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És a nossa Fé!

O melhor prognóstico

 

Parabéns ao nosso prezado leitor Luís Ferreira. Não só por ter antecipado o resultado do Sporting-Nacional, mas por ter mencionado Francisco Trincão como marcador de um dos nossos golos.

Menções honrosas para Carlos Estanislau Alves, Leão de QueluzLeão do XangaiLeão 97: todos acertaram no 2-0 final, mas não nos nomes dos marcadores (Trincão e João Simões).

Dois momentos mágicos em noite tépida

Sporting, 2 - Nacional, 0

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Momento do jogo, aos 45'+1: Gyökeres assistiu, Trincão marcou. Alvalade em peso aplaudiu

Foto: José Sena Goulão / Lusa

 

Cada um joga com as armas que tem ao dispor. Não posso, por isso, criticar a postura ultra-defensiva que o Nacional adoptou em Alvalade, na visita que nos fez anteontem à noite. O treinador organizou a equipa num 5-4-1 com dupla muralha numa extensão máxima de 30 metros. Sem a menor preocupação em abrir linhas ou arriscar um contra-ataque. Durante toda a primeira parte, nem uma só incursão da turma madeirense fora do seu reduto. Na segunda, tentaram uma vez incomodar Rui Silva, sem o conseguir.

Nem parecia a mesma equipa que duas semanas antes tinha vencido o FC Porto, categoricamente, por 2-0 na Choupana. É verdade que este FCP é inferior ao Sporting, mas a diferença de atitude dos jogadores do Nacional não podia ter sido mais acentuada - o receio de saírem com derrota por goleada sobrepôs-se neles à capacidade de darem luta. Nesse aspecto, conseguiram: só sofreram dois golos, sem marcarem nenhum.

Caso para dizer que se contentam com pouco.

 

Da nossa parte, o desafio era outro: como ultrapassar aquela muralha. Tentámos de várias formas. Incursões entre linhas, que esbarraram em florestas de pernas. Cruzamentos a pingar para a área, que deram em nada. Lances de bola parada, mas nem cantos nem livres incomodaram os da Madeira.

Estava escrito que o dique acabaria por rebentar à bomba.

Foi precisamente o que aconteceu. Tínhamos acabado de entrar no minuto inicial do tempo extra da primeira parte - o árbitro concedeu quatro - quando Trincão, servido por Viktor, conseguiu aquilo que tão bem sabe fazer em noites de verdadeira inspiração. Pegou na bola junto à linha direita, inflectiu para dentro e disparou a mais de 30 metros com colocação perfeita: remate em arco, fazendo-a anichar no ângulo mais distante do guarda-redes.

Obra-prima: é daqueles golos que não nos fartamos de rever. Já está a ser exibido um pouco por toda a Europa, reforçando a fama do Sporting além-fronteiras.

 

Momento mágico em noite de futebol tépido, mas onde se cumpriu o essencial: mantivemos o controlo das operações do primeiro ao último minuto, não nos desorganizámos, tivemos a paciência suficiente para manter a bola no meio-campo adversário.

Nunca o Nacional esteve perto de marcar.

Faltava-nos apenas criar uma oportunidade para ampliar a vantagem, evitando a vitória por golo solitário quando já no estádio se escutavam alguns assobios dos imbecis do costume.

E essa oportunidade acabou por surgir. No último minuto do tempo regulamentar. Com Geny a progredir junto à linha direita e a cruzar para a área. Houve um ressalto e a bola sobrou para João Simões, que com instinto felino a apanhou a jeito do seu pé esquerdo, dando-lhe o melhor rumo, em diagonal rasteira, longe do alcance do guardião nacionalista.

 

Foi o segundo e último momento mágico da noite, este estrelato do jovem médio algarvio, que aos 18 anos se estreou como artilheiro da equipa principal depois de se ter destacado nos escalões da formação. Com lágrimas de alegria a escorrerem-lhe pelo rosto, correu cerca de 50 metros e foi festejar o disparo bem-sucedido junto dos apanha-bolas: bonita maneira de celebrar o golo entre gente muito cá da nossa casa.

Futebol não é só técnica nem táctica. É também isto: festa intensa com emoções à solta, partilha de momentos inesquecíveis.

João Simões nunca esquecerá este Sporting-Nacional. A alegria dele contagiou-nos a todos: tornou-se um pouco nossa também. Ficamos a dever-lhe isso. Enquanto celebramos também o reforço da liderança: estamos seis pontos à frente do Benfica e outros seis à frente do FC Porto. Quinze jornadas nos separam da conquista máxima. Falta cada vez menos.

 

Breve análise dos jogadores:

Rui Silva (5) - Segundo jogo seguido da Liga a titular, segundo jogo sem necessidade de cumprir serviços mínimos. Por inoperância total dos adversários. Antes assim.

Fresneda (4) - Demasiado ansioso, com mais vontade do que jeito para mostrar serviço. A sua inoperância é mais visível na manobra ofensiva: nem dribla nem cruza.

Diomande (7) - Patrão da defesa. Impõe-se no jogo aéreo e na antecipação, cortando linhas de passe. Com tanta maturidade táctica nem parece ter apenas 21 anos.

Gonçalo Inácio (6) - Regressado de lesão sem ter sequelas aparentes, compõe eficaz duo defensivo com Diomande. Falta-lhe recuperar a veia goleadora.

Maxi Araújo (5) - Muito voluntarioso e participativo no corredor esquerdo, teve exibição oscilante. Precisa de aprender a libertar mais cedo a bola para ser útil.

Trincão (8) - Golaço aos 45'+1: foi ele a romper a muralha. Repetindo o que fizera no quarto golo ao Vitória. Este valeu-nos três pontos. Melhor em campo.

Morten (8) - O rei dos desarmes e das recuperações: assim foi aos 6', 17', 22', 45'+3 e 51'. Infatigável, parece estar sempre em todo o lado. Imprescindível.

Morita (6). Forte na pressão e no ataque às segundas bolas. Eficaz a arrastar marcações. Saiu aos 68', com queixas musculares. Outra lesão à vista.

Quenda (6) - Um dos criativos do onze leonino, desta vez não conseguiu ser abre-latas. Mas foi tentando. Falta-lhe melhorar no capítulo da definição.

Daniel Bragança (5). Começou como segundo avançado, logo atrás de Gyökeres, mas desta vez com pouca influência. Saiu à hora de jogo.

Gyökeres (7) - Assistiu no golo de Trincão. Quase marcou num remate cruzado (45'+3). Saiu apenas aos 89': quase não chegou a ser poupado.

Geny (6) - Substituiu Daniel Bragança aos 60'. Mais acutilante do que o colega, foi ele a construir o segundo golo: João Simões agradeceu.

Debast (4) - Substituiu Morita aos 68'. Exibição modesta. É duvidoso que seja mais útil à equipa como médio-centro improvisado. 

João Simões (6) - Jogo de sonho para ele: entrou aos 89', rendendo Trincão, marcou logo no minuto seguinte. Estreia como goleador na equipa A. 

Harder (-) - Entrou para o lugar de Gyökeres aos 89'. Sem tempo nem oportunidade para demonstrar nada.

Matheus Reis (-) - Substituiu Maxi Araújo aos 89'. Mal se deu por ele em campo.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

De termos ultrapassado mais um obstáculo. Recebemos e vencemos o Nacional - a mesma equipa que há duas semanas, na Choupana, derrotou o FC Porto numa partida em que a turma portista foi incapaz de fazer um só remate enquadrado. Quem pensava que seriam favas contadas estava a ver mal o filme: a equipa madeirense apresentou-se em Alvalade num 5-4-1 muito difícil de transpor, mesmo quando já perdia 0-1 - resultado que se registava ao intervalo.

 

De Trincão. Tantas vezes mal amado pelos adeptos, foi ele mais uma vez a desbloquear um jogo, valendo-nos os três pontos. Perante a muralha madeirense, solucionou o problema de modo brilhante: com um tiro disparado a mais de 30 metros, com a bola a descrever trajectória em arco a partir da meia-direita e a anichar-se no sítio certo. Um golaço que quebrou a resistência do Nacional quando já decorria o minuto inicial do tempo extra da primeira parte e começavam a escutar-se manifestações de impaciência nas bancadas. O avançado minhoto volta a ser crucial após o fabuloso golo do empate que apontou em Guimarães mesmo à beira do apito final dessa trepidante partida. Melhor em campo.

 

De Morten. Outra actuação superlativa do internacional dinamarquês. Fundamental para impedir a construção ofensiva do Nacional. Protagonizou recuperações aos 6', 17', 22', 45'+3 e 51' - sempre com elevadíssimo grau de eficácia. Ostenta com todo o mérito a braçadeira de capitão: é um elemento crucial deste Sporting que sonha com a reconquista do bicampeonato.

 

De Diomande. Ao vê-lo com tanta personalidade e tanta autoridade natural em campo, até nos esquecemos que só tem 21 anos. O internacional marfinense voltou a ser dono e senhor do nosso bloco defensivo, que comanda com segurança e desenvoltura. Transmite tranquilidade à equipa.

 

Da estreia de João Simões a marcar na equipa A. Funcionou o dedo experiente do treinador Rui Borges: tripla substituição aos 89', um dos que entraram foi João Simões, que no minuto seguinte marcou de pé esquerdo o segundo golo, fixando o resultado: 2-0. Primeiro golo pela equipa principal do médio com 18 anos recém-festejados: foi a maior nota de alegria numa noite que encerrou em clima de festa. Fica para a história a corrida de 50 metros do João em direcção aos apanha-bolas, que abraçou efusivamente enquanto chorava lágrimas de genuína e compreensível felicidade.

 

Da nossa reacção à perda da bola. Em nenhum momento do jogo deixámos de dominar por completo o controlo das operações. Em nenhum momento nos desorganizámos. Em nenhum momento perdemos a noção do fundamental: era preciso metê-la lá dentro para conseguirmos os três pontos. Concentração total que deu frutos, mesmo com exibições menos conseguidas e o estigma do cansaço por excesso de jogos sempre a pairar sobre a equipa.

 

De Rui Borges. Facto que merece ser assinalado: na Liga, o nosso treinador ainda não perdeu qualquer jogo à frente do Sporting. Mantendo uma atitude serena, própria dos verdadeiros líderes, soube ler bem o jogo e fazer as mudanças que se impunham. Qualidades que se prolongam fora de campo, nas declarações aos jornalistas. Com um discurso claro, directo, sem "futebolês". Confirma em Alvalade o bom trabalho que já havia demonstrado em Guimarães.

 

Que mantivéssemos a baliza intacta. Pelo segundo jogo consecutivo da Liga (acontecera o mesmo na deslocação a Vila do Conde), Rui Silva não teve de fazer uma defesa digna desse nome. Onze dos nossos 19 desafios disputados neste campeonato terminaram assim: sem o Sporting sofrer golos.

 

De ver Mathieu de regresso a Alvalade. O excelente central francês, que tão bem serviu o Sporting durante três épocas, entre 2017 e 2020, assistiu ao jogo num camarote. Será sempre bem-vindo.

 

De ver as bancadas muito preenchidas. Mais de 42 mil adeptos acompanharam ao vivo, no estádio, este Sporting-Nacional.

 

De reforçar a nossa posição a liderar a Liga. Comandamos com 47 pontos - apenas menos dois do que na mesma fase do campeonato anterior. Aumentámos a distância para o Benfica, que segue com menos seis - há um ano, tinha apenas menos um. Somos a equipa com mais vitórias e menos derrotas. Temos o melhor ataque (53 golos, mais dez do que o Benfica) e a melhor defesa. Temos o maior goleador. Todos os números indicam: vamos no bom caminho. Para que o sonho se torne realidade.

 

 

Não gostei

 

De termos esperado 45'+1 para vermos o nosso primeiro remate enquadrado. Mas valeu a pena: o impasse foi quebrado pela bomba de Trincão. Nota máxima no plano artístico.

 

Do atraso do jogo. Começa a tornar-se um mau hábito em Alvalade: desta vez a partida começou com 6 minutos de atraso.

 

De Fresneda. Ele esforça-se, mas voltou a ter exibição insuficiente. Quando sobe no corredor, não dribla nem cruza. O mais provável é vê-lo perder a bola. A defender, não transmite segurança: abusa dos passes à queima e mostra-se muito intranquilo. Precisamos com urgência dum lateral direito melhor que ele.

 

De ver sair Morita com problemas musculares. Aconteceu aos 68': o internacional japonês abandonou o jogo com cara de sofrimento, queixando-se de dores numa coxa. Outra lesão à vista ou recaída da anterior? Convém lembrar que ele é um dos elementos mais importantes do Sporting, nada fácil de substituir.

 

Dos assobios. Alguns adeptos, sempre à beira de um ataque de nervos, começaram a vaiar certos jogadores (Fresneda foi um deles) a meio da segunda parte, indiferentes ao facto de estarmos a vencer e de o Benfica, pouco antes, ter sido derrotado (1-3) pelo Casa Pia. Estes adeptos tardam em perceber que assim nada conseguem de positivo: em vez de apoiarem, só desapoiam. Volto a perguntar: se é para assobiar, por que raio não ficam em casa?

O dia seguinte

O melhor elogio que posso fazer a Rui Borges, e que nunca consegui fazer a João Pereira, é que o Sporting de ontem em Alvalade, perante um Nacional que ali montou um autocarro de três andares, parecia ser aquele de Rúben Amorim frente ao Casa Pia no mesmo estádio.

O mesmo ritmo pausado, a mesma obsessão pelo controlo, a prioridade à eficácia sobre o espectáculo. Agora num contexto de desgaste acumulado e de lesões que Amorim não teve tempo esta época para vivenciar.

Se calhar o futebol desejado de Rui Borges é o dos primeiros 10 minutos e não os dos outros 80, mas os campeões fazem-se com eficácia e controlo do desgaste, ou seja, com jogos como os dos outros 80.

Neste jogo, o Sporting foi sempre muito competente a construir e a recuperar a bola na perda, mas com muitos problemas pelo ritmo baixo em que caiu em ultrapassar uma defesa a 11 do Nacional que deixava poucos espaços, onde o centro ou o remate sempre se perdia na floresta de pernas contrária.

Foi preciso Trincão, agora na posição dele que o Catamo não está a merecer ocupar, ter um remate cruzado portentoso e conseguir um golo de bandeira no final da 1.ª parte para desbloquear o jogo.

A 2.ª parte ficou bem mais tranquila. O Nacional teve de jogar à bola e não investir na palhaçada à moda do Santa Clara, e jogando à bola sujeitou-se a perder por mais, o que esteve por acontece várias vezes antes do recém-entrado João Simões aproveitar um centro interceptado de Catamo.

 

Foram mais três pontos numa jornada em que o Benfica fracassou com o Casa Pia e o Porto vamos ver como acabará com o tal Santa Clara. E é o que mais interessa. Isto não está para jogar como nunca e perder como sempre, está para ganhar e logo se vê o resto.

Melhor em campo? Trincão, golaço. A sociedade dele com Fresneda tem muito por onde crescer, digamos que a dupla enquanto tal está a 10% do que pode render. Quenda e Maxi combinam muito melhor do outro lado.

Arbitragem? Tem enorme dificuldade em distinguir jogo duro leal do malandro e em protreger quem joga a bola, mas pelo menos não estragou o jogo, o que já não é mau.

E agora? Despachar o Bolonha na quarta-feira, que vem aí o Farense. Jogo a jogo.

 

PS: Mesmo sem os três ou quatro miúdos da B que foram suplentes ontem em Alvalade, João Pereira conseguiu com um empate nos Açores a passagem à fase de subida da Liga 3. Os meus parabéns a um treinador que com tempo no banco e na credenciação pode ter uma bela carreira apesar do fracasso recente que todos lamentamos.

SL

Reposta a normalidade. Ou quase.

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E pronto, após uma jornada europeia que nos correu muito mal e apesar dos pesares, a equipa praticou um futebol muito agradável e venceu de forma tranquila o Nacional, que há quinze dias havia derrotado o Porto.

Gostei da exibição do nosso guarda-redes.

Gostei do golaço do Trincão.

Gostei do primeiro e excelente golo de João Simões.

Gostei da assistência de Gyokeres e "do arrastar" dos defesa insulares, de Herder que permitiu que o João se inaugurasse a marcar.

Tudo quase normal, faltou o golo do suspeito do costume.

Há dias em que é um descanso ver futebol.

 

Isto se o outro não tem desertado, no Carnaval estava resolvido.

 

2024 em balanço (6)

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DESPEDIDA DO ANO: RUBEN AMORIM

Era a última coisa que queríamos. Mas alguma vez teria de ser. Aconteceu no ano que passou, em Novembro: Ruben Amorim, o treinador português que conquistou mais troféus ao serviço do Sporting, disse adeus e partiu. Ou terá dito "goodbye", pois rumou à Premier League, contratado pelo Manchester United. O histórico emblema inglês ultrapassou até a sua cláusula de rescisão, pagando cerca de 13 milhões de euros pelo conjunto da equipa técnica: todos acompanharam o líder.

A notícia que preferíamos não ter lido tornou-se pública a 29 de Outubro. No dia seguinte recebemos e vencemos (por 3-1) o Nacional para a Taça da Liga. Houve uma atmosfera estranha no estádio. «Pairava ali uma aura de tristeza que noutro contexto talvez deixasse alguém perplexo. Mas todos percebemos o motivo: um ciclo muito feliz está prestes a chegar ao fim», escrevi na altura, horas após o fim do jogo.

Amorim partia ao fim de quatro anos e oito meses: nenhum outro treinador aguentou tanto tempo seguido no Sporting. E nenhum outro soube aproveitar tão bem o tempo: dois campeonatos conquistados, tantos como os que o nosso clube vencera nas quatro décadas anteriores. Daí a sensação de perda, entre os adeptos, ter sido ainda mais acentuada.

Do mal, o menos: Frederico Varandas convenceu-o a ficar mais três jogos antes de passar a bola a João Pereira. Ainda sob o comando de Amorim, para o campeonato, o Sporting goleou em casa, por 5-1, o Estrela da Amadora (1 de Novembro) e teve um jogo épico em Braga, igualmente da Liga 2024/2025, com triunfo leonino por 2-4 (10 de Novembro). Com onze vitórias em onze jogos, igualava o melhor começo de sempre da nossa equipa na competição máxima do futebol português. Há 34 épocas que não começávamos tão bem, desde 1990/1991.

Mas a cereja em cima do bolo foi a goleada ao Manchester City, que saiu de Alvalade vergado a uma derrota por 4-1 (5 de Novembro). Uma das páginas mais brilhantes inscritas pelo Sporting na poderosa Liga dos Campeões. Outra noite épica. Infelizmente, a última do jovem treinador no nosso estádio.

Amorim saiu só com cerca de um terço da época disputada. Campeão nacional em título, com a equipa em todas as frentes. No campeonato, isolada no comando: 33 pontos, 39 golos marcados, só cinco sofridos. Invicta na Liga dos Campeões, com três vitórias e um empate - segundo lugar entre 36 clubes.

Não perdeu um só jogo de leão ao peito durante todo o ano de 2024.

Nada voltaria a ser igual. Muitos de nós ficámos com a convicção de que tão cedo não teremos um treinador tão bem-sucedido. Oxalá Rui Borges possa demonstrar-nos o contrário.

 

Despedida do ano em 2012: Ânderson Polga

 Despedida do ano em 2013: Ricky Von Wolfswinkel

Despedida do ano em 2014: Leonardo Jardim

Despedida do ano em 2015: Marco Silva

Despedida do ano em 2016: Islam Slimani

Despedida do ano em 2017: Adrien Silva

Despedida do ano em 2018: Jorge Jesus

Despedida do ano em 2019: Bas Dost

Despedida do ano em 2020: Bruno Fernandes

Despedida do ano em 2021: Nuno Mendes

Despedida do ano em 2022: João Palhinha

Despedida do ano em 2023: Manuel Ugarte

Quente & frio

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Morten e Gyökeres: golos nórdicos na vitória por 3-1 para a Taça da Liga contra o Nacional

Foto: EPA / Rodrigo Antunes

 

Gostei muito de ver ontem Gyökeres marcar mais dois golos, em Alvalade, perante mais de 32 mil adeptos nas bancadas. Mas um deles não foi um golo qualquer: refiro-me ao segundo (terceiro do Sporting neste desafio da Taça da Liga), marcado de livre directo. Por este simples motivo: há quase quatro anos que não marcávamos desta maneira, desde um inesquecível tiro de Pedro Porro contra o Famalicão em Dezembro de 2020. Foi quebrado o enguiço pelo ponta-de-lança sueco, aos 70', nesta recepção ao Nacional. Cinco minutos antes, já ele tinha marcado, mas de penálti. É um dos melhores avançados que desde sempre envergaram a camisola com o símbolo do Leão: leva 16 golos marcados em 15 jogos desta temporada, mais quatro assistências. Também melhor em campo, claro.

 

Gostei da vitória por 3-1, naturalmente. Iniciada com um golo de Morten, aos 53': remate cruzado por baixo, sem hipótese de defesa para Lucas França. Seguimos para a final-a-quatro na Taça da Liga: mantemo-nos em todas as frentes. Vitória obtida só no segundo tempo, após o empate a zero registado ao intervalo, com a turma visitante a estacionar o autocarro junto à sua baliza (parece sina, enfrentarmos equipas com semelhante "táctica", o que diz tudo sobre a falta de qualidade do futebol português) e o guarda-redes do Nacional a queimar todo o tempo possível em cada reposição de bola, o que lhe valeu um cartão amarelo ainda na primeira parte. Objectivo cumprido nesta prova, para já. Mas o que mais interessa é o campeonato, onde permanecemos invictos à nona jornada. Segue-se a recepção ao Estrela, depois de amanhã.

 

Gostei pouco de certas exibições no onze inicial. Fresneda, em estreia como ala esquerdo, esteve totalmente desposicionado, quase sem acertar um centro, tarda em mostrar por que motivo foi contratado. Edwards, de regresso a titular como ponta direito, evidenciou os defeitos que já lhe conhecíamos: alheia-se dos lances, foge da disputa da bola, integra-se com dificuldade no colectivo. Sem surpresa, foram ambos substituídos ao intervalo. E a equipa parecia outra: Trincão muito melhor do que o  inglês, Gyökeres incomparavelmente superior ao espanhol (Harder foi remetido à posição de Fresneda com a entrada do sueco para avançado-centro).

 

Não gostei de ver o onze sem Nuno Santos. Acentuou-se a minha convicção de que o extremo agora lesionado irá fazer-nos muita falta. Matheus Reis (que até quase marcou aos 3') tem mais propensão defensiva, Maxi Araújo ainda não ultrapassou o patamar da vulgaridade no Sporting e Geny é muito mais acutilante quando actua do lado direito, agora com Quenda a fazer-lhe concorrência. Fresneda, à esquerda, não é opção. Problema complicado para o técnico resolver. Já não será Rúben Amorim, ao que tudo indica.

 

Não gostei nada do ambiente frio no estádio. Estava uma atmosfera estranha, que abrangia o banco leonino e contagiava a própria equipa, a quem faltou desenvoltura e alegria. Havia a noção generalizada de que este talvez fosse o último jogo do Sporting sob o comando de Rúben Amorim após quase quatro anos e oito meses. Espécie de despedida antecipada, com o pano prestes a cair. Pairava ali uma aura de tristeza que noutro contexto talvez deixasse alguém perplexo. Mas todos percebemos o motivo: um ciclo muito feliz está prestes a chegar ao fim.

O dia seguinte

O jogo de ontem em Alvalade foi tranquilo e triste como uma tarde de outono. A tristeza todos sabemos porquê, mas falo disso noutro post.

O Nacional estacionou o autocarro, com o guarda-redes a queimar tempo de todas as formas possíveis. O Sporting foi rodando a bola e tentando entrar pelas portas e janelas, no caso em tabelinhas pelo centro e em incursões pelas duas alas. As oportunidades de remate foram-se sucedendo mas sempre existia um adversário na trajectória da bola.

Além disso, Fresneda e Maxi na esquerda estiveram bem longe do rendimento de Catamo e Edwards na direita, e na frente não era o dia de Harder. O 0-0 ao intervalo castigava a falta de entrosamento desta linha avançada, com Fresneda claramente fora do seu lugar, e um golo fortuito do Nacional como aquele que iria acontecer mais à frente tornaria tudo complicado.

 

Com as entradas dos titulares Gyökeres, Debast e Trincão tudo mudou, Maxi foi para o seu lugar, e a linha avançada Catamo/Quenda-Trincão-Gyokeres-Harder-Maxi foi castigando o Nacional. O resultado final de 3-1 foi escasso para o domínio do jogo e as oportunidades criadas.

Assim todos os objectivos foram cumpridos, o Sporting está na final four da Taça da Liga, ninguém se aleijou, alguns menos utilizados e/ou vindos de lesão tiveram minutos, a exibição foi agradável e aplaudida por mais de 30 mil adeptos, incluindo muitos das claques que oficialmente quiseram estar ausentes, mais uma vez deixaram o seu clube para segundo plano em detrimento dos seus objectivos "políticos". 

 

Melhor em campo? Gyökeres, pelo grande golo de livre directo.

Arbitragem? Fraquinha, fraquinha, fraquinha, ninguem percebeu o critério dele. Ainda não revi o jogo na TV, não tenho opinião sobre os lances de possível penálti que ocorreram longe do meu lugar, mas aquele abraço ao Trincão na área se não é falta não sei o que é. Se calhar dava um bom árbitro de andebol, mas para futebol...

E agora? Estrela da Amadora, sexta-feira em Alvalade. Para ganhar, obviamente, e seguir na liderança da Liga.

SL

Primeira goleada, já no comando da Liga

Nacional, 1 - Sporting, 6

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Trincão, momentos após marcar o quarto golo, muito cumprimentado pelos companheiros

Foto: Homem de Gouveia / Lusa

 

Poucos previam que pudesse ser tão fácil. Muito mais do que em Janeiro de 2021, quando nos deslocámos à Choupana e arrancámos lá, a ferros, uma vitória esforçada mas mais do que merecida em inesquecível noite de vendaval. Depois o Nacional baixou de divisão, andou três épocas no escalão secundário. Regressa agora, com o estatuto de campeão da Liga 2 e sete reforços no plantel, o que não parece ter empolgado os seus adeptos: abundavam as clareiras no estádio onde o Sporting fez anteontem a sua primeira deslocação fora de portas neste campeonato.

Havia receios sobre a prestação leonina por parte dos pessimistas do costume. Eram infundados, como se viu. Numa primeira parte que dominámos sem discussão entre os minutos 5 e 35, tendo recuperado a supremacia após quatro minutos vacilantes. E sobretudo ao longo de todo o segundo tempo, em que marcámos quatro golos e podíamos ter concretizado outros tantos. Desfecho: primeira goleada da época, por 6-1. E já o comando da Liga 2024/2025, logo à segunda jornada.

 

Rúben Amorim, numa adaptação ao seu modelo habitual, deu instruções aos alas para actuarem sobretudo como extremos - Geny à esquerda, Quenda à direita. O que alargava a nossa frente de ataque, à semelhança dum rolo compressor. Com Gyökeres no meio do ataque enquanto Pedro Gonçalves e Trincão preenchiam os espaços, abrindo linhas de passe e desgastando o bloco defensivo adversário.

Neste modelo que anda a ser posto em prática com sucesso, Gonçalo Inácio acorria com frequência a dobrar o companheiro da ala esquerda e Eduardo Quaresma fazia o mesmo no flanco oposto, compensando os adiantamentos. No duelo do meio-campo, com Morten ausente por lesão, Morita e Daniel Bragança deram conta do recado. Com o internacional japonês a desdobrar-se também em movimentos de recuo, reforçando os companheiros da defesa.

 

Resultou. E de que maneira. 

Pedro Gonçalves, numa jogada individual que o confirma como o melhor português da actual equipa leonina, fez uma exibição fulgurante de virtuosismo técnico ao inventar o nosso primeiro golo. Estavam decorridos 16': o transmontano pegou nela, deixou cinco adversários pelo caminho e já em desequilíbrio ainda conseguiu dar-lhe o rumo certo, anichando-a no fundo das redes. Estava aberto o caminho para a vitória.

O Nacional tentou dar luta. E chegou a criar a ilusão de que isso seria possível quando empatou a partida num bom disparo a meia altura, aproveitando uma momentânea falha de cobertura do nosso corredor esquerdo. Mas os profetas da desgraça mal tiveram tempo de gritar «Eu não dizia?!» Pedro Gonçalves, novamente protagonista, criou um desequilíbrio e serviu Trincão: o minhoto estava marcado pelos centrais mas desembaraçou-se deles e fuzilou, em remate cruzado. Repondo a justiça no marcador e fixando o resultado ao intervalo: 2-1.

 

Depois só deu Sporting. Com Quenda a confirmar o seu talento muito acima da média: temos aqui um menino prodígio. Outro tesouro da Academia de Alcochete. Derrubado em falta quando fazia uma incursão para o centro, já dentro da área, possibilitou o nosso terceiro golo. Penálti concretizado aos 51' por Gyökeres: o craque sueco marcou-o de modo irrepreensível.

Adivinhava-se goleada. E aconteceu mesmo, em vertiginosa sucessão. Trincão finalizou sem problema, aos 57', após oferta de Geny. Daniel Bragança - com braçadeira de capitão - deu espectáculo ao receber de Pedro Gonçalves na meia-direita e serpentear entre a defesa contrária antes de fuzilar com nota artística aos 66'. E Gyökeres bisou também, aos 76', num disparo fortíssimo, isolado com passe vertical de Debast a merecer aplauso. O jovem defesa belga começa a dar nas vistas pelos melhores motivos.

 

Pela segunda época consecutiva, o Sporting emerge como vencedor nas duas jornadas inaugurais da Liga: é um bom auspício para o que vai seguir-se. Temos 12 golos marcados em três jogos oficiais - melhor marca ofensiva desde a temporada 1990/1991, mesmo sem termos contratado ainda o tal avançado grego que tanto se aguarda.

Rúben Amorim soma e segue: 216 jogos oficiais, 150 triunfos no seu currículo em Alvalade. O melhor do século, um dos melhores da história do nosso clube.

O Nacional, que vinha de 14 jogos sem perder, sofreu a maior derrota de sempre em casa. Talvez muitos dos seus adeptos adivinhassem, daí nem sequer terem optado por comparecer no estádio. Temos pena.

 

Breve análise dos jogadores:

Vladan - Boas defesas aos 31' e aos 47'. Talvez pudesse ter feito melhor no golo solitário que sofremos. 

Eduardo Quaresma - Atento e seguro: o melhor do trio de centrais. Espectacular corte de carrinho aos 30'.

Diomande - Algumas falhas de cobertura: não é Coates quem quer. Faltou-lhe velocidade no lance do golo.

Gonçalo Inácio - Central projectado na ala, influente na construção. Desposicionado no golo da turma madeirense.

Quenda - Excelente técnica, maturidade táctica. Cava o penálti que sentenciou o jogo. Quase marcou aos 24': bola roçou no poste.

Morita - Médio mais recuado, apoiou os centrais. Perdeu a bola aos 49': podia ter dado empate ao Nacional.

Daniel Bragança - Capitão, foi ele a gerir e organizar jogo no corredor central. Marcou um golaço - o nosso quinto.

Geny - Parece cada vez mais adaptado à ala esquerda. Recupera, domina e assiste no quarto golo leonino.

Trincão - Muito confiante. Estreia-se a marcar nesta nova época, e logo com um bis. Esteve quase a fazer outro golo, aos 74'.

Pedro Gonçalves - Marcou um, deu dois a marcar. Soma 80 golos e 54 assistências em quatro anos no Sporting. Cada vez mais influente, cada vez mais maduro. Melhor em campo.

Gyökeres - Também ele bisou. Primeiro de penálti, depois num fabuloso pontapé de meia distância. Em excelente forma.

Debast - Substituiu Eduardo aos 69'. Destacou-se ao assistir no sexto golo: pontapé vertical de 40 metros.

Dário - Entrou para o lugar de Morita aos 79'. Mostrou-se confortável no corredor central. Primeiros minutos da época.

Matheus Reis - Rendeu Geny aos 79'. Discreto, controlou ala esquerda. Sem sobressaltos.

Edwards - Substituiu Trincão aos 85'. Quase sem tempo para se mostrar: o resultado estava construído.

Fresneda - Entrou aos 85', rendendo Diomande, só para ganhar algum ritmo.

A coisa esteve complicada

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Assuntos importantes, como um jantar com vista privilegiada para a Praia dos Pescadores, aqui na antiga Vila da Ouriceira, obrigaram-me a ver o jogo no telefone. Isto para um já pitosga como eu é sempre desafiador, de modo que tal como o nosso redes Vladan nem vi o míssil que o madeirense anichou nas nossas redes.

Podem não acreditar, mas o Alvarinho até já nem me estava a saber bem, que eu já vi tantas vezes o filme de começar a ganhar e depois chegar ao fim empatado ou derrotado, que já tinha as tripas a roncar.

Mas vá que convocaram o Trincão e ainda antes do intervalo ele resolveu dizer presente, desmentindo quem afirmava a pés juntos que só voltaria em Janeiro. Marchou logo aí uma copázia! É pá, depois se fosse a comemorar cada golo à velocidade desse segundo, provavelmente não acordaria bem, hoje, a modos que a celebração da goleada foi feita mais de gritos que de copitos.

Foram marcados sete golos ontem, num estádio com uma vista única para a baía do Funchal e seis deles foram excelentes, incluso, claro, o golo único do Nacional, num míssil, como disse atrás, que apenas a potência pode desculpar Vladan do jargão "mal batido". Pareceu-me depois quando vi o jogo em tamanho de 50" que poderia ter feito mais alguma coisinha por ele abaixo. O Vital não veio aqui ler o meu conselho.

Bom, a coisa terminou numa goleada das antigas e numa excelente exibição, afinal para se vencer por cinco de diferença tem que se ter jogado qualquer coisita, os golos as mais das vezes não caem do céu aos trambolhões e eu passei da iminente depressão para a enorme euforia. Obrigado, rapazes.

Destaco pela positiva o regresso de Debast, que até esteve muito bem, com um corte excelente e uma assistência de longo alcance para Gyokeres fazer o sexto da tarde.

Faena completada, é preparar o próximo jogo, onde vamos defrontar uma falsa filial nossa que é treinada pelo gajo que mais deve ter raiva de nós e que contra nós joga sempre ao ataque, fechadinho lá atrás.

Para terminar, a comissão das festas em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem decidiu comemorar esta grande vitória com 10 minutos de fogo de artifício no pontão da Praia dos Pescadores. Mai'nada!

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da goleada na Choupana. Segunda jornada da Liga 2024/2025, primeiro jogo do Sporting fora de casa. Contra o Nacional, mais de três anos depois. Não podia ter corrido melhor. Fomos lá vencer por 6-1, sem dar hipóteses ao adversário. Há cinco anos que, nesta condição de equipa visitante, não vencíamos no campeonato com pelo menos seis golos apontados - desde 5 de Maio de 2019, quando derrotámos B-SAD por 8-1.

 

Do nosso domínio indiscutível. Protagonizámos um festival de jogo ofensivo: a nossa equipa sempre confiante, motivada e com índices físicos dignos de registo contra o anterior campeão da Liga 2, que não perdia há 14 jogos e se reforçou com sete jogadores. Domínio absoluto registado mesmo sem Morten no onze, por lesão, e mesmo sem ter chegado ainda o anunciado reforço para a frente de ataque. 

 

De Pedro Gonçalves. Voltou a estar em foco: melhor em campo, justificadamente. Foi ele a marcar o primeiro golo, aos 16'. Grande golo, em que o trabalho foi todo dele, conduzindo sabiamente a bola, com súbitas alterações de velocidade e uma simulação, deixando cinco adversários pelo caminho. Fez ainda duas assistências. Para o segundo e o quinto. Atravessa um dos melhores períodos da sua carreira: quatro golos marcados em três jogos da temporada oficial. É imperdoável continuar fora das convocatórias da selecção.

 

De Gyökeres. Um dos obreiros desta goleada leonina. Incansável, sempre de olhos fitos na baliza. Marcou por duas vezes - aos 51', convertendo um penálti, e aos 76', fechando a contagem, numa bomba disparada pelo seu pé-canhão após fantástica arrancada com assistência milimétrica de Debast. Esteve a centímetros do tri, aos 87', quando recuperou a bola e rematou ao ferro. Pode festejar também por este motivo: foi a sua estreia como artilheiro na Madeira. Tem números galácticos, à nossa escala: já marcou 46 golos em 53 partidas de Leão ao peito.

 

De Quenda. Confirma-se: temos craque. Grande exibição como ala direito, encarregado sobretudo de missões ofensivas mas fechando sempre também o seu corredor em despique vitorioso com o lateral esquerdo adversário. Com pleno domínio técnico e notável maturidade táctica para um jovem de apenas 17 anos. Aos 49' protagonizou um lance dentro da grande área em que foi derrubado com toque ostensivo no pé de apoio. Daqui nasceria o nosso terceiro golo.

 

De Daniel Bragança. Com Morten ausente, coube-lhe ser o capitão e gerir a manobra ofensiva do Sporting. Sobretudo na primeira parte quase toda a acção atacante passou por ele, organizando, distribuindo com critério, promovendo variações de flanco. Cereja em cima do bolo: o espectacular golo que marcou. Foi o nosso quinto, aos 66': num espaço curto, conseguiu mudar duas vezes de pé e fazer uma decisiva finta de corpo sem se atemorizar com os três defesas que tinha pela frente, rematando com colocação e força. Golaço que premiou o seu excelente desempenho.

 

De Trincão. Inicialmente muito vigiado ao actuar nas costas de Gyökeres, foi-se libertando da marcação cerrada até exibir toda a qualidade do seu futebol. Estreou-se como artilheiro neste campeonato, e logo a bisar: o segundo golo, aos 40', num remate cruzado sem hipóteses para o guarda-redes, e o quarto, aos 57', encaminhando-a para as redes em posição frontal, saíram do seu pé canhoto. Com preciosas ajudas de Pedro Gonçalves e Geny, em qualquer dos casos. É assim que queremos vê-lo, de pé quente e com boa pontaria no remate. 

 

De ver quatro da nossa formação no onze inicial. Para alguns adeptos, isto nada conta. Não é o meu caso. Gostei que Rúben Amorim apostasse em Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Bragança e Quenda. E ainda entrou Dário, aos 79', quando o resultado já estava construído.

 

Da arbitragem. Boa actuação de Luís Godinho, adoptando o chamado critério largo que há muito devia vigorar no primeiro escalão do futebol português. Uma espécie de inverso de Fábio Veríssimo, que continua a protagonizar autênticos festivais de apito sem perceber que só árbitros sem nível procedem assim.

 

De ver o Sporting marcar há 44 jogos seguidos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde a Liga 2022/2023. Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.

 

De termos disputado 23 partidas consecutivas sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota aconteceu na distante jornada 13 do campeonato anterior, disputada em Guimarães, a 9 de Dezembro.

 

 

Não gostei

 

Do golo sofrido. Único falhanço defensivo do Sporting, com Gonçalo fora de posição a dobrar Geny e Diomande também muito adiantado, incapaz de interceptar o passe de ruptura para Thomas, aos 36'. O remate saiu a meia altura e sem força excessiva: ficou a sensação de que Vladan podia ter feito melhor. Já sofreu seis golos em três jogos oficiais na temporada, há motivos para questionarmos o seu desempenho entre os postes.

 

Da ausência de Morten. O internacional dinamarquês ficou fora da convocatória devido a uma lesão que não é grave. Medida de precaução compreensível: vêm aí desafios muito mais complicados do que este. De qualquer modo, mal se sentiu a sua ausência: Daniel Bragança, chamado a substituí-lo, deu boa conta do recado.

 

Do 2-1 registado ao intervalo. Sabia a pouco.

 

Do cartão amarelo exibido a Gonçalo Inácio a segundos do fim. Absolutamente desnecessário. Mesmo a ganhar 6-1, é fundamental que os jogadores percebam isto: toda a desconcentração deve ser evitada, do princípio ao fim.

O dia seguinte

Antes de falar sobre o jogo de há pouco, uma confissão. Tinha pensado aproveitar para ir à Madeira, tinha até acolhimento de familiares, se tivesse ido teria como de costume deixado o carro no parking do Prior Velho, e gostaria de ter ido à "taberna da poncha" na Serra de Água. Mas as "férias" da Galiza deixaram-me com vontade de ficar por casa antes das novas "férias" no Algarve onde conto estar na sexta-feira para não perder o próximo jogo no Estádio do Algarve.

Assim não fiquei com o carro irremediavelmente queimado, nem sem vontade para passear na Madeira com o incêndio. Restou-me apenas o prazer de ver no sofá, pela Sport TV, o Sporting esmagar o Nacional naquele espectacular, pela geografia do local, estádio da Choupana. 

 

Sobre o jogo, o início parecia confirmar os meus piores receios. Foram três bolas que sairam bem perto do poste direito da baliza guardada por Kovacevic, como entrou mais tarde um remate que teria de ser defendido por um guarda-redes do Sporting.

Depois o futebol do Sporting assentou- Começou a circular a bola com critério, cansando o adversário e causando desequilíbrios que causaram mossa na defesa adversária.

De qualquer maneira, toda a primeira parte ficou marcada pela falta de pressão e incapacidade de ganhar os lances no eixo central. Os principais culpados foram os dois médios, Morita e Bragança, mas todo o trio avançado foi também muito responsável, até porque o balanceamento ofensivo do Nacional começava nos centrais.

O 2-1 a favor do Sporting ao intervalo de alguma forma era lisonjeiro. Os golos resultaram de lances de inspiração individual, cada canto contra era um susto, o melhor da equipa nessa altura eram mesmo os dois alas, sempre a saber como e quando arriscar, muito poucas vezes perdendo a bola.

 

Na 2.ª parte o desgaste físico do Nacional ditou leis, a começar pelo ex-Porto Bruno Costa, e quando cometeu um penálti mais que evidente sobre um Quenda que está cada vez mais um belíssimo jogador, e Gyokeres marcou, o jogo terminou. E logo saíram três jogadores completamente de rastos.

Depois, o Sporting passou a defrontar um Nacional em regime de "galinha sem pescoço" e as oportunidades foram surgindo umas atrás das outras. Acabou em 6-1 apenas porque o sueco, apesar do míssil com que marcou, não estava nos seus dias. Com ele ao nível da época passada seriam 9 ou 10.

De qualquer maneira, quem do jogo se limite a ver os golos, tem material de primeira com que se regalar. Todos de nota máxima, mas o primeiro do Pedro Gonçalves é (mais uma) obra-prima do (globalmente) melhor futebolista do Sporting desde que cá chegou. Só mesmo Martínez pode explicar como é que um jogador assim não é titular da selecção de Portugal. 

 

Entraram já na recta final Debast e Fresneda para a defesa, Matheus Reis para a ala esquerda, Essugo para médio e Edwards para o ataque. Rúben Amorim explicou que Mateus Fernandes está de saída do Sporting, soube-se depois por 15+3M€ para o Southampton. Cá por mim, sem entrar em considerações sobre o valor futebolístico de cada um, acho que este plantel do Sporting precisa bem mais do Essugo do que do Mateus, e não se pode dar ao luxo de ter no banco, como quarta opção, um jogador que para outro clube vale 18M€.

Sobre a arbitragem nada a dizer. Deixou jogar dentro dum critério uniforme, desta vez o culpado pelo cartão amarelo foi mesmo Inácio, que já tem idade para não embarcar em cenas daquelas. 

 

Melhor em campo? Pedro Gonçalves pelo primeiro golo e as duas assistências, mas Quenda está a tornar-se um jogador fabuloso. Sempre em movimento, defende com eficácia, ataca com critério, raramente falha um passe, remata com intenção. Estou mesmo impressionado. Incrível a transformação desde a época passada que Amorim conseguiu E dura os 90 minutos a correr acima e abaixo. Como é que vai sair do onze titular? Assim não vai, de certeza, mas a época é longa e são precisos quase sempre quatro alas por jogo.

Preocupação maior? Kovacevic... Aquele golo do Nacional... Israel vai voltar à titularidade? De resto Diomande pareceu-me pouco confiante, se vai com tudo é golo, se não vai é golo também, querem que faça o quê exactamente?

E agora? Corrida aos bilhetes para o estádio do Algarve. Pelo menos para os "croquetes de camarote" como eu que pagam quotas, gameboxes, gasóleo e hotéis e não aqueles "puros" tasqueiros que se enjoam com as camisolas e vêem os jogos aos saltos na "TV Inácio" mais próxima. 

SL

Amanhã à tarde na Choupana

O Sporting visita amanhã o estádio do Nacional da Madeira, lá no monte sobranceiro ao Funchal, onde não costuma ter vida fácil, quer pelas condições atmosféricas quer pela capacidade de luta da equipa da casa.

Estive lá duas vezes, uma delas no 1-1 de 24/01/2009 em que o Néné agora no AVS marca um golão aos 8 minutos, teria sido uma contratação de maravilha para o Sporting não fora o Rui Alves ser mais um a estar no bolso do Pinto da Costa, nem me recordo se com ele alguém do Nacional chegou ao Sporting. Mas antes disso, já não me recordo a data, em que subi num Micra alugado de provecta idade em 1.ª velocidade os 2 ou 3 kms do íngreme Caminho do Terço até ao estádio, nessa altura ainda só de uma bancada.

Desta vez não irei lá estar, estou "em estágio" para o Farense.

 

E já aconteceu o que eu temia. Hjulmand lesionado. Agora é que vamos ver a qualidade do plantel, de acordo com as opções de Rúben Amorim. Essugo, Bragança ou Mateus Fernandes? Se agora não joga o Essugo quando é que vai jogar? Nunca. 

Mas tudo indica que seja Bragança a alinhar e com isso o meio-campo num jogo fora de casa fica a cargo de dois baixinhos. Daquilo que me recordo, mesmo não conhecendo a actual equipa do Nacional nem o estado do relvado da Choupana, digo que a coisa pode não correr nada bem. Claro que existem compensações e variantes, mas um onze com Morita, Bragança, Catamo, Quenda, Trincão e Pedro Gonçalves é talento a mais e músculo e altura a menos ...

Enfim, não agoiremos.

 

Sendo assim, acredito que o onze seja o seguinte:

Kovacevic; Quaresma, Diomande e Inácio; Quenda, Morita, Bragança e Catamo; Trincão, Gyökeres e Pedro Gonçalves.

A fórmula é entrar com tudo, marcar cedo e gerir o resultado depois.

SL

Prognósticos antes do jogo

Segunda jornada do campeonato: vamos fazer o primeiro jogo desta Liga 2024/2025 fora de Alvalade. Deslocação à Madeira, onde defrontaremos o recém-promovido Nacional. 

O último jogo que lá fizemos foi a 8 de Janeiro de 2021. Jogo épico, como lembrei aqui ao enaltecer o «espírito da Choupana». Em noite de tempestade, vencemos por 2-0: golos de Nuno Santos (43') e Jovane (87'). Símbolo magnífico de resistência e persistência na época em que pusemos fim ao nosso maior jejum de sempre do título máximo do futebol português. Aquele desafio confirmou-nos com estofo de equipa campeã.

O Nacional-Sporting será depois de amanhã, sábado, a partir das 18 horas (gosto deste horário). Quais são os vossos prognósticos?

O espírito da Choupana

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8 de Janeiro de 2021, Nacional-Sporting (0-2): um jogo inesquecível

 

Lembro-me sempre do épico desafio contra o Nacional na Choupana, disputado em 8 de Janeiro de 2021, como símbolo máximo da entrega ao jogo, de capacidade de luta e do espírito de equipa no Sporting. Fomos lá vencer 2-0. Com seis portugueses no onze titular.

«Triunfo da vontade, da atitude competitiva, do espírito colectivo, da garra leonina. Quem vence um jogo destes arrisca-se mesmo a ganhar o campeonato», escrevi no És a Nossa Fé nesse mesmo dia.

Tinha razão, como os factos comprovaram. Tais atributos contribuíram em larga medida para nos tornarmos campeões, com Rúben Amorim ao leme, quatro meses depois.

 

Esta inesquecível conquista, que pôs fim ao nosso maior jejum de sempre, teve um marco essencial naquele confronto na Madeira, debaixo de chuva copiosa, de uma ventania inclemente e até de granizo. Com o relvado transformado num lameiro. Mas sem ninguém baixar os braços.

Admirável exemplo de dedicação e esforço dos profissionais leoninos. Que actuaram ali como verdadeira equipa, honrando a melhor tradição do clube.

 

Esta cultura de exigência deve ser permanente, não pode estar sujeita a flutuações de humor nem a caprichos do calendário. Tem de ser assumida na íntegra por todo o nosso colectivo em campo. Nunca desistir de um lance, nunca virar a cara à luta. Como aconteceu na Choupana.

Em suma, o oposto do que o Sporting fez durante quase todo o segundo tempo no jogo de domingo em Braga. 

 

Recordo quem actuou nesse desafio inesquecível: Adán; Neto, Coates, Feddal; Porro, Palhinha, João Mário (Matheus Nunes), Nuno Mendes; Pedro Gonçalves, Nuno Santos (Jovane) e Sporar (Tiago Tomás). Golos de Nuno Santos (43') e Jovane (87').

Os melhores prognósticos

Uma vez mais, muitos vaticínios certeiros. Mas só dois ocuparam - a par - o primeiro posto do pódio: os nossos leitores Carlos CorreiaJoão Gil. Por terem mencionado Jovane como marcador de um dos golos do Sporting ao Nacional.

Menções honrosas a quem previu o 2-0 final, mesmo sem ter adivinhado quem apontaria qualquer dos golos: AHRAntónioFernandoLeão de LordemãoLeão 79Luís FerreiraLuís LisboaManuel ParreiraPedro BatistaTiago OliveiraVítor SousaVerde Protector.

Parabéns a todos.

O dia seguinte

Ganhámos mais que merecidamente a primeira das cinco finais e temos no meio da semana a oportunidade de chegarmos ao título, caso vençamos em Vila do Conde e o Benfica ganhe na Luz. Nesse caso serão 9 pontos de vantagem com três jogos para jogar, e não haverá Godinho nenhum que nos tire o caneco.

Mais uma vez ontem não foi um jogo fácil, o Sporting nunca tem um jogo fácil, os nossos ex-jogadores não fazem penáltis estúpidos, e os árbitros não inventam penáltis a nosso favor. É tudo ao contrário, e ontem foram três por assinalar que nos poderiam ter poupado a muito sofrimento.

 

O Nacional entrou em Alvalade para jogar no limite da legalidade: marcações em cima, faltas constantes para quebrar o ritmo do Sporting. Com outro árbitro teria chegado ao intervalo com meia equipa amarelada e muita dificuldade de continuar a jogar daquela forma. Com aquele que foi a Alvalade, eles sentiram as costas quentes e foi preciso uma falta táctica mais que evidente para pôr na rua um jogador que só à sua conta já ia na dúzia.

Quanto ao Sporting, digamos que procurou jogar no meio das faltas, metendo velocidade no jogo, explorando o flanco esquerdo com Nuno Mendes e Nuno Santos a combinarem muito bem, com Paulinho e Pedro Gonçalves também em boas combinações, mas sempre a falhar na concretização.

 

Paulinho começa a ser um caso de estudo. Ontem teve meia dúzia de oportunidades de golo flagrantes, e muitas delas construídas pelas suas desmarcações oportunas, e depois todas falhou. Numa delas parece que fecha os olhos e acaba por rematar por instinto à figura do guarda-redes.

Comparando com Bas Dost e Slimani, melhor em tudo menos no essencial. E o essencial para um ponta de lança é marcar golos. Não marcando...

Mas como diz o Ronaldo, os golos são como o Ketchup. Oxalá seja assim, no caso de Paulinho.

 

Jovane é um caso à parte. Ontem esteve brilhante e resolveu o jogo. Provocou a expulsão, assistiu no primeiro de forma magistral, provocou e converteu o penálti. Contra o Famalicão teve tudo para resolver o jogo num lance fácil e falhou. Jovane é um avançado "vagabundo" do qual podemos esperar tudo. Tem uma técnica alicerçada no físico de culturista, não tem a disciplina táctica doutros para jogar de início, mas é um "abre-latas" imprescindível para um Sporting com ambições.

Tem de ser valorizado por isso mesmo.

 

Se toda a equipa esteve bem, Max provou que está ao nível de Adán, os três "velhos" da defesa estiveram muito bem, aqueles que vieram do banco estiveram magníficos, o que demonstra mais uma vez que Rúben Amorim tem o grupo de trabalho na mão.

Todos eles, de Max a Antunes, se sentem valorizados e importantes neste percurso brilhante do Sporting. A forma como conseguiu recuperar Plata e Jovane do rescaldo das ilusões do mercado de Inverno é admirável.

E foi assim. Mais uma vitória, mais um jogo sem conhecer a derrota, muito sofrimento de jogadores e adeptos, muita alegria no final. Estamos cada vez mais perto, José...

 

#OndeVaiUmVãoTodos

SL

{ Blogue fundado em 2012. }

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