Era inevitável: palavra puxa palavra, disparate puxa disparate, e eis instalado o folhetim. Na véspera do jogo de apresentação da equipa em Alvalade, quando faltam duas semanas para começar o campeonato.
Eis uma das modalidades mais praticadas no Sporting: o tiro no pé.
E se no futebol português há uma pessoa que sabe muito bem o que esta frase quer dizer, é precisamente Octávio Machado.
Confesso que nunca vi grande vantagem na sua contratação (o mesmo serve para outra qualquer pessoa com as mesmas tarefas, não tem nada de pessoal), mas admito que o seu trabalho fosse mais de bastidores, logo longe dos holofotes e do escrutínio de quem está deste lado.
O futebol vive de resultados e normalmente quebra pelo elo mais fraco. Octávio, que de parvo nada tem, percebeu há muito que era ele o elo mais fraco.
Saiu, como era expectável por muitos há algum tempo.
Sabendo do futebol o que sabe, esperava-se que se mantivesse calado, ainda que hipoteticamente cheio de razão.
Foi (é) mais forte do que ele e, qual escorpião, teve que abrir a boca. Está-lhe na natureza.
Sempre gostei de pessoas frontais, sem medo de que o seu léxico possa ofender algumas das "lusas virgens e beatas futeboleiras". E Octávio Machado é por si só um bom exemplo de alguém que prefere quebrar que torcer.
Desta vez não foi nenhum "vitoriano" a expulsá-lo dos bancos de suplentes, Mas sim um mero acidente do foro médico. Porque não somos só para os bons momentos, eis-me aqui para lhe endereçar o meu imenso abraço de solidariedade e que recupere e regresse ao convívio de todos nós, o mais breve possível.
Como já escrevi no feicebuque, repito: "Um palmelão de boa cepa não se deita abaixo de qualquer maneira. As melhoras!"
O mundo sabe que estes não são tempos nada fáceis para o Sporting. O sistema atira-se com todo o peso para cima de nós.
A arbitragem de Cosme Machado, ontem, foi apenas um pouco mais longe que outras a que temos assistido. Cosme Machado, não teve nenhuma vergonha nem qualquer problema na tentativa de contribuir para que o Sporting perdesse pontos. Cosme foi o MVP da Académica. Um jogo que terminaria normalmente em 4 ou 5-1 foi ganho à custa de muito esforço, dedicação e devoção da nossa equipa.
Cosme apitou desta forma porque está careca de saber que são este tipo de procedimentos que farão bem à sua carreira. Os observadores lá estarão, para lhe concederem uma benigna avaliação pela performance. O homem da arbitragem continuará a nomeá-lo para jogos decisivos. Ontem Cosme passou no teste, e só não terá nota máxima porque, apesar de tanto esforço, falhou o seu grande objectivo.
Ao mesmo tempo que se tentam surripiar pontos dentro de campo, pressiona-se o clube fora de linhas. Disparam em todas as direções. À ameaça de suspensão de Slimani, às incessantes expulsões de dirigentes e técnicos e ao condicionamento da arbitragem através de nomeações e classificações, juntam-se as patéticas ameaças do Benfica de processos por tudo e por nada.
É com isto que vamos ter que contar até ao fim do campeonato. Ninguém melhor que Jesus pode entender a desigualdade entre ter todo o peso do sistema do seu lado ou contra ele. A diferença do ano passado nunca estava no campo. Esteve sempre no colinho. E esse continua bem confortável e a tentar replicar os sucessos que obteve noutras épocas.
Infelizmente, a direção do Sporting ainda não encontrou o tom certo para lidar com estes casos. Enviar Octávio Machado para dar a cara é um tremendo erro.
Estão todos a precisar de umas sessões de Media Training.
Não haja dúvidas, uma equipa constituída por Jorge Jesus, Octávio Machado e Manuel Fernandes é uma equipa que conhece as manhas todas do futebol português. Quem sabe não é disso mesmo que o Sporting precisa.
Estava eu ali de volta do pessegueiro quando percebi que a árvore tem, não dois, mas três enxertos de espécie diferentes. Nossa Senhora do Caravaggio! Três espécies diferentes, mas que nem dava para perceber ao longe. O facto de serem todos pêssegos é provável que ajude ao sucesso desta experiência hibrida: apesar dos pêssegos rosados me parecerem algo azedos. Eu disse azedos? Não. Eu queria dizer azedíssimos. São mesmo azedos, a sério. Mas têm uma certa personalidade e lá estão na árvore daquele lado do muro. Quero dizer, lá estavam, porque vieram todos aqui para este cestinho onde tenho as patinhas a descansar e a pensar em Jorge Jesus, Bruno de Carvalho, Manuel Fernandes e Octávio Machado. É verdade. Eu não sei o que vai sair daqui. Podemos ganhar tudo, podemos perder tudo ou, na pior das hipóteses, um dos enxertos pode azedar. Nesse caso, olha, que se foda. Azedam uns, ficam os outros. Eu quero mesmo é ganhar. Assim de repente, apetece-me festejar um título. Por mim, podem até levar a Anita ou uma rena do Pai Natal para a equipa técnica. Já vi enxertos piores, a sério. Está a querer parecer-me que esta tarde vendi a alma para ficar com meia dúzia de pêssegos.
O regresso de Manuel Fernandes como reconhecimento ao seu sportinguismo, independentemente de outras interpretações que também serão válidas.
O regresso de Octávio Machado para terminar, agora noutra função, aquilo que deixou a meio na anterior passagem pelo Sporting.
Parece-me um belo tridente: BdC, MF e OM, com uma vantagem acrescida, livrar o presidente das balas; Há outras lutas para travar onde ele é mais útil.
Também me parecem bem os "uniformes", mas como sabem eu sigo a máxima de BdC, conquistem lá o caneco, que a cor da roupa pouco importa!
Falta o patrocínio, aguardemos, mas se não fosse o encaixe financeiro, aquela camisola listada ficava linda assim!
Confio que virá algum reforço, até porque não sabemos quem fica, mas estou em crer que só após Jesus os observar bem, se avançará para a contratação de alguém que já estará devidamente referenciado.
Gostei das palavras de Jesus na apresentação. Vi que vieram de dentro, o que me deixa imensamente tranquilo!
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