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És a nossa Fé!

Cumprir mínimos com equipa remendada

Sporting, 2 - Saint-Gilloise, 2 (jogo-treino)

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Mateus, regressado de empréstimo ao Estoril, deu nas vistas com assistência no segundo golo

 

As partidas da pré-temporada não interessam para coisa nenhuma, proclamam alguns. Sempre os ouvi falar assim, sempre discordei deles. Acompanho todos os jogos do Sporting que antecedem o início da época oficial de futebol - e em todos foi logo possível detectar tendências dominantes. A título de exemplo, recordo este contra o Villarreal, em Julho de 2022. Já lá estava quase tudo: a inoperância de certos jogadores, a forma empastelada de sair com a bola, a incapacidade gritante de concretizar.

Foi, por sinal, o primeiro desafio de Trincão pelo Sporting. Sobre ele, escrevi estas linhas sucintas: «Estreia absoluta de verde e branco. Ainda sem entrosamento com os colegas, valeu pelos aplausos que ouviu ao entrar (65'), substituindo Matheus Nunes.» Também um jogo em que tivemos rara oportunidade de ver actuar pela equipa principal, durante escassos minutos, o jovem Renato Veiga, agora no Chelsea. Eis o meu breve apontamento: «Rendeu Pedro Gonçalves aos 87'. Percebe-se que tem vontade e que não lhe falta boa técnica.» Um desperdício, nunca o termos visto numa partida oficial pela equipa A.

 

Ontem à noite, no Estádio do Algarve, assistimos a um razoável jogo de pré-temporada. Com duas faces: domínio claro do Sporting no primeiro tempo; cansaço prematuro no segundo, mais evidente ainda quando a equipa adversária foi renovada quase por inteiro enquanto a nossa permaneceu quase intocada.

Não era um adversário qualquer, o Saint-Gilloise. Vice-campeão belga, perdeu o campeonato por uma unha negra, venceu a Taça e disputará daqui a dias a Supertaça contra o Brugge, emblema campeão. Entrou quase com o seu habitual onze titular enquanto do nosso lado faltavam elementos como St. Juste, Edwards e Daniel Bragança, que haviam participado de manhã num jogo-treino à porta fechada com o Portimonense, além de quatro ainda de férias devido à participação no Europeu da Alemanha e na Copa América: Morten, Gonçalo Inácio, Franco Israel e o nosso jovem reforço Debast, oriundo também da Bélgica.

 

O melhor deste jogo foram os golos, ambos com participação de jogadores da nossa formação: o médio ofensivo Rafael Nel (19 anos), que em Fevereiro tinha alinhado na nossa recepção ao Young Boys para a Liga Europa, e o médio de construção Mateus Fernandes (20 anos), recém-regressado do Estoril, onde deu boa prova como titular na temporada anterior. 

Um e outro foram decisivos. O primeiro marcou o golo leonino inaugural, aos 45'+1, fazendo a recarga que se impunha após impecável centro de Nuno Santos e um primeiro remate de Morita. O segundo ao fazer passe para golo, aos 54', desenhando uma diagonal perfeita a isolar na meia-esquerda Pedro Gonçalves, que não perdoou.

Teste superado, portanto: parece que têm direito a sonhar com um lugar no plantel do Sporting 2024/2025. Mas o jogo foi pouco entusiasmante devido às lacunas na equipa, ao calor que se fazia sentir mesmo às 20.30 e à vontade de Rúben Amorim de manter o onze inicial até ao minuto 86. E talvez também por ser o primeiro já sem Coates ao fim de quase nove anos.

 

O primeiro remate só surgiu aos 26'. A primeira oportunidade (por Geny) aconteceu apenas aos 44'. Mais preocupantes, as lacunas defensivas. Que permitiram os dois golos dos belgas, em transições rápidas - a primeira com um tiro indefensável (73'), a segunda causando apreensão devido ao mau posicionamento do sérvio Vladan (88'), em estreia absoluta entre os nossos postes. Tem boa estampa física, com 1,93m, parece dominar bem a bola com os pés, mas revelou insegurança neste lance que valeu o empate ao Saint-Gilloise. 

E Gyökeres? Ainda a recuperar de uma operação, compareceu no estádio. Mas na bancada, onde não teve mãos a medir, sobretudo junto dos adeptos mais jovens. Fartou-se de dar autógrafos.

Que regresse depressa aos relvados. Precisamos muito dele.

 

Breve análise dos jogadores:

Vladan - Estreia absoluta do reforço sérvio, sucessor de Adán. Fez primeira defesa aos 57'. Sofreu golos aos 73' e aos 88': neste hesitou em sair dos postes, ficando a meio caminho.

Eduardo Quaresma - Está sem ritmo, notou-se bem. Falhas de concentração causaram riscos desnecessários na nossa ala defensiva direita.

Diomande - Será o patrão defensivo de que esta equipa sem Coates tanto necessita? Central ao meio, podia ter feito muito melhor no lance do segundo golo belga.

Matheus Reis - O canhoto completou o trio de centrais. Reparte culpas com Diomande (e com o guarda-redes) no golo sofrido aos 88'.

Geny - Foi o maior desequilibrador na primeira parte, ganhando duelos individuais. Primeiro remate enquadrado, aos 44', saiu do pé esquerdo do moçambicano.

Morita - Médio de equilíbrio, pautando o jogo, assiste no primeiro golo. Muito trabalho defensivo. Caiu fisicamente após o minuto 60.

Mateus Fernandes - Começo titubeante. Mas foi ganhando confiança e protagonizou bons lances no corredor central. O melhor, sem dúvida, foi o passe para o nosso segundo golo.

Nuno Santos - Capitão improvisado, estando os três "oficiais" ainda ausentes. Cumpriu, com a eficácia habitual. Um cruzamento seu, desenhando arco perfeito, origina primeiro golo.

Trincão - Tentou muito, com a sua inegável capacidade de drible, mas conseguiu pouco. Ou nada. Remate ao lado (43'). Isolado, permitiu a defesa do guarda-redes (75').

Pedro Gonçalves - Deambulando como interior esquerdo, pareceu largos períodos alheado do jogo, como é seu timbre. Mas marcou com inegável eficácia o segundo golo (54').

Nel - Com Gyökeres ausente, coube a este extremo de origem funcionar como n.º 9. Marcou aos 45'+1. Ofereceu golos a Trincão (75') e Pedro Gonçalves (83'). O melhor dos nossos. 

Samuel Justo - Médio-centro de 20 anos, entrou aos 86' para avançado ao render Nel. Com o jogo empatado, pediu várias vezes a bola, mas sem sucesso. Já quase todos esperavam o apito final.

O dia seguinte

Tinha algumas dúvidas sobre como o Sporting de Rúben Amorim iria abordar hoje este primeiro jogo público da temporada, perante o segundo classificado do campeonato belga e com duas semanas de avanço na preparação, e o que vi foi um "back to basics". A volta à fórmula que nos deu o título quatro anos atrás: 3-4-3, segurança defensiva, muito trabalho no miolo, contra-ataques rápidos aproveitando os alas projectados.

Uma primeira parte de domínio total sobre o Saint-Gilloise, onde Diomande se assumiu como novo "El patrón" da equipa. Várias oportunidades nos tais contra-ataques ou transições, como agora se diz, e um golo de plena oportunidade de Nel.

Na segunda parte, duma brilhante jogada de Mateus Fernandes, muito apagado na primeira parte, saiu o golo de Pedro Gonçalves. Eram 2-0 e normalmente a vitória estaria assegurada.

Vieram as substituições, os belgas trocaram quase a equipa toda, e lançaram-se a correr (e correr bem depressa) atrás do prejuízo, enquanto o Sporting manteve os mesmos que foram colapsando fisicamente um após outro até terminarem de rastos após sofrerem o empate. Vão dormir bem esta noite.

 

Gosto desta ideia do duplo jogo com dois onzes distintos e de forçar ao desgaste físico no decorrer dos jogos. Porque é assim que se ganha a endurance e a resiliência e se detectam os erros e as insuficiências. O último golo dos belgas foi um bom exemplo do que não pode acontecer na temporada: a desmarcação em diagonal dum adversário que vem da zona de Matheus Reis para a dum ausente Quaresma com Diomande a marcar com os olhos e o guarda-redes apanhado no meio da viagem. Já o primeiro golo dos belgas me pareceu proveniente dum claro fora-de-jogo.

Antes disso Kovacevic tinha feito duas belas defesas. Recordo-me que Adán fez pior em situações análogas. E não foi só numa.

 

Estiveram melhor nos 94 minutos: Ele, Diomande, Trincão (que jogou mais e falhou) e Pote (que jogou menos e marcou).

Gostei do Nel, quem já bem conhecia da B, focalizado, avesso ao protagonismo, oportuno. Marcou um golo e fez uma assistência de excelência desperdiçada por Pedro Gonçalves. Vai ser o Nel o tal terceiro ponta-de-lança de que bem precisamos no plantel? Não vi Rodrigo Ribeiro no jogo da manhã onde marcou um golo também.

No final, soube a pouco. Quando é que o Sporting volta ao estádio Algarve para defrontar o Sevilha?

SL

{ Blogue fundado em 2012. }

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