«Não gostei da arbitragem de Benquerença [no V. Setúbal-Sporting] e estranho o silêncio por parte da estrutura do Sporting. Ainda nos calha na final de Taça de Portugal e não é a primeira ou a segunda vez que é infeliz com o SCP.»
Consultando apenas a estatística, dir-se-ia que se tratou de uma batalha campal. Nada disso. Foi apenas mais uma tentativa do árbitro Olegário exibir a sua aversão ao futebol como melhor espectáculo do mundo, roubando protagonismo aos jogadores. E só não conseguiu estragar de vez o jogo devido ao profissionalismo das duas equipas.
Dizem-me que está no fim da carreira: só acredito quando vir. Já irá tarde.
Foi talvez o cartão vermelho mais injusto desta temporada. Foi, pelo menos, o que recebeu mais críticas dos especialistas em arbitragem. Refiro-me àquele que, por acumulação de amarelos, o ainda árbitro Benquerença exibiu aos 64' para mostrar o caminho do duche ao nosso defesa Ewerton.
Não há uma só voz na imprensa de hoje que justifique o sucedido. Pelo contrário, Benquerença é arrasado em vários tons.
Fica o registo. Para mais tarde recordar:
Bernardo Ribeiro (Record): «Expulsão ridícula: Ewerton vê o segundo amarelo por pretensa falta sobre Suk, num lance em que o coreano se projecta. Má leitura de Olegário.»
Hugo Forte (A Bola): «Há falta de Ewerton sobre Suk, mas é claramente exagerada a decisão de Olegário Benquerença de mostrar o segundo cartão amarelo ao brasileiro.»
José Leirós (O Jogo): «Ewerton colocou o corpo e o braço, mas não agarrou nem puxou, apenas empurrou, derrubando o adversário. Falta bem assinalada, mas o amarelo não se justificava, muito menos sendo uma punição máxima de expulsão.»
Pedro Henriques (O Jogo): «Suk não tinha a bola dominada, estava de costas para a baliza e havia vários defensores por perto, razão pela qual apenas se justificava o livre directo, sem acção disciplinar.»
Jorge Coroado (O Jogo): «Suk, sendo asiático, já se latinizou demasiado. Antes, havia molhado a sopa no 'sururu' de Frederico Venâncio com Ewerton; aqui simulou e cavou bem a falta que levou à expulsão do sportinguista.»
Há duas alimárias que terminam esta época a actividade do apito, por limite de idade (Pedro Proença também está neste lote - do limite de idade, que não no das alimárias, apesar de tudo - mas já "abdicou"), adivinhem quem:
Olegário Benquerença.
Paulo Baptista.
Aceitam-se apostas sobre qual deles nos vai tentar roubar no dia 31 de Maio, no Jamor.
De vencer em Setúbal. Algo que já não nos acontecia desde Dezembro de 2010 - ainda por cima triunfámos sem quatro titulares a actuar de início. Nas últimas três épocas tínhamos perdido duas vezes e empatado outra no Bonfim.
Das surpresas de Marco Silva no onze titular. Além de Carlos Mané, no lugar do castigado Nani, jogaram de início Rosell em vez de William Carvalho e Tanaka alinhando na frente do ataque, onde tem actuado Slimani. Apostas ganhas: basta mencionar que os nossos dois golos foram (muito bem) marcados por Carlos Mané e Tanaka.
De Adrien. O melhor em campo num jogo que não foi brilhante. Deu grande dinâmica ofensiva à nossa equipa, assumindo-se como protagonista na ligação entre a defesa e o ataque. Foi dele o soberbo passe de 40 metros que esteve na origem do segundo golo leonino. Mereceram aplauso diversos outros passes em profundidade, lançando Tanaka (68'), Jefferson (86') e Carrillo (90'), por exemplo.
De Miguel Lopes. Evidenciou-se novamente em dimensões importantes das tarefas que lhe são confiadas enquanto lateral direito: velocidade, capacidade de drible e qualidade de passe. Foi dele a assistência para o primeiro golo, marcado aos 38'. Baixou de rendimento na segunda parte, devido a aparentes problemas de ordem muscular, mas voltou a justificar a titularidade.
De Tanaka. Autor de um golo de excelente execução técnica, aos 44', o japonês provou que continua a merecer confiança do treinador, ultrapassando Montero como segunda opção na posição de ponta-de-lança. E reforçou a posição, no plantel principal, como jogador com melhor relação entre minutos de jogo e golos marcados.
De duas excelentes oportunidades, uma em cada metade do jogo, só travadas por grandes defesas de Raeder, o guardião sadino. Uma de cabeça, por Paulo Oliveira, após canto muito bem marcado por Jefferson (29'). Outra, um tiro disparado a meia-distância por Carrillo (72'). Ambos mereciam ver estas oportunidades concretizadas em golos.
De confirmar que não estamos dependentes de Nani. Jogámos sem ele em 15 dos 46 jogos disputados nesta temporada, perdendo apenas dois. Hoje, novamente sem Nani, o resultado voltou a ser positivo.
De manter os sete pontos de distância em relação ao Braga. Depois desta 28ª jornada, consolidámos a nossa terceira posição na tabela classificativa.
Não gostei
Do início da segunda parte. Perdemos a bola em zona proibida e permitimos à equipa sadina reduzir o resultado, que nos era favorável (2-0) ao intervalo.
De termos superioridade numérica só durante dois minutos. À expulsão de Frederico Venâncio, por acumulação de amarelos, seguiu-se logo a de Ewerton, aos 64', também devido a um segundo amarelo - decisão sem pés nem cabeça de Olegário Benquerença num desafio que foi globalmente correcto em termos disciplinares. Pseudo-justiça salomónica deste árbitro fiel à sua fama de esbanjador de cartões e pseudo-vedeta dos relvados.
Dos sete cartões amarelos exibidos pelo senhor Benquerença a jogadores do Sporting. Tanaka, 29'; Jefferson, 31'; Ewerton, 62'; Ewerton, 65'; Miguel Lopes, 74'; Carrillo, 82'; Rui Patrício, 90'+2. Este árbitro vai reformar-se em breve, dizem. Já vai tarde.
{ Blogue fundado em 2012. }
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