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És a nossa Fé!

Pódio: Paulinho, Coates, Nuno Santos

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Famalicão pelos três diários desportivos:

 

Paulinho: 19

Coates: 18

Nuno Santos: 16

Morten: 16

Gyökeres: 16

Morita: 16

Geny: 15

Diomande: 15

Gonçalo Inácio: 15

Pedro Gonçalves: 15

Adán: 14

Daniel Bragança: 13

Esgaio: 13

Trincão: 11

Matheus Reis: 11

 

Os três jornais elegeram Paulinho como melhor em campo.

Paulinho soma e segue: já vão quatro

Sporting, 1 - Famalicão, 0

miguel a lopes epa.webp

Paulinho, com três jogos sempre a marcar, vai sendo um sério candidato a lugar na selecção

Miguel A. Lopes / EPA

 

Alguns adeptos andam descontentes. Ainda não consegui perceber porquê. Vamos com nota máxima nesta temporada, assim chegamos ao fim de Agosto. Três vitórias, nove pontos, estamos no topo do campeonato. Há um ano, na mesma fase, seguíamos só com quatro pontos. Menos de metade do que somamos agora.

Todos os jogos têm merecido nota artística? Não. Actuação irrepreensível dos nossos jogadores? Também não. Mas o essencial vai-se cumprindo: ganhar sempre, nem que seja por um golo de diferença.

E foi isso que voltou a acontecer, anteontem, no Estádio José Alvalade. Recebemos uma equipa tradicionalmente muito difícil, o Famalicão, e cumprimos o objectivo. Triunfo tangencial, tal como os anteriores - desta vez por 1-0. Com a vantagem óbvia de ser o primeiro em que marcamos sem sofrer nenhum. É um progresso que se regista.

 

Para esta recepção à equipa minhota, Rúben Amorim convocou aquele que é talvez o melhor onze leonino do momento: Adán; Diomande, Coates, Gonçalo Inácio; Esgaio, Morten, Morita, Nuno Santos; Pedro Gonçalves, Paulinho e Gyökeres. Na tribuna, assistindo à partida, o jovem Fresneda, vindo do Valladolid. No próprio dia da sua chegada a Lisboa, já contratado pelo Sporting. Deverá ser ele o novo titular da ala direita.

Novidade: a estreia como titular de Morten Hjulmand, o reforço nórdico que veio suprir uma lacuna aberta com a partida, em Maio, de Ugarte. Estávamos a precisar muito dele. A posição de médio defensivo, sobretudo num meio-campo a dois como Amorim tanto gosta, é fulcral. E o internacional dinamarquês, vindo do Lecce, parece ter sido bem escolhido: desempenhou com inegável competência a missão que lhe foi confiada, actuação a merecer nota alta. Nomeadamente na articulação com Morita: vendo-os jogar, nem parece que só se conhecem há poucos dias.

 

Mas o destaque principal vai para Paulinho. Marcou mais um golo decisivo - o que nos valeu a conquista dos três pontos. Apontado aos 52', à ponta-de-lança (sim, agora justifica-se mesmo chamá-lo assim), na cobrança de um livre, por Nuno Santos, a castigar falta sobre o infatigável Gyökeres. Com este, o ex-Braga já leva quatro golos apontados em apenas três rondas do campeonato. Na Liga 2022/2023 só à 26.ª jornada conseguiu esta marca.

Confirma-se, portanto, que lhe faz bem esta parceria recém-estabelecida com o internacional sueco. Gyökeres desta vez não marcou, mas foi um dos obreiros desta vitória. Parece estar em todo o lado, lá na frente. Faz de interior, faz de extremo, faz de segundo avançado, faz de ponta-de-lança. Trabalha para a equipa, com indiscutível mérito. 

Na tribuna de Alvalade estava o seleccionador Roberto Martínez. Paulinho, se continua assim, será um sério candidato à equipa das quinas, na qual já actuou.

Outro jogador que justifica elogio: Coates cumpriu aqui a sua melhor partida até ao momento na Liga em curso. Comandante da defesa, impecável nas recuperações. Bem coadjuvado por Diomande (outra excelente contratação da SAD leonina) e Gonçalo Inácio. Termos o meio-campo mais calibrado ajuda muito. 

 

Quem não tivesse visto o jogo, reparando só no resultado, ficaria a pensar que foi tremido para nós. Puro engano. O Sporting foi sempre a equipa dominadora e tudo fez para ampliar a vantagem. Que só não aconteceu porque o guardião famalicense, Luiz Júnior, fez enormes defesas. Impedindo golos a Paulinho (19'), Gyökeres (65') e Daniel Bragança (85'). Além de ter visto, sem intervir, um livre de Pedro Gonçalves levar a bola à barra (49'). 

A verdade é que o Famalicão - talvez a quinta melhor equipa portuguesa do momento - viu-se incapaz de criar oportunidades de jogo em todo o desafio, de tal modo foi neutralizado pelo Sporting. Nem parecia o mesmo emblema que derrotou o Braga, na Pedreira, na jornada inaugural.

Em suma, nesta ronda não necessitámos de estrelinha. Bastaram o talento, o mérito, a vontade e a garra dos nossos jogadores. 

É isso que lhes pedimos. É isso que lhes exigimos. Vencer sempre, superar todos os obstáculos. Que seja pela margem mínima, tanto faz. A gente não se importa.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Praticamente sem trabalho: limitou-se a estar atento entre os postes. Nos minutos finais, correspondendo a um pedido expresso do treinador, lançou bolas na profundidade. Fez bem.

Diomande - Consegue ser muito seguro mantendo-se imperturbável. Como se ser central do Sporting fosse a tarefa mais fácil do mundo. Forma bom trio com os colegas na linha defensiva.

Coates - O capitão regressou à boa forma. Atento, interventivo, comandante indiscutível da linha mais recuada. Fez sete recuperações. Uma delas mesmo ao cair do pano, aos 90'+7.

Gonçalo Inácio - Está a praticar um futebol mais solto e criativo, potenciando as suas qualidades na construção como central do lado esquerdo. Alguns lapsos menores não lhe roubaram o brilho.

Esgaio - Actuação esforçada na primeira parte, em que foi o ala com maior propensão ofensiva. Faltou-lhe fazer a diferença nos cruzamentos. Acusou fadiga física na segunda parte.

Morten - O reforço dinamarquês estreou-se como titular e vai certamente ser dono da posição de médio defensivo. Sempre em jogo, com passes precisos e de cabeça bem levantada. 

Morita - Boa parceria com Morten, dando solidez e consistência ao nosso meio-campo. Compete-lhe a ligação à linha avançada. Sabe conduzir a bola e pensar o jogo. Trabalha para a equipa.

Nuno Santos - Exibição pálida, talvez por não estar ainda em plena forma desde que voltou da lesão. Muito contido a subir no corredor esquerdo. Mas foi ele a marcar o livre que deu golo.

Pedro Gonçalves - Ainda nos deve uma exibição de encher o olho nesta Liga. Continua meio trapalhão, meio apático. Bateu bem um livre: a bola foi à barra. Mas falhou golo fácil (90'+4).

Paulinho - A figura do jogo. Nunca se exibiu tão bem no Sporting. Muito perto de marcar aos 19' (defesa aparatosa de Luiz Júnior). Meteu-a lá dentro, de cabeça, aos 52'. Está imparável.

Gyökeres - O avançado sueco é um todo-o-terreno. Vai a todas, não desiste de um lance. Derrubado em falta, sacou livre que nos valeu golo. Esteve muito perto de marcar ele também.

Geny - Entrou aos 60', rendendo Nuno Santos. Seis minutos depois rumou ao seu lugar, na ala direita, onde teve exibição muito positiva. Construiu lance de golo para Pedro Gonçalves (90'+4).

Matheus Reis - Substituiu Esgaio aos 66'. Mas actuou no corredor esquerdo, seu posto natural. Não inventou, não atrapalhou, não improvisou. Ajudou a manter posse de bola, tarefa útil.

Daniel Bragança - Regressado de lesão, entrou aos 84', rendendo Morten. No minuto seguinte esteve perto de marcar com remate de pé direito. Soube segurar a bola e entregá-la com critério.

Trincão - Entrou aos 84', substituindo Paulinho. O resultado estava construído, o essencial estava feito. Mal se reparou nele.

O dia seguinte

Se ainda tinha algumas dúvidas depois desta vitória contra um muito difícil Famalicão e um árbitro que ia conseguindo estragar o jogo pela sua mediocridade "tuga" APAF, viciada no controlo do jogo e completamente imprópria duma Champions, deixei de as ter.

É claramente a melhor equipa da era de Rúben Amorim à frente do Sporting. Mais possante fisicamente, com bem mais kgs e cms, com um arsenal de soluções muito para além do contra-ataque rápido e mortal ou da improvisação sublime de alguém lá da frente.

Isto com um conjunto carente de afinação, jogadores que acabaram de vir de contratação ou de lesão que redefiniram sistema táctico e modelo de jogo. O melhor está para vir, isso é claro.

O Sporting começou em 4-2-4 que logo se transformou em 3-2-5 pelo confronto com um Famalicão bem encolhido num 5-4-1. Ou seja, primeiro Nuno Santos estacionou lá na frente, depois Esgaio também. O Sporting controlava completamente as operações, nunca deixando partir o jogo, mas falhava na concretização ou no último passe.

Aos 20 e poucos minutos o árbitro deu cabo daquilo tudo. Um amarelo mal mostrado a Gyökeres, depois outro igualmente mal mostrado ao defesa do Fanmalicão, proclamou que aquilo era um circo a precisar de palhaços. O Famalicão arranjou-os até ao intervalo, os 3 minutos de compensação foram a demonstração clara do desnorte do pobre árbitro que só a APAF saberá como chegou a ter esta responsabilidade.

Obviamente que a pateada de Alvalade foi monumental ao intervalo. Maior ficou quando o Famalicão reentrou com 5 minutos de atraso. A verdade é que a segunda parte teve melhor arbitragem, menos palhaçada e mais futebol.

O Famalicão reentrou com toda força e teve uma oportunidade logo a abir a segunda parte, mas o Sporting pouco tempo depois marcou por Paulinho, e o jogo terminou do ponto do vista do resultado.

Primeiro Rúben Amorim renovou as alas, depois o meio-campo, e nunca mais o Famalicão teve qualquer oportunidade para empatar, limitou-se a evitar a derrota por números maiores.

 

Melhor em campo? Paulinho claramente, três meias oportunidades desperdiçadas no primeiro tempo, marcou no segundo a passe de Coates. Depois dele, o trio defensivo ontem excelente na protecção a Adán.

Pior em campo? O árbitro APAF Narciso, que ia conseguindo estragar o jogo pelas asneiras na parte final do primeiro tempo. Deve achar que os jogadores de futebol são manetas, ou então serve apenas de juiz de palhaços, não de jogadores de futebol.

Naquele desvario Narcísico houve alguém que conseguiu ir falando com ele, sempre na maior correcção  e tentando pôr juízo naquela pobre cabeça. Acabou de chegar, nem português fala, mas foi exemplar na forma como interagiu com um árbitro medíocre e desorientado. Chama-se Morten Hjulmand. Se era capitão no Lecce, ainda estamos no primeiro jogo e já merece ser subcapitão no Sporting. "El patrón" é um santo mas não um mártir, e as canalhices arbitrais vão desgastando. Precisa de ajudante.

Sobre a ocupação do estádio, tema agora predilecto dos trolls morcões que tentam parasitar este blogue. Estiveram mais de 4O mil em 50 mil possíveis, conviria saber a ocupação por sectores para se perceber onde estão as clareiras. Na curva sul estão com certeza, bem à vista, e percebe-se porquê.

SL

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Da terceira vitória consecutiva. Desta vez por 1-0, no nosso estádio, contra o Famalicão - a quem impusemos a primeira derrota. Em jogo de sentido único, com domínio total leonino. Frente a uma equipa que logo na ronda inaugural desta Liga 2023/2024 foi ganhar em Braga.

 

De Paulinho. Outro golo marcado: e vão quatro, em três jogos. Outro desempenho decisivo na conquista de pontos: já lhe devemos sete nas partidas disputadas. Desta vez ameaçou aos 19' (Luiz Júnior salvou um golo quase certo defendendo com a cabeça!), mas concretizou aos 52': estava no sítio certo para completar da melhor maneira, cabeceando, uma tentativa de Coates na grande área dando sequência a um livre lateral. Melhor jogador em campo, é hoje o mais destacado elemento desta equipa. Voltou a ouvir o cântico que lhe é dedicado, por mérito próprio.

 

De Gyökeres. Não marcou, mas foi incansável no trabalho em campo. Actuando umas vezes como extremo, noutras como interior esquerdo ou direito. É dele o passe para o quase-golo de Paulinho aos 19'. Tem um vigor físico impressionante e obriga a fixar dois defesas adversários sempre de olho nas suas movimentações imprevisíveis, abrindo espaços para os companheiros. Esteve perto de marcar, de livre directo, num remate rasteiro. Grande contratação.

 

Da estreia de Morten a titular. O reforço dinamarquês jogou bastante adiantado, mais como médio de construção do que médio defensivo. Segura com eficácia a bola, define bem o passe, sabe temporizar o jogo. Tentou articular-se com os companheiros: passou no teste. Falta-lhe apenas acentuar a robustez física: saiu aos 84', visivelmente desgastado.

 

Das entradas de Geny e Daniel Bragança. Ambos formados em Alcochete, trouxeram frescura e ousadia numa fase de notória quebra física da nossa equipa. O primeiro entrou aos 60', rendendo um desinspirado Nuno Santos (passando para o corredor direito com a entrada de Matheus Reis, aos 66'): foi dele um dos lances individuais mais espectaculares do jogo ao ganhar uma bola disputada mesmo no limite da linha de fundo, driblando Moura, e ao centrá-la, bem redonda, para Pedro Gonçalves tentar dar-lhe o rumo certo. O segundo, em campo desde os 84', foi vital para garantir a posse de bola numa fase em que o Famalicão tentava o golo do empate. Esteve até à beira de marcar com um tiro do seu pior pé, o direito.

 

De não termos sofrido golos. Primeira partida deste campeonato em que as nossas redes se mantiveram invioláveis após termos permitido que Vizela e Casa Pia marcassem. A presença de Morten facilitou o trabalho do trio defensivo (Diomande, Coates e Gonçalo Inácio). A tal ponto que o Famalicão não criou um só lance de golo em todo o jogo.

 

Do guarda-redes do Famalicão. Luiz Júnior foi fundamental para evitar que a sua equipa saísse de Alvalade com uma derrota mais volumosa. Pelo menos com intervenções decisivas a remates de Paulinho (19'), Gyökeres (65') e Daniel Bragança (85').

 

Do ambiente festivo no nosso estádio. Vive-se uma inegável comunhão entre os adeptos e os jogadores. Confiança inabalável da nação leonina nas potencialidades desta equipa, que ontem apresentou talvez o melhor onze em campo. Não por acaso, registou-se a presença de 40.287 espectadores nas bancadas. Testemunhando este facto inegável: chegamos ao fim de Agosto com a pontuação máxima garantida. Todos os sonhos são possíveis. Daí ter-se gritado «Sporting campeão!» ainda antes do apito inicial.

 

De termos cumprido 17 jogos seguidos sem perder. Se somarmos o de ontem às 14 rondas finais da Liga 2022/2023 e às vitórias nas duas rondas iniciais do novo campeonato, é este o número de desafios que já levamos sem conhecer o mau sabor da derrota em partidas oficiais.

 

De ver o Sporting no comando. Nove pontos, liderança do campeonato - para já partilhada com o V. Guimarães. É precisamente aqui que devemos estar. Na Liga 2022/2023, também à terceira jornada, só tínhamos quatro pontos - menos de metade dos actuais.

 

 

Não gostei

 

De Pedro Gonçalves. Outra exibição apagadíssima. Nem actuando mais na frente, compondo um trio com Gyökeres e Paulinho, nem recuando no terreno nos minutos finais, conseguiu fazer a diferença. Errou vários passes, acusou falta de intensidade, foi ineficaz na marcação de cantos, não protagonizou lances de ruptura. Falhou escandalosamente o golo que Geny lhe ofereceu aos 90'+4. Podia ter sido feliz na marcação de um livre directo, aos 49', quando fez a bola embater na barra - único momento positivo em dia não. Mais um, desde que decidiu trocar o n.º 28 pelo n.º8 que antes tinha sido de Bruno Fernandes.

 

De Nuno Santos. Ainda não recuperou a antiga forma desde que falhou o início da temporada oficial devido a lesão. Quase sempre inofensivo no corredor esquerdo, permitiu que Esgaio tivesse muito mais iniciativa atacante no flanco oposto. Limitou-se a quatro cruzamentos, sem consequências dignas de registo - de resto, abusou dos passes à retaguarda. Melhor momento: a marcação de um livre, tipo canto curto, do lado direito - que daria início ao nosso golo solitário. Poucos minutos depois saiu, visivelmente insatisfeito com a sua prestação em campo. 

 

Do empate a zero ao intervalo. Sabia a muito pouco num primeiro tempo de sentido único, em que só a nossa equipa procurou a baliza adversária, com o Famalicão todo recolhido em 30 metros: basta anotar que o primeiro canto da turma minhota só aconteceu aos 82'. A nossa aparente incapacidade para furar a muralha defensiva dos visitantes foi enervando parte do público no estádio, que começou a transmitir nervosismo à equipa. Sem necessidade alguma.

João Paulo, homem livre

Aos 30 anos, João Paulo Fernandes é um homem livre e com tudo para fazer uma grande época. Eu até sou pró-Paulinho, mas, mesmo salvaguardando a sua importância tática em alguns momentos e o constante suar da camisola, não há como negar que o homem tem menos golos pelo Sporting do que deveria.

Com a chegada dos nórdicos, a vida do avançado mudou. Primeiro, deixou de ter o rótulo de mais caro de sempre. João Paulo caiu para o terceiro lugar e com o mercado como está, no seu tempo em Alvalade, a queda será maior. Suponho que isso alivie a pressão e ajude a calibrar a mira.

Com a chegada de Gyokeres, o 20 deixa ser a esperança (cega) leonina na hora do golo. Viktor é um verdadeiro número 9 e a minha aposta para melhor marcador do campeonato. E é nele que os defesas se vão focar, deixando Paulinho num confortável segundo plano. Os treinadores adversários também verão isso, mas sendo Viktor guardado por 2 ou 3 de cada vez, é normal que não sobre ninguém para atrapalhar João Paulo.

Além dos golos, Viktor, já se viu, também faz assistências e ganha muitos espaços, algo que Paulinho, que sempre rendeu mais em dupla do que sozinho, pode e vai aproveitar. Voa, João Paulo.

 

PS: É obrigatório a cada post admitir que o golo foi mal validado? 

Até ao fim

lendo a imprensa da especialidade, o Casa Pia arrasou o Sporting, numa superioridade só anteriormente vista quando o Barça de Guardiola espezinhou o Inter de Mourinho. 

Não fosse a bota branca de Paulinho e teríamos perdido por tantos que Varandas, Ruben e Viana estariam neste momentos a viver na rua, humilhados e sem nada. 

Ah e tal, mas o golo mal validado ao Paulinho foi aos três ou quatro minutos de jogo, estava zero a zero e faltavam uns bons 95 minutos, descontos incluídos. Quem sabe o Sporting pudesse ter hipóteses de ganhar... Seria complicado, mas quem sabe...?

Não interessa! O Sporting só ganhou por causa daquele golo validado por menos de um palmo quando faltavam mais de 90 minutos para jogar!

Toda a gente sabe que se o VAR tivesse varado como deve ser, o Sporting teria perdido por tantos com o Casa Pia, que os regulamentos seriam alterados nessa semana e perderia também os três pontos que ganhou ao Vizela na jornada precedente. 

Só os mal intencionados não veem que se houvesse justiça no mundo e no futebol português, o Sporting teria neste momento zero pontos.  

Paulinho P100

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Não há dúvida que Paulinho é um caso muito especial no universo Sporting. Por várias razões, pelo que custou, com ou ou sem IVA e gasóleo incluídos, pelos golos que marcou e por aqueles que falhou, e pela animosidade e até achincalhamento nas redes sociais afectas (com aspas ou sem elas) ao Sporting, e pelo carinho de que goza em Alvalade, com direito a cântico e tudo.  

Se calhar também Paulinho não passou ao lado do que se foi dizendo sobre ele e que foi transbordando para a imprensa desportiva, deixando de fazer o que melhor sabe para tentar ser aquilo que definitivamente não é. Por isso precisa dum parceiro que o liberte, agora Gyökeres anteriormente Slimani, para parecer um pássaro fora da gaiola, liberto de amarras tácticas e disponível para facturar.

 

Sempre gostei do Paulinho, pela sua inteligência de jogo, versatilidade, capacidade técnica, capacidade de luta, mas nunca o considerei um grande ponta de lança à imagem dum Bas Dost, Liedson, Jardel, Acosta, Jordão, Manuel Fernandes, até do próprio Slimani, nem vou falar do meu "Chirola" que está no patamar dos deuses da bola. Nem com um contemporâneo Harry Kane, com quem tem algumas semelhanças, como o porte físico, a movimentação do terreno de jogo, mas obviamente que lhe falta a técnica refinada de ponta de lança, a capacidade de remate e de cabeceamento, o "killer instinct" do inglês. Mas se tivesse tudo isso estava agora no Bayern de Munique e não no Sporting. 

Trata-se dum jogador formado num clube pequeno que subiu a pulso na carreira e no terreno em clubes minhotos, compensando com trabalho a falta de formação específica. Tem alguns defeitos desse percurso, exagera na teatralidade, desfoca-se com a refilice, nesse aspecto só Nuno Santos se compara. 

Mas percebe-se muito bem porque é que Rúben Amorim fez questão na sua contratação. Paulinho foi fundamental na recta final do ano do título, marcando o golo decisivo, fez uma excelente primeira metade da época seguinte até àquela estúpida foto na passagem do ano em Sevilha, começou lesionado a época passada e só pontualmente se destacou, como naquele golo na vitória contra o Tottenham em casa. E agora começa a época em grande. 

 

Pelo TM as suas estatísticas de desempenho como ponta de lança são as seguintes:

20/21 - 14j, 3g

21/22 - 46j, 14g

22/23 - 38j, 15g

23/24 - 2j, 3g

Total - 100j, 35g  (0,35 golos por jogo)

Dizia eu na antevisão ao jogo de Rio Maior que uma linha avançada composta por Pedro Gonçalves, Gyökeres e Paulinho faz mossa a qualquer equipa. E acredito que, com Trincão e Edwards sempre prontos para acrescentar, é isso que vai acontecer esta temporada.

Dizia também o nosso Manuel Fernandes que as melhores épocas dele foram com mais de 30 anos, idade que o Paulinho hoje tem,. Acredito que o melhor do Paulinho com a camisola do Sporting ainda está para vir.

Concluindo: muitos parabéns, Paulinho, pelos 100 jogos com a camisola do Sporting. E que contes muitos mais, com muitos golos a acompanhar e todo o estádio a cantar a tua canção.

SL

Pódio: Paulinho, Gyökeres, Diomande

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Casa Pia-Sporting pelos três diários desportivos:

 

Paulinho: 20

Gyökeres: 19

Diomande: 16

Geny: 15

Esgaio: 15

Nuno Santos: 15

Edwards: 15

Adán: 15

Morten: 14

Matheus Reis: 14

Gonçalo Inácio: 14

Morita: 14

Pedro Gonçalves: 14

Mateus Fernandes: 12

Coates: 12

Trincão: 7

 

Os três jornais elegeram Paulinho como melhor em campo.

Ter "concorrente" faz muito bem a Paulinho

Casa Pia, 1 - Sporting, 2

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Jogadores leoninos festejam golo de Paulinho, herói desta partida disputada em Rio Maior

 

Faz muito bem a Paulinho, ter um concorrente interno. Melhorou - e de que maneira - com a chegada de Gyökeres. Agora como segundo avançado, olhando a baliza mais de frente, o ex-Braga vem revelando veia goleadora. Anteontem bisou no estádio municipal de Rio Maior, onde o Casa Pia fez de anfitrião. Cumprida a segunda jornada, já a meteu três vezes lá dentro. No campeonato anterior foi preciso esperar pela 23.ª ronda para que isso acontecesse.

Figura do jogo que vencemos por 1-2, sem dúvida. Mas não o único a merecer elogios neste difícil embate com os casapianos - que na Liga 2022/2023 já nos tinham dado muito trabalho. O internacional sueco voltou a protagonizar uma partida digna de realce: abrindo linhas de passe, procurando a bola, evidenciando robustez física e inegável capacidade técnica. Desta vez não marcou, mas mandou um petardo à barra (29') e fez a bola rasar os postes em duas outras ocasiões.

 

O Sporting começou muito bem: com jogo fluido, rápido, eficaz. Materializado no primeiro golo, logo aos 3'. Incursão ofensiva de Esgaio, como interior direito improvisado, assistindo Paulinho, que disparou sem deixar a bola tocar na relva - fulminando o guardião Ricardo Batista, ex-Sporting. Golo validado pelo árbitro Nuno Almeida e pelo vídeo-árbitro Hugo Miguel. Assim nos pusemos em vantagem.

Fomos controlando as operações até ao intervalo, que terminou com esta vantagem tangencial. Só uma vez Adán foi chamado a intervir, aos 45'+7, correspondendo com excelente defesa. O longo tempo extra desta primeira parte deveu-se a uma interrupção de 11 minutos forçada pela assistência urgente ao ex-presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Silvino Sequeira, acometido de doença súbita quando se encontrava atrás do banco do Sporting - ele que é fervoroso adepto leonino. Reanimado, foi prontamente conduzido de ambulância ao hospital mais próximo.

 

A qualidade do espectáculo baixou devido a esta súbita interrupção, perdendo-se parte do fio do jogo da nossa equipa, reforçada com o regresso de Nuno Santos após cerca de um mês de lesão. Fraca dinâmica de Pedro Gonçalves, que voltou a ter prestação sem brilho, enquanto Edwards não conseguia melhor do que uns lances intermitentes.

Mas o menos bom estava lá atrás.

Em novo lapso da nossa organização defensiva, o Casa Pia desenvolveu um ataque rápido que apanhou Gonçalo Inácio encostado à linha esquerda, abrindo uma cratera que Coates foi incapaz de colmatar e Adán agravou ao abandonar precipitadamente a baliza. Assim permitiram que Clayton - o melhor dos "gansos" - empatasse, aos 58'.

Estes erros defensivos pagam-se caros. Felizmente soubemos reagir com mais rapidez do que no jogo contra o Vizela, em que o golo só surgiu no último instante. O segundo de Paulinho nesta sexta-feira concretizou-se aos 61', culminando bom lance colectivo com a bola a rodar rápida até chegar a Nuno Santos, que centrou com precisão geométrica para o colega a meter no sítio certo.

 

Daí até ao fim a equipa limitou-se a gerir a vantagem. Já com as alas renovadas (Geny substituiu Esgaio e Matheus Reis rendeu Nuno) e a estreia absoluta de Leão ao peito do nosso mais recente reforço, Morten Hjulmand. Alto e loiro, o dinamarquês causou boa impressão. Simplificando o jogo com frieza e precisão de passe.

Triunfo difícil mas merecido frente a um emblema que na época passada derrotou o FC Porto e impôs um empate ao Braga no Minho. As chamadas equipas pequenas estão a estudar cada vez melhor os adversários e a impor-se sem complexos frente aos favoritos. O que é muito salutar para o futebol português.

Já depois do apito final, surgiu a notícia: o golo inicial havia sido mal validado, Paulinho estaria 9 cm deslocado, o que mereceu até um inédito comunicado do Conselho de Arbitragem, bem como o anúncio de que Hugo Miguel entrará em "quarentena" prolongada. Haverá novas intervenções tão céleres e mediatizadas daquele organismo quanto estiverem em causa outras cores? Veremos, atentamente.

Mas dos erros dos árbitros o Sporting não tem culpa alguma. Era mesmo só o que faltava. Seguimos na frente após duas vitórias consecutivas. Vamos com mais dois pontos do que na mesma fase do campeonato anterior. O importante é isto.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Grande momento aos 45'+7, quando impediu com instinto felino o Casa Pia de marcar. Mas aos 58' saiu mal da baliza, desguarnecendo-a. Teve culpa nesse golo sofrido. Já vão três.

Diomande - O melhor do nosso trio defensivo. Com apenas 19 anos, revela já muita maturidade. Não apenas a cortar lances perigosos, mas também na saída com bola. Vai longe.

Coates - Continua a acusar excesso de lentidão, preso de movimentos. Desposicionado no lance do golo do Casa Pia, demorou muito a reagir. Fez vários passes longos, com péssima pontaria.

Gonçalo Inácio - Desempenho intermitente. Visão de jogo em passes de ruptura, a sua maior especialidade. Mas também ele com responsabilidade no golo sofrido. Devia ter feito melhor.

Esgaio - Nota positiva. Cumpriu no essencial a missão de patrulhar com eficácia o seu corredor. E destacou-se sobretudo no lance do primeiro golo: a assistência para Paulinho é dele. 

Morita - Trabalho de formiguinha a ligar sectores, como trinco improvisado. Sempre em jogo, eficaz nas recuperações. É um elemento muito útil - autêntico "carregador de piano" desta equipa.

Pedro Gonçalves - Após estreia infeliz neste campeonato, voltou a estar muito apagado. Quase irreconhecível. Participa na construção do segundo golo, mas dele espera-se sempre mais.

Nuno Santos - Ei-lo de volta. Depois de ter falhado parte da pré-temporada e o jogo inaugural, regressou ao onze. Ainda com falhas de ritmo, mas já influente. Assistiu no segundo golo.

Edwards - Substituiu Trincão na equipa titular. Iniciou a construção do segundo golo, serviu primorosamente Gyökeres (63'), sofreu penálti não assinalado. Mas demasiado intermitente.

Paulinho - Uma das suas melhores exibições pelo Sporting. Há longos meses que não bisava: a última vez tinha sido para a Taça da Liga. Está mais solto e de pé quente. Foi a figura do jogo.

Gyökeres - Permanente disponibilidade. Não para brilhar individualmente, mas para se integrar no jogo colectivo. Foi alternando com Paulinho na frente de ataque. Mandou um tiro à barra (29').

Geny - Em campo desde os 64', rendendo Esgaio. Exibição sem mácula, confirmando-o como elemento útil sobretudo na manobra ofensiva. Esteve perto de marcar aos 90'+6.

Matheus Reis - Substituiu Nuno Santos aos 64'. Com mais cautelas defensivas do que Geny no flanco oposto, destacou-se num bom cruzamento para Gyökeres aos 84'.

Morten - Boa notícia: temos enfim um médio defensivo de raiz. Em estreia no Sporting, substituiu Edwards aos 75'. Jogou 22', deixando boa imagem. Na qualidade do passe e na leitura de jogo.

Trincão - Entrou aos 87' para o aplauso das bancadas a Paulinho. Pareceu ter surgido em campo já cansado: não conseguiu melhor do que um remate muito frouxo aos 90'+4.

Mateus Fernandes - Substituiu Pedro Gonçalves aos 87'. Disponível para o jogo colectivo, com manifesta vontade de acertar e de se afirmar na equipa. Boa recuperação de bola (90'+1).

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

De vencer o Casa Pia. Em jogo disputado no municipal de Rio Maior (e porque não no municipal de Leiria, que leva muito mais gente?), por escolha do chamado clube anfitrião, trouxemos de lá três pontos. Frente à mesma equipa que na época passada venceu o FC Porto e impôs um empate ao Braga na pedreira.

 

De Paulinho. Está em grande, o nosso ponta-de-lança, fazendo enfim jus à posição agora que tem Gyökeres como parceiro lá na frente. Figura do jogo, melhor em campo. Devemos-lhe estes três pontos: foi ele a bisar no 2-1 em Rio Maior. Remate de primeira, sem deixar a bola ir ao chão, metendo-a lá dentro logo ao terceiro minuto (assistência de Esgaio). Fixou o resultado com igual eficácia logo aos 61' (assistência de Nuno Santos). Cedeu lugar a Trincão, aos 87', sob merecida ovação. Já leva três golos marcados - marca só alcançada, no campeonato anterior, à 23.ª jornada.

 

De Gyökeres. Claro que é reforço, não restam dúvidas a ninguém. Incansável nos duelos, na procura de espaços, na abertura de linhas. Mandou a bola à barra (29'), fê-la rasar o poste (63'). Excelente trabalho na grande área (66'). Esteve quase a concluir com êxito um dos nossos melhores ataques rápidos (79'). Viu o árbitro anular-lhe muito mal, por falta inexistente, uma das suas acções no reduto dos "gansos". Combativo do princípio ao fim.

 

De Morita. Novamente um todo-o-terreno. Parece actuar no campo todo, dando luta sem fraquejar. Não apenas no meio-campo, onde foi o patrulheiro de serviço, mas em apoio à defesa sem descurar a ligação ao ataque. Todas as grandes equipas têm o seu "carregador de piano": o internacional nipónico cumpre essa missão neste Sporting 23/24.

 

Da estreia de Morten. O dinamarquês recém-chegado do Lecce (16.º classificado da Liga italiana na época anterior) apresentou-se pela primeira vez de verde e branco a partir dos 75', rendendo Edwards. Jogou 22 minutos, contando com o tempo extra. Exibiu segurança na posse de bola, abrindo linhas de passe. Vai ser-nos muito útil como médio defensivo titular preenchendo a vaga aberta desde a saída de Ugarte.

 

Do regresso de Nuno Santos. O ala esquerdo veio de lesão, não fez partida exuberante mas cumpriu no essencial ao assistir no segundo golo - replicando o que o ala direito, Esgaio, fizera no primeiro. Substituído aos 64' por Matheus Reis, saiu certamente com esta certeza: missão cumprida.

 

Do resultado ao intervalo. Vencíamos 1-0, com domínio total em campo. Uma bola à barra, uma grande oportunidade de Paulinho além do golo que marcou, boa adaptação da equipa ao novo sistema dos dois avançados que se vão revezando frente à baliza.

 

De Rúben Amorim. Tem melhorado a equipa, leu bem o jogo, acertou nas substituições. Mas merece este destaque pela sua honestidade intelectual ao reconhecer, logo nas entrevistas rápidas subsequentes ao apito final, que o Sporting foi indevidamente beneficiado pela validação do primeiro golo, em micro fora-de-jogo. O seu colega do Casa Pia, Filipe Martins, merece igualmente elogio ao não escudar-se nesse lance para justificar a derrota. Dois treinadores em bom nível. Evidenciando uma saudável forma de estar no futebol, em contraste absoluto com o técnico que ainda orienta o FC Porto.

 

De termos cumprido 16 jogos seguidos sem perder. Se somarmos o de ontem às 14 rondas finais da Liga 2022/2023 e à vitória na abertura do novo campeonato, é este o número de desafios que já levamos sem conhecer o mau sabor da derrota em jogos oficiais.

 

Da nossa supremacia total perante o Casa Pia. Vitórias leoninas nas últimas 17 partidas. É preciso recuar quase cem anos para registar um empate com esta equipa.

 

De olhar para a classificação e ver o Sporting em primeiro. Lideramos o campeonato no momento em que escrevo estas linhas. Dois jogos, seis pontos. No campeonato anterior, tínhamos apenas quatro à segunda jornada. 

 

 

Não gostei

 

Da vídeo-arbitragem. Má intervenção de Hugo Miguel, que quase em piloto automático validou o primeiro golo, em que parece ter havido microdeslocação de Paulinho (90 milímetros). Sempre defendi que estas microdeslocações não deviam ser assinaladas - já vimos um golo de Pedro Gonçalves, noutro campeonato, ser anulado por supostos 20 milímetros, algo que não é possível acontecer, por exemplo, na Premier League. Erro, no entanto, há que reconhecer - prejudicando também a actuação do árbitro Nuno Almeida. Tal como foi erro não ter sido assinalado um penálti cometido sobre Edwards, igualmente por responsabilidade suprema do vídeo-árbitro.

 

De sofrermos três golos em dois jogos. Dois contra o Vizela, um agora. Razão evidente, que os números confirmam, para termos ido buscar um médio defensivo rotinado na posição. Quando fomos campeões, em 2020/2021, exibimos na sólida organização defensiva o nosso principal trunfo. Temos de recuperá-lo com urgência.

 

De Coates. Responsabilidade no golo sofrido, com falha de marcação: deixou o avançado do Casa Pia progredir como quis no corredor central. Ficou tremido na fotografia, intranquilizando o próprio Adán, que saiu mal da baliza neste lance, aos 58'. O internacional uruguaio esteve também muito desastrado nos passes longos, sempre para fora do alcance dos colegas: aconteceu aos 34', 45'+2, 45'+7, 45'+11 e 73'. 

 

De Pedro Gonçalves. Pela segunda jornada consecutiva, passou ao lado da partida. Desligado dos companheiros, volta a falhar a parceria com Morita, deixando quase todo o desgaste nas pernas do japonês. Em largos momentos nem parecia estar em campo.

 

Da ausência de Daniel Bragança. O nosso médio criativo anda em maré de azar: após ter falhado toda a temporada 2022/2023 por grave lesão, desta vez nem foi convocado por se ressentir ainda do choque com Nuno Moreira na jornada inaugural. Só podemos desejar-lhe rápida recuperação: faz falta à equipa.

 

Da longa interrupção do jogo na primeira parte. Por grave indisposição do mais conhecido adepto sportinguista de Rio Maior: o antigo presidente da Câmara Municipal Silvino Sequeira, que assistia à partida mesmo atrás do banco leonino. Acometido de grave indisposição, que o deixou inconsciente, foi prontamente assistido por responsáveis clínicos das duas equipas, o que lhe terá salvo a vida. Conduzido de ambulância ao hospital, forçou a interrupção do jogo durante 11 minutos. Oxalá melhore e recupere, tão cedo quanto possível. Merece as nossas saudações leoninas.

Voltaríamos a Rio Maior, onde fomos felizes

Por mim mandava repetir o jogo.

A vitória acabou por ser manhosa e ainda por cima com um golo bem bonito, mas marado. É que daqui a uma semana, ou um mês, talvez ganhássemos por margem mais justa e confortável. Porque de certeza que Gyökeres e Paulinho vão afinar cada vez mais a capacidade de enlouquecerem as defesas contrárias; Edwards pode já ter aprendido o que é uma assistência; Inácio pode ter evoluído para só falhar 1 passe em 3, e não 4 em 5; Sua Eminência o Cardeal Pote talvez já tenha vontade de jogar, mesmo na posição que tanto pediu e em que nada faz. Por seu lado esse samurai de abnegação que é Morita já não precisa de acorrer a todas e poderá estabilizar o seu jogo e Hjulmand já terá desenvolvido a segurança,  bom posicionamento e simplicidade de passe que demonstrou.

Foi comovente ver a excitação do locutor - acho que agora se diz "jornalista" - da SporTv com a bota branca, não se calava com a bota branca que via despontar atrás do defesa Casa Pia, como se tivesse detetado o maior crime lesa futebol da história do dito. Quem ligar futuramente para esse caneiro decrépito que diga se irão ser tão veementes com outros erros de arbitragem decisivos.

Eh pá repitam lá o jogo, a ver se para a próxima consigo arranjar bilhete.

Balanço (25)

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O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre PAULINHO:

 

- José da Xã: «Há muitos adeptos anti-Paulinho, mas também vi algumas camisolas com este nome estampado nas costas. As opiniões dividem-se.» (14 de Agosto)

- CAL: «Que a pausa actual, proporcionada pela lesão, sirva para conseguir recuperar tudo o que é importante, Paulinho.» (23 de Agosto)

- Paulo Guilherme Figueiredo: «Salta ao primeiro poste, penteia a bola da esquerda para a direita... está dentro. À bientot, Lloris!» (14 de Setembro)

- Marta Spínola: «O estádio enlouqueceu, saltou-se, cantou-se sobre a dentição de Paulinho e quedas alheias, aplaudiu-se muito.» (15 de Setembro)

- Francisco Almeida Leite: «Um ponta-de-lança que não marca golos e que tem certamente o seu valor mas que está com um problema de confiança há meses.» (13 de Outubro)

- Edmundo Gonçalves: «Se não entrar o Paulinho, iremos começar com onze.» (13 de Outubro)

- Zélia Parreira: «Não há jogador mais acarinhado pelo Estádio do que Paulinho. Não há. Todos compreendemos a pressão a que está sujeito e tudo fazemos para o apoiar.» (14 de Outubro)

- Pedro Boucherie Mendes: «Não tem a confiança da bancada, da imprensa e sobretudo dele próprio, no meio-campo não há ninguém. » (2 de Novembro)

- Eu: «O treinador aposta com insistência nele, transmitindo-lhe toda a confiança. Mas o avançado ex-Braga persiste em não cumprir a missão principal que levou o Sporting a contratá-lo por preço muito elevado: marcar golos. Continua a revelar problemas de posicionamento que o tornam inofensivo na grande área. Servido por Trincão aos 4', por Porro aos 8', por Matheus Reis aos 20' e por Pedro Gonçalves aos 36', volta a ficar em branco. À jornada 13, ainda só marcou por uma vez.» (14 de Novembro)

Luís Lisboa: «Talvez moralizado pelos golos marcados no primeiro tempo, protagonizou um recital de futebol, dando um golo a marcar a Jovane (que falhou escandalosamente) e outro a Arthur e falhando uma emenda por muito pouco. Talvez Kane fizesse melhor, mas é o que temos pelos 13M€ mais o Borja que treina bem ao que parece lá por Braga e cujo valor de mercado deve ser enorme.» (1 de Dezembro)

- Pedro Oliveira: «Terá feito, ontem, um dos melhores jogos pelo Sporting, a defender e a atacar, é ele que arrasta o guarda-redes e um defesa no primeiro golo, é ele que sofre o castigo máximo que nos deu mais um triunfo, mais três pontos.» (21 de Janeiro)

- José Navarro de Andrade: «Está ganho o Prémio Remate Patético do Ano. Paulinho, a 2 metros da baliza, atira violentamente à barra. Já não há paciência para este emplastro.» (20 de Fevereiro)

- Pedro Belo Moraes: «Um circulo virtuoso replicado na troca de Paulinho por Chermiti.» (17 de Março)

Homens de barba rija

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Dantes dizia-se: "o futebol é para homens de barba rija".

Estava errado, claro. Então e os meninos, as meninas e as senhoras, todos jogam futebol e não têm barba, não é?

Embora o futebol não seja uma ciência exacta, parecem ser os homens de barba a resolverem os desafios e a vencerem os jogos, foi assim com Coates no ano do título, foi assim com Paulinho nos dois jogos com o Portimonense, enfim parece existir uma relação entre a barba na cara e os jogadores que decidem jogos através de golos de bola corrida. 

Falei, propositadamente, em "bola corrida"; de um modo geral, as "bolas paradas" são marcadas por jogadores imberbes.

Espero que amanhã seja dia de darmos água pela barba aos ingleses e que o nosso barbudo faça o que lhe compete: contribuir para os nossos golos.

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Não podia terminar sem uma saudação às mulheres, especialmente, às sportinguistas, dessas destaco as nossas camaradas/colegas que são autoras do "És a Nossa Fé", um beijinho, para todas.

Nunca baixar os braços, nunca desistir

Portimonense, 0 - Sporting, 1

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Paulinho, golo 3 na Liga: tudo está bem quando acaba bem

Foto: Luís Forra / EPA

 

Quarta vitória consecutiva do Sporting - incluindo um desafio para a Liga Europa. Cinco vitórias em seis jogos disputados nesta segunda volta do campeonato. Terceiro triunfo seguido fora de casa na Liga 2022/2023.

Estamos no bom caminho? Parece que sim. Mais vale tarde do que nunca. Continuamos a perseguir o Braga para um lugar no pódio que pode permitir-nos o acesso à Liga dos Campeões. Objectivo difícil, mas longe de ser impossível. Basta que a turma minhota tropece duas vezes e nós saibamos superar todos os obstáculos ainda pela frente.

Este, no Algarve, revelou-se complicado. O resultado demonstra-o: 0-1. Num dos desafios em que até agora criámos mais oportunidades e fizemos mais de 20 remates, a bola teimava em não entrar. Pedro Gonçalves teve quatro vezes a hipótese de abrir o marcador - a mais flagrante das quais aos 42', num penálti a castigar falta cometida contra Nuno Santos. Mas por nervosismo, desconcentração ou algum excesso de confiança - vá lá saber-se - acabou por desperdiçar, mandando a bola para a bancada. 

Em verdade se diga que foi ele também o mais batalhador dos nossos. Só uma exibição fenomenal do guarda-redes Nakamura lhe tirou o golo aos 17' e aos 51'. Aos 65', com pontaria a mais, fez a bola embater no poste.

 

Parecia ser uma daquelas partidas a que estamos habituados: grande caudal ofensivo que só empancava na finalização. Os nervos iam-se instalando no mau relvado do estádio de Portimão e fora dele, entre os adeptos que seguiam as jogadas à distância, observando-as no ecrã. Pedro Gonçalves, tantas vezes herói, começava a ser amaldiçoado como vilão, como é (mau) costume entre nós, ao passarmos do oito oitenta.

Acontece que foi ele precisamente a desatar o nó - num magnífico passe teleguiado para Paulinho a meter lá dentro, com toque artístico. Era o minuto 77': o avançado ex-Braga entrara dois minutos antes, rendendo Ugarte quando Rúben Amorim já apostava todas as fichas num ataque demolidor. Bastaram-lhe dois minutos para sacar os três pontos na primeira vez em que tocou na bola.

Novo herói leonino? Nem por sombras. Mas durante um par de semanas deixará de ser vilão.

 

Outros destaques nesta equipa?

Morita, sem dúvida, pelo que joga e faz jogar - articulando bem com Ugarte no meio-campo, mas superando o uruguaio na forma hábil como consegue pôr a bola sempre a circular para o local que pode gerar maior perigo para o adversário.

Nuno Santos, incansável a percorrer o corredor esquerdo municiando a frente de ataque.

E Diomande: desta vez como titular, confirmou mesmo ser reforço. Sólido a defender, exímio no passe longo. Construir com eficácia a partir de trás é com ele.

O central marfinense promete. E só tem 19 anos.

 

Objectivo cumprido num jogo em que o resultado foi muito lisonjeiro para o Portimonense: criámos oportunidades propícias a uma goleada. Tantas ou talvez mais do que no desafio da primeira mão, quando cilindrámos a equipa treinada por Paulo Sérgio por 4-0 no Estádio José Alvalade.

Lições a extrair? Nunca baixar os braços, nunca esmorecer, nunca desistir. Faltam onze jornadas, há 33 pontos em disputa, muita coisa ainda pode acontecer.

Tudo menos deitar a toalha ao chão. Alguns já fazem isso? Não admira: serão talvez os mesmos que já a tinham lá posto antes de o campeonato começar. E que haviam feito o mesmo no início da nossa gloriosa caminhada rumo ao inesquecível título 2020/2021.

Velhos do Restelo, com os catastrofismos de sempre. São daqueles que só apoiam quando um título é conquistado. Fazem pouca falta. Ou nenhuma.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Não teve grande ocasião para brilhar: o Portimonense esteve mais de uma hora sem fazer um remate. Mas quando foi preciso esteve atento. Duas boas intervenções aos 90'.

Diomande - Reforço de Inverno que já está a demonstrar utilidade. Permitiu devolver Gonçalo à esquerda da linha de centrais e mostrou-se seguro, atento e com precisão de passe.

Coates - Atravessa uma fase de menor frescura física. Algo lento a recuperar posições. Amarelado aos 33', Rúben Amorim mandou-o sair aos 60' para não correr risco disciplinar.

Gonçalo Inácio - Exibição regular, desta vez sem fazer a diferença na construção com passes de ruptura. Teve duas hesitações prontamente emendadas pelos colegas. 

Esgaio - Novamente titular: Bellerín talvez tenha sido poupado a pensar no Arsenal, nesta quinta-feira. Actuou mais em zonas interiores, como terceiro médio. Sem deslumbrar.

Ugarte - Regressou após um jogo de castigo. Um pouco menos eficaz nas recuperações do que já nos habituou. Tentou visar a baliza de meia-distância, mas continua sem fazer golos.

Morita - Muito útil, na ligação entre o meio-campo e o ataque e a funcionar como primeiro tampão contra as incursões ofensivas da turma algarvia. Esteve quase a marcar aos 17'.

Nuno Santos - Um dos mais dinâmicos, um dos mais inconformados com o zero-a-zero. Muitos cruzamentos para a grande área, rasteiros ou por alto. Foi sempre tentando municiar o ataque.

Edwards - Costuma ser desequilibrador, mas desta vez esteve longe do brilhantismo de outros jogos. Pecou por excesso de individualismo em vários lances. Falhou emenda para golo (32').

Pedro Gonçalves - Esteve no pior (falhou penálti) e no melhor (uma assistência, uma bola ao poste, dois remates com selo de golo muito bem defendidos por Nakamura). Digno de elogio.

Chermiti - Muito móvel na área, deu grande trabalho aos defesas mas revelou-se inconsequente nas acções de finalização. Precisa de mais jogos para robustecer a confiança.

Matheus Reis - Substituiu Coates aos 60', passando Gonçalo para o eixo da defesa. Combinou bem com Nuno Santos nas acções ofensivas do corredor esquerdo.

Paulinho - Rendeu Ugarte aos 75' e dois minutos depois marcava o golo que nos garantiu três pontos em lance de belo efeito. Terceira vez em que surge como artilheiro na Liga 2022/2023.

Trincão - Em campo desde os 85', substituindo Edwards. Tentou repetir o grande slalom que na partida anterior lhe rendeu um dos mais vistosos golos deste campeonato. Agora sem sucesso.

St. Juste - Substituiu Nuno Santos aos 85'. Quando a palavra de ordem era já reter a bola, congelar o ataque e privilegiar a garantia dos três pontos robustecendo a defesa. Cumpriu.

Pódio: Paulinho, Diomande, Morita

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Portimonense-Sporting pelos três diários desportivos:

 

Paulinho: 19

Diomande: 17

Morita: 17

Nuno Santos: 16

Pedro Gonçalves: 16

Ugarte: 15

Adán: 15

Matheus Reis: 14

Coates: 14

Gonçalo Inácio: 14

Edwards: 13

Esgaio: 13

Chermiti: 12

Trincão: 7

St. Juste: 6

 

Os três jornais elegeram Paulinho como melhor em campo.

Ora toma lá!

O homem toca uma vez na bola e marca um golaço.

As minhas desculpas ao Paulinho, por ter duvidado da sua eficácia.

É exasperante ver uma equipa que até joga bem, muito bem aliás ontem e é tão ineficaz na finalização.

É certo que o GR japonês fez três ou quatro defesas de luxo, mas aquilo que se faz tão bem até ao tiro final, não merecia a falta de pontaria que se está a tornar um (mau) hábito.

Valeu-nos hoje Paulinho, o mal amado (mea culpa), com um golo de belo efeito e de difícil execução.

E valeu-nos o arrojo de Amorim, que nos deixou praticamente sem meio-campo para ganhar o jogo. Conseguiu-o, está de parabéns.

Tudo está bem, quando acaba bem.

Uma nota final para o apoio que se ouviu sempre do início ao fim do jogo. Eram escusadas as tarjas, bastavam as bandeiras e os cachecois.

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