O que existe em comum...
... entre estes dois golos magníficos?
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... entre estes dois golos magníficos?
Golo de MANUEL NEGRETE
31 de Agosto de 1986
Foram muitos os golos bonitos que com a camisola deste nosso grandioso clube foram marcados, alguns aqui descritos. Destaco o de Manuel Negrete, jogador mexicano que no Mundial ’86 – de tão infelizes memórias para o futebol português – marcou o golo mais bonito desse torneio, apesar de outro - «a mão de Deus» -, ter ficado para a história.
Fica a descrição deste golo pelo Rui Miguel Tovar:
«Quando Maradona ultrapassa Hoddle, Reid, Samson, Butcher, Fenwick e Shilton para fazer o 2-0 à Inglaterra, o golo de Negrete é relegado para segundo plano no Mundial-86. Aquele sensacional pontapé de moinho à Bulgária é o clique para João Rocha, presidente do Sporting, contratá-lo ao Pumas. Em Portugal, o mexicano até começa bem mas perde o gás, à medida que os relvados se tornam cada vez mais fustigados pelas chuvas.
Em apenas meio ano (depois Negrete assina pelo Sporting... Gijón), o mexicano dá nas vistas como autor do melhor golo da segunda jornada (2-2 vs Rio Ave, em Vila do Conde), quando passa a bola por cima de Santana e ainda de um outro vila-condense (Carlos Manuel), antes de rematar por entre as pernas de Figueiredo. Dessa vez, Maradona não se intromete (...).»
Como não consegui encontrar nenhum vídeo deste golo, em alternativa relembro, se me permitem, "o golo" que Maradona não conseguiu marcar ao Sporting.
Por causa deste golo no campeonato do Mundo de 1986, no México, Manuel Negrete Arias de seu nome, chamou sobre si muitas atenções. Jogador de fino recorte técnico, este internacional mexicano jogou no Sporting desde o início da época de 1986 até Janeiro de 1987, data em trocou de Sportings. Deixou o de Portugal e passou para o de Gijon, onde curiosamente não foi tão feliz como em Lisboa.
Vi-o jogar diversas vezes no velhinho estádio José de Alvalade e sempre percebi que estava ali jogador fora-de-série. Franzino e de estatura mediana, Negrete tinha todavia um remate fácil e destacou-se no Sporting, onde Manuel Fernandes era o patrão da equipa e evoluía já o futuro capitão Oceano.
Em 1987 regressaria ao Pumas, no México, donde saíra para vir para Lisboa, terminando a sua carreira em 1996 no Atlante FC.
Foi 57 vezes internacional pela selecção mexicana, marcando 12 golos.
Mais um atleta de rara excelência que passou por Alvalade.
Só Deus sabe como ainda me chateio quando falo disto. Tínhamos perdido 1 a 0 em Barcelona com um dos golos mais desgraçados que vi o Damas sofrer no Sporting. Não importa agora, eu sei, mas quando o árbitro apitou para a marcação da falta a bola já ia a caminho da baliza. Certo é que antes o Sporting tinha falhado uma ocasião única para marcar em Camp Nou: Rui Tovar explicou-nos pela televisão que Negrete (lembram-se?) passou com um toque de cabeça a bola por cima do Zubizarreta, mas depois falhou um golo que já estávamos todos a gritar lá em casa. Perder assim em Barcelona só podia querer dizer isto: que venceríamos em Alvalade. Nunca duvidei disto. Fui para o estádio no autocarro 33 até ao Campo Grande e lembro-me da multidão que formigava em redor do velho Alvalade. Lembro-me do frisson diante da 10 A, à medida que os jogadores iam entrando com Manuel José: Damas, Virgílio, Venâncio, Duílio, Fernando Mendes, Zinho, Oceano, Mário Jorge, Manuel Fernandes, Negrete, Meade, Gabriel Mendes, McDonald, Houtman. Deus sabe que vencemos o Barcelona com enorme estilo nessa noite, mas vencemos 2-1. Sim, fomos traídos por um golo que Deus poderia ter evitado. No dia 5 de Novembro de 1986, Negrete começou por marcar o golo que me tinha ficado a dever em Barcelona e Mead marcou o segundo. Já só faltava meia hora para o jogo acabar. O Sporting estava na eliminatória seguinte. Deixou de estar quando um senhor chamado Roberto marcou um golo esquisito a 10 minutos do fim. Ninguém devia sofrer golos com o Barcelona a 10 minutos do fim. Eu sei disso. Deus sabe disso e por isso continuo chateado.
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