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És a nossa Fé!

Varandas: quente, morno e frio

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Por motivos profissionais, que não vêm ao caso, só ontem à noite conseguiu ver finalmente a entrevista de Frederico Varandas à Sporting TV da passada quinta-feira.

Para memória futura, transcrevo aqui as principais declarações do presidente leonino, dividindo-as por três áreas. Talvez valha a pena vir a recordá-las num qualquer momento da próxima temporada. Seja por que motivo for.

 

Quente

«Jogadores como Daniel Bragança (está recuperado a 100%), Francisco Trincão, Marcus Edwards e Diomande vão apresentar-se a um nível diferente, com mais confiança. Vão crescer no processo competitivo.»

«O Arsenal foi a equipa mais forte que defrontámos. Fizemos [contra a turma inglesa] dos melhores jogos que vi na minha vida, em 44 anos de sócio.»

«Nos últimos dois anos, o Sporting bateu recordes de receitas em competições europeias.»

«Dois clubes bateram o valor da cláusula de rescisão por Manuel Ugarte.»

«Não vamos vender mais nenhum jogador do nosso plantel que consideramos nuclear.»

«Oito das dez melhores vendas do Sporting foram feitas por esta administração.»

«Este ano batemos o recorde de bilhética, o recorde de merchandising e o recorde de quotização.»

«Nos últimos três anos aumentámos 38 mil sócios na nossa massa de adeptos. Temos uma média de 12 mil [novos] sócios / ano. Os sócios que aumentámos mais foram nos escalões infantil e juvenil. Isto demonstra como o Sporting está vivo.»

«Confio muito no meu director desportivo.»

«Confio no processo de trabalho [de Rúben Amorim.]»

«[Rúben] tem cinco anos de carreira como treinador. Não há hoje nenhum treinador no activo em Portugal que tenha vencido o que ele venceu nos primeiros cinco anos de carreira.»

«Nestes últimos três anos temos vindo sempre a aumentar o investimento.»

«Hoje o Sporting tem uma estabilidade que não existia há décadas.»

«Não é a altura para mudar nada, do ponto de vista revolucionário, na estrutura do Sporting.»

«Vamos conseguir recuperar mais 40% do passe de Pedro Gonçalves.»

«Vamos buscar um avançado.»

«Viktor Gyökeres é um dos jogadores referenciados.»

 

Morno

«No Sporting não gerimos apenas pelos resultados.»

«O propósito de um clube desportivo é ter sucesso desportivo. E o sucesso financeiro é uma ferramenta indispensável para obter esse sucesso desportivo.»

«O que o Sporting está a fazer é, de forma equilibrada e racional, um crescimento sustentado.»

«Esta época foi de crescimento, de aprendizagem.»

«A formação vai ter que ser sempre uma base do plantel.»

«Até 2026 vamos fazer muita obra no Estádio José Alvalade. Tenho a ambição de em 2026 o sócio do Sporting ter orgulho pela primeira vez do seu estádio, coisa que nunca teve desde que o estádio nasceu. Quer internamente, quer por fora.»

«Eu nunca tive a ambição de ser presidente. Sou hoje presidente do Sporting por amor ao clube. Nunca me passou pela cabeça ser presidente do Sporting.»

 

Frio

«A época 2022/2023 não correu bem. Tínhamos expectativas de terminarmos a época num dos dois primeiros lugares, o que tínhamos feito nas duas épocas anteriores. Mas não correu bem do ponto de vista desportivo. (...) Muito aquém do que esperávamos.»

«Desperdiçámos duas vitórias contra o Benfica, numa delas a segundos do fim. Com um erro de arbitragem.»

«Com a Juventus fizemos dois jogos brilhantes, acabámos por claudicar nos últimos segundos.»

«Fomos eficazes? Não, não fomos. E pagámos muito caro essa eficácia.»

«Um clube em Portugal, esteja ou não na Liga dos Campeões, vai ter de vender [passes de jogadores].»

«Vendemos em Janeiro - sem querer, porque não queríamos - o Pedro Porro, pela cláusula de rescisão.»

«Um dos problemas que herdámos foi a falta de investimento e a degradação das infraestruturas do Sporting. Tanto na Academia como no estádio.»

Vinte cinco atrasos para Adán

No Sporting-Midtjylland, de quinta à noite, os nossos jogadores de campo fizeram nada menos do que 25 passes ao próprio guarda-redes. Até parecia que não queriam progredir no terreno rumo à baliza contrária.

Isto explica muito da péssima exibição dos homens sob o comando de Rúben Amorim neste desafio da Liga Europa que estivemos prestes a perder. O golo salvador de Coates, que fixou o resultado em 1-1, foi marcado aos 93' 50". Quando só faltavam dez segundos para o apito final.

Anotei esses 25 atrasos ao guarda-redes. Para mais tarde recordar. 

 

Fica o registo:

00' 16'' (Matheus Reis)

04' 22'' (Coates)

04' 36'' (Matheus Reis)

16' 37'' (Matheus Reis)

18' 21'' (St. Juste)

23' 02" (St. Juste)

23' 15'' (Matheus Reis)

24' 49'' (Nuno Santos)

25' 08'' (Nuno Santos)

28' 50'' (Matheus Reis)

28' 58'' (St. Juste)

29' 09'' (St. Juste)

29' 16'' (Matheus Reis)

37' 15'' (St. Juste)

37' 21'' (Coates)

37' 28'' (Matheus Reis)

40' 05'' (Coates)

41' 22'' (St. Juste)

67' 29'' (St. Juste)

72' 15'' (St. Juste)

74' 58'' (St. Juste)

75' 06'' (St. Juste)

76' 16'' (St. Juste)

76' 26'' (Nuno Santos)

83' 47'' (St. Juste)

 

O que dizer a isto? Será atitude de equipa que quer vencer um jogo decisivo em termos desportivos e reputacionais?

Já nem sei. Digam vocês, se vos apetecer.

O que eles dizem (actualizado)

 

Alexandre Pais:

«O líder leonino foi à concorrência buscar um técnico - com potencial, é certo, mas por enquanto um epifenómeno - com o objectivo de dar um salto para a frente quando em frente está o abismo. Repete, aliás, a estratégia que levara à contratação de Silas: salvar a face, se tudo corresse bem. Como não correu, o dr. Varandas tirou da cartola um novo coelho que confessou, nas suas barbas, nunca ter pensado que alguém desse 10 milhões por ele... Por vezes, a frontalidade mata. Existe agora uma diferença: se Amorim falhar, não depois mas já neste horrível final de temporada, não haverá mais rede que suporte a loucura à solta que varre Alvalade. E aos dois mil que ontem reclamaram a demissão da gestão do manicómio, muitos outros se juntarão.»

 

Dias Ferreira:

«A rulote do Dr. Zenha tem uma especialidade que a torna inédita, face às congéneres: não tem janelas, mas… varandas! (...) Não tinham dinheiro, mas mandaram às malvas José Peseiro, com todas as consequências financeiras e não só. Depois a prata da casa, Tiago Fernandes, e adquiriram um treinador de marca branca, Marcel Kaizer. E depois Leonel Pontes, Silas e Rúben Amorim, este por dez milhões, mais juros e encargos.»

 

Jesualdo Ferreira:

«É impressionante a facilidade com que o Sporting muda de treinador. Rúben Amorim é o quarto na época. Foi Silas quem acabou por anunciar que se ia embora e também o nome do substituto, o que também não é uma situação normal ou pelo menos não é habitual. De todo o modo, Silas foi de uma grande dignidade na hora da saída e tenho a certeza que a sua seriedade e o seu profissionalismo não foram afectados. Falhou nos objectivos, mas é muito fácil falhar no Sporting.» 

 

Luís Figo:

«Na minha opinião, é uma loucura pagar esse valor por um treinador, mas é uma decisão de quem gere o clube e, certamente, tem mais informação do que eu para poder falar sobre a parte financeira. (...) A troca de treinadores é sempre uma decisão de gestão das pessoas competentes para tomarem esse tipo de decisões. Significa que os resultados desportivos não são os melhores ou aqueles que o clube pretende. Em relação ao Sporting, ter quatro treinadores numa época não é normal, ainda mais pela situação financeira do Sporting. E, para Portugal, ter de gastar uma quantia como aquela que foi gasta no novo treinador é uma aposta importante.»

 

Manuel José:

«Ele [Frederico Varandas] é médico mas deve ser Dr. Jekyll and Mr. Hyde de vez em quando. (...) Vão sair os dois de mão dada [de Alvalade], quase de certeza. Espero enganar-me. Tenho o maior respeito pelo Sporting, pelo Rúben Amorim. (...) É evidente que um treinador que tem um passado ligado ao Benfica como jogador de oito ou nove anos... ali não há perdão. Só se ganhar e este ano não vai ganhar. A mim chamavam-me o melancia quando cheguei. Mas depois calaram-se. Era verde por fora e vermelho por dentro. Ali não há perdão.»

  

Manuel Queiroz:

«É óbvio que Frederico Varandas fez de Rúben Amorim a sua bala de prata - ou o novo treinador resolve tudo, ou cai o presidente daqui a uns meses. E de outro ponto de vista não foi bonito - pegar em tantos milhões (que não tinha) e ir buscar o treinador da equipa que está imediatamente à frente não é o máximo da ética de que Varandas tem falado. (...) Não conheço ninguém que não diga maravilhas de Rúben e fez algo extraordinário no Braga, um grande (quase) início de carreira. Mas ainda lhe falta muito para ser treinador, se me permitem. Pelo menos, o nível e o tempo...»

 

Paulo Andrade:

«Recuso acreditar que o Sporting tenha dado dez milhões de euros por um treinador que há seis meses era estagiário num clube de terceiro nível. Esta situação que se viveu, neste ano, de termos mais-valias no primeiro semestre de 37 milhões mais a venda de Bruno Fernandes deu uma capacidade de tesouraria muito forte ao Sporting, mas não é para ser desbaratada e é evidente que o Sporting gasta com o Rúben Amorim uma parte da mais-valia que conseguiu com o Bruno Fernandes. Um acto de gestão destes, para mim, é inqualificável.»

 

Rogério Casanova:

«Pagar dez milhões por um treinador com 13 jogos, e que há um mês e meio teria custado zero milhões, não é, evidentemente, uma "decisão" de quem se acha competente para executar um "projecto", mas o gesto de quem já percebeu que não vai convencer o mundo da sua competência e a quem só resta convencer o mundo do seu génio. Vasculhando o repositório de instintos que repousam em câmara-ardente no interior da sua cabeça, encontrou aquilo que achou mais semelhante a um golpe de asa: pagar dez milhões de euros ao Braga por Rúben Amorim.»

 

Rui Calafate:

«Em 16 meses não são seis treinadores, é falta de rumo, estratégia de ziguezagues sem sentido, perda de coerência, desconhecimento da história do clube, desunião com adeptos. Gerir um clube com a grandeza do Sporting não é uma brincadeira de meninos mimados nem de licenciados em Football Manager. (...) Todos perceberam que esta contratação não é audaz, é apenas a demonstração cabal da insanidade e desespero de um presidente autista que deu mais um passo para o abismo.»

 

Samuel Almeida:

«O que distingue a contratação de Rúben Amorim de Keizer ou Silas? Nada, excepto o pequeno pormenor que o primeiro implica um investimento de cerca de 20 milhões de euros pela SAD leonina (10 milhões mais IVA e cerca de 7 milhões de salários até 2023). São todos jovens, sem currículo,  sem habilitações e todos apostariam na formação e são os homens certos para levar adiante o projecto para o futebol sportinguista. O problema é que já toda a gente percebeu que não existe qualquer projecto desportivo. (...) Esta administração já desbaratou, até ao momento, cerca de 67 milhões de euros em aquisições, dos quais 52 milhões em aquisições mais os 12 milhões de Rúben e cerca de 3 milhões em indemnizações a treinadores.»

 

Sérgio Abrantes Mendes:

«Este silêncio ensurdecedor dos responsáveis leoninos, motivado ou não por estratégias de gosto duvidoso, poucos ou nenhuns resultados tem produzido. Daí que o anúncio do novo treinador Rúben Amorim pela boca de Silas - trata-se, estou certo, de uma nova política comunicacional que a CMVM não entendeu capazmente - a par dos valores envolvidos na contratação de um treinador que ainda não é detentor do nível IV exigido. (...) É também uma realidade o facto de ser cada vez maior o número de sócios que não vê capacidade de liderança e gestão nos actuais responsáveis leoninos.»

 

Tiago Fernandes:

«Silas tinha condições para ficar até ao final da época. Já era uma época perdida. A 11 jornadas do final poderiam programar a próxima com mais tranquilidade e não de uma forma tão precipitada. (..) Se o Sporting não conseguiu ser campeão com Leonardo Jardim, Marco Silva e Jorge Jesus, o problema não é o treinador. O Sporting tem de contratar mais jogadores com nível para vestir aquela camisola.»

Joguem à bola, pá!

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Não perdemos, mas foi a pior exibição do Sporting esta época - exceptuando o jogo em Alverca, de péssima memória, que nos afastou da Taça.

O Rio Ave-Sporting terminou apenas com dez da nossa equipa em campo, devido à expulsão (mais uma) do capitão Coates, e um sofrido empate 1-1 graças a um penálti aos 84' bem convertido por Jovane, um dos raros que fugiram à mediocridade.

 

Para se perceber melhor como foi confrangedora a exibição dos pupilos de Silas, vou descrever aqui, detalhadamente, quatro minutos terríficos em que o onze das riscas horizontais - um Sporting quase irreconhecível - acabou por ser protagonista pelos piores motivos.

 

Minuto 2

Filipe Augusto faz um cruzamento longo, da ala direita, a variar o flanco ofensivo. Ristovski, na sua zona de cobertura, falha o tempo de salto permitindo a Al Musrati cruzar para a área. Piazón, totalmente solto à boca da baliza, mete-a lá dentro. Coates estava junto ao primeiro poste, no segundo não havia ninguém. O estático Eduardo Henrique deixou-se antecipar por dois rivais, que baralharam marcações, e Neto limitou-se a ver.

Não tinha ainda decorrido minuto e meio de jogo e já perdíamos em Vila do Conde.

 

Minuto 27

Bolasie, sentindo-se bloqueado na ala direita do nosso meio-campo, atrasa para Ristovski e este endossa a Coates, que lateraliza para Neto. Este tenta progredir mas prefere devolver ao uruguaio, que deixa em Eduardo, com Ristovski desmarcado lá adiante. O ex-Belenenses toca a bola para Idrissa Doumbia, que logo a devolve. Eduardo deposita-a então em Neto, que avança três ou quatro metros antes de deixar em Idrissa, que não tarda a passá-la a Coates, como se ela lhe queimasse as chuteiras. Sem progredir com a bola, o capitão toca-a para Eduardo, que dá para Idrissa. Este, sempre de costas para a baliza, deposita-a nos pés do uruguaio, que volta a tocar para Neto, que torna a despejar para Eduardo.

Com tudo isto passou um minuto inteirinho. O Sporting perdia por 0-1 e mostrava-se incapaz de avançar no terreno.

 

Minuto 34

Neto atrasa para Max, que entrega com o pé a Eduardo. Este, colocado no corredor central, toca para Ristovski, que a restitui ao guarda-redes. Max passa a bola a Neto, que volta a confiá-la à guarda de Eduardo. Incapaz de progredir, o médio que veio de Belém devolve-a a Neto, que a entrega a Camacho, entretanto recuado na ala esquerda. Camacho roda e repõe em Neto, que logo volta a depô-la em Max. O guardião toca para Eduardo, que trota uns metros com ela mas ainda na meia-lua do nosso meio-campo deposita-a nos pés de um adversário. Rápida ofensiva vilacondense conduzida por Nuno Santos, solto no lado esquerdo, com Ristovski perdido lá na frente e Wendel incapaz de fechar o corredor.

O Sporting continuava a perder, mostrando-se totalmente incapaz de uma atitude competitiva. Havia "posse de bola", sim, como Silas tanto gosta. Mas não servia para nada.

 

Minuto 76

O Sporting, ainda a perder, precisa de procurar o empate. Borja, junto à linha já no meio-campo adversário, não consegue melhor do que atrasar para Neto. Este lateraliza para Ristovski, colocado junto à linha divisória do terreno. O macedónio coloca em Wendel, que atrasa para Battaglia. O argentino passa a Borja, que atrasa para Neto, no nosso meio-campo defensivo. O português toca para Wendel, que logo a devolve. Depois coloca-a em Plata, que devolve também. Neto volta a pô-la em Wendel, que insiste em atrasá-la no corredor central, parecendo alheado de qualquer desígnio atacante. Metro a metro, a equipa vai recuando. Neto ensaia então um passe longo, esticando a bola para Sporar, que não consegue dominá-la.

Perdeu-se mais um minuto, perdeu-se mais um lance que se pretendia ofensivo.

 

Para mais tarde recordar

Lembro qual foi o onze inicial escolhido por Silas para este jogo: Max; Ristovski, Coates, Neto, Borja; Idrissa, Eduardo, Wendel; Camacho, Bolasie, Sporar.

Sete destes jogadores já foram contratados pela actual administração da SAD.

Letais ao Sporting

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«Aquele ontem que alegadamente levou nos cornos? Andaram vocês aqui a chorar com a indignação. Coitadinhos. Devia era ter sido factualmente e ter levado ainda mais. Ele e a filha, os Patrícios e os Williams em Alcochete, e o raio que os parta. Se era para foder o Sporting, ao menos não se ficavam a rir com os dentes todos.»

 

«Está visto que os pontapés foram poucos. Entraremos numa nova fase.»

 

«Não aprenderam com Al Cochete que as coisas só se resolvem e mudam na “porrada”?»

 

«Isto não se faz com tribunal nem com passeatas! Faz-se com paulada nos cornos!»

 

«Também já estou nessa. Ia fartar-me de rir se alguém lhe “arrancar a cabeça”. Que filho da puta que nos foi calhar.»

 

«Esta gente é para ser caçada e exterminada.»

 

«Boicote ao futebol profissional é para ontem!»

 

«Os cabrões têm que cair já, estão a lixar o clube a todo o dia que lá continuam.»

 

«O Varandas mais tarde ou mais cedo vai ter o fim que merece e se levar nos cornos à séria cá estarei para aplaudir de pé!»

 

«Não sei se quero estes porcos corridos a pontapé ou que continuem lá e depois sejam pontapeados.»

 

«Venha o corona. Não está aqui nada que valha ser salvo.»

 

«Não vejo possível o regresso ao Sporting e como tal, mais valia não existir…»

 

«Quero um clube novo, rescindi com este.»

 

«Siga para a fundação do Lions of the World (com o equipamento Stromp como principal é a listada como secundário) com sede em Ansião ou Espinho.»

 

«Preferia um nome mais clássico, Sporting 1906 de Portugal. Sede sem dúvida no Norte com certeza, chega de mansos lisboetas!!!»

 

«Eu propunha Grémio Leonino, ou simplesmente Leões. E também alinhava com o equipamento Stromp, sem secundário nem terciário nem o caralho. Eles que fiquem com as riscas. E que se fodam todos.»

 

 

Desabafos de "pacíficos opositores" a Varandas, anteontem, num blogue que adoram frequentar.

(Eliminei as expressões mais injuriosas e emendei erros ortográficos)

Noite de velório

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É incrível, o ressabiamento de alguns pseudo-sportinguistas, putativos militantes da Jumentude Leonina. Inconformados perante a goleada leonina: 4-0 ao Santa Clara, em Ponta Delgada.

Nem conseguem disfarçar.

 

Estavam a torcer pela derrota do Sporting, como fica bem patente nestes comentários que emitiram no local do costume ao longo da noite, que para eles foi de velório e queixume.

Alguns ficam aqui reproduzidos. Para mais tarde recordar.

 

«O Santa Clara fez um jogo horrivel e pareceu-me até demasiado displicente em muitas abordagens. Não pressionou e jogamos á -vontade!»

«Momentos houve em que até nos superiorizámos ao colosso Santa Clara… que diga-se sem complexos talvez [seja] uma das melhores equipas dos Açores.»

«Acabámos por ter alguma felicidade nos momentos dos golos marcados em alturas cruciais.»

«Diga-se de passagem que é uma exibição de merda dos açorianos.»

«O futebol do Sporting está morto, mas o futebol português não está muito melhor.»

«Triste é ser preciso “apertar” os tomates a estes meninos privilegiados para fazerem o seu trabalho em condições.»

«Por mim o futebol acabava já. Era apostar forte nas modalidades.»

«Este Sporting 71 continua a ser a comédia do do país.»

«Nunca serás o nosso presidente. Vai-te embora, animal!!»

60 mil visualizações em quatro dias

Em apenas quatro dias, entre terça e sexta-feira, o nosso blogue registou 60.052 visualizações, avalizadas pela plataforma Sapo, onde estamos inscritos desde a nossa fundação, em Janeiro de 2012.

Confirmando assim a crescente audiência do És a Nossa Fé. Um blogue que continua a ser vergonhosamente ignorado pela televisão do Sporting e pelo jornal do Sporting. Como se não existisse.

Em matéria de comunicação, a administração de Frederico Varandas tem acumulado erros atrás de erros.

Este é só mais um. Quase uma gota de água, entre tantos outros.

Letais ao Sporting

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«O “nosso Sporting” já não existe. Foi assassinado a 23 de junho de 2018 e enterrado a 6 de julho de 2019.»

 

«O Sporting está podre.»

 

«Eu de sócio já tinha desistido a 23 de junho do ano passado. Cada dia que passa ao ver a merda de sócios que este clube tem começo é a ponderar deixar de ser adepto. Anos de vida perdidos.»

 

«Tenham um bom Sporting, nunca conseguirei abandonar e vibrarei com todas as vitórias mas o interesse e a participação na vida associativa nunca será o mesmo.»

 

«Para mim basta. Menos uma preocupação.»

 

«Não expulsaram apenas o BdC. Expulsaram uma ilusão e um ideal de Sporting. Eu fui expulso de sócio do Sporting, Sejam felizes com o vosso clube.»

 

«Suspendo as minhas quotas até sentir novamente o apelo do leão.»

 

«Menos 3 sócios hoje, eu também vou cancelar as minhas cotas.»

 

«De mim, não vêem mais um cêntimo.»

 

«Pensei que éramos diferentes… Sinceramente começo a pensar que somos piores.»

 

«O Sporting vai morrer e eu recuso-me a ir ao seu funeral. Já têm o que queriam, o Leão dentro da jaula, façam bom proveito.»

 

«Já enviei email a informar a minha insatisfação e que deixei de ser sócia a partir do dia de hoje.»

 

«Eu vou fazer a minha parte, não gosto de traidores, não gosto de ingratos, o sentimento que mais odeio é a injustiça e como sinto esses sentimentos todos, não posso fazer parte de um grupo de pessoas que simbolizam esses sentimentos e por isso mesmo deixo o clube para vocês.»

 

«Pra mim acabou. Club de facharia. Ardeu.»

 

«O meu dinheiro das quotas vai para a unicef. Sejam muito felizes, gentinha estúpida.»

 

«Os sonsos e velhos, 50% dos sócios, silenciosos, ingratos, cínicos, hipócritas, moles, sem coluna, amorfos e que preferem o leão amarelo, enjaulado, sem vontade de vencer, com mais votos fizeram esses 69.9% dos votos… e não de votantes.»

 

«No Natal já vão estar a 10 pontos e arredados do título.»

 

«Tenho vergonha de alguma vez ter chamado família aos sócios do Sporting.»

 

«Mais importante até do que não pagar quotas é não entrar no estádio e no pavilhão (a menos que seja para as assembleias gerais) nem comprar nenhum produto oficial.»

 

«Eu amo o Sporting, não a merda em que ele se transformou. E enquanto a merda não mudar irei ser um seu inimigo figadal.»

 

«Paga as quotas só antes das AGs e nem mais um tusto. É secar a teta a esta corja.»

 

«Fiquem vocês com o caralho do clube que farto de ter vergonha de sócios e adeptos de merda estou eu há muito tempo.»

 

«É esta a melhor massa associativa do mundo? Expulsam o melhor presidente desde João Rocha. Para mim acabou.»

 

«Neste momento estou mais próximo de me fazer sócio do Belenenses clube (sim, estou a falar a sério).»

 

«Isto só lá vai quando fizermos como o Belém. Deixamos a SAD para estes filhos da puta todos e o clube começa do 0 dos distritais, desapareciam logo os parasitas todos.»

 

«Não entrego o cartão, porque espero viver o suficiente para ver esta corja toda no caralho.»

 

«Mais valia cair uma bomba no pavilhão e ir pelo caralho.»

 

«Hoje é um marco histórico que vai ser lembrado e sentido nos próximos anos. Tem ínicio oficialmente a guerra civil. Não vai ser bonito de ver.»

 

 

Desabafos de fiéis devotos do presidente destituído e expulso,  num dos locais do costume.

(Eliminei desta antologia as expressões mais injuriosas e emendei erros ortográficos)

Comentários à Brás

«Acho gravíssimo, a suspensão de Hugo Miguel e de Luís Godinho.»

 

«Tenho a informação de que no Conselho de Arbitragem fazem a mesma leitura de todos os analistas de arbitragem na comunicação social em Portugal: de que aquilo [golo de João Félix contra o Rio Ave] é fora de jogo. E isso é grave, é muito grave. Porque é revelador daquilo que eu tenho dito há muitos anos: os árbitros em Portugal conhecem as regras mas não percebem o jogo. Conhecem as leis, mas não percebem nada do jogo jogado. José Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem, e Luís Ferreira, vice-presidente do Conselho de Arbitragem, acham que isto é posição irregular, é fora de jogo. Porque não conhecem as regras. Ou melhor: conhecem as regras, mas não conhecem o jogo.»

Rui Pedro Brás/Braz, hoje, na TVI 24

Ressabiadas e letais

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Enquanto decorria a maior goleada do Sporting fora de casa num campeonato nacional dos últimos 45 anos - e uma das nossas três maiores, na condição de visitantes, em toda a história do futebol leonino - as viuvinhas ressabiadas e letais, num dos locais onde se acoitam, iam rabiscando coisas como estas:

 

«No futebol não jogamos nada.»

 

«Não jogamos nadinha.»

 

«Este ano não contamos para o totobola.»

 

«Ou é impressão minha ou não estamos a jogar um charuto… contra 10.»

 

«Estamos a jeito de mamar um golo. Continuamos a jogar mal.»

 

«Os lampiões a pagarem a um redes de um adversário directo para estas situações parecerem normais.»

 

«Golo do Belém… Patético. Andamos a brincar com isto.»

 

«Nem contra 10 sabemos defender.»

 

«Nem defender nem atacar.»

 

«Mentalidade de merda e um gudelj.»

 

«O jogo está tão fácil que quem sabe o tamanco Gudelj ainda faz uma assistência para golo…»

 

«Este jogo contra o Belém espelha bem a nossa diferença para bemfic@ e porto.. chama-se ATITUDE!! Nem a possibilidade de chegar ao segundo lugar os motiva.»

 

«1-3 em carambola. Uma vez que a bola não ia para a baliza é golo do tamanco ou é o autogolo?»

 

«Vá, pronto, até o coiso marca. Afinal serviu para acordarem.»

 

«Para que serve? Vão para o marquês festejar o terceiro lugar!»

 

«Já vi jogos de solteiros vs casados com mais intensidade…»

 

«O resultado não espelha a exibição porque não foi por ai além.»

 

«Continuo a não ver futebol nenhum de jeito, mas há que festejar o terceiro lugar. »

 

«Quantas malas viajaram para Belém? Nem com o Gudelho numa forma do caraças se justifica…»

 

«Os novos donos do Benfica B de alvalade têm de arranjar uns resultados para disfarçar as equipas que contra a equipa A da Luz não correm para a cartilha dizer “há é equipas fracas” e afins…»

 

«Está visto que não há forma do Keizer ir embora. Vamos ter futebol escola Keizer até ao Natal.»

 

«As opções de Keizer continuam a ser rídiculas.»

 

«Péssimo domingo onde perdemos 2 campeonatos (ou no mínimo 1 e meio)…»

 

«Eram títulos a mais. Há que baixar a bitola, não é Varandas?»

 

«O Varandas é um cancro, ou vá, um cavalo de Tróia, sendo, de facto, um idiota útil.»

 

«Agora vivemos um pesadelo.»

 

«A bananagem poderá conseguir desfazer o Clube mas acabará esmagada.»

A peseirização em curso

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Marcel Keizer anda a decepcionar os adeptos leoninos desde os erros cometidos em Tondela, que nos valeram a derrota com a humilde turma local.

Não apenas por ter perdido dez pontos em nove jogos do campeonato, mas pelo abrupto abandono da "ideia de jogo" que proclamou ao chegar a Alvalade, quando fez a apologia do futebol de ataque, com a bola a rolar ao primeiro toque. E também por não acolher um dos princípios enunciados por Frederico Varandas na recente campanha eleitoral leonina, quando o então candidato assegurou que iria ser dada prioridade total ao futebol de formação: acabamos, pela primeira vez desde 2007, de entrar em campo sem um só elemento formado na Academia de Alcochete.

 

Não compreendo e dificilmente aceito a marginalização de Jovane e Miguel Luís, lançados no campeonato por José Peseiro e Tiago Fernandes.

Nem a contínua falta de aposta em Francisco Geraldes, que permanece sem calçar, limitando-se a aquecer o banco de suplentes.

Nem a persistente não-utilização de Luis Phyllipe, avançado que o holandês avalizou como reforço de Inverno.

Nem o recurso sistemático a Petrovic como suplente utilizado, até para posições em que o sérvio não revela qualquer rotina (caramba, não haverá um defesa na Liga Revelação com possibilidade de transitar para a equipa principal?).

Nem a insistência do técnico em não esgotar substituições com os jogadores claramente à beira da exaustão física.

 

Também o discurso conformista do treinador não cola com as legítimas ambições de sócios e adeptos.

Quando íamos a cinco pontos do FC Porto, na véspera do Natal, limitou-se a comentar: «Claro que cinco pontos é muito, portanto teremos de ver.»

Agora, a dez pontos de distância, observa após o empate no Bonfim: «Devíamos ter ganho, só podemos culpar-nos a nós próprios

Nada motivador.

 

É sem o menor agrado que deduzo isto: a presente "peseirização" do Sporting, a persistir, levará Keizer a ter um destino semelhante ao de Peseiro: já faltou mais para haver lencinhos brancos a esvoaçar nas bancadas.

Eu não gosto, mas quando se toleram comportamentos destes numa fase do campeonato, o mais provável é que tais gestos se repitam em fases posteriores. Tudo isto é tão previsível como os movimentos da nossa equipa na medíocre primeira parte que nos custou a perda de dois pontos frente ao V. Setúbal.

Ponto(s) da situação

Quando José Peseiro foi despedido, entre manifestações de intensa euforia de muitos sportinguistas, incluindo aqui no blogue, seguíamos dois pontos atrás do FC Porto no campeonato e estávamos só um abaixo do Benfica (cumprido já o difícil desafio na Luz). Apesar de termos acabado de perder jogadores nucleares e atravessado um dos Verões mais conturbados de que há memória.

Hoje, após nove jornadas sob o comando de Marcel Keizer, vemos os portistas a dez pontos de distância e temos o Benfica cima pontos acima. Apesar dos reforços entretanto chegados a Alvalade.

As coisas são o que são.

Letais ao Sporting

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Num dos sítios do costume, a propósito do Lusitano Vildemoinhos-Sporting que terminou 1-4, li as seguintes apreciações à equipa leonina, todas subscritas por anónimos Letais ao Sporting, chorosos adeptos do destituído:

 

«Adormeci entre os 15 e os 35 minutos da primeira parte.»

«Parecem uma equipa de solteiros contra casados.»

«Devemos ser a equipa que marca os cantos mais ridículos no mundo.»

«Este é o Sporting manso dos notáveis…»

«Bruno Fernandes parece um jogador do distrital.»

«Jogo miserável do traidor Fernandes.»

«Fernandes está a pedir sub-23 e ser vendido em Janeiro.»

«Começo a ter saudades do Alan Ruiz.»

«O Jovane é de um nível ligeiramente inferior ao Djaló.»

«O Bas este ano é só estaleiro. É despachar em Janeiro.»

«Jefferson… Renan... B. Gaspar… Diaby… Maus de mais!»

«Estamos péssimos de guarda-redes.»

«Para quando Viviano a titular?»

«Se até o Lumor já jogou porquê não dar uma oportunidade ao Viviano?»

«O Presidente proibiu os treinadores de colocar o nosso melhor guarda-redes e estamos a jogar com suplentes.»

«Quem é aquele senhor careca acompanhado por um indonésio no banco?»

«Kaizer a cumprir com o currículo. Em Fevereiro vai de vela como foi no Ajax.»

«Devíamos ter marcado mais de dez mas o pior foi o péssimo jogo que fizemos e a vergonha do golo que sofremos.»

«"O Mundo sabe que” teve um tempo e um espaço, um estádio inteiro a cantar a uma só voz, cheio de orgulho e paixão. Hoje isso não faz sentido algum.»

«Nota negativa para já, mas não vou fazer críticas.»

 

.......................................................

 

Com "apoiantes" como estes, o Sporting não precisa de inimigos.

Confiar na justiça

Para memória futura, aqui fica - na íntegra - o comunicado do juiz Carlos Delca, do Tribunal de Instrução Criminal do Barreiro, que impôs a Bruno de Carvalho, como medida cautelar provisória, a obrigação de apresentação diária nas instalações da esquadra correspondente à sua zona de residência, além do pagamento de uma caução de 70 mil euros:

 

*****

 

«O Juízo de Instrução Criminal do Barreiro do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, informa os senhores jornalistas que, devido à greve parcial dos senhores oficiais de justiça, só agora foi lido o despacho que aplicou as medidas de coação aos arguidos agora detidos na sequência do processo n.º 257/18.0 GCMTJ instaurado pelos factos ocorridos na Academia do Sporting Clube de Portugal.

Mais informa que a ambos os arguidos, BRUNO MIGUEL AZEVEDO GASPAR DE CARVALHO e NUNO MIGUEL RODRIGUES VIEIRA MENDES tendo em conta que se verificam indícios da verificação dos pressupostos objetivos e subjetivos dos tipos de crimes que lhes são imputados:

- vinte crimes de ameaça agravada, p. e p. pelo artigo 153º, n.º 1 e 155°, nº1, alínea a) do Código Penal;

- doze crimes de ofensa à integridade física qualificada, p. e p. pelo artigo 143º, n.º 1 e 145º, n.º1, alínea a), n.º 2 por referência à alínea h) do n.º 2, do artigo 132° do Código Penal de:

- vinte crimes de sequestro, p. e p. pelo artigo 158°, n.º 1 do Código Penal;

- dois crimes de dano com violência, p. e p. pelo artigo 212°, n.º 1, e 214º, n.º1, alínea a), do Código Penal;

- dois crimes de detenção de arma proibida agravado, p. e p. pelo artigo 86°, n.º1, alínea d) e 89°, por referência ao artigo 2°, n.º 5, alínea af) e q) e 91°, n.º1, alínea a) e nº 2 da Lei n.º 5/2006, de 23.02;

- um crime de terrorismo, p. e p. pelo artigo 4º, n.º 1, por referência ao artigo 2º, n.º1, alínea a) da Lei n.º 52/2003, de 22.08, com a redacção dada pela Lei n.º 60/2015, de 24/6.

E que se indicia ainda, fortemente, a prática, pelo arguido NUNO MIGUEL RODRIGUES VIEIRA MENDES, em autoria material de:

- um crime de tráfico de estupefacientes, previsto e punível pelo art.º 21 n.º 1 do DL 15/93 de 22.01

e que se verificam, ainda, em concreto, os perigos de fuga, de perturbação do decurso do inquérito, nomeadamente, para a aquisição e conservação e veracidade da prova, de continuação da atividade criminosa, bem como de grave perturbação da ordem e tranquilidade públicas, atendendo à natureza dos ilícitos em causa e à visibilidade social que a prática dos mesmos implica, considerando que a atuação dos arguidos revela um manifesto desprezo pelas consequências gravosas que provocam nas vítimas, foram aplicadas a cada um dos arguidos, uma vez que apenas em relação à prática do crime de tráfico de estupefacientes imputado ao arguido Nuno Mendes se verificam fortes, os indícios resultantes dos elementos de prova constantes dos autos (o que implica que não seja possível a aplicação das medidas de coação previstas nos artigos 200º a 202º do Código de Processo Penal (proibição ou imposição e condutas, obrigação de permanência na habitação e prisão preventiva), para além do Termo de Identidade e Residência, as medidas de coação de apresentações diárias nos Órgãos de Polícia Criminal das respetivas áreas de residência e ainda a prestação de caução, no montante de € 70.000,00.»

 

A chicotada em curso

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Frederico Varandas vai, enfim, escolher o seu treinador. Era óbvio, desde a entrevista do presidente ao Expresso, que José Peseiro estava a prazo. Foi opção transitória, decidida pela Comissão de Gestão interina: ninguém poderia ligar Varandas às más exibições da equipa.

Isso muda a partir de agora. Quem vier, será o homem do novo líder leonino. Já não o de Sousa Cintra, que passou à história.

Se for o nosso ex-jogador Paulo Sousa o escolhido, muito bem. Se regressar Leonardo Jardim, tanto melhor. Ambos estão neste momento sem clube. E ambos, obviamente, pesarão muito mais na folha salarial do Sporting do que Peseiro.

 

Ignoro os bastidores do despedimento do treinador, esta madrugada, na sequência de um jogo para a inútil Taça da Liga com oito segundas linhas no onze titular e a três dias da importante deslocação aos Açores, onde defrontaremos o Santa Clara para o campeonato. No momento em que escrevo, desconheço quem orientará a equipa em Ponta Delgada.

Mas cumpre referir que o Sporting segue a dois pontos do primeiro lugar na Liga 2018/2019 após o Verão mais negro de que há memória em Alvalade, perdemos alguns dos nossos melhores jogadores (Rui Patrício, William, Gelson) e outros vieram sem rodagem de pré-época. Disputaram-se oito rondas do campeonato e já jogámos em dois dos três estádios mais difíceis: Luz e Braga.

 

Enumero estes factos em benefício de inventário. E lembro outros líderes leoninos, que despacharam treinadores sob a pressão conjugada do peso da opinião de uns quantos influentes e de dúzia e meia de lenços brancos a esvoaçarem nas bancadas.

Deu certo em 1999/2000, quando uma chicotada semelhante à que está em curso - a primeira na Liga 2018/2019 - pôs Augusto Inácio ao leme da equipa e nos devolveu o título após 18 anos de amargo jejum.

Deu errado em vários outros casos - demasiados, como sabemos.

 

Não gosto deste futebol de retranca com a nova marca Peseiro nem de suportar quinze toquezinhos de bola protagonizados pelos nossos jogadores até conseguirem cruzar a linha de meio-campo, como ontem aconteceu na recepção ao Estoril - a mesma equipa que há um ano, ainda na primeira divisão, nos derrotou por 2-0, afastando-nos do primeiro posto, ao qual já não regressámos. 

Mas, não sendo ingrato, deixo aqui uma palavra de apreço pessoal ao único treinador que na hora mais difícil se dispôs a encabeçar uma missão quase impossível enquanto outros assobiavam para o lado. Sai como bode expiatório da primeira etapa do pós-brunismo, agora encerrada. A que vai abrir-se - sem atenuantes nem desculpas - é toda do presidente, já sem o treinador de Cintra a servir-lhe de pára-choques.

 

Lenços nas bancadas, haverá sempre - ao menor pretexto. Faz parte da autofagia leonina, reforçada pelo contexto em que emergiu o actual elenco directivo no Sporting. Talvez num futuro próximo possam até multiplicar-se, encorajados pelo que sucedeu na madrugada de hoje, pouco depois de uns quantos acenos de despedida num estádio quase vazio para uma prova que nos é praticamente indiferente.

Varandas corre esse risco, que decerto não ignora. É nos momentos difíceis que se testam as lideranças.

O que Varandas herdou

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Frederico Varandas herdou um Sporting em grave crise financeira. Com problemas prementes de tesouraria. Com enormes dificuldades de financiamento, reflectidas no adiamento do empréstimo obrigacionista previsto para Junho. Com dois anos de receitas antecipadas do contrato com a NOS às quais já não poderá recorrer por terem sido gastas antes do tempo previsto para financiar despesas correntes. Com o brutal assalto de quase meia centena de criminosos aos jogadores e equipa técnica reunidos no centro de treinos em Alcochete, documentado por imagens que correram mundo. Com um plantel que ficou destroçado há escassos três meses (em parte refeito pela gestão interina de Sousa Cintra). Com os gravíssimos custos reputacionais provocados, até à escala internacional, pelo consulado Carvalho na sua desvairada recta final. Com um conflito aberto entre o clube e o principal accionista privado da SAD leonina. Com fortes suspeitas de desvio de verbas da SAD para financiar as modalidades. Com o nome do clube enlameado na chamada Operação Cashball. Com uma auditoria forense à equipa antecessora cujos resultados poderão condicionar a sua própria gestão.

São motivos mais que suficientes para ponderar muito bem o que se anuncia aos sócios, adeptos e simpatizantes do Sporting. E sobretudo para não cometer loucuras na gestão leonina sob o pretexto de alimentar uma insaciável espiral de promessas jamais cumpridas, como sucedeu nos cinco anos precedentes.

Ter a noção disto é condição fundamental para evitar erros. Bem basta o que ficou para trás.

A "rica herança" de Carvalho

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 Foto: Nuno Fox / Lusa

 

«O novo presidente do Sporting recebe uma SAD em falência técnica, sem tesouraria, com prejuízos, elevados custos salariais e receitas futuras já antecipadas.»

«Corte de custos, incluindo da massa salarial, venda de jogadores e negociação de um empréstimo obrigacionista são as prioridades para iniciar o reequilíbrio de uma SAD que deu um passo maior que a perna na equipa de futebol.»

 

«Com um prejuízo de 20 milhões, a SAD voltou a ter capitais próprios negativos. As dívidas a fornecedores amontoam-se e a pressão de tesouraria é evidente.»

 

«De 2014 para 2018, Bruno de Carvalho triplicou a massa salarial, ao passá-la dos 25 milhões do tempo da míngua para 74 milhões na última época, fazendo do plantel do Sporting mais caro que o do Benfica e próximo do FC Porto.»

 

«Doumbia, que saiu agora, custava quase cinco milhões por ano ao Sporting; e a equipa técnica de Jorge Jesus, que custava quase dez milhões de euros por ano, foi trocada pela de José Peseiro, que custa perto de três milhões por ano.»

 

«O Sporting hoje abre a gaveta da caixa e não tem lá notas, só algumas moedas. As necessidades de tesouraria oscilam entre 100 milhões e 200 milhões de euros.»

 

«Para ir pagando as contas, Bruno de Carvalho foi antecipando receitas, num total de 80 milhões de euros. Incluindo os próximos dois anos de receitas da NOS, que paga 30 milhões por ano.»

 

Do Expresso de hoje

Esta gente precisa de tratamento

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No sítio do costume, li pérolas como estas, que passarei a citar. Escritas por ressabiados profissionais que ainda se intitulam sportinguistas mas que são incapazes de esconder um ódio visceral ao Sporting, assumindo-se como fiéis da IURB - Igreja Umbilical do Reino do Bruno:

 

..................................................................

 

«Viva o varandismo. Agora somos todos varandetes e varandistas.»

 

«Ganhou o fivelas. É uma crónica de uma vitória anunciada. Faz sentido dar uma chance ao homem mas não consigo. Vê lo a falar faz me urticária.»

 

«O varandinhas lá comecou o mandato a perder. não era de esperar outra coisa, mas é realmente uma desilucão (sic). As leoas mereciam melhor.»

 

«Depois de jogadores, agora temos um presidente que rescindiu com o clube e voltou com um ordenado bem maior.»

 

«Roma paga a traidores… Mas não te esqueças que no circo todos eram jogados aos leões.»

 

«Nunca mais terei de volta o meu orgulho de Sportinguista… porque agora conheço de que massa são feitos os Sportinguistas. Neste momento quem se diz do Sporting causa-me desconfiança.»

 

«Juntar-se ao Varandas é juntar-se a quem destruiu o clube, a quem irá vender a SAD, a quem se aliou aos nossos rivais, a quem tanto prejudicou o clube…. juntar-se ao Varandas é para os bananinhas do novo sporting.»

 

«A pressa na investidura é precisamente para agilizar tudo, para que BdC, mesmo que consiga a reversão, não consiga impedir as negociatas todas que já foram, e ainda serão, levadas a cabo. O varandas é apenas um peão, na mão do sobrinho, do ricciardi, do mendes, etc.»

 

«Bruno de Carvalho é o legítimo Presidente do Sporting, afastado de má fé por uma súcia de oportonistas (sic) que querem dominar a SAD e vender o Sporting Clube Portugal, para com isso lucrarem.»

 

«De este acto eleitoral estar ferido de nulidade que os tribunais terão de ter a coragem de declarar, não me assistem quaisquer dúvidas.»

 

«Os filhos da puta que agora pedem união são os mesmos que andaram 5 anos a dividir o clube e a denegrir tudo e mais alguma coisa.»

 

O queixinhas

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Lembram-se do tempo em que Bruno de Carvalho pedia solenemente aos adeptos do Sporting para deixarem de ver televisão e de ler jornais? Pois ele, que diz seja o que for para se tornar notícia e faz quase sempre o contrário do que diz, é incapaz de passar um dia sem dar entrevistas a esses mesmos jornais e a essas mesmas televisões.

Li penosamente a mais recente, impressa na edição de ontem do Record, iniciada com estas linhas laudatórias dos jornalistas que conduziram a conversa: «Igual a ele próprio! Frontal, contundente e sem medo de uma boa refrega.»
Questiono-me até se no final da entrevista não lhe terão pedido um autógrafo...
 
O que afirma nesta cavaqueira o presidente destituído - e agora suspenso por um ano de associado do Sporting?
Mais do mesmo: não assume um erro (nem sequer a prosa miserável que publicou no facebook rebaixando os jogadores, logo após o jogo em Madrid contra o Atlético, futuro vencedor da Liga Europa). Não faz um mea culpa.
Lança lama sobre as pessoas que escolheu e aceitaram trabalhar com ele (vice-presidentes, presidente da Mesa da Assembleia Geral, treinador, director clínico), faz insinuações rasteiras a torto e direito, enche a entrevista com frases do habitual rancor azedo, próprio de quem está de mal com o mundo.
Vive numa espécie de realidade paralela, alimentando-se da sua delirante megalomania e de inifinitas teorias da conspiração. Imagina-se um estadista mas só tem conversa de porteira - sem desprimor para as porteiras.
 
São, bem ao seu estilo, declarações de um queixinhas.
Faz a todo o tempo juízos de (mau) carácter sobre ex-colaboradores directos e gente que integrou a sua comissão de honra e até foi convidada para o seu badalado casamento no Mosteiro dos Jerónimos, coincidente com o Dia do Clube.
Garante que só ele soube exercer o poder no Sporting mas, relativamente a tudo quanto ocorreu de mal, aponta a responsabilidade sempre para terceiros. Deixando-nos definitivamente esclarecidos quanto a falhas de carácter.
 
Transcrevo aqui algumas dessas frases, para registo futuro. E para que os últimos cépticos percebam, já hoje, como o sucessor de Godinho Lopes é incapaz de aprender com os erros cometidos - pelo contrário, insiste neles, contra todas as evidências, até a última gota do limão ficar espremida.
 
Sobre Sobrinho e Ricciardi:
«Álvaro Sobrinho e José Maria Ricciardi estão por detrás de todas as candidaturas, menos da minha.»
«Ricciardi é um cobarde.»
 
Sobre Frederico Varandas:
«O Varandas sabia que eu tinha um lombalgia. Deixou-me sozinho quando estava a sofrer desde os 72'. Estavam 4 graus e a lombalgia agravou com o frio.»
«O que eu ouvi da parte de Varandas sobre Jesus... Uma pessoa que me andava há dois anos a dizer cobras e lagartos do Jorge agora tem-no na comissão de honra. Vale a pena ser hipócrita neste país.»
 
Sobre Jaime Soares:
«Ao Jaime [Marta Soares] não lhe atribuo valor.»
«Diz que Jaime Marta Soares era amigo de Luís Filipe Vieira. Era? Mas algum deles faleceu? Digo-lhe que é.»
 
Sobre Cintra e Torres Pereira:
«Lamento que um presidente da SAD [Sousa Cintra] esteja numa conferência de imprensa a ser mandado calar com palmadinhas na mão por um indivíduo que sempre considerei um inútil, que é Torres Pereira [ex-vice de Bruno de Carvalho e actual líder do clube].»
«Há um treinador [Mihajlovic] que foi despedido sem justa causa, por email. Isto foi, mais uma vez, "à Sousa Cintra". No passado, pegou no microfone do comandante do avião e logo ali despachou Bobby Robson. Agora, achou que era por email
 
Sobre Jorge Jesus:
«Só uma vez é que as claques foram à Academia, em 2016. Eu proibi-os, e ficaram à porta. Depois, o Jesus passou de carro e convidou-os a entrar. Ele pediu-me desculpa e eu disse-lhe que não era ele que decidia, era eu.»
«Acho lamentável que se tenham aproveitado do treinador. Quando ele vai à final da Taça de Portugal promove um almoço com centenas de pessoas. Nesse dia, o motorista de Ricciardi andou a recolher assinaturas para a minha destituição. Não é normal.»
 
Sobre Carlos Vieira: 
«Quem coordenou com o Conselho Fiscal e Disciplinar a alteração dos estatutos e do regulamento disciplinar foi o Carlos Vieira... Foi brilhante, a táctica de todos eles!»
«Houve um primeiro relatório [sobre o assalto a Alcochete] que não me agradou, fiz mais perguntas, e estava à espera que o responsável da administração que tinha o pelouro da segurança, que se chama Carlos Vieira, me desse a resposta.»

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