Está decidido: os sócios do Sporting irão a votos a 5 de Março para elegerem os próximos órgãos sociais.
Para a presidência, o mais bem posicionado é claramente Frederico Varandas, eleito em 8 de Setembro de 2018 para o primeiro mandato como presidente do nosso clube. Deverá defrontar pelo menos dois adversários: Nuno Sousa e Ricardo Oliveira. Um médico contra dois gestores. Madeira Rodrigues, desta vez, ainda não emitiu sinal.
Pergunto aos leitores: já pensaram em quem votarão neste escrutínio? Varandas merece a reeleição? Será tempo de mudar? Em equipa que ganha deve mexer-se?
E Janeiro está no fim, com o Sporting na liderança da Liga e com uma Taça conquistada.
E vem aí um Fevereiro que vai ser decisivo. Vamos ter Benfica (C), Marítimo (F), Gil Vicente (F), Paços de Ferreira (C), Portimonense (C) e Porto (F). No final do próximo mês, com quase 2/3 dos jogos efectuados, vamos realmente perceber até onde podemos chegar esta época.
O Sporting está bem e recomenda-se. Desde logo porque todos os reforços do início de época já ultrapassaram o necessário período de adaptação, recuperaram de situações anteriores, e mesmo do Covid, e estão em bom momento de forma. Pedro Gonçalves, Adán e Porro já mereceram distinções, Palhinha, João Mário, Feddal, Nuno Santos, Tabata e Antunes estão aí para o que for preciso.
Do lado dos mais jovens a moral é tremenda, o atrevimento também. Nuno Mendes, Inácio, Tiago Tomás, Matheus Nunes, Jovane e Plata estão a conseguir fazer coisas muito para além do que seria antecipável, e Max, Quaresma e Daniel Bragança também têm estado bem.
Os restantes, "El patrón" Coates, o seu fiel escudeiro Neto e Sporar com as virtudes e defeitos de cada um, fecham um plantel competitivo, onde impera um grande espírito de equipa e um enorme respeito pelos valores do nosso Sporting.
Muito disto é resultado do trabalho e da liderança de Rúben Amorim. O modelo de jogo, único no futebol português, foi assimilado por todos e maximizou as capacidades de alguns, e constitui uma mais-valia dentro do campo. Claro que num jogo ou outro, o adversário procurará adaptar-se alterando o seu modelo habitual, mas é como diz Amorim, nesse caso quem mais treina a mesma coisa estará sempre em vantagem.
Nota-se a equipa mais consistente e a falhar menos nas acções individuais, defensivas e atacantes. Claro que num ou outro jogo, por exemplo contra o Rio Ave, a equipa perde o ritmo, a caixa de velocidades engasga-se, e torna-se estéril a atacar e aflita a defender.
Nota-se também que Amorim está a introduzir aos poucos coisas novas, coisas de equipa grande. Nas bolas paradas, lançamentos longos com a mão para a área e cantos bem batidos; no restante, cruzamentos perigosos em diagonal, cruzamentos atrasados da linha de fundo, passes a rasgar desde a defesa.
Continua a faltar a dimensão aérea atacante, quase não me recordo de um lance com Nuno Mendes ou Porro a centrar para a cabeça de alguém e golo. Ora é um verdadeiro desperdício ter estes dois e mesmo um Plata ou Antunes nas alas, todos eles sabem centrar tenso e colocado desde longe, e não ter um ponta de lança exímio no jogo aéreo.
Vamos ver se o problema se resolve até ao fecho do mercado.
#OndeVaiUmVãoTodos
PS: Não queria deixar de dar os parabéns a personalidades... Sportinguistas como Nuno Sousa, Carlos Vieira, Augusto Inácio ou Bruno de Carvalho, pelos seus comentários e mensagens vibrantes nas redes sociais na sequência de mais uma Taça conquistada, ou seja, mais uma jornada de glória para o Sporting Clube de Portugal.
Como a natureza tem horror ao vazio e dado o silêncio ensurdecedor dos dois candidatos derrotados mais votados, tem sido a seita do ex-presidente e as duas claques desmamadas à força, cada uma a seu jeito e muito unidas nas últimas AGs, a ajavardar o ambiente e a tornar impossível toda e qualquer discussão séria sobre os temas apresentados, a assumirem as despesas da oposição. Trata-se duma "santa aliança" bem estranha, se pensamos que foi a Juveleo que para todos os efeitos destruiu a presidência de Bruno de Carvalho, mas as coisas são como são e haverá certamente razões para o efeito.
Esta ressabiada oposição recebeu por alturas de Março um grande "murro no estômago", por um lado com a pandemia e por outro com a substituição de Silas por Amorim e a aposta nos jovens. Subitamente desapareceram os principais argumentos para destituir Varandas e os principais palcos de contestação. Para benefício da equipa de futebol, que finalmente pode jogar em paz e sossego, com os resultados que conhecemos.
De todos os potenciais candidatos a liderarem uma oposição capaz e credível ao actual presidente e poderem vir a ser eles mesmo presidentes numa futura eleição, vem agora Nuno Sousa, sócio desde tenra idade e quadro superior na EDP, chegar-se à frente.
Dum lider da oposição espera-se uma crítica clara e construtiva ao poder existente, dizer do que discorda e que faria de diferente. Especialmente quando o Sporting se depara com várias questões complicadas e fracturantes, nos estatutos, na governação, no plano financeiro, no relacionamento com os GOAs, no nível do ecletismo, no investimento necessário para chegar aos títulos, enfim, tanta coisa. Neste blogue temos por demais debatido e tornado públicas as nossas divergências sobre estes temas, destacando-se os textos bem assertivos e fundamentados do Pedro Azevedo, que tem uma visão muito própria sobre o futuro do clube.
Pois Nuno Sousa apresentou-se com uma mão cheia de nada e a outra de coisa nenhuma. Tudo muito verdinho e não apenas na cor, um conjunto de lugares comuns com que qualquer um está de acordo, tudo embrulhado numa pseudo-táctica de 5-3-3 (!!!) em que o ponta de lança é o ecletismo e o futebol (reduzido à aposta na academia e formação) alinha a ponta direita.
Se calhar é bem mais fácil arregimentar apoios nas tascas deste mundo especializadas no "bota-abaixo" do Varandas, do que saber construir e partilhar uma visão alternativa para o futuro do Sporting, e apresentar ideias fortes que poderiam agradar a uns e a desagradar a outros, mas convenhamos que assim não é nada. Bola, como diria o JJ.
Dizem que pelo menos não é mais um "croquete". Pois não, parece mais um "queque"... com "meia de leite". Nesse aspecto, nada tem que ver com João Rocha, Roquette, Dias da Cunha ou Ricciardi: é mais um da linha de Bruno de Carvalho e Frederico Varandas, um produto do Bairro Azul ou dalgum bairro semelhante, quotas e cursos pagos pelos papás, bancada da juveleo, muita arrogância e pouco conhecimento da vida.
Temos então um candidato da bancada... da central ou da curva sul? Parece mais um candidato do... Nada.