O melhor prognóstico
Desta vez foi o leitor Luís Ferreira a acertar em cheio no resultado, antevendo a goleada do Sporting (0-4) em Paços de Ferreira.
Mais ninguém o acompanhou nesta pontaria tão certeira. Motivo redobrado para merecer parabéns.
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Desta vez foi o leitor Luís Ferreira a acertar em cheio no resultado, antevendo a goleada do Sporting (0-4) em Paços de Ferreira.
Mais ninguém o acompanhou nesta pontaria tão certeira. Motivo redobrado para merecer parabéns.
Trincão muito cumprimentado logo após ter marcado o terceiro golo leonino em Paços
Foto: Manuel Fernando Araújo / Lusa
Foi uma grande exibição de futebol de ataque a que o Sporting fez, domingo passado, no estádio Capital do Móvel. Perante um Paços de Ferreira incapaz de dar luta mínima: durante todo o jogo, a turma anfitriã não fez um só remate enquadrado digno desse nome à nossa baliza nem sequer conseguiu ganhar um canto. Para cúmulo, ofereceu-nos o primeiro golo, logo aos 8', com um caricato atraso de Luiz Carlos, traindo o guarda-redes Marafona, que ainda lhe viu a bola ressaltar num pé antes de entrar.
Diga-se a verdade: os nossos jogadores não deram hipóteses. Com um Nuno Santos no comando das operações como extremo esquerdo, sem missão defensiva (Gonçalo Inácio assegurava esse trabalho), sempre a municiar o ataque. Ele próprio, talvez já enfastiado com os assobios escutados cada vez que tocava na bola, assinou uma obra-prima em forma de golo aos 33': simulou, sentando Marafona, e atirou por cima, num primoroso chapéu. Bastaria este lance para justificar o bilhete pago.
Também Trincão fez a diferença, numa das suas mais competentes exibições de verde e branco. Melhor em campo, vem evoluindo de jogo para jogo: leva já 12 golos marcados na temporada, algo que nunca antes conseguira.
Desta vez marcou o terceiro, aos 62', recebendo a bola e girando sobre si próprio enquanto deixava plantados os dois centrais do Paços e a metia no sítio certo. Outro grande golo, confirmando o bom momento de forma da nossa equipa no plano ofensivo.
Pedro Gonçalves desta vez não marcou. Mas destacou-se com uma assistência - a sua décima neste campeonato, em que lidera isolado no número de passes para golo. Foi ele a municiar Trincão no terceiro desta goleada. O quarto viria a ser marcado por Chermiti, aos 90'+3, na última jogada do desafio. Golo à ponta-de-lança: foi só encostar, no sítio certo. Certamente dará muita confiança ao nosso jovem avançado, que tem apenas 18 anos.
No quarto de hora final Rúben Amorim desfez o seu habitual 3-4-3 para escalar a equipa num surpreendente 4-4-2, montando um meio-campo muito largo com Arthur à esquerda e Trincão à direita, enquanto o duo Tanlongo-Pedro Gonçalves pontificava no corredor central e o par Paulinho-Chermiti evoluía na grande área do Paços. Atrás, Bellerín recuava uns metros para fechar o quarteto (com Matheus Reis, Diomande e Gonçalo Inácio).
Interessante experiência, já a pensar na temporada que vai seguir-se.
Soube a muito?
Sim: é sempre bom golear fora de casa.
Mas também soube a pouco, este nosso décimo desafio seguido da Liga 2022/2023 sem derrotas. Dá cada vez mais a impressão que só decidimos carregar verdadeiramente no acelerador já demasiado tarde neste campeonato, quando Benfica, FC Porto e Braga se encontravam bem acima de nós na classificação.
Agora cruzamos os dedos. Faltam três jogos para o pano cair, a turma braguista está quatro pontos à nossa frente e beneficia de um calendário aparentemente mais fácil. Nesta fase, quase só por milagre chegaremos à próxima Liga dos Campeões. Não é impossível, mas é muito improvável.
Querer nem sempre é poder: deixámos de depender só de nós. Tivéssemos actuado sempre como desta vez em Paços e tudo seria bem diferente...
Breve análise dos jogadores:
Adán - Quase sem trabalho. Não fez uma defesa digna desse nome.
Diomande - Exibição positiva. Pena não ter concretizado uma oportunidade de golo logo aos 2', quando apareceu livre de marcação frente à baliza.
Coates - É ele a iniciar a jogada do segundo golo, com magnífico passe longo. Deslize aos 26', quando se deixou fintar por Guedes. Saiu aos 82'.
Gonçalo Inácio - Quase marcou na sequência de um canto, aos 33': Marafona impediu, com uma defesa quase impossível. Impecável nas dobras a Nuno Santos.
Bellerín - Arriscou pouco pelo seu corredor: tinha instruções para isso. Mas foi seguro na missão defensiva. E tem bom toque de bola, tanto no passe curto como nos cruzamentos.
Ugarte - Por vezes passa despercebido. Mas é de uma utilidade extrema. Basta reter este número: fez 11 recuperações.
Morita - Dinâmico no corredor central, criou duas situações de golo para Pedro Gonçalves (49' e 52'). Precipitou-se aos 53', oferecendo a bola em zona de perigo. Amarelado, saiu aos 65'.
Nuno Santos - Voltou a ser um poço de energia, indiferente às vaias que escutava das bancadas. Assinou um golaço aos 33': marcou pela oitava vez nesta Liga. Substituído aos 75'.
Edwards - Bastante apagado: pedia-se mais dele. Mesmo assim, fez um grande centro para Diomande (2') e quase assistiu Trincão aos 37'. Saiu aos 65'.
Pedro Gonçalves - Perdulário: a vontade enorme de marcar tirou-lhe discernimento. Podia tê-lo conseguido no primeiro minuto, aos 25' e aos 49'. Assistiu Trincão no terceiro.
Trincão - Marcou o terceiro culminando um brilhante trabalho individual, assistiu Nuno no segundo, esteve quase a conseguir outro golo (37'). Pôs a defesa do Paços em sentido.
Tanlongo - Entrou aos 65', rendendo Morita. Pareceu mais confiante no que noutros jogos. Rematou à figura (68').
Paulinho - Substituiu Edwards aos 65'. Veio de lesão, ainda fora de forma. Deu pouco nas vistas.
Arthur - Em campo desde os 75', por troca com Nuno Santos. Continua a jogar poucos minutos, mas sempre que entra faz a diferença - para melhor. Assistiu Chermiti no quarto golo.
Matheus Reis - Substituiu Diomande aos 82'. Com vontade de mostrar serviço. Lateral esquerdo, subiu muito no terreno sem problema. Bons cruzamentos aos 85' e 87'.
Chermiti - Substituiu Ugarte aos 82'. Actuou como ponta-de-lança clássico. Dispôs de duas oportunidades: na primeira (85') atirou ao poste; na segunda (90'+3), meteu-a no sítio certo.
Chermiti cumprimentado por Trincão logo após marcar o quarto golo do Sporting
Foto: Manuel Fernando Araújo / Lusa
Gostei
Da goleada por 4-0. Fomos a Paços de Ferreira não apenas repetir a proeza da primeira volta em Alvalade (vitória por 3-0), mas ampliá-la. Viemos de lá com os três pontos - como nos competia - e um dos melhores resultados deste campeonato. Havia 2-0 ao intervalo.
De Trincão. Começou como avançado-centro e terminou na ponta direita, sempre em alto rendimento: está a melhorar de jogo para jogo. Marcou um grande golo (o terceiro, aos 62', coroando bom trabalho individual, assistiu noutro (o segundo) e só não a meteu lá dentro também aos 37' devido a enorme defesa de Marafona. Fez ainda um magnífico centro aos 79' que Pedro Gonçalves desperdiçou. Já contabiliza 12 golos nesta época - a mais produtiva da sua carreira. Melhor em campo.
De Nuno Santos. Dínamo da equipa, transformou o nosso corredor esquerdo num rolo compressor, criando várias situações de perigo. Começou muito bem, logo com um passe de ruptura para Pedro Gonçalves no minuto inicial. Momento culminante: o golaço que marcou aos 33', de chapéu, antecedido de uma simulação que fez sentar o guarda-redes. Candidato, desde já, a um dos melhores golos do mês na Liga 2022/2023.
De Chermiti. Destaque pela positiva apenas pelo golo que marcou, com assistência de Arthur: emenda preciosa no minuto final da partida (90'+3). Onze minutos em campo bastaram para facturar. É isto que se pede a um ponta-de-lança: eficácia a finalizar. Com apenas 18 anos, consolida a sua influência no plantel leonino.
De Matheus Reis. Também entrou apenas aos 82', mas foi quanto bastou para ser influente e conseguir imprimir acutilância no corredor esquerdo ofensivo. Impecáveis cruzamentos aos 85' e aos 87', a merecerem nota artística.
Da alteração táctica promovida por Rúben Amorim. Actuámos nos dez minutos finais com uma dupla de avançados: Paulinho e Chermiti, municiados por Arthur (pela esquerda) e Trincão (pela direita) e resguardados por Pedro Gonçalves alguns metros atrás, como médio ofensivo. Ensaio já a pensar na próxima época?
Do árbitro Nuno Almeida. Voltou a fazer uma arbitragem competente: critério largo, sem passar o tempo a interromper o jogo nem tentando ser o protagonista. Oxalá fossem todos assim.
Da festa leonina nas bancadas. Apoio entusiástico dos adeptos do Sporting nas bancadas do Estádio Capital do Móvel. Em certos momentos até parecia que jogávamos em casa.
De termos cumprido o 11.º jogo seguido sem derrotas. Vencemos Chaves, Estoril, Portimonense, Boavista, Santa Clara, Casa Pia, V. Guimarães, Famalicão e agora o Paços de Ferreira, empatámos com Gil Vicente e Arouca. Somos a equipa que está há mais tempo sem perder na Liga 2022/2023. Não sabemos o que é uma derrota desde o embate com o FCP em Alvalade. Temporada muito superior neste terço final em comparação com o terço inicial. Antes assim.
De encurtar a distância para o Braga. Beneficiando da derrota braguista anteontem na Luz, vemos agora a turma minhota quatro pontos à nossa frente - quando há três jogos para disputar. É muito difícil chegarmos ao pódio deste campeonato, mas não impossível. Há que apoiar a equipa sem reservas nesta frenética recta final.
Não gostei
Do Paços de Ferreira. Uma das piores equipas do campeonato português. Começou por nos oferecer o golo inicial, aos 7', num atraso totalmente disparatado de Luiz Carlos, com a bola ainda a embater no guarda-redes Marafona. A equipa anfitriã terminou o jogo só com um remate enquadrado (Adán não fez qualquer defesa) e sem cantos. Não admira que até agora apenas tenha conseguido 8 pontos em casa.
De alguns remates desperdiçados. Pedro Gonçalves destacou-se neste capítulo, permitindo cortes da defesa ou a intervenção do guarda-redes aos minutos 1, 25 e 49. Mas redimiu-se assistindo Trincão no terceiro golo. É o jogador com mais assistências na Liga: já são dez.
Sem Champions ao meio da semana tudo se torna mais fácil, marcando cedo mais ainda, e em Paços foi um jogo de sentido único, que só não resultou em goleada histórica porque o instinto goleador de Pedro Gonçalves esteve ausente.
Isso tudo com base num trio defensivo tremendamente eficaz e apesar da falta dum ponta de lança, com um ataque móvel que falhava oportunidades claras ao mesmo ritmo que as criava e com um Trincão perdido em campo e a falhar lances sobre lances. Felizmente não falhou um passe fácil para Nuno Santos marcar mais um golo de antologia, e o rodopio que o isolou para um remate certeiro. Um golo, uma assistência e muitas/demasiadas jogadas inconsequentes. Um jogador que teima ser de momentos, e um grande jogador é muito mais do que isso.
Já com 3-0 entrou Paulinho e o futebol do Sporting logo melhorou, com outra capacidade de entendimento na linha dianteira, e com Trincão no seu lugar. Mais tarde veio Chermiti para marcar um golo "à ponta de lança".
Melhor em campo? Nuno Santos, um grande golo, cruzamentos e remates muito bem executados. Depois dele Diomande, imperial a defender e com dois ou três passes em profundidade de eleição.
Pior em campo? Pedro Gonçalves, uma noite para esquecer.
Ver jogar este Sporting e no dia anterior aquele Sp. Braga na Luz a jogar um futebol medíocre, com muito pontapé para a frente sem qualquer nexo, sem conseguir fazer um remate à baliza nos 90 minutos, e saber que ainda estamos a 4 pontos deles na Liga é de arrancar os cabelos. Mas é assim que estamos e já muito aqui falei sobre as possíveis causas disso.
Concordo com Rúben Amorim quando ele diz que o Sporting de algum modo já está a jogar o campeonato da próxima temporada, o casting foi feito nas vitórias e nas derrotas, ele sabe com quem contar e são esses que vão tentar ganhar os jogos que faltam.
Também na equipa B o trabalho foi feito. Com as últimas duas vitórias a equipa assegurou o 1.º lugar no grupo de manutenção (para o qual transitou por ter ficado em quinto na série Sul) da 3.ª Liga, mais de 30 jogadores por ali passaram numa rotação que me pareceu excessiva, alguns muito evoluiram na temporada e são opções para a equipa A, outros nem por isso.
E agora? Ganhar ao Marítimo em Alvalade. Vou ter de ver de longe, como vi este em Paços de Ferreira.
SL
Amanhã disputamos o jogo 31 deste campeonato. Em Paços de Ferreira, a partir das 20.30 (parece sina, estas partidas sempre ao domingo à noite, para afugentar os espectadores dos estádios). Já depois de sabermos o resultado do Benfica-Braga.
Na primeira volta, em Dezembro, vencemos o Paços por 3-0. Com golos de Porro, Nuno Santos e Paulinho. No desafio homólogo da época passada, também se registou triunfo leonino. Por 2-0, com golos de Gonçalo Inácio e Pedro Gonçalves.
Agora como será? Espero os vossos prognósticos.
Aparentemente, este texto nada tem a ver com o Sporting, na verdade tem.
Tem a ver com o Sporting, tem a ver com dignidade, tem a ver com verdade desportiva.
Vamos recuar ao fim-de-semana passado, o Braga jogava na Mata Real e estava quase morto, ressuscitou com um lance manhoso, tinham passado oito minutos dos sete de desconto dados pelo árbitro. Golo do Braga, para além dos onze jogadores, estavam mais seis ou sete elementos do Braga dentro do campo, as imagens documentam, o lance é ilegal, o árbitro, os bandeirinhas, o VAR e o auxiliar de VAR fingiram que não viram. O Paços perdeu um ponto, o Braga conquistou dois. O melhor jogador do Paços de Ferreira não se conteve perante tanta injustiça, disse ao árbitro:
- Sr. digníssimo juiz de campo, o lance é ilegal (provavelmente as palavras não foram estas, o sentido foi este).
Vermelho directo.
Este acontecimento ocorreu na jornada 17, Maracás, o tal jogador, foi suspenso por um jogo, ok, dir-me-ão, não jogará na jornada 18.
Estão errados, sabendo da suspensão do jogador, o Benfica conseguiu a antecipação do jogo, o Paços de Ferreira foi, categoricamente, contra esta antecipação mas não lhe valeu de nada.
Recapitulando:
1. Um jogador é, injustamente, expulso na jornada 17.
2. O clube com o qual esse clube vai jogar na jornada 20 "obriga" a Liga a alterar a data do jogo.
3. Na jornada 18 Maracás estará disponível para jogar.
Se isto não é adulterar a verdade desportiva, o que será?
Benfica na segunda divisão já. São casos e casinhos a mais.
Parabéns ao nosso leitor Pedro Batista: acertou em cheio no resultado e nos marcadores do Sporting-Paços de Ferreira (3-0).
É raro acontecer, com tanta precisão cirúrgica.
Não faltaram outros comentadores que andaram lá perto, acertando no desfecho mas sem revelarem idêntica pontaria nos marcadores. Foi o que sucedeu com Carlos Estanislau Alves, João Gil, Leão 79, Manuel Parreira e Orlando Santos. Todos, de qualquer modo, a merecerem um cumprimento especial também.
Nuno Santos, em grande forma, celebra o segundo golo leonino da noite de anteontem
Foto: Miguel A. Lopes / Lusa
Acabou por saber a pouco. Com 3-0 ao intervalo, e o triunfo a começar a ser construído logo aos 3', num golo de cabeça de Porro correspondendo a primoroso passe de Nuno Santos, adivinhava-se goleada em Alvalade. Acabou por não acontecer. No segundo tempo tirámos o pé do acelerador e passámos a gerir o resultado contra ao Paços de Ferreira, "lanterna vermelha" do campeonato, que apenas tem 2 pontos em 14 jogos.
É verdade que o primeiro tempo decorreu a um ritmo vertiginoso, com o Sporting a acelerar pelas alas: os dois extremos deram nas vistas. Pareciam concorrer ao título de melhor em campo, competição acentuada quando Nuno Santos marcou o segundo, de frente para a baliza, empurrando-a por gentileza de Edwards. Estávamos no minuto 22: os 31 mil adeptos presentes no nosso estádio tinham motivos para se sentirem satisfeitos.
Em ambos os golos Pedro Gonçalves - que fez duo com Dário na linha do meio-campo, competindo-lhe a ligação imediata à linha ofensiva - marcou presença. No primeiro, foi ele a servir Nuno Santos, em pré-assistência. No segundo, conduziu o veloz contra-ataque colectivo.
Faltou ao transmontano brilhar naquilo em que foi exímio na sua primeira época de verde-e-branco: metê-la lá dentro. Teve duas oportunidades para isso: aos 48', após centro milimétrico de Nuno Santos, fez a bola rasar o poste; e aos 72', quando o excesso de ansiedade o levou a rematar por cima. Não podemos pedir-lhe que construa jogo e converta, tudo em simultâneo. Ao jogar mais recuado, por imperativo táctico, a veia goleadora vai esmorecendo.
Quem parece renascido como goleador é Paulinho. Neste encontro com o Paços encerrou a contagem, aos 45', desta vez com assistência de Porro, num cabeceamento cheio de pontaria. Foi o seu sétimo golo em seis partidas consecutivas, contando com a Taça da Liga. Este é o Paulinho dos melhores tempos em Braga. Mereceu brinde e ovação dos adeptos ao ser substituído, aos 79'. Cinco minutos antes, o lateral esquerdo Antunes, da equipa forasteira, teve o mesmo tratamento das bancadas: os adeptos não esquecem que ele foi um dos obreiros do nosso título de campeão em 2020/2021.
O nosso sector mais recuado esteve irrepreensível (Adán fez a primeira defesa aos 41'), o meio-campo interior não se ressentiu da inédita parceria Dário-Pedro Gonçalves e ao trio mais ofensivo só faltou maior produção de golos: Trincão e Edwards desta vez ficaram em branco, com o inglês a centímetros de marcar aos 8' e aos 38'.
Rúben Amorim está a cumprir o que prometeu: aposta mesmo nos jovens. Além de Dário, desta vez titular, mandou saltar do banco Rodrigo, Mateus Fernandes (aos 79') e Sotiris (em campo desde os 85'). O jovem médio, de apenas 17 anos, assumiu o papel mais ingrato na desgastante missão de substituir Ugarte, ausente por castigo. Já muito fatigado, acabou por entrar de sola num lance dividido junto à linha do meio-campo, o que lhe valeu um vermelho directo. Saiu em lágrimas, confortado com os aplausos do público. É assim que se cresce. É assim que se ganha experiência.
Mateus Fernandes, em menos de um quarto de hora, voltou a demonstrar que merece a confiança do técnico com pormenores de classe. Como quando isolou Rodrigo na grande área, aos 89'. Não custa vaticinar que vai ser craque na equipa principal.
Assim nos despedimos, em ambiente alegre e até festivo, de um ano agridoce para o futebol leonino. Com Coates a ser distinguido pelo presidente Frederico Varandas com um brinde especial, após o fim do jogo, pela tricentésima partida já feita de Leão ao peito. O mais veterano da equipa, um verdadeiro capitão, um verdadeiro campeão.
Breve análise dos jogadores:
Adán - Foi pouco mais que um espectador durante grande parte do encontro. Mas, quando chamado a intervir, revelou bons reflexos. Renovou contrato: é um bastião desta equipa.
Gonçalo Inácio - O mais discreto dos nossos defesas, pautou a sua exibição pela segurança e pela eficácia. Sem falhas nem deslizes. Canhoto à direita: não tem concorrentes ali.
Coates - Inspira tranquilidade e segurança como comandante da defesa e patrão da equipa. Acalma os colegas quando estão mais ansiosos, pauta o ritmo de jogo na construção.
Matheus Reis - Combina cada vez melhor com Nuno Santos na ala esquerda. Impõe o físico nas bolas divididas. Grande passe para Edwards (8'). Tentou o golo de meia-distância (49').
Porro - Autêntico dínamo do onze titular leonino. Marcou o primeiro, à ponta-de-lança, de cabeça, o que lhe deu ainda mais confiança para uma grande exibição. Assistiu no terceiro.
Dário - Desta vez substituiu como titular o ausente Ugarte. E cumpriu a missão, no essencial, como médio defensivo. Viu o vermelho directo aos 82' por falta desnecessária.
Pedro Gonçalves - Sacrifica a veia goleadora pela construção de lances ofensivos em prol do colectivo. Missão de sacrifício bem executada: dois dos golos começaram nos pés dele.
Nuno Santos - Está em grande forma: isso nota-se cada vez que busca a bola e a endossa aos colegas lá na frente. Foi assim logo aos 3'. E também marca: o segundo foi dele.
Edwards - Parece às vezes algo apático e até fora das jogadas, mas é uma questão de estilo. Porque poucos tratam bem a bola como ele neste onze. Assistiu no segundo, aos 22'.
Trincão - Rende mais como interior esquerdo, onde evidencia todos os seus dotes técnicos. Bom trabalho aos 31' e 36'. Podia ter feito melhor aos 60', quando atirou ao lado.
Paulinho - Estará, em definitivo, recuperado como goleador? Se não é, parece. Desperdiçou aos 31, mas aos 45' meteu-a lá dentro. E podia ter bisado, aos 58', num remate à queima.
Jovane - Primeiro suplente utilizado, em estreia na Liga 2022/2023, rendeu Edwards aos 71'. Ainda distante da boa forma que chegámos a ver-lhe noutras épocas. Falta-lhe confiança.
Arthur - Substituiu Nuno Santos aos 71' já em fase de alguma contenção da nossa parte. Desta vez não protagonizou nenhum daqueles vistosos lances a que nos tem habituado.
Mateus Fernandes - Entrou muito bem, substituindo Pedro Gonçalves aos 79'. Tem bom toque de bola, visão estratégica, gosta de disputar a bola. Está no rumo certo.
Rodrigo - Rendeu Paulinho aos 79'. Cheirou o golo aos 89', quando atirou ao lado. Agora que renovou contrato será certamente utilizado bastante mais vezes.
Sotiris - Último a entrar: substituiu Trincão aos 85'. Continua a não saber utilizar da melhor maneira a força física. Podia ter visto novo cartão amarelo em lance dividido.
Porro e Nuno Santos: grande dupla em campo frente ao Paços de Ferreira
(Foto: Miguel A. Lopes / Lusa)
Gostei
Da nossa vitória categórica contra o Paços de Ferreira. Triunfo muito facilitado frente ao último classificado da Liga 2022/2023, que chega à 14.ª jornada apenas com 2 pontos - sem um só jogo ganho. Mas não temos culpa disso. Fizemos o nosso trabalho, com tanta eficácia que arrumámos o desafio logo no primeiro tempo, com 3-0 ao intervalo. A segunda parte foi muito mais pausada: deu para gerir o resultado sem a preocupação de ampliar a vantagem.
De Porro. Coincidência ou não, melhor em campo num momento em que tanto se fala dele como potencial candidato a trocar o campeonato português pela Premier League. O espanhol - escandalosamente ignorado pelo ex-seleccionador Luis Enrique na convocatória para o Mundial do Catar - deslumbrou os adeptos com uma exibição de excelência. A inaugurar o marcador, de cabeça, à ponta-de-lança, logo aos 3', na primeira oportunidade do desafio, e a assistir no terceiro, num cruzamento primoroso para Paulinho, aos 45'.
De Nuno Santos. Outra exibição superlativa, iniciada com o centro para Porro que funcionou como assistência no nosso golo inaugural. Foi ele a marcar o segundo, assistido por Edwards, aos 22', também à ponta-de-lança. Viria a distinguir-se ainda com óptimos cruzamentos para Pedro Gonçalves (48') e Paulinho (56').
Do regresso de Paulinho aos golos na Liga. Selou o resultado momentos antes do fim da primeira parte, marcando o seu segundo neste campeonato. Número escasso, mas se lhe juntarmos os desafios da Taça da Liga já leva sete golos marcados nos últimos seis jogos. É talvez o futebolista leonino a quem fez melhor a pausa na principal competição desportiva portuguesa forçada pelo Mundial.
De Mateus Fernandes. Entrou apenas aos 79', rendendo um fatigado Pedro Gonçalves, mas ainda a tempo de exibir bom toque de bola em dois lances à entrada da área, num deles isolando Rodrigo, aos 89'. Valor em ascensão numa equipa em que os jovens voltam a merecer oportunidades.
Da homenagem a Coates. O capitão leonino cumpriu o jogo 300 de Leão ao peito. Isto motivou uma cerimónia especial depois do jogo, ainda no relvado, com a participação de Frederico Varandas e dois históricos capitães do Sporting, Manuel Fernandes e Carlos Xavier. Merecida distinção ao uruguaio, hoje o mais veterano do plantel e que tão bem continua a trabalhar pela nossa equipa.
Da homenagem a Pelé. Pouco antes do apito inicial, soube-se que o melhor jogador de todos os tempos tinha falecido, aos 82 anos. O minuto de silêncio foi transformado numa sessão de aplausos em memória de Edson Arantes do Nascimento, o genial Rei do Futebol.
Do vibrante aplauso a Antunes. Ao ser substituído, no minuto 74, escutou uma sentida ovação dos 31 mil adeptos presentes em Alvalade à qual o próprio Rúben Amorim se associou. Saiu comovido, apontando para o coração. Não esquecemos que o bravo lateral hoje no Paços foi um dos nossos campeões na gloriosa temporada 2020/2021.
Da sétima vitória seguida. Se juntarmos os desafios do campeonato aos da Taça da Liga, este foi o nosso sétimo jogo vitorioso, permitindo-nos igualar provisoriamente o Braga no terceiro posto e ultrapassar o surpreendente Casa Pia. Boa maneira de terminarmos este ano civil de que iremos despedir-nos amanhã. Segue-se um embate no Funchal, frente ao Marítimo, já em 2023. Melhor ainda: esta foi a nossa quinta partida consecutiva sem sofrermos golos. Com 21 marcados e as nossas redes intactas.
Não gostei
Da expulsão de Dário. Num jogo em que o árbitro António Nobre utilizou o chamado "critério largo", talvez inspirado no Mundial de Futebol, o jovem médio leonino viu o cartão vermelho por uma entrada de sola absolutamente escusada, quando o nosso domínio era absoluto e vencíamos por margem confortável. Estavam decorridos 82': Dário saiu de campo em lágrimas, acarinhado pelo público. Aplausos merecidos, pois fez boa exibição - a melhor na equipa principal, sobretudo no primeiro tempo, vencendo vários duelos individuais com o veterano Gaitán, o mais destacado jogador do Paços.
Das ausências de Morita e Ugarte. O primeiro por estar ainda lesionado, na sequência do Mundial do Catar, o segundo por cumprir castigo. Dois médios titulares substituídos por Pedro Gonçalves e Dário sem prejuízo para a dinâmica global da equipa. Também ausentes, três lesionados de longa duração: Daniel Bragança, Neto e St. Juste.
Dos falhanços de Edwards e Pedro Gonçalves. Desta vez nenhum deles marcou - e não foi por falta de oportunidades. O inglês rematou a rasar o poste, bem servido por Matheus Reis (8') e Paulinho (38'). O transmontano, que interviera nos dois primeiros golos, podia também ter marcado: falhou por pouco num cabeceamento aos 48' e atirou por cima aos 72'. Com tantas oportunidades por concretizar, o nosso triunfo só pecou por escasso.
Foi mais ou menos como antecipei, felizmente o Sporting marcou cedo num bom golpe de cabeça de Porro de cima para baixo que traiu o guarda-redes adversário, e assim tudo se tornou mais fácil. O Paços de Ferreira tentou atacar e os contra-golpes do Sporting eram cada vez mais fulminantes. Assim se chegou ao final do primeiro tempo com 3-0 que reflectia muito bem a superioridade do Sporting. Se Edwards estivesse em dia sim a vantagem seria mais dilatada.
A segunda parte já foi diferente, a toada de jogo foi a mesma mas o cansaço notou-se e com isso falhou-se o último passe ou o remate, os lances prometedores davam coisa nenhuma, Pedro Gonçalves e Trincão destacaram-se nesse aspecto
Rúben Amorim foi tardando nas substituições e quem pagou por isso foi Essugo. Na primeira parte esteve excelente, sempre a ganhar posição e a impor o físico, na segunda parte foi decaindo e a pôr o pé antes de pôr o físico até ser expulso por falta evitável. Mas também o Pedro Gonçalves na segunda parte foi uma caricatura da primeira, Edwards idem idem, enfim, se calhar todos, uns mais, outros menos.
No final, com Essugo e as entradas depois de Sotiris, Mateus Fernandes e Rodrigo Ribeiro (este tinha mesmo de ser), o Sporting tinha posto em jogo quatro jovens de imenso potencial, três deles com idade de júnior. Nenhum desiludiu ou comprometeu. O lance que ditou a expulsão do Essugo é bem discutível, mas enfim. Mais uma prova do excelente trabalho de Rúben Amorim.
O segundo golo é um tratado de futebol colectivo. Dum livre contrário desenvolve-se uma jogada em que intervém meia-equipa e liquida o adversário. E acaba o ala esquerdo a marcar o golo como interior direito.
Sobre Pedro Gonçalves, parece que estamos a ganhar um bom médio e a perder um óptimo avançado. Hoje recuperou muitas bolas e falhou todos os remates...
Melhor em campo? Porro, um golo, uma assistência e 90 minutos sempre a procurar criar lances perigosos desde a banda direita. É mesmo o melhor defesa direito/ala direito do meu tempo de bancada em Alvalade. Antes, não sei dizer. Nuno Santos muito bem também, com Trincão daquele lado rende muito mais.
SL
E eu vou lá estar, doido da cabeça... desta vez a cores e ao vivo em Alvalade.
Depois do Sp.Braga para a Taça da Liga segue-se agora o Paços de Ferreira para a Liga. O pior que se pode fazer é pensar que se ganhámos por 6 agora vamos ganhar por 7 ou 8. Desta vez o empate serve o adversário, e toda a despesa do jogo vai correr à conta do Sporting.
Não jogando Ugarte e Morita, o desequilíbrio causado pelo recuo de Pedro Gonçalves vai notar-se, Essugo terá de refrear-se com medo dos amarelos, trocando o meter o pé pelo controlo do adversário pelo físico, e a coisa pode complicar-se se... não entrarmos com tudo e marcarmos cedo. Mas é preciso dizer que o Essugo está melhor de jogo para jogo, joga com critério e raramente falha um passe, experiência acumulada de jogos sucessivos por equipas de escalões diferentes, cada vez mais um exemplo de sucesso desta política de focagem no jogador.
De resto o trio atacante que destroçou o Sp.Braga nunca esteve tão bem esta temporada. Paulinho voltou à boa forma e a correr o tempo todo, Trincão é outro desde que mudou de lado e começou a jogar de "pé certo" e Edwards é... o "soneca". Um pequeno mágico com muitos coelhos na cartola. Fala-se no regresso de Sarabia, mas francamente se há posição onde estamos bem servidos é na de interior/extremo.
No restante onze é preciso destacar Porro, finalmente em boa forma física, além de tudo o resto tecnicamente perfeito a centrar, para mim claramente o melhor ala/lateral direito do Sporting de todo o meu tempo.
Quem acredito que vá ter minutos é Rodrigo Ribeiro, que renovou contrato. Tem sido essa a estratégia de Amorim para premiar os jovens e ao mesmo tempo lhes traçar objectivos a atingir face ao desempenho demonstrado. Este Rodrigo Ribeiro lembra por vezes o falecido Fernando Gomes, tem aproveitado muito bem a Liga 3 para evoluir na luta contra defesas possantes e experientes, mas que ninguém espere dele que esteja em condições de fazer agora o que Paulinho faz em campo. Vamos com calma.
O onze inicial deverá ser então o seguinte:
Adán; Inácio, Coates e Matheus Reis; Porro, Essugo, Pedro Gonçalves e Nuno Santos; Edwards, Paulinho e Trincão.
No banco deverão estar Israel, Esgaio, Arthur Gomes, Sotiris, Rochinha, Jovane e Rodrigo Ribeiro.
Muito ainda para conquistar esta época. Confiança total em Rúben Amorim, confiança total nesta equipa!
SL
ao local do crime.
Amanhã os batoteiros de Paços de Ferreira regressam ao Alvalade XXI, não sabemos se vêm de Mota, certamente, irão de carrinho.
Chegamos enfim à 14.ª jornada da Liga 2022/2023: parecia que a prova máxima do futebol em Portugal nunca mais recomeçava.
O jogo anterior, de que alguns já mal se lembram, foi o Famalicão-Sporting (1-2). Que nos permitiu subir ao quarto lugar da classificação - atrás de Benfica, FC Porto e Braga.
Amanhã, a partir das 21.15, vamos receber o Paços de Ferreira. Sempre com o pensamento na vitória: nem pode ser de outra forma.
Na época passada, vencemos esta equipa em Alvalade por 2-0. Com golos convertidos por Sarabia e Nuno Santos.
Desta vez como vai ser?
Um par de vencedores nesta mais recente ronda de prognósticos: Leão 79 e Madalena Dine. Além de preverem o desfecho do Sporting-Paços de Ferreira (2-0), também anteciparam o nome de um dos marcadores, Pablo Sarabia.
Houve um trio igualmente com pontaria: Cristina Torrão, João Gil e Leoa 6000 (as meninas estiveram em maioria desta vez, o que muito me satisfaz). Mas prevendo outros marcadores dos nossos golos, portanto sem acesso ao lugar cimeiro do pódio.
Gostei
Do triunfo em casa. Derrotámos o Paços de Ferreira por 2-0 num jogo quase de sentido único em que a equipa adversária não fez um só remate enquadrado. O resultado foi superior à exibição, mas o que importa são os três pontos: já somamos 70. Colocamos pressão sobre o FC Porto, que recebe hoje o Santa Clara.
De Sarabia. Tornou-se, neste desafio, o maior marcador leonino desta temporada 2021/2022. Apontou o nosso primeiro, aos 20', de grande penalidade: chamado a convertê-la, cumpriu o que lhe competia com categoria e sem sombra de hesitação. Nesta partida, fez sete dos 13 remates do Sporting - números que confirmam a sua influência no onze titular. Protagonista de um dos melhores lances individuais ao conduzir a bola dominada durante cerca de 40 metros, aos 70', culminando com um disparo à baliza que embateu na barra: esteve a centímetros de marcar o que seria um dos melhores golos deste campeonato.
De Ugarte. O nosso meio-campo funcionava a meio-gás, com um Palhinha longe da melhor forma física e Matheus Nunes sempre a abusar do individualismo, quando Amorim fez entrar aos 57' o jovem internacional uruguaio, que com um par de recuperações esticou o jogo leonino, tornando-o mais ofensivo e veloz. Grande remate aos 65'. Aos 72', assistiu para o segundo golo com um espectacular passe de 40 metros. Merece jogar de início.
De Nuno Santos. Dinâmico, acutilante, influente tanto na manobra defensiva como na condução do ataque pelo seu corredor. Bons cruzamentos aos 32' e aos 68'. Regressou aos golos, marcando o segundo com uma magnífica recepção orientada e um perfeito tempo de intervenção, tirando o guarda-redes do caminho. É já o quarto melhor marcador do Sporting.
De Edwards. Entrou bem quando Amorim lhe deu ordem para saltar do banco, aos 57'. Ele e Ugarte sacudiram o torpor que parecia ter-se apoderado da equipa desde o recomeço da partida. Grande passe de calcanhar para Matheus Nunes dentro da área aos 66'. No mesmo minuto, fez a bola embater duas vezes nos ferros. É um futebolista de inegável destreza técnica, acima da média.
De confirmar que temos um banco com qualidade. Neste aspecto estamos ainda melhor do que na época passada. Como ficou evidente com as entradas de Ugarte (57'), Edwards (57'), Slimani (75') e Daniel Bragança (84'). Qualidade a duplicar em quase todas as posições.
Da nossa defesa de betão. Outro jogo termina com as redes leoninas imaculadas. Em 28 jogos da Liga 2021/2022, este foi o 16.º em que não sofremos golos. Reforçamos a nossa posição como equipa mais intransponível. Elogio para o trio de centrais desta recepção ao Paços: Gonçalo Inácio, Coates e Matheus Reis. Além de Adán, claro.
De somarmos 22 vitórias em 28 jogos. Marca muito positiva. Reforçada com este quarto triunfo consecutivo no campeonato. E com o facto de marcarmos há 41 jogos seguidos em várias competições.
De termos dado um passo de gigante para garantir um lugar na Champions. O segundo lugar na Liga dificilmente nos fugirá: temos agora mais nove pontos do que o Benfica, derrotado em Braga (2-3) nesta jornada. Algo importantíssimo para assegurar os milhões da liga milionária. Deixando a larga distância uma equipa que tem quase o dobro do orçamento da nossa.
Não gostei
De termos estado 35' sem fazer um remate. A equipa afrouxou desde o golo de penálti, marcado cedo, e abrandou de tal maneira que acabou por conceder iniciativa de jogo e domínio de bola ao adversário. Os nossos jogadores pareciam adormecidos, sem vontade de procurar a baliza do Paços. Pedia-se mexida no onze - fez bem Amorim em fazer duas trocas antes de se esgotar a hora do jogo.
De Pedro Gonçalves. Apagadíssimo. Com falta de ritmo, falta de dinâmica, incapacidade de criar desequilíbrios. Voltou a ser titular mas não justificou a aposta: o melhor que fez foi um remate frontal, aos 33', fazendo a bola sobrevoar a baliza. Passou ao lado do jogo, dando lugar a Edwards.
De Porro. Outro jogador em défice exibicional. Evidencia má forma física desde a mais recente lesão muscular. Foi incapaz de fazer a diferença, sobretudo nas movimentações rápidas junto à linha a que habituou os adeptos.
Do 1-0 registado ao intervalo. Apenas uma oportunidade de golo nos 45 minutos iniciais - tirando o penálti convertido. Muito pouco.
Das quatro bolas aos ferros. Matheus Nunes atirou ao poste aos 66'. No mesmo minuto, Edwards viu o golo travado duas vezes pelo guarda-redes, que desviou em sequência para o poste e para a barra. Aos 70', foi a vez de Sarabia acertar em cheio na trave. Pontaria a mais, mas não no sítio certo.
Dos assobios. O jogo não estava a ser brilhante, o espectáculo era pobre, mas foi um sintoma de estupidez ouvir adeptos vaiarem os jogadores no minuto 53. Algo que já não acontecia há muito tempo e não fazia falta, surpreendendo até Rúben Amorim. Conclusão: entre os 28.788 presentes nas bancadas, havia pelo menos algumas centenas de imbecis. Quase tão mau como a debandada mal terminou o jogo: poucos foram os que ficaram para aplaudir a equipa.
O Jornal de Notícias, hoje, fala em rivais de má memória.
Rivais de má memória são os de Paços de Ferreira.
Os que nos saíram, em sorte, são pin-uts, com Fernando Santos ao leme ninguém nos mete medo.
Dizia eu num destes posts que "O Sporting Clube de Portugal entra amanhã em campo em Alvalade para tentar somar mais três pontos na corrida para a revalidação do título nacional. Por muito que o campo esteja inclinado, por muito que o Porto tenha os árbitros no bolso, por muito batoteiro que seja o Conceição, ainda há coisas que não consegue fazer, nem sequer vencer em casa um Gil Vicente que quase entrou em campo com 10 jogadores. E sendo assim..."
E se era assim, assim continua...
O pior momento da época parece ultrapassado, alguns dos jogadores mais influentes na época passada - como Pedro Gonçalves e Porro - parecem recuperados, Slimani e Edwards demonstraram ser verdadeiros reforços, houve tempo para descansar e treinar, pelo menos para a maior parte deles.
Vamos entrar na recta final do campeonato e na decisão da Taça de Portugal. A derrota do Benfica ontem em Braga abre-nos as portas para o acesso directo à Champions do próximo ano que para mim continua a ser o objectivo n.º 1 da época, aquele que distingue uma boa duma má, e que permite abordar da melhor forma o mercado de Verão. Só temos então de não desperdiçar a oportunidade e aproveitar. Irmos à procura de ainda algo melhor.
Com seis avançados de boa qualidade para três posições fica bem mais fácil a Amorim ajustar o onze inicial às características do adversário e corrigir conforme o decurso do jogo. Neste momento parece-me que vai voltar ao modelo de base, com Paulinho como pivot ofensivo e Pedro Gonçalves e Sarabia como interiores, entrando Slimani e Edwards na parte final do jogo.
Mais atrás se calhar volta também o modelo inicial desta temporada com Palhinha e Matheus Nunes, descansando Ugarte.
Assim prevejo que o Sporting apresente de início o seguinte onze:
Adán; Inácio, Coates e Matheus Reis; Porro, Palhinha, Matheus Nunes e Nuno Santos; Sarabia, Paulinho e Pedro Gonçalves.
Concluindo,
Amanhã o Sporting entra em Alvalade para conquistar mais 3 pontos perante o Paços de Ferreira.
Considerando o sistema táctico de Rúben Amorim, qual seria o vosso onze?
#JogoAJogo
SL
Regressa o futebol à escala nacional após a pausa dos mundiais que mobilizou em três continentes Matheus Nunes (um golo contra a Turquia), o argelino Slimani (um golo contra os Camarões e lesão no jogo seguinte) e os uruguaios Coates e Ugarte (vencedores no Chile, com a selecção do seu país já qualificada para o Catar).
Recebemos o Paços de Ferreira neste domingo, a partir das 20.30. Quais são os vossos prognósticos?
Houve nada menos de oito vencedores na anterior ronda de prognósticos, entre leitores e autores do blogue. Todos a vaticinarem não apenas o desfecho (vitória do Sporting por 2-0 em Paços de Ferreira) mas também o marcador de um dos golos, Pedro Gonçalves (o outro foi Gonçalo Inácio).
Aqui fica o quadro de honra, por ordem alfabética: AHR, Edmundo Gonçalves, Leoa 6000, Luís Barros, Luís Lisboa, Madalena Dine, Ricardo Roque e Verde Protector.
Registo ainda dois outros leitores que acertaram no resultado sem acertarem em nenhum dos artilheiros: João Luís e Leão do Fundão.
Palpites ainda mais certeiros haveria se tanta gente não teimasse em mencionar Paulinho como provável marcador dos nossos golos...
Começando pelo mais importante, regressámos de Paços de Ferreira com mais uma vitória, a sexta depois da última paragem das competições devido aos compromissos das selecções. Foram Belenenses (F), Besiktas(F), Moreirense (C), V.Guimarães(C), Besiktas(C) e agora o Paços de Ferreira. Um período intenso, onde todos os jogadores do plantel tiveram as suas oportunidades, o que só veio reforçar a extraordinária saúde do grupo e o seu total compromisso com os objectivos do clube. Foi também um período de acerto de contas com prémios e renovações de contratos, ninguém a fazer contas de sumir, todos a querer ficar, sem jogadores amuados nem empresários a mandar recados pela comunicação social.
Depois há que dizer que esta deslocação tinha tudo menos de fácil. Um campo de dimensões reduzidas, um relvado que faz do de Alvalade um pano de bilhar, uma equipa raçuda e muito bem orientada para contrariar os pontos fortes do Sporting e explorar os fracos, com um Antunes a querer demonstrar tudo aquilo que não conseguiu atingir no Sporting na época passada.
O Sporting entrou com tudo, a encostar às cordas a equipa contrária, com um flanco esquerdo Matheus Reis - Nuno Santos - Sarabia em grande estilo, a criar situações de perigo sucessivas bem contrariadas por um Paços bem fechado junto lá atrás. Faltou nessa altura a dimensão aérea ao jogo do Sporting, a concentração de jogadores limitava muito as possibilidades de centros rasteiros com sucesso. Ou seja, faltou um... Coates lá na frente. Tendo conseguido ultrapassar essa fase sem sofrer golos, o Paços foi-se libertando a pouco e pouco e criando uma ou outra situação complicada. Chegámos ao intervalo com a sensação de que já tinhamos gasto quase toda a munição sem resultados, e que as coisas se poderiam tornar bem complicadas.
Mas o Sporting reentrou em campo para resolver depressa a questão. De mais um canto veio a assistência de Coates para o desvio com muita classe do Benkenácio (ainda vai aparecer por aqui alguém que vai dizer que Coates queria rematar à baliza e falhou...), o Paços teve de abrir e ir à procura do empate, e o Sporting foi ficando cada vez mais confortável no jogo.
O segundo golo foi uma daquelas jogadas "à Sporting" que dá gosto ver. Tabata lança Esgaio, este levanta a cabeça (o que nem sempre acontece) e centra atrasado, Paulinho deixa passar, Pedro Gonçalves passa para dentro da baliza, mais um golo aconteceu na sequência dum canto mas foi bem anulado, e quer Paulinho quer Bragança falharam a sua oportunidade de golo de forma que mereceriam umas horas de trabalhos forçados. Como se fazia na antiga primária, com grandes resultados para o ensino da tabuada.
Melhor em campo? Não consigo escolher entre Matheus Reis, Nuno Santos, Ricardo Esgaio, todos eles integrantes duma segunda linha do plantel, todos eles foram magníficos, todos eles disseram presente, como também o disse Tabata. E ninguém destoou pela negativa.
Uma equipa sólida, competente, extremamente bem orientada, na luta pelo bi-campeonato. E pelo resto...
#OndeVaiUmVãoTodos
SL
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