Anilton César e a mocinha de recados
O nome Anilton César Varela da Silva talvez não evoque imediatamente um rosto, mas se ler ‘Pany Varela’ o mais natural é que sorria. ‘Pany’ na memória evocada e o caro Sportinguista quando nele pensa. Não sorrirá apenas por saber tratar-se de um ala virtuoso que nos tem trazido muitas alegrias, mas também por saber ser esse o seu estado padrão. Sorridente.
Tive oportunidade de vê-lo em campo e fora dele, no último domingo. Genuinamente disponível para os adeptos, Pany Varela não mostrou qualquer sinal de enfado perante as inúmeras solicitações dos presentes. E se o nosso ala cabo-verdiano sorriu como é seu timbre, também se viu perante a inevitabilidade de deixar de lado o sorriso. Quando? Ao ver-se obrigado a dizer que não poderia dar camisola, ténis, meias, calções, a única medalha que tinha (e que fazia, compreensivelmente, gosto em guardar). Pediu, literalmente, desculpa ao jovem adepto que lhe pediu as caneleiras.
Continuou, apesar desta contrariedade que se repetiu algumas vezes, divertido e brincalhão, e a esbanjar simpatia a cada interacção. Até que… já depois de, espontaneamente, fazer a pose divertida publicada no último domingo me ouviu dizer:
Vou publicar esta sua cara [careta] num blogue. Alto…
Vai pôr a minha cara num blogue? Qual blogue?
Nem me deixou responder… Pany Varela contra-ataca!
Mais compostinho, é certo, sabido qual era o blogue, hi5 à sócia (eu) e sem mais conversas, que sócios que dizem que vão publicar a nossa cara em blogues não são para dar muita confiança, avança na fila. Olho para a esquerda, para a minha próxima vítima, eis senão quando, oiço:
Onde é que está a pessoa do blogue? (reparem, a pessoa...) Desperta pela palavra 'blogue', olho para Pany que me diz:
Escreva lá no blogue que o Sporting está forreta! E riu-se.
Olhe que escrevo mesmo!
Sorriso de puto reguila, olhos para a direita e esquerda e lá foi ele.
Pois é, Sportinguistas, aos nossos jogadores até as cuecas são pedidas. E os jogadores vêem-se sem margem para satisfazer os desejos dos adeptos. Percebo que os recursos são limitados, contudo, pode ser que até venha a ser possível (aos patrocinadores, talvez?) encontrar uma solução de meio termo que possa contentar um ou dois adeptos por jogo. Não me refiro, necessariamente, ao equipamento. Mas um brinde simples, mas mais personalizado, talvez? Uma coisa é certa, Pany Varela, com ou sem brindes, sem satisfazer todos os pedidos dos adeptos, continua a ser a simpatia encarnada em gente. Tem contrato até 2026 e eu desejo que possa continuar connosco até ao fim do mesmo.
Saudações leoninas, Pany Varela, foi um gosto vê-lo também fora de campo.
P.S. Demorei, mas o recado foi dado!