuquerque, o clima vivido nos três jogos já disputados no João Rocha foi determinante para a escolha: "Esta candidatura tem muito a força dos nossos adeptos. Houve três jogos no novo pavilhão, dois deles com lotação praticamente esgotada e isso foi uma das coisas que impressionou a UEFA e que pesou a nosso favor. Os nossos adeptos mereciam ver a equipa jogar em casa a nível internacional".
Em dia de Seleção (com convocados lesionados que não se percebe), não é sobre futebol que escrevo. Dia de “derbies” no futsal e no hóquei, quero apenas lembrar que amanhã, domingo, é dia de Voleibol no Pavilhão João Rocha. Após 22 anos aí está a equipa do Sporting, que joga contra o benfica às 17 horas. E promete, pois vencemos os dois torneios de pré temporada, um deles contra o slb, ainda campeão nacional. Seria muito interessante converter em presenças de adeptos no Pavilhão João Rocha as lágrimas choradas durante anos pela falta de um pavilhão ou as palmas da inauguração.
Sou assíduo no novo pavilhão, comprei gamebox. Não é barata mas permite assistir tranquilamente aos jogos das modalidades. Já assisti a 2 jogos de futsal e 2 de andebol. Entra-se facilmente no recinto, está magnífico. Só que passo a vida a ajudar a esclarecer pessoas que se dirigem a mim por estar no lugar errado. Estando no lugar certo, apenas são induzidos em erro. De início achei normal, mas agora tornou-se um pouco cansativo. Talvez quem tenha responsabilidades na organização possa fazer uma pequena alteração na sinalética existente. Basta pensar um pouco...e mudar. Para perceberem o que digo, reparem na fotografia:
Nem Bruno, nem William, nem Adrien. O nome em destaque na semana sportinguista é Manuel Gaspar. O adolescente, guarda-redes da equipa de andebol do Sporting, foi a maior figura do Sporting 30 - Fafe 17, jogo inaugural do Pavilhão João Rocha, jogo que tive a honra de assistir ao vivo. Gaspar defendeu quase tudo o que havia para defender, incluindo vários livres de sete metros e perto do fim, até marcou um golo, de baliza a baliza. Foi uma festa bonita, com a direção e as figuras de destaque das modalidades que vão usar o pavilhão, a marcarem presença. Com casa quase cheia, foi Tiago Rocha a estrear as redes da nova casa. Vimos a taça de campeão da época passada e assistimos a uma grande exibição, num recinto lindíssimo e cheio de sócios e adeptos entusiastas e a cantar a plenos pulmões. Isto é que é o Sporting e, para mim, as figuras serão sempre os melhores de cada modalidade.
A 6 de agosto de 2003, aproveitei a folga num emprego de verão para deixar Cercal do Alentejo e rumar a Lisboa para a inauguração do novíssimo Estádio de Alvalade. Tive a honra de ser um dos que esteve lá e de ver o improvável Luís Filipe a marcar o primeiro golo de sempre no recinto. Foi com grande felicidade que me levantei no dia seguinte às 7 da manhã para fazer a viagem de regresso. Hoje, 14 anos depois, estarei de novo a assistir a um histórico momento. O primeiro jogo oficial do Pavilhão João Rocha, num Sporting-Fafe, em andebol. A viagem de regresso a casa será bem mais curta mas a felicidade será a mesma. Lá para as 22h00 de hoje, ter-se-há cumprido um sonho.
Um dia grande para o desporto português e para a cidade de Lisboa, um dia inapagável na história do Sporting. O dia de hoje, com a inauguração do Pavilhão João Rocha. Um sonho antigo da nação leonina tornado realidade pelo presidente Bruno de Carvalho, com o apoio firme de milhares de sócios e adeptos que não ficaram esquecidos neste empreendimento.
Há que dar o mérito a quem é capaz de passar das intenções aos actos neste país onde sobram palavras e escasseiam obras. Agora que venham as enchentes. E as vitórias.
Termino aqui a série de posts sobre a casa das modalidades.
Contrariando alguns velhos que por aqui foram destilando o seu fel contra esta obra magnífica, alguns jurando a pés juntos que nunca seria concluída, a obra ali está, para durante muitos anos ser palco, esperamos todos sportinguistas, de muitas e gloriosas vitórias. Dia 21 será inaugurado, para gáudio de todos nós.
A partir de hoje, desejo registar, pois, as vitórias dos nossos rapazes e raparigas nas mais diversas modalidades que ali irão ser praticadas, sempre com o lema do nosso grande clube presente: Esforço, Dedicação, Devoção e Glória.
Foi com orgulho, confesso, que vi o meu nome inscrito no mural da Missão Pavilhão, onde se identificam os sócios e adeptos do Sporting que contribuíram para tornar realidade o sonho de erguermos um pavilhão leonino para as modalidades.
Lá encontrei os nomes de outros colegas de blogue - como o Alexandre Poço, o José da Xá, o Edmundo Gonçalves, o Luciano Amaral, o João Távora, o Luís de Aguiar Fernandes, o Pedro Boucherie Mendes, o Bernardo Pires de Lima, o Rui Cerdeira Branco, o Ricardo Roque.
Pedro Madeira Rodrigues não consta. Victor Espadinha também não.
Como habitual, ponto de situação da construção daquele pavilhão que os nossos queridos visitantes lampiões, apenas para nos tentar irritar porque já perceberam que agora as coisas fiam mais fino, iam dizendo que nunca estaria de pé.
Sim, agora dizem que não está pago. Estará, dentro do prazo contratualizado, não tenho dúvida.
Como sempre, podem ver toda a sequência de imagens da evolução das obras, aqui.