Após mais uma conquista maravilhosa na Germânia (um empate 0-0) o "vitorioso" imperador Mourinho regressa a Roma.
Vitória é algo que a legião imperial de Mourinho não vê há cinco jornadas no campeonato italiano.
As bancadas estão cheias, dum lado, o imperador Mourinho a jogar na sua Arena, do outro, um badameco, pé descalço, que teve a ousadia de trocar a águia imperial pelo Leão.
O badameco esteve sempre a vencer e os otários imperiais (lá como cá) festejaram o golo do empate como se fosse uma vitória.
Paulo Sousa salvou a Salermitana da descida, Mourinho continua a "enterrar" a Roma, vai na sexta jornada consecutiva sem vencer.
"Salvé imperador Mourinho, a submissa comunicação social portuguesa, sauda-te".
Ainda ontem trocava o Benfica pelo Sporting, num verão – 1993 – bem mais quente do que este, e hoje já faz 50 anos. Paulo Sousa, seis de qualidade superior, campeão europeu por Juventus e Borussia Dortmund e até há pouco, treinador do Bordéus, está de parabéns. Numa altura em que Palhinha (já sei que não é nenhum Sousa) está de saída, Rodrigo está em ascensão (tenho as minhas dúvidas) e o Sporting procura um médio defensivo, é bom recordar Sousa, que fez 43 jogos e marcou 2 golos pela equipa leonina. Boa desculpa para lembrar outros, que tal como Sousa, hoje seriam muito bem-vindos: Oceano, Peixe (early years), Delfim, Duscher ou Vidigal. Mas já nos estamos a desviar. Parabéns, Sousa.
Não vi o jogo para a taça da carica. Regra geral não vejo a maior parte dos jogos a contar para esta prova desprovida de qualquer interesse. Fiquei pois surpreendido com o despedimento de José Peseiro após desaire num jogo ligeiramente menos informal que um treino. O lado positivo será uma eventual não ida à final-four da taça Lucílio Baptista, possibilitando ao nosso plantel algum descanso, tão necessário para enfrentar as provas que interessam, para mais face ao previsível apuramento para a fase eliminatória na Liga Europa.
Apesar de ter defendido anteriormente a manutenção do ex-treinador, reconheço que a qualidade do futebol praticado não estava a evoluir no bom sentido, os resultados eram intermitentes, faltava empatia entre adeptos e equipa técnica, a maioria dos jogadores com rendimento abaixo do seu valor, teimosia do técnico na manutenção do mal-amado duplo pivot, deficiente leitura dos jogos e sucessivas substituições de sentido defensivo, deixavam antever a possibilidade deste desfecho a curto ou médio prazo.
Acredito em Frederico Varandas, na sua capacidade para encontrar uma solução no mercado nacional ou internacional. De todos os nomes falados, agrada-me Leonardo Jardim, que não parece no entanto ser uma possibilidade real ou Paulo Sousa. Já um eventual regresso do mestre da táctica me provoca urticária, ouve-se que o rival da 2ª circular o tem como opção para um regresso no final da época, por mim que vá para onde quiser, desde que seja longe de Alvalade, porque um fanfarrão pago a peso de ouro durante 3 anos, que ganhou uma supertaça e uma taça da carica, não é alguém por quem possa sentir saudades…
Não deixa de ser curioso ver agora Pedro Madeira Rodrigues, qual abutre, surgir a criticar o despedimento, alertando para eventuais prejuízos financeiros da decisão. Logo ele, que havia anunciado a contratação de Claudio Ranieri, um verdadeiro pé-frio do futebol internacional, coleccionador de derrotas por onde passou, à excepção da histórica, mas atípica época da conquista do campeonato inglês no Leicester city. No ano seguinte à proeza logo tratou de confirmar que tudo não passara da excepção à regra na sua carreira e terminou despedido, como habitual. Mas há pessoas que não aprendem.
"Bem sabemos que há clubes que estão dez anos à nossa frente. E isso tem ficado evidente, pois enquanto ainda nós trabalhávamos com fax, já eles tinham montado um esquema de emails (...)"
O golo que escolhi é um golo de bicicleta do Juskowiak, em abril de 1994, um golo perfeito que nunca esqueci. Juskowiak fez parte da equipa onde jogavam Figo, Balakov, Peixe, Valckx e Iordanov. Uma equipa que ganhou muito pouco para a qualidade que tinha, é um facto. Ficam boas (outras menos boas) memórias, como este jogo com o Boavista - o golo que escolhi é o 2º, pelo minuto 3'47, mas os outros dois também valem a pena. O Sporting ganhou 3-1, e com essa vitória passou para primeiro.
O golo: a bola passa por Paulo Sousa, Balakov, Figo que centra de carrinho, e Juskowiak finaliza de forma perfeita. É ver e rever.
Nessa altura ia ao estádio com amigos, não me lembro quem mais estava nesse dia, sei que o P. estava comigo. E sei porque assim que Juskowiak marcou o golo, o ouvi gritar: "BICICLETA!". Nos golos a bancada abria uma clareira: eu, uma ou outra amiga e pouca gente mais, ficávamos sozinhas lá em cima, o resto corria à grade e voltava. O P. fazia o mesmo. Desapareceu a seguir ao grito e quando voltou vinha afónico, ainda a celebrar, em delírio: "Bicicleta...! Bicicleta...!"
(Só encontrei um video - de muito má qualidade - com o golo, por isso publico o resumo do jogo todo. Não invalida que se escolha um dos outros golos para futuro post.)