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És a nossa Fé!

Soma e segue

Diziam que está "velho". Alguns, os mais imbecis, zurram isto desde o final da década passada.

Aos 39 anos, Cristiano Ronaldo continua a calar estes idiotas. Acaba de marcar mais um golo decisivo, outro golo que deu o triunfo à selecção nacional. Desta vez contra a da Escócia.

Aconteceu aos 88', repetindo-se o que sucedera na partida anterior, frente à da Croácia: cruzamento perfeito do nosso Nuno Mendes e o melhor do mundo a enfiá-la no sítio certo. Pouco antes, aos 82', já havia enviado duas vezes a bola aos ferros. E aos 77', num precioso toque de calcanhar, ofereceu de bandeja um golo que o rapaz Félix desperdiçou, bem ao seu estilo.

Para tingir ainda mais de verde a noite da Luz, o primeiro golo (54') resultou de um grande disparo de Bruno Fernandes. Que hoje celebra o 30.° aniversário. Foi ele a oferecer a prenda...

Seguimos invictos na campanha da Liga das Nações. Com CR7 igual a si próprio: soma e segue. São já 901 golos, 132 pela selecção. 

Mais uma noite de pesadelo para a falange anti-Ronaldo: devem tomar doses reforçadas de pastilhas contra a azia. É a vida.

A produção de Alcochete

Os jogadores formados ou que passaram em Alcochete pelas camadas jovens e que chegaram a internacionais A por alguma selecção, do ano de nascimento do Cristiano Ronaldo ou posterior, são os seguintes (o ano indicado é de quando fizeram 18 anos):

2003

  • Cristiano Ronaldo

2004

  • João Moutinho
  • Nani
  • Miguel Veloso

2005

2006

  • Rui Patrício
  • Daniel Carriço 

2007

  • Adrien Silva

2008

2009

  • Cédric Soares

2010

  • William Carvalho

2011

  • João Mário

2012

  • Bruma
  • Eric Dier (Inglaterra)
  • Rúben Semedo

2013

  • Gelson Martins
  • João Palhinha

2014

2015

2016

  • Rafael Leão
  • Demiral (Turquia)

2017

2018

2019

  • Gonçalo Inácio
  • Geny Catamo (Moçambique)

2020

  • Nuno Mendes

2021

2022

2023

2024

 

Não sei se falta alguém nesta lista. Se faltar agradeço que me informem para corrigir.

Fica claro que não chega ganhar títulos nas camadas jovens para produzir bons jogadores. Importa acompanhar os melhores de forma a conduzi-los ao sucesso, e os outros, para que gerem retorno económico para sustentar a academia. É o tal modelo centrado no jogador que alguns não percebem nem querem perceber.

Mas para esse modelo ter sucesso tem de haver... melhores. Isto remete-nos para o recrutamento. Que capacidade estamos a ter de convencer os melhores "putos" e respectivas famílias a optar pelo Sporting, em vez do Benfica na zona sul, ou em vez de Porto ou Braga na zona norte? E que "putos" queremos, se grandes se pequenos, se educados se para educar, se nascidos em Portugal se das ex-colónias, se fidelizados nos valores do clube se nas mãos de empresários ou familiares ávidos de dinheiro, etc... Enfim muita coisa.

O facto é que Alcochete não conseguiu ainda produzir mais nenhum internacional A depois do Nuno Mendes, para mim o melhor jogador português do Euro. No entanto, no plantel actual temos um ou outro que podem lá chegar.

SL

Ecos do Europeu (21)

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Como jogaram há três dias os jogadores portugueses contra a selecção da França na nossa derrota por penáltis de desempate em Hamburgo, em desafio dos quartos-de-final do Campeonato da Europa:

 

Diogo Costa. Seguro. Esteve sempre bem entre os postes, defendendo remates de Mbappé (22', 50', 90'+3). Infelizmente desta vez não neutralizou nenhum dos penáltis finais.

Cancelo. Discreto. Tinha ordens rigorosas do treinador para subir pouco no seu corredor, cortando a marcha a Mbappé. Missão cumprida.

Rúben Dias. Sólido. Deu pouco nas vistas, o que é bom sinal. Mas aos 66' protagonizou um corte precisoso e decisivo, abortando um ataque rápido dos franceses.

Pepe. Incansável. Exibição portentosa como comandante da nossa defesa. Ninguém diria que tem 41 anos ao vê-lo correr 50 metros aos 91' para bloquear Thuram. Digno de aplauso.

Nuno Mendes. Desequilibrador. Dínamo dominando a nossa ala esquerda, mais como extremo do que como lateral. Mesmo extenuado, ainda marcou penálti no fim. Melhor em campo.

Palhinha. Influente. É hoje um dos melhores médios defensivos da Europa. Atento e competente a distribuir jogo, com variações de flancos. Muito útil nas recuperações.

Vitinha. Pendular. A maioria dos passes verticais da nossa equipa saiu dos pés dele. Teve uma actuação em crescendo no jogo. Ninguém consegue roubar-lhe a bola.

Bruno Fernandes. Irregular. Teve um dos desempenhos mais discretos da equipa nacional neste Europeu. Nem nas bolas paradas fez a diferença. Bateu mal vários cantos e um livre.

Bernardo Silva. Apático. Mais de uma hora encostado à linha, sem tentar desequilíbrios, sem iniciativa. Melhorou com a saída de Bruno, ao assumir o jogo interior. Marcou penálti no fim.

Rafael Leão. Veloz. Autorizado a concentrar-se apenas em tarefas atacantes, ganhou quase todos os duelos a Koundé. Foi driblando e cruzando, mas quase sempre para ninguém. 

Cristiano Ronaldo. Perdulário. Tentou marcar de calcanhar (63'). De cara para a baliza, atirou para a bancada (93'). Nem parecia ele. Pelo menos converteu primeiro penálti da ronda final.

Francisco Conceição. Inconformado. Mexeu com o jogo quando entrou, aos 74', rendendo Bruno Fernandes. Atacou a linha de fundo para servir Ronaldo (93') e ofereceu golo a João Félix (108').

Nelson Semedo. Dinâmico. Substituiu Cancelo aos 74', sem afectar o rendimento da equipa. Desarme irrepreensível a Mbappé (92'). Assegurou a cobertura defensiva à direita.

Rúben Neves. Apagado. Entrou aos 90'+2 substituindo Palhinha, já amarelado: o treinador quis assim prevenir outro cartão. Foi sempre muito menos influente do que o colega.

João Félix. Nulo. Rendeu Leão (106'). Entrou para os penáltis finais. Desperdiçou golo ao cabecear à malha exterior (108'). No fim, mandou a bola ao poste, atirando Portugal para fora do Euro.

Matheus Nunes. Invisível. Rendeu Vitinha aos 119'. Ninguém percebeu o motivo desta entrada tão a destempo: seria para marcar um penálti no fim? Acabou por nem tocar na bola.

Ecos do Europeu (20)

Caímos de pé frente à vice-campeã mundial

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Foi um jogo muito dividido, este dos quartos-de-final do Europeu entre Portugal e França - vice-campeã mundial - ontem disputado em Hamburgo.

O nosso melhor jogo do Euro 2024.

Tivemos mais "posse de bola" (63%), mais remates, mais cantos, mais oportunidades de golo. Mas não bastou para seguirmos em frente, rumo à meia-final do Euro 2024.

Caímos de pé nas grandes penalidades finais - como nos tinha acontecido frente à Espanha na meia-final do Campeonato do Mundo de 2012. Não caímos como a Alemanha, derrotada horas antes pela selecção espanhola. Eliminada em sua própria casa por um adversário claramente superior.

Saímos de cena num desafio com grandes exibições de Nuno Mendes (melhor em campo), Vitinha, Palhinha, Pepe, Diogo Costa, Rafael Leão, Rúben Dias. 

Bastou no entanto um caso de incompetência na marcação de penáltis para nos pôr fora do Europeu. E desta vez, infelizmente, Diogo Costa não defendeu nenhum.

Não caímos porque a França tivesse sido superior ou tivesse mais solidez colectiva. Longe disso.

Ficamos nos quartos-de-final por erro manifesto de um jogador português. Que estava fresco, repousado, tinha entrado dez minutos antes.

Os franceses irão disputar a meia-final com os espanhóis, na próxima terça-feira, sem um golo marcado por mérito próprio. Beneficiaram de dois autogolos adversários e de um penálti mais que duvidoso.

Em cinco jogos, só isto. É pouco, quase nada.

 

Portugal, 0 - França, 0 (3-5 nos penáltis)

Ecos do Europeu (10)

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Como jogaram anteontem os jogadores portugueses contra a selecção turca na nossa vitória em Dortmund por 3-0:

Diogo Costa. Invicto. Aparatosa defesa aos 31', anulando possível golo de Arturkoglu. Seguro entre os postes, sem deslizes.

Cancelo. Oscilante. Pareceu sempre algo desconcentrado. De um passe errado seu nasceu o segundo golo, caricato autogolo turco (28').

Rúben Dias. Tranquilo. Exibição pendular, fechando os caminhos para a baliza. Impôs-se com autoridade nos duelos aéreos.

Pepe. Maduro. Ao vê-lo, ninguém diria que é o mais velho jogador do Euro-2024. Atento às dobras, seguro nas marcações. Sem falhas.

Nuno Mendes. Batalhador. Exibição de classe: melhor em campo neste regresso à ala. Exímio no passe e nas recuperações. Assiste no primeiro.

Palhinha. Sólido. Voltou ao onze em boa hora. Dominou corredor central no primeiro tempo, anulando jogo interior turco.

Vitinha. Influente. Grande parte do nosso jogo ofensivo passou por ele. Insuperável na organização do meio-campo.

Bruno Fernandes. Irrequieto. Pareceu nervoso, até nas bolas paradas. Mas mereceu o golo aos 56' - em estreia nas fases finais de Europeus.

Bernardo Silva. Virtuoso. Calou os críticos ao marcar um belo golo, aos 21' - o seu primeiro num Europeu. Dois grandes centros para Ronaldo (36' e 66').

Rafael Leão. Errático. Envolvido no primeiro golo, viu depois novo amarelo por simulação. E defender não é com ele: abre avenidas aos adversários.

Cristiano Ronaldo. Generoso. Quase marcou logo aos 2'. Nada egoísta, serviu Bruno no golo 3. Soma já oito assistências em fases finais de Europeus.

Rúben Neves. Atento. Rendeu o amarelado Palhinha na segunda parte. Momento alto: pré-assistência no terceiro golo, passe longo para CR7.

Pedro Neto. Inconsequente. Substituiu Leão no segundo tempo. Desta vez sem fazer a diferença: falhou no último passe.

Nelson Semedo. Discreto. Entrou aos 69' para o lugar de Cancelo, sem dar nas vistas mas também sem cometer erros.

António Silva. Estreante. Teve discreto baptismo no Campeonato da Europa ao substituir Pepe (83'). Quando os turcos já não atacavam.

João Neves. Dinâmico. Em estreia no Europeu, substituiu Vitinha (88'). Ainda a tempo de recuperar duas bolas no meio-campo turco.

Ecos do Europeu (9)

Vencer e convencer, silenciando adeptos turcos

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Queriam uma exibição categórica da selecção nacional neste Campeonato da Europa? Pois tiveram-na. Queriam uma vitória clara da equipa das quinas neste certame? Registou-se ontem em Dortmund, num estádio que abarrotava sobretudo de adeptos turcos. Durante a meia hora inicial assobiaram estrondosamente todos os nossos jogadores cada vez que tocavam na bola. Em decalque ampliado do pior que vemos nas bancadas portuguesas.

Antes do jogo diziam que a Turquia iria ser um "sério adversário", temível, capaz de nos travar o passo. Depois do jogo, afinal, alguns dos tais passaram a dizer que enfrentámos um onze menor, correspondente à segunda divisão do futebol europeu, portanto ao vencê-lo não teremos revelado grande mérito.

Há gente em Portugal assim, sempre pronta a denegrir o futebol que praticamos. Esteja o seleccionador que estiver, a música é sempre a mesma. Por mais elogios que nos façam lá fora.

 

Lamento contrariar tal gente, mas superámos com brilhantismo esta prova. Os tais assobios foram-se calando e no estádio onde se disputou o Portugal-Turquia, já perto do fim, apenas se ouviam aplausos às nossas cores. 

Qual o segredo? Superioridade total do princípio ao fim. Maturidade até no plano psicológico: aquelas estrondosas vaias entraram a cem, saíram a mil. Até emudecerem. Primeiro com o golo de Bernardo Silva, aos 21', culminando excelente lance colectivo. Depois, aos 28', com um autogolo turco que entrou de imediato no anedotário do futebol: Akaydin, central do Fenerbahce, jamais esquecerá esta humilhação. Finalmente, aos 56', quando Bruno Fernandes fixou o 3-0, emudecendo de vez os turcos. Até porque quem o assistiu neste golo foi um gigante: Cristiano Ronaldo, aos 39 anos, voltou a cumprir 90 minutos em campo numa inédita sexta participação em fases finais de campeonatos da Europa.

Nunca ninguém participou em tantos, nunca ninguém marcou em tantos, ninguém assistiu mais do que ele. Silenciando até aqueles que tentam denegrir o astro maior da formação leonina por ser supostamente incapaz de "futebol associativo". Revejam este golo em que Ronaldo recupera, progride com bola, se isola perante o guardião e a endossa ao companheiro que surge entretanto à sua esquerda, ainda mais bem colocado.

Pensar em movimento é isto. Um hino ao futebol como verdadeiro desporto de equipa.

 

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Criança interrompeu jogo para se fotografar com CR7: jogo deu para tudo, até para isto

 

Este segundo triunfo colectivo, após o 2-1 aos checos, transporta-nos de imediato à liderança do Grupo F e consequente qualificação automática para a partida dos oitavos-de-final, a 1 de Julho, contra um adversário ainda incerto. Dois jogos, duas vitórias, cinco marcados e só um sofrido. Enquanto Chéquia e Geórgia empatavam

Do nosso lado, além dos jogadores já mencionados, quase todos os outros justificam destaque. Cancelo subiu de rendimento, Vitinha manteve o nível da partida anterior, Palhinha mostrou que merece muito mais um lugar no onze do que Dalot, entretanto excluído. Todo o bloco defensivo funcionou na perfeição, desta vez numa linha de quatro da qual emergiu um talento superior: Nuno Mendes, para mim o melhor em campo. Mais talentoso ala esquerdo português da actualidade, sempre em rotação, sempre como seta apontada à baliza adversária sem temor de qualquer espécie.

O mais fraco foi novamente Rafael Leão. Segundo cartão amarelo por simulação grosseira - os árbitros têm instruções da UEFA para serem implacáveis nestes casos. Tal como simulou ter sido agredido em Maio de 2018, no assalto dos bisontes à Academia de Alcochete.

Já não regressou para a segunda parte. Fica fora do próximo desafio, por demérito próprio.

 

Outra nota insólita: pelo menos cinco espectadores invadiram o campo para se fazerem fotografar com Ronaldo. O astro português ainda sorriu ao primeiro, uma criança. Mas deixou de achar graça à invasão. Actos deste género podem constituir séria ameaça aos jogadores, além de lesarem o espectáculo.

Os turcos, estranhamente, iniciaram a partida mantendo no banco duas das suas maiores estrelas, Yildiz (Juventus, 19 anos) e Güler (Real Madrid, 19 anos). Quando ambos entraram, no segundo tempo, já era tarde: a equipa estava partida, extenuada, desmoralizada. Nas bancadas quase só se escutavam cânticos portugueses.

Çalhanoglu, centrocampista que organiza o jogo turco, quase passou despercebido, engolido pela vertigem ofensiva lusa. O benfiquista Kokçu "assistiu" Bernardo no primeiro e limitou-se a fazer cócegas a Diogo Costa, seguro entre os postes.

Mas gostei de rever um central formado na nossa Academia: Demiral, que entrou aos 75'. Hoje com 26 anos, actua no Al-Ahli da Arábia Saudita. Ainda lamento que só tenha cumprido um jogo oficial pelo Sporting. Tanto prometia, tão cedo saiu. 

 

E pronto. Página virada, objectivo cumprido, seguimos em frente. O jogo contra a Geórgia, pela nossa parte, servirá apenas para cumprir calendário. Tomem nota: será na próxima quarta-feira, dia 26.

Espécie de intervalo nas conversas de café, orais ou escritas. Convém sempre fazer uma pausa, até nesse passatempo nacional que é dizer mal da selecção.

 

Portugal, 3 - Turquia, 0

Nuno Mendes, João Mário, Nani

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Duas das três maiores receitas de sempre no Sporting, obtidas com transferências de jogadores, foram concretizadas durante o mandato presidencial de Frederico Varandas. A segunda acaba de confirmar-se: o Paris Saint-Germain accionou a cláusula de opção por Nuno Mendes, que foi ala titular na temporada agora concluída, participou em 37 jogos e chegou até a ser eleito para o melhor onze da Liga francesa 2021/2022.

Com esta operação, a SAD leonina receberá 38 milhões de euros, a liquidar no prazo de um ano, acrescidos dos 7 milhões da taxa de empréstimo embolsados no Verão passado. Total: 45 milhões de euros.

Só a saída de Bruno Fernandes no mercado de Inverno 2019/2020, por 55 milhões mais 8 milhões por objectivos já concretizados, foi ainda mais rendosa.

Mas Nuno Mendes ocupa o topo da lista num aspecto que merece destaque: ele é o jogador mais lucrativo de sempre da nossa formação. O segundo foi João Mário, transferido em Agosto de 2016 para o Inter por 40 milhões de euros, acrescidos de 3 milhões por objectivos. A maior proeza financeira do consulado Bruno de Carvalho.

O pódio dos craques da formação leonina que renderam mais dinheiro ao Sporting encerra com a saída de Nani, em 2007, por 25,5 milhões de euros para o Manchester United. Quantia que à época constituiu a melhor venda leonina de sempre, concretizada durante o mandato de Filipe Soares Franco.

Nuno Mendes, a liderança serena

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A noite estava fria em Paris.

O jogo disputou-se entre as 21H00 e as 23H00, boa hora para estar em casa, com um vinho tinto e uma manta, má hora para andar a correr na periferia da capital francesa, de calções e manga curta.

A inútil (ao contrário das pontes que projectou para Portugal) torre de metal, estava iluminada, projectando uma aura dourada, num céu nublado, permitindo uma cumplicidade tardia, entre Eiffel e uns quantos turistas que regressavam ao ar condicionado dos hotéis.

O Moulin Rouge movia as pecaminosas velas, buscando transeuntes necessitados de calor bem pago em francos franceses que, apesar da vontade de alguns, agora se chamam euros.

Era nisto que José pensava, passo largo, a caminho da "mansarde".

Pensava no seu Sporting, tão roubado, pensava na sua vida difícil, em França, pensava em Nuno Mendes, bem mais novo que ele, mas que frequentara a mesma escola.

Chegou a casa , pijama vestido, blusão de ir à lua, atabafante, peúgas bem grossas a aquecerem-lhe os pés de futebolista não concretizado, televisão sintonizada na Inácio TV, tinha interferências e "dê lá" (ou lá como se diz) mas era o que José tinha.

Viu Nuno Mendes na televisão, viu-o a ser escolhido para falar no intervalo, nem Sérgio Ramos, nem Mbappé, nem Neymar, nem um jogador tímido e sobrevalorizado (que, curiosamente, marcaria o golo que fez do PSG campeão) não senhor, o escolhido foi o miúdo do seu bairro.

A vida pode ser injusta, a inveja é irreprimível como a água que corria na quadra de Aleixo.

José não reprimiu a água que lhe corria, sabia que quem prende a água que corre, é por si próprio enganado, o ribeirinho não morre, vai correr para outro lado, enxugou as lágrimas, de tristeza, de inveja mas, também, de orgulho e de alegria.

Todos nós, como José, temos dentro de nós sentimentos contraditórios, alguns preferiam a derrota de Messi à vitória de Nuno Mendes, eu e José não pensamos assim, a inveja pode fazer-nos crescer, tornarmo-nos melhores, o ódio assumido ou encapotado é sempre mau. 

2021 em balanço (6)

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DESPEDIDA DO ANO: NUNO MENDES

Alguns de nós, devido à pandemia, nunca chegámos a vê-lo jogar ao vivo no Sporting. Mas Nuno Mendes foi essencial na conquista do título, em Maio de 2021. O primeiro campeonato ganho pelo Sporting desde 2002. 

Rúben Amorim, dotado de olho clínico, não hesitou em promovê-lo de júnior à equipa principal. Aposta plenamente justificada: este habilidoso lateral foi titular indiscutível na Liga 2020/2021. Imperou no flanco esquerdo com notável domínio da bola, precisão nos cruzamentos, capacidade de recuperar posições. Acelerou o jogo leonino em momentos cruciais com níveis de concentração muito acima da média e uma maturidade competitiva nada vulgar num pós-adolescente.

De Leão ao peito, na temporada anterior, Nuno Alexandre Tavares Mendes cumpriu 35 jogos (num total de 2855 minutos), marcou um golo e fez duas assistências. A 24 de Março, estreou-se na selecção A, alinhando no onze inicial contra o Azerbaijão (vitória lusa, 1-0). Com apenas 18 anos. 

A 31 de Agosto, disse adeus ao Sporting. Ou, pelo menos, um até à vista. Rumou a Paris, emprestado ao PSG, onde não tardou a ser titular. Já cumpriu 19 jogos pela equipa campeã gaulesa. E rendeu de imediato 7 milhões de euros aos cofres leoninos, por taxa de empréstimo. Em França, garantem que o clube irá accionar a cláusula de compra opcional, pagando 40 milhões pela aquisição do passe do jogador formado em Alcochete. 

Nuno Mendes tem tudo para ser feliz em França. Ou seja onde for, desde que faça aquilo que mais sabe: jogar futebol. É um talento nato.

 

Despedida do ano em 2012: Polga

 Despedida do ano em 2013: Wolfswinkel

Despedida do ano em 2014: Leonardo Jardim

Despedida do ano em 2015: Marco Silva

Despedida do ano em 2016: Slimani

Despedida do ano em 2017: Adrien

Despedida do ano em 2018: Jorge Jesus

Despedida do ano em 2019: Bas Dost

Despedida do ano em 2020: Bruno Fernandes

Formar e informar

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Os jornais têm como missão informar mesmo quando as notícias não são agradáveis.

Os jornais desportivos portugueses deviam fazer o mesmo, informar, infelizmente, não o fazem.

Já tinha feito referência à forma como foi noticiada a conquista da "Libertadores" por Jorge Jesus e a dupla conquista da "Libertadores" por Abel Ferreira.

Hoje olhamos para a capa dos três desportivos e parece que ontem não foi dia de Bola de Ouro.

Destaco (tal como o Sport) o "triplete" atribuído à formação do Barcelona, Pedri com 19 anos, feitos no dia 25 de Novembro, ganhou o prémio Kopa, atribuído ao melhor futebolista sub-21 (o nosso Nuno Mendes foi quarto), Alexia conquistou a Bola de Ouro atribuída às senhoras e Messi venceu a Bola de Ouro atribuída aos senhores, graças ao triunfo na Copa América frente ao Brasil em pleno Maracanã. Para além desse triunfo o capitão da Argentina e do Barcelona foi o melhor marcador do campeonato espanhol e conquistou mais uma Taça do Rei, a sétima. 

Sete Taças do Rei, sete Bolas de ouro, podemos escrever com alguma ironia, LM7. 

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Adenda: Após um comentário do leitor Francisco Gonçalves à cobertura de jornais estrangeiros em relação à quinta Bola de Ouro de Cristiano Ronaldo, coloco aqui a primeira página de um jornal espanhol nessa ocasião.

Não quero entrar na discussão de quem é melhor, citarei (de memória) o meu colega/camarada de escrita jpt: "quem não gosta de Messi não gosta de futebol".

O campeão Nuno Mendes

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Nuno Mendes sai mais cedo do que os adeptos gostariam, mas sai campeão. Ao contrário de Futre, Figo ou Cristiano Ronaldo - para não falar em vários outros saídos dessa escola de excelência que é a Academia leonina.

Cumpriu-se um requisito que raras vezes ocorreu no passado e que desta vez, com Nuno Mendes, ficou assegurado de forma inequívoca: os jogadores da formação devem dar rendimento financeiro ao Clube só depois de terem dado também rendimento desportivo.

E Nuno Mendes deu. Em pouco mais de um ano como futebolista profissional, sem custo de aquisição para o Sporting, foi crucial na conquista do campeonato, na conquista da Taça da Liga, no triunfo na Supertaça.

 


Missão cumprida neste plano. Transferência, só depois disso. Que é agora. Outra missão cumprida também. Sai do Sporting, garantindo a nossa segunda maior venda de sempre, mas sai vencedor.

Esta é a melhor política desportiva: formar para vencer. Depois, há que dar asas e deixar voar quem merece. É o caso do campeão Nuno Alexandre Tavares Mendes.

Desejo-lhe toda a sorte do mundo.

Mercado alucinante

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Nuno Mendes sai. Segue para o Paris Saint-Germain, por empréstimo pelo que resta da temporada, com opção de compra - acordada entre os clubes - cifrada em 40 milhões de euros. E sete milhões de euros garantidos já ao Sporting pelo emblema parisiense a título de taxa de empréstimo, elevando a conta final para 47 milhões. Ao que tudo indica, será a segunda mais lucrativa venda leonina de sempre, após a transferência de Bruno Fernandes em Janeiro de 2020. Com uma vantagem adicional: fica assegurada para nós uma percentagem de 10% em futuras transferências do jogador.

 

Pablo Sarabia, médio ofensivo que actuou pela selecção espanhola no recente Europeu, onde marcou dois golos, está prestes a chegar. Vem por empréstimo, cedido precisamente pelo PSG, que garante o pagamento integral dos salários do jogador enquanto actuar de verde e branco.

 

O que pensam destas novidades no plantel leonino?

O dia seguinte

Aconteceu em Aveiro o novo normal, aquele normal a que há muito não estávamos habituados depois de tantos anos de anormalidade. Um Sporting dono e senhor do jogo, fruto da superior qualidade dos seus jogadores relativamente ao do clube de Braga, e sempre com o apoio incondicional da bancada, mesmo na fase em que estava em desvantagem do marcador, sendo que muitos mais Sportinguistas lá estariam se os bilhetes tivessem sido distribuídos conforme a dimensão dos dois clubes.

Claro que com Amorim, Palhinha, Esgaio e Paulinho o Braga daria muito mais luta, mas as coisas são assim mesmo, o Sporting também não pode contar com Cristiano Ronaldo, Bruno Fernandes, Rui Patrício e alguns outros, que saíram para clubes doutra dimensão. Ganhou o Braga uns bons milhões de euros que devem ter servido para muita coisa e fazer muita gente feliz lá pelo Minho. Como diz Carlos Carvalhal, o lugar do Braga é o 4.º lugar, tudo o que vier de melhor é excepcional, só no Sporting é que algumas almas foram confundindo as coisas.

 

Quanto ao jogo, o Sporting começou bem e a primeira oportunidade foi mesmo sua, Pedro Gonçalves falhou o passe de morte para Paulinho.

Depois foi tentando repetir a fórmula, dando a iniciativa ao Braga (muito bem orientado por Carvalhal) para ao recuperar a bola lançar em profundidade, mas isso traduziu-se em dar confiança ao adversário, engasgar-se aqui ou ali e sofrer um golo improvável, um pontapé de sorte ou muito bem colocado (como quiserem ver) do Fransérgio que aproveita bem a saída do Coates da sua posição.

Tal como já tinha acontecido com o Lyon, a equipa cerrou os dentes e foi para cima do adversário. Foram dois golos, podiam ter sido mais, e chegou ao intervalo justamente em vantagem.

 

A 2ª parte demonstrou cabalmente o que vale esta equipa do Sporting. Apanhada a ganhar, foi criando oportunidades para dilatar a vantagem e dilatar o resultado. E os minutos foram passando na certeza de que a Taça iria parar ao nosso museu.

Foi a noite de Pedro Gonçalves? Marcou um golo do outro mundo, mas falhou outros bem mais fáceis. Podia ter saído de Aveiro com três ou quatro, entre golos e passes para golos.

Não foi mesmo a noite do nosso Harry Kane (o original parece que vale uns 200M€, mais de duas vezes o que custaram os sete ou oito avançados com que conta o Benfica), Musrati não lhe deu espaço e as bolas de golo não lhe chegaram em condições. Vai ter muitas outras ocasiões para demonstrar a sua valia.

Foi mesmo a noite de Nuno Mendes, de volta ao melhor da época passada, do "polvo" Palhinha, do seu fiel escudeiro Matheus Nunes e de Jovane. Por estes quatro passou o melhor do futebol do Sporting, com Pedro Gonçalves a assumir as despesas do tiro para o golo.

Todos os outros, incluindo os que entraram depois, num plano muito aceitável.

 

E assim o segundo caneco da época já cá mora. Sinceramente, acho que a coisa não vai ficar por aqui. Porque a equipa respira saúde, está extremamente confiante e bem liderada.

Em cerca de três anos, conquistámos 1 Liga, 1 Taça de Portugal, 2 Taças da Liga e 1 Supertaça. Nada mau depois do que aconteceu em Alcochete.

Se calhar tudo isto é obra do tal Antero, não faço ideia, mas se de facto é verdade, mais uma vez obrigadinho "ó Antero". És o maior. 

 

#OndeVaiUmVãoTodos

SL

Balanço (25)

 

OS CINCO MELHORES GOLOS DO SPORTING - I

 

Nuno Mendes, no Portimonense-Sporting

(4 de Outubro de 2020)

 

Estreou-se neste jogo, com todo o mérito, a marcar pela equipa principal do Sporting. Sendo ainda júnior: tinha apenas 18 anos e três meses. Vale a pena rever vezes sem conta este magnífico lance, que lembra um dos mais célebres golos de Pelé: após recuperar a bola em zona ofensiva perto da linha, o talentoso ala esquerdo vai deixando sucessivos opositores para trás em dribles sucessivos e não perdoa no momento de atirar à baliza.

Balanço (10)

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O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre NUNO MENDES:

 

- Leonardo Ralha: «Nuno Mendes, Pedro Gonçalves e Matheus Nunes mostraram que têm de ser titulares.» (29 de Agosto)

Eu: «Estreou-se - com todo o mérito - a marcar pela equipa principal do Sporting. Sendo ainda júnior: tem apenas 18 anos e três meses. Vale a pena rever vezes sem conta este magnífico lance, que faz lembrar um dos mais célebres golos de Pelé: em dribles sucessivos, o jovem formado em Alcochete vai deixando sucessivos opositores para trás e não perdoa no momento de atirar à baliza. Melhor em campo, também com prestação muito positiva no plano defensivo, não tardará muito a ser chamado à selecção nacional dos mais crescidos.» (5 de Outubro)

- António de Almeida: «Nesta altura, todos os jogadores do plantel, principalmente os que têm margem de progressão, nomeadamente Nuno Mendes, devem merecer da parte do presidente do SCP o estatuto de inegociáveis.» (5 de Outubro)

Pedro Boucherie Mendes: «Os nossos golos foram grandes golos, um inventado pelo Nuno Mendes.» (7 de Outubro)

Luís Lisboa: «É mesmo isso, Nuno. Continua assim que vais bem longe. E a Selecção Nacional aguarda por ti.» (13 de Outubro)

João Goulão: «Quando Nuno Mendes tem a bola, a nossa perna esquerda parece que quer acompanhar aquele bocadinho que falta, para o cruzamento chegar em condições.» (29 de Outubro)

- Paulo Guilherme Figueiredo: «Amorim lançou Nuno Mendes, que ainda adolescente já é um jogador sólido.» (21 de Dezembro)

José Navarro de Andrade: «Fleumático, tudo Nuno Mendes conteve e superou sem um queixume ou um desfalecimento até à exaustão. Ele é a imagem da resiliência, da disciplina, da concentração, do tino e da maturidade precoce deste Sporting de Rúben Amorim.» (28 de Fevereiro)

A voz do leitor

«Um jogador que assume, que arrisca, que luta, que tem confiança nas suas capacidades, que não tem medo de perder a bola, que tem jogadas que não saem bem mas que tem outras de imenso perigo. É o contrário do jogador certinho, previsível, óbvio, que nunca perde a bola. Quando a bola lhe chega aos pés estamos sempre à espera de algo de novo, de uma arrancada, de adversários deixados para trás, do impossível tornado possível. É assim o Nuno Mendes. O campeonato não acabou mas ele é já um campeão.»

 

AHR, neste meu texto

Pensar nisto

Pelo menos três jogadores que irão sagrar-se campeões nacionais na temporada 2020/2021 não eram sequer nascidos na última época desportiva em que o Sporting venceu o campeonato. Refiro-me a Nuno Mendes, Tiago Tomás e Dário.

Não é preciso mais para percebermos a dimensão desta conquista. Mérito absoluto de um trio composto por Frederico Varandas, Hugo Viana e Rúben Amorim.

É presente, sim, mas já com um toque de futuro. Porque pertence ao património histórico do Sporting. E ninguém vai conseguir apagá-lo.

Há que pensar nisto. Para que tudo quanto foi alcançado com tanto esforço não tenha sido em vão.

Virgílio Lopes e honestidade intelectual

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Foto: Paulo Calado/Record 

 

Já se sabe que cada um é como qual. Pessoalmente, muito gostei de saber que ainda há quem seja capaz de assumir as coisas como elas são: erra-se. Às vezes, nem poderemos falar em erro, já que no momento em que somos "obrigados" a fazer escolhas, a decidir, fazemo-lo com base nos indicadores de que dispomos. E os indicadores estão sempre em evolução. Afinam-se. Refinam-se. E, com isto, ajustam-se teorias sobre como fazer. Pelo menos, em teoria.

Serve o introito para dizer que fiquei contente por perceber que ainda é possível ler quem tenha a coragem de vir publicamente assumir as coisas como elas são: Nuno Mendes, há um par de anos, não era craque. Não exibia essas características distintivas. Se calhar, até terá estado na calha para ser dispensado. Vai daí, um dia, ainda ficamos todos a saber que só não recebeu guia de marcha, tendo estado iminente a assinatura da sua dispensa, por não haver defesa esquerdo alternativo e por ser um miúdo (vindo de uma família humilde) que não dava problemas. 

 

Seria bom que se aproveitasse a experiência de quem sabe (e a honestidade intelectual) para... refinar as práticas. E ousar reajustar teorias. Mas que o façamos fora da bolha que são os gabinetes e para além do risco calculado (protegido) que são as apresentações em PowerPoint, não raras vezes, meros espelhos dos manuais, que pouco esclarecem sobre como se faz, apenas apontam o que deve ser o resultado.

 

P.S. Alguém saberá dizer se o Manchester City está feliz com a cláusula de compra de Pedro Porro? 

P.S.2. Alguém reparou que na peça (do ano passado) do Jornal Sporting sobre os futuros craques que despontavam na Academia Sporting, não consta Dário Essugo?

P.S.3. E o FC Barcelona e Ansu Fati?

Palhinha, Nuno Mendes e mais alguém

Nuno Mendes e João Palhinha, cada qual com apenas três presenças na selecção A, já estão a dar nas vistas. O primeiro, desde logo, com aquele passe teleguiado para o que seria (e foi, em termos reais, embora não em termos "legais") o terceiro golo português contra a Sérvia e ao protagonizar ontem, frente ao Luxemburgo, uma das melhores jogadas individuais de todo o desafio. O segundo, que saltou do banco nestas partidas, chegou a tempo de marcar de cabeça, também ontem, o golo que sentenciou a nossa vitória num embate mais difícil do que se previa. O seu primeiro como internacional A, confirmando 2020/2021 como uma época de sonho para ele. Um sonho bem merecido.

Venho perguntar-vos, a propósito de qualquer deles, se entendem que devem ambos ser titulares da equipa das quinas no próximo Campeonato da Europa. E também, já agora, se consideram que mais algum jogador do Sporting deve ser convocado para o Europeu.

{ Blogue fundado em 2012. }

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