Estatísticas do ZeroZero. Que justificam alguma reflexão da nossa parte.
Os três melhores marcadores da Liga 2022/2023 são Gonçalo Ramos (Benfica), com 12 golos, Fran Navarro (Gil Vicente), com 11, e Taremi (FC Porto), com 10.
Não me refiro aos números dos contratos, refiro-me aos números nas camisolas (camisetas, como dizem, nossos irmãos, além Atlântico).
A marca é a mesma, a americana Nike, quais serão os mais bonitos, os mais simples, os que se vêem melhor quando estamos na bancada, os do Liverpool ou os do Sporting?
(às vezes, menos é mais, às vezes, quanto mais simples melhor)
Este quadro - reproduzido com a devida vénia à Betano e ao Sporting Tático - compara as estatísticas da nossa equipa no campeonato 2021/2022, em que chegámos ao fim em segundo (atrás do FC Porto e à frente do Benfica), com a época anterior, em que nos sagrámos campeões nacionais de futebol.
O futebol leonino acaba de superar um recorde negativo que durava há mais de meio século no Sporting: desde 1970/1971 que a nossa equipa não se classificava em segundo lugar na época imediatamente seguinte àquela em vencia o campeonato. Acaba de acontecer enfim. Cinquenta e um anos depois.
Parabéns, Rúben Amorim.
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2
Há quase década e meia que o Sporting não se qualificava em duas temporadas seguidas com apuramento directo para a Liga dos Campeões. Sucedeu com Paulo Bento em 2007 e 2008. Esta é apenas a sétima vez que conseguimos acesso directo à Liga milionária neste século. As restantes três aconteceram também com Paulo Bento em 2006, Leonardo Jardim em 2014 e Jorge Jesus em 2016.
Parabéns, Rúben Amorim.
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3
A duas jornadas do fim do campeonato, o futebol leonino já ultrapassou a cifra dos cem golos marcados nas diversas competições desta época - o centésimo golo foi marcado anteontem, no Estádio José Alvalade, por Edwards. Algo banal? Longe disso. Sucede-nos apenas pela sétima vez neste século.
Parabéns, Rúben Amorim.
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4
Desde que as vitórias passaram a valer três pontos no campeonato português, em 1995/1996, nunca a equipa de futebol profissional do Sporting conseguiu pontuações tão elevadas em duas temporadas consecutivas como nestas mais recentes - 85 na anterior, 79 na actual ainda antes de chegarmos ao fim, podendo igualar a de 2020/2021. O que, a concretizar-se, ascenderá a uns inéditos 170 pontos. Nestes 26 anos, o biénio mais pontuado tinha sido o de 2015/2016 e 2016/2017, em que atingimos 162 pontos com Jorge Jesus ao leme da equipa. Marca já superada.
Desde a chegada de Sérgio Conceição ao FC Porto, em Junho de 2017, disputaram-se 13 títulos.
Distribuição desses títulos:
Sporting Clube de Portugal 6 (Campeonato 2021, Taça de Portugal 2019, Taça da Liga 2018, Taça da Liga 2020, Taça da Liga 2021, Taça da Liga 2022)
Futebol Clube do Porto 3 (Campeonato 2018, Campeonato 2020, Taça de Portugal 2020)
Sporting Clube de Braga 2 (Taça de Portugal 2021, Taça da Liga 2020)
Sport Lisboa e Benfica 1 (Campeonato 2019)
Clube Desportivo das Aves 1 (Taça de Portugal 2018)
2
Facto:
Conceição disputou 13 títulos desde que chegou ao Dragão.
Venceu três, perdeu dez.
Percentagem vitoriosa: 23%.
Facto:
Amorim disputou quatro títulos desde que chegou a Alvalade.
Venceu três, perdeu um.
Percentagem vitoriosa: 75%.
3
Balanço provisório da época:
- O FC Porto fez até agora 33 jogos, tendo obtido vitórias em 75% desses encontros.
- O Sporting já cumpriu 36 desafios - mais três do que o FCP pois disputou a Supertaça e as duas partidas da fase final da Taça da Liga. Sagrou-se vencedor em 80% desses jogos.
4
Alguns outros dados factuais:
O Benfica nada vence há quase três anos.
O Braga ultrapassa o Benfica.
O extinto Clube Desportivo das Aves está ao nível do Benfica.
O FC Porto ainda não rompeu o hímen na Taça da Liga, como diria o jornal A Bola: permanece virgem.
O FC Porto tem metade dos títulos do Sporting, num honroso mas distante segundo lugar.
O texto que se segue é integralmente da autoria da página Sporting Brasil (o Sporting tem muitos, e muito ativos, adeptos no Brasil). Reproduzo-o aqui na grafia original com a devida vénia.
Alguns fatos:
O Sporting é a equipe com menos gols sofridos (20) nos 10 principais campeonatos europeus. Só indo até o 11.º país do ranking UEFA (Escócia) podemos encontrar o campeão Rangers FC com apenas 13 gols sofridos.
Luís Maximiano é o primeiro jogador da história do Sporting a ser campeão nacional nos iniciados (2013), juvenis (2016), juniores (2017) e equipe principal (2021).
Dário Essugo é o mais jovem campeão na história dos Campeonatos Nacionais. Realizou a sua estreia com apenas 16 anos e seis dias contra o V. Guimarães (24.ª rodada).
Com 37 anos, dois meses e 23 dias, João Pereira é o mais velho campeão nacional da história do Sporting, batendo João Azevedo de 36 anos de idade, oito meses e 24 dias.
11 jogadores formados campeões nacionais em 2020/2021 (Luís Maximiano, Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Nuno Mendes, João Palhinha, Tomás Silva, Daniel Bragança, João Mário, Dário Essugo, Jovane Cabral e Tiago Tomás). Foi superado o máximo anterior de 10 jogadores formados em Alvalade campeões nacionais em 1981/1982 (Carlos Xavier, Virgílio Lopes, Vitorino Bastos, Zezinho, Augusto Inácio, Francisco Barão, Ademar, Freire, Alberto e Mário Jorge).
Na imagem, Palhinha, 6, contratado aos 17 anos, Jovane, 77, contratado aos 16 anos, Daniel Bragança, 68, contratado aos 8 anos e Tiago Tomás, 19, contratado aos 12 anos.
A camisola n.º 7 parecia amaldiçoada no Sporting desde a saída de Luís Figo. Provocando doenças graves, lesões irreparáveis, gritantes incapacidades para singrar na equipa e até preocupantes problemas do foro psicológico. Arriscaram vesti-la jogadores como Ricardo Sá Pinto, Iordanov, Leandro Machado, Delfim, Niculae, Izmailov, Bojinov, Jeffrén, Shikabala, Joel Campbell, Rúben Ribeiro, Rafael Camacho...
Mas a maldição parece ultrapassada desde que ficou entregue a Bruno Tabata, um dos melhores reforços leoninos na temporada em curso. Há tradições que bem merecem ser quebradas - esta é uma delas. Antes tarde que nunca.
Nos últimos 22 clássicos, contra Benfica e FC Porto, o Sporting só conseguiu vencer em duas ocasiões no tempo regulamentar: derrotando o FCP na segunda mão da meia-final da Taça de Portugal 2018, quando Jorge Jesus orientava a equipa, e batendo o SLB na segunda mão da meia-final da Taça de Portugal 2019, quando Marcel Keizer (um técnico muito mais barato do que o primeiro) comandava a nau leonina.
1. O passe de Bas Dost - marcador de 93 golos nos jogos oficiais disputados nas três últimas décadas do Sporting - está avaliado em 17 milhões de euros, segundo os exigentes critérios do Transfermarkt - que o apontam como o segundo mais valioso elemento do plantel leonino, após Bruno Fernandes, rotulado com 55 milhões.
2. Dost - que em 2016/2017 foi o segundo melhor marcador das ligas europeias, apenas ultrapassado por Messi - tinha uma cláusula de rescisão fixada em 60 milhões de euros.
3. O holandês foi adquirido na época de 2016/2017 por quase 12 milhões de euros, tendo o clube ficado com a totalidade do seu passe.
4. Sai agora, ao que parece, por oito ou nove milhões. Valorizado pelos 93 golos que marcou e por ter sido Bota de Prata a nível europeu? Espantosamente, não. Sai por um valor muito abaixo da cláusula, por cerca de metade do preço de mercado do seu passe e até abaixo do que havia custado ao Sporting três anos atrás.
Os leitores desculpem, mas eu acho piada a estas patetices. Partilho-as porque pode ser que haja quem também goste.
Há 70 anos que o Sporting não ganhava uma prova importante no futebol num ano terminado em "9". A última vez correspondia justamente ao título de campeão nacional de 1949. Nunca o Sporting havia ganho a Taça de Portugal num ano destes.
Foi a antepenúltima vez que o Sporting foi campeão nacional num ano ímpar. Desde 1953, tal nunca se repetiu. Esperemos que seja em 2021 e que tal corresponda a um bicampeonato, algo que também não ocorre para o Sporting desde 1953.
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