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És a nossa Fé!

Impotência encarnada em fortaleza leonina

Benfica, 1 - Sporting, 1

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Trincão tentou e conseguiu: aos 4' gelou o chamado "inferno da Luz" com um grande golo

Foto: Rodrigo Antunes / Lusa

 

O Sporting pode orgulhar-se deste percurso no campeonato, que se prepara para conquistar pela terceira vez em cinco anos. Nomeadamente nos jogos com as outras equipas consideradas grandes. Não perdeu nenhum: venceu dois e empatou outros dois. O último empate ocorreu sábado passado, há três dias, no estádio da Luz.

Foi um desafio que nos correu bem desde o apito inicial. Com um grande golo, concretizado por Trincão aos 4'. Em lance colectivo de cinco estrelas, iniciado com uma recuperação de Morten à frente do eixo defensivo, prosseguido por Pedro Gonçalves com soberbo passe de 30 metros a isolar Gyökeres. Este atraiu de imediato dois polícias, Tomás Araújo e António Silva, incapazes de travá-lo. O craque sueco faz passe lateral com precisão cirúrgica, aproveitado da melhor maneira por Trincão, que desfere remate certeiro para ângulo de defesa impossível: o gigante Trubin esticou-se em vão. Enquanto Carreras ficou nas covas, a ver navios: o avançado leonino fez o que quis, liberto de marcação.

Assim gelámos o "inferno da Luz".

 

Este foi o lance decisivo do clássico.

Lance que nos confirmou no topo do campeonato, para não destoar: comandámos a classificação em 29 das 33 jornadas decorridas. O Benfica só conseguiu precárias e esporádicas lideranças por três vezes: nenhuma delas teve sequência.

No primeiro tempo só deu Sporting. Com a nossa equipa muito bem organizada a defender: merece elogio o trio formado por Eduardo Quaresma, Diomande e Gonçalo Inácio. Anulámos por completo Di María, proclamado como maior craque benfiquista. Primeiro no corredor esquerdo, por Maxi Araújo; depois na ala oposta, em que Eduardo Quaresma tomou conta dele. O argentino perdeu 19 vezes a posse de bola, só venceu três duelos e foi inofensivo nos cruzamentos, forçando o treinador a substituí-lo ao intervalo.

Mérito nosso.

 

No segundo tempo, a equipa da casa viu-se pressionada a subir no terreno, procurando cruzar bolas sobre a área. Sem produzir resultado. Nas bancadas, com lotação esgotada, os adeptos encarnados não escondiam o nervosismo. Percebia-se porquê: à medida que os minutos se escoavam, diziam adeus à hipótese de conquistar o título. Tendo perdido em Alvalade por 0-1, o Benfica precisaria sempre de vencer: só o Sporting poderia beneficiar também com o empate em casa alheia.

E o golo do empate lá surgiu, aos 63'.

Brilhante jogada individual de Pavlidis pela ala esquerda, beneficiando de duas escorregadelas quase simultãneas no nosso reduto - primeiro Quaresma, depois Diomande. Cruzou para Aktürkoglu, que lá a meteu após ressalto em Maxi Araújo.

Único momento de infelicidade leonina no capítulo defensivo. Não houve outro até ao fim.

 

Desempenho muito positivo do Sporting, para alegria da massa adepta e frustração da tribo benfiquista. Para eles, ao contrário do que sucedeu connosco, foi um empate com sabor a derrota.

Tinham razões para se sentir frustrados, como os números confirmam. Remates enquadrados: quatro para o Sporting, apenas um para este medíocre Benfica de Bruno Lage. Posse de bola para os encarnados. 67%. Mas foi domínio consentido da nossa parte. E também inconsequente, como o empate final comprova.

O Benfica só "venceu" em faltas cometidas: 24, contra apenas 14 da nossa equipa. Até nisto digna de elogio.

 

E agora?

Vamos à última ronda. A definitiva. Sábado, às 18 horas.

Recebemos o V. Guimarães, que luta para manter o quinto posto da Liga. O Benfica vai a Braga, onde a turma local procura honrar o quarto lugar após ter perdido o acesso ao pódio perante o mais fraco FC Porto do último decénio.

Não concebemos outro cenário senão o triunfo na recepção aos minhotos. Permitindo-nos conquistar o título - primeiro bicampeonato em mais de sete décadas. Merecido e justo. Não pensamos noutra coisa.

 

Breve análise dos jogadores:

 

Rui Silva (6) - Basta a sua presença entre os postes para transmitir segurança à equipa. Nada pôde fazer no golo deles (63').

Eduardo Quaresma (7). Anulou Aktürkoglu na primeira parte. Grande desarme aos 76'. Só não travou Pavlidis no golo por ter escorregado.

Diomande (7) - Regressou ao onze confirmando-se como pilar da defesa. Um verdadeiro líder. Ganhou todos os duelos com Pavlidis na primeira parte.

Gonçalo Inácio (7) -  Crucial na solidez defensiva da equipa. Grande desarme a Pavlidis aos 31'. Excelente corte aos 60'. Nunca tremeu.

Geny (7) - Sacou amarelo a Otamendi logo aos 15'. Deu luta cerrada a Carreras no nosso corredor direito, neutralizando o espanhol.

Morten (8) - O capitão destacou-se por ser o melhor em campo. Calibrou e pautou todo o jogo leonino, mesmo amarelado aos 19'. Recuperou 12 bolas. Inicia o nosso golo.

Debast (6) - Completou bem o trabalho de Morten, embora sem a combatividade do internacional dinamarquês. Consolida-se como médio.

Maxi Araújo (7) - Travou e venceu vários duelos. Vulgarizou Di María, que viria a sair ao intervalo. Infeliz no lance do golo encarnado: a bola tabelou nele.

Trincão (8) - Grande golo, logo a abrir o jogo. Movimentou-se muito bem sem bola e apareceu no sítio certo. Condicionou o Benfica a partir daí até ao apito final.

Pedro Gonçalves (6) - Ainda longe da melhor forma física. Mas faz excelente passe para Gyökeres no nosso golo. E sofre falta de Otamendi aos 17': penálti por assinalar.

Gyökeres (7) - Desta vez não marcou. Mas assistiu Trincão no golo, mesmo condicionado por Tomás Araújo e António Silva. Remate bem colocado aos 85': Trubin defendeu.

Morita (5) - Substituiu Debast aos 57'. Pouco intenso: falta-lhe recuperar a forma anterior à lesão. Aos 70', levou Aktürkoglu a fazer-lhe falta para amarelo.

Quenda (5) - Entrou aos 72', rendendo Pedro Gonçalves. Boa vontade, mas revelando problemas na definição.

Harder (5) - Substituiu Trincão aos 82'. Dinâmico, enérgico. Vai lutando para poder ascender a titular na próxima época.

Matheus Reis (5) - Entrou aos 82, substituindo Maxi Araújo. Vinha com instruções para trancar o corredor esquerdo e cumpriu.

Sr. Juste (5) - Substituiu Eduardo Quaresma aos 82'. Entrou com ganas suficientes para neutralizar Schjelderup. Kokçu foi amarelado ao travá-lo em falta (90'+3).

Rescaldo do jogo de anteontem

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Otamendi, bem ao seu estilo, tenta travar Trincão. Mas o minhoto destacou-se ao marcar o golo leonino

Foto: Tiago Petinga / Lusa

 

Gostei

 

Deste empate (1-1) que soube a vitória na Luz com lotação esgotadaCumpriu-se a tradição desta época: o Sporting não perdeu nenhum dos chamados jogos grandes. Vencemos Benfica e FC Porto em Alvalade, e empatámos com ambos nas deslocações aos estádios deles. No sábado, viemos do reduto encarnado com um ponto precioso: temos agora 79. Há seis desafios seguidos que eles não conseguem vencer-nos em campo. Sinal dos tempos.

 

De começar a vencer. Inferno? Vulcão? Nada disso: a Luz gelou logo aos 4', com o golo leonino, concretizado na primeira oportunidade. Grande arrancada de Gyökeres na meia-esquerda, como ele tanto gosta. Atraiu Tomás Araújo e António Silva, sem nenhum deles conseguir roubar-lhe a bola, e centrou para Trincão, que fuzilou de pé esquerdo, para o ângulo mais inatingível. Trubin tentou voar, sem sucesso. E Carreras, do outro lado, limitou-se a marcar com os olhos. Estava escrito nas estrelas: a sorte iria sorrir-nos.

 

De Morten. Grande partida do internacional dinamarquês, melhor em campo. Mesmo tendo visto muito cedo o cartão amarelo, aos 19', não se deixou intimidar. Combativo, foi o maior obstáculo às incursões ofensivas da equipa da casa. E não apenas no corredor central: parecia estar um pouco em todo o lado. No segundo tempo, reforçou com eficácia a linha defensiva. E foi campeão nas recuperações de bola: doze, só à conta dele.

 

De Rui Silva. Quando foi preciso, estava lá. No sítio certo. Impedindo o golo de Aktürkoglu, aos 28'. Sem essa extraordinária defesa, a história do jogo teria sido diferente. No lance do empate (63'), sem hipótese de defesa ao remate enrolado do mesmo jogador que tabelou na cabeça de Maxi Araújo e entrou caprichosamente nas nossas redes. Exibição muito positiva. Confirma-se: foi o nosso grande reforço de Inverno.

 

De Trincão, já mencionado acima. Melhor época como profissional do avançado leonino. Os números confirmam: dez golos e 16 assistências na temporada. No campeonato, destaca-se como rei do último passe. Os letais detestam-no, mas qualquer outra equipa gostaria de contar com ele nas suas fileiras.

 

Da nossa organização defensiva. Impecável, excepto no golo sofrido, fruto de grande trabalho individual de Pavlidis. Gonçalo à esquerda, Diomande no meio, Eduardo Quaresma à direita cumpriram com distinção, num esforço bem complementado por Maxi Araújo na ala esquerda, sem hipóteses para Di María, e no corredor direito por Geny, que deu luta cerrada a Carreras.

 

Do treinador. Rui Borges continua invicto como responsável máximo da equipa leonina em competições nacionais. Cinco meses sem perder. 

 

De chegar à última jornada no comando. Em 33 rondas disputadas, só não liderámos em quatro desde o início da prova. Sinal inequívoco da hegemonia leonina. Dependemos de nós, em exclusivo. Faltam-nos 90 minutos para concretizarmos um sonho que nos foge há mais de 70 anos: ser bicampeões.

 

 

Não gostei

 

Do golo sofrido. Durante 63 minutos, enquanto se manteve a nossa vantagem, fomos campeões virtuais. A festa poderia ter sido feita na Luz. Mas é melhor esperar mais uma semana e fazê-la em nossa casa, com o estádio cheio.

 

Do amarelo a Morten. Por acumulação de cartões, não poderemos contar com ele na recepção à turma vimaranense. Mas teremos certamente um excelente onze em campo nessa partida decisiva.

 

Que Gyökeres ficasse em branco. Mas trabalhou muito, sobretudo na primeira parte, pondo sempre os defensores encarnados em sentido. Essencial na construção do nosso golo - a sua oitava assistência na Liga. Já soma 13 no conjunto da temporada.

 

Do sururu final. Deu direito a quase tudo: até a invasão de campo por parte de um adepto mais fanático do SLB, que se dirigiu ao árbitro João Pinheiro com a clara intenção de injuriá-lo e agredi-lo. Espero que seja devidamente punido - e que o clube acabe responsabilizado por esta inadmissível falha de segurança. Com multa a sério, não a fingir.

Pódio: Morten, Trincão, Diomande

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Benfica-Sporting por quatro diários desportivos:

 

Morten: 26

Trincão: 23

Diomande: 23

Eduardo Quaresma: 22

Maxi Araújo: 22

Gonçalo Inácio: 22

Gyökeres: 22

Geny: 21

Rui Silva: 21

Debast: 19

Quenda: 17

Morita: 17

Pedro Gonçalves: 17

St. Juste: 15

Matheus Reis: 12

Harder: 11

 

Três jornais elegeram Morten como melhor em campo. O ZeroZero escolheu Geny.

O pavor

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Vamos ter a equipa na máxima força no decisivo clássico da tarde de sábado.

Diomande limpou cartões, estará de volta. Morten, com irrepreensível profissionalismo, rumou ao balneário mal soou o apito final do Sporting-Gil Vicente, não fosse algum pupilo do benfiquista César Peixoto envolvê-lo em escaramuças que pudessem custar-lhe um amarelo - e a falta de comparência na Luz. Harder evitou gritar «ié!», o que também o salvaguardou de eventual punição disciplinar, ao contrário do que aconteceu após o recente jogo com o Santa ClaraGyökeres começou a ser cercado por elementos do Gil Vicente com a clara intenção de o provocarem para que fosse admoestado, mas mal chegou a correr tal risco devido à pronta intervenção de elementos da estrutura técnica do Sporting, que o encaminharam de imediato para fora dali. 

Peixoto pode desejar imenso que o amigo Lage seja campeão, como já lhe confidenciou com o País inteiro a perceber, mas a ajuda que tentou dar-lhe anteontem em Alvalade de nada serviu. 

 

Volto ao mesmo: vamos lá na máxima força. Já recuperados Pedro Gonçalves e Morita, e com o nosso Eduardo Quaresma mais moralizado que nunca.

Há pavor do lado de lá. Daí tentarem tudo, começando por estas provocações. Bem os compreendo. É caso para isso.

Pódio: Morten, Quenda, Fresneda

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no FC Porto-Sporting, por quatro diários desportivos:

 

Morten: 26

Quenda: 25

Fresneda: 24

Maxi Araújo: 23

Harder: 21

Rui Silva: 21

Trincão: 21

Gyökeres: 20

Gonçalo Inácio: 20

Debast: 19

Daniel Bragança: 18

Diomande: 17

João Simões: 16

Morita: 16

Matheus Reis: 10

 

ZeroZero e o Record elegeram Quenda como melhor leão em campo. O JogoA Bola destacaram Morten.

O dia seguinte

Custa empatar assim, mais fruto do desgaste da nossa equipa do que do mérito da equipa contrária, e custa mais com estas valentes Pinheiradas no lombo. Dois penáltis escamoteados e depois um árbitro de má consciência completamente desvairado e a disparar cartões em todos os sentidos.

Se esta personagem é o melhor árbitro português então como são os outros? E não foi por competência ou falta dela: foi mesmo por canalhice, não aceitou sentenciar por penálti a derrota do clube do Pinto da Costa, a quem no passado prestou muitos favores e pelos vistos ainda tem contas por saldar.

 

Na primeira parte o Sporting foi muito superior mas não soube definir lances de contra-ataque perigosos. Um disparate do Inácio deu bola na trave do adversário, um belo lance de Quenda deu golo de Fresneda. Pelo meio João Simões foi posto fora de jogo numa entrada dura do Eustáquio.

Na segunda parte o Porto entrou forte e o desgaste foi-se acentuando. Gyökeres e Morita entraram em serviços mínimos e o Sporting foi-se encostando à defensiva até sofrer um golo bem conseguido pelo adversário. Pelo meio, Gyökeres foi agarrado na grande área contrária quando estava em 1x1, Quenda esqueceu-se de que Morita estava isolado para empurrar para golo e foi derrubado também na grande área. O palhaço Vieira fez o seu número a que o Pinheiro bateu palmas.

São assim os jogos do Sporting no Dragão, com Pinto da Costa ou Villas-Boas. Os hábitos e o ambiente estão consolidados, os árbitros entram com chumbo azul nos miolos, e o resultado é sempre bem melhor para eles do que podia ser.

 

Melhor em campo? Hjulmand, não digo o Quenda porque foi estupidamente egoísta naquele lance que sentenciava o jogo.

Arbitragem? Este Pinheiro é o escorpião da parábola, por muito que tente ser um árbitro, sempre estraga tudo no final.

E agora? O Porto passou a lutar com o Braga para o 3.º lugar e a corrida para o título vai ser a dois, sendo que vamos ficar sem jogadores para os próximos encontros pelas Pinheiradas.

SL

Pódio: Morten, Diomande, Maxi Araújo

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Benfica, final da Taça da Liga, por quatro diários desportivos:

 

Morten: 25

Diomande: 24

Maxi Araújo: 23

Quenda: 22

Israel: 22

St. Juste: 22

Gyökeres: 21

João Simões: 20

Geny: 18

Eduardo Quaresma: 17

Trincão: 15

Debast: 11

Fresneda: 11

Harder: 10

 

Todos os jornais elegeram Morten como melhor Leão em campo.

O dia seguinte

Custa muito perder assim uma Taça, no sétimo penálti, mas as coisas são assim mesmo, ganhou a equipa mais competente nesse momento do jogo. Cabia a Trincão fazer o que os "putos" Harder e Quenda fizeram. Mas não é por isso que existem motivos para dar os parabéns a todos, Trincão incluído, pelo excelente jogo que fizeram.

Mesmo sem meia dúzia de jogadores importantes, mesmo com um ou outro jogador muito desgastado, mesmo sem tempo para treinar um novo sistema táctico, a equipa sempre pareceu confortável no jogo, defendendo com competência e intensidade, atacando com objectividade. Pelo meio, várias jogadas de excelência, alguns jogadores numa das suas melhores noites com a camisola do Sporting, como Diomande, Maxi, Hjulmand e Quenda, e um ritmo de jogo sempre em crescendo perante um adversário com  alguns jogadores de classe extra.

O jogo foi sempre muito equilibrado e repartido entre as duas áreas, os defesas quase sempre a levar a melhor sobre os avançados contrários, o meio-campo era uma zona de passagem. Muitas chegadas à area, muito poucas ocasiões claras de golo.

Rui Borges conseguiu transformar o modelo de jogo do Sporting, recuperando o melhor da herança táctica e estratégica do Rúben Amorim, colocando os jogadores confortáveis em posições que bem conhecem, dando protagonismo aos melhores, valorizando os jogadores. Falta ainda melhor saída a jogar a partir da defesa, e também melhor gestão da posse, sabendo quando fazer circular a bola e quando atacar a profundidade. Mas isso virá com o tempo.

 

Assim, depois do pesadelo que foram as seis semanas de João Pereira, temos todas as razões para supor que vamos ser felizes esta época.

Melhor em campo? Hjulmand, um monstro no meio-campo.

Arbitragem? Impecável, desta vez nada a dizer do Pinheiro.

E agora? Temos equipa, mas faltam jogadores importantes a começar pelo "mágico" Pote. Que voltem depressa para podermos ter outra rotação nos titulares e outra frescura nos jogos.

 

PS: Ia-me esquecendo que no onze inicial do Sporting estavam dois miúdos de 17 anos, Quenda e João Simões, ainda há pouco vice-campeões da Europa em sub17, e no banco estava o Eduardo Felicissimo, também ele da mesma fornada. Assim não vamos ganhar o título de juniores. Bom, por acaso até ficámos fora da série de apuramento de campeão.

SL

Caiu o pano sobre a fugaz era João Pereira

Gil Vicente, 0 - Sporting, 0

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Gyökeres tentou sem conseguir: ficou em branco contra equipa de Barcelos. A culpa não foi dele

Foto: Manuel Fernando Araújo / EPA

 

Este foi o jogo que apressou a inevitável queda de João Pereira, que vários de nós antecipámos aqui com a devida antecedência. Quase todos reconhecem agora que o ex-técnico da nossa equipa B - sem um minuto de experiência anterior no plantel principal nem habilitação para o efeito - nunca devia ter sido apresentado nos moldes em que o foi pelo presidente do Sporting. Nem estava qualificado para o efeito, nem tinha sido preparado para isso, nem revelou qualquer atributo que o recomendasse para o cargo. 

João Pereira, logo na primeira declaração à imprensa, aludiu a «erro de casting», numa declaração que poucos entenderam. Estaria, no fundo, a falar de si próprio. 

Como os números tornam evidente. Em oito desafios sob a sua orientação, a equipa principal do Sporting só conseguiu ganhar dois ao fim dos 90 minutos: goleada ao Amarante, equipa da terceira divisão composta por jogadores não-profissionais, e triunfo tangencial e muito esforçado em Alvalade ao débil Boavista que parece condenado à descida de divisão.

Nenhuma vitória fora de casa. 

 

Alguns adeptos - cada vez menos - pareciam continuar a apostar nele, com fé cega nesta opção errada de Frederico Varandas. Mas nem árbitros, nem postes, nem infortúnio, nem jornalistas ou comentadores e muito menos a "pesada herança" de Amorim podem explicar a pobreza técnica, táctica, física e anímica da equipa principal do Sporting neste mini-ciclo que não deixa a menor saudade. 

Impunha-se virar a página. E ela foi virada, creio que ainda a tempo. Mas só após oito pontos perdidos para o campeonato nacional, seis outros a voar para a Liga dos Campeões e a liderança da Liga 2024/2025 para já entregue ao Benfica, reeditando o pesadelo de Natais passados. 

 

Todas as deficiências deste Sporting da brevíssima era João Pereira foram manifestas na nossa deslocação a Barcelos domingo passado, dia 22.

Incapacidade de criar dinâmicas, de ligar sectores, de jogar sem bola. Um central em má condição física, Eduardo Quaresma, escolhido para o onze inicial - e substituído ao intervalo por impossibilidade de continuar em campo. Um miúdo da B, Mauro Couto, passando à frente do inexperiente Edwards quando era necessário um criativo que desatasse o nó ainda com 12 minutos para jogar. Outro miúdo, João Simões, mantendo-se colado a Morten sem missão para romper linhas. Gyökeres perdido lá na frente, sendo quase só solicitado para jogo de cabeça, precisamente a menor das suas virtudes como atacante.

O onze leonino voltou a mostrar-se apático, triste, sem rasgo nem chama. Espelho afinal daquela alegada equipa técnica que se sentava no banco.

 

Chegou-se ao intervalo em branco: nenhuma verdadeira oportunidade de golo. Apesar do constante incentivo dos adeptos, presentes em grande número entre os cerca de 9 mil espectadores no estádio gilista.

Depois do intervalo, a equipa mostrou-se mais veloz. Mas a defesa adversária levou sempre a melhor. Aos 67', o guarda-redes Andrew voou para impedir o golo de cabeça de Harder, a passe de Trincão. Aos 81', o brasileiro voltou a brilhar esticando-se para desviar in extremis a bola tocada por Trincão que levava selo de golo.

Foi pouco, muito pouco.

 

Caiu o pano. Sobre um jogo de que não rezará a história. Foi apenas o quarto empate a zero do Sporting nas últimas 229 partidas - bem diferente da nossa goleada por 4-0, no mesmo estádio, há apenas oito meses, já na recta final do campeonato anterior.

Segundo jogo em branco, após a derrota em casa (0-1) frente ao Santa Clara.

Três jogos seguidos sem vencer fora de Alvalade - registo inédito nesta temporada. 

Média de pontos acumulados nas últimas quatro partidas da Liga 2024/2025: apenas um. Doze em disputa, só quatro amealhados. 

Pior: vemos o Benfica ultrapassar-nos no comando e assumir a liderança isolado. Algo que não acontecia desde 27 de Maio de 2023, 49 jornadas atrás, quando os encarnados eram orientados pelo alemão Roger Schmidt.

Caiu o pano também para o breve consulado João Pereira. Um equívoco de Varandas que nunca devia ter acontecido.

 

Breve análise dos jogadores:

Israel (6) - Cumpriu, quase sem ser importunado. Bons reflexos aos 90'+4, a tiro de Félix Correia.

Eduardo Quaresma (3) - Missão de sacrifício pelo segundo jogo consecutivo. Saiu ao intervalo, com queixas físicas. Nem devia ter calçado.

Diomande (6) - Regressou ao onze titular, como se impunha. Domínio do jogo aéreo. Ganhou quase todos os duelos.

Debast (6) - Cortes eficazes as 17' e 44'. Qualidade evidente nos passes à distância. Serviu bem Gyökeres (18'), Araújo (36) e Geny (70').

Quenda (5) - Voltou à posição de ala direito. Excelente variação de flanco servindo Araújo, aos 10'. Menos bem em missões defensivas. 

Morten (7) - Esteio no meo-campo, destacando-se em oito recuperações. Foi ele a orientar também as posições de alguns colegas. Controlou espaço, O melhor dos nossos.

João Simões (5) - Esforçado, mas insuficiente. Perdeu demasiadas vezes a bola. Abusa dos passes laterais. Tem muito a aprender com Morten.

Maxi Araújo (4) - Talvez funcione como extremo, não serve como ala. Acumulou más decisões. Chegou a escorregar quando transportava a bola. Tarda em impor-se.

Trincão (7) - Não está "morto", como disse Varandas. Apesar dos 2226' já jogados. Passe-assistência para Harder (67') e quase marcou ele próprio (81'). Fez Andrew brilhar.

Harder (5) - Quase marcou de cabeça, mas o guardião gilista não deixou. Pareceu peixe fora de água como interior esquerdo: não é Pedro Gonçalves quem quer.

Gyökeres (5) - Muito condicionado pelo médio Gbane, que tinha a missão de o vigiar. Foi contra ele que cabeceou aos 10'. Sem oportunidades flagrantes.

Matheus Reis (5) - Substituiu Eduardo Quaresma após o intervalo. Com maior capacidade de transporte.

Geny (6) - Rendeu Quenda aos 66'. Remate a rasar o poste (70'). Desequilibrou na ala direita, talvez devesse ter entrado mais cedo. 

Mauro Couto (4) - Entrou aos 87', rendendo Araújo. Esquerdino à direita, com Edwards no banco, atrapalhou-se com a bola aos 90'+2 quando pretendia rematar. Nada acrescentou.

Rescaldo do jogo de anteontem

 

 

Não gostei

 

De outro tropeção no campeonato. Mais dois pontos perdidos, desta vez em Barcelos. Cem minutos de jogo não bastaram à equipa ainda sob o alegado comando de João Pereira para desfazer o nulo num estádio onde em Abril, com Ruben Amorim ao leme, tínhamos goleado por 4-0. Que diferença brutal entre as duas partidas, no mesmo palco e perante o mesmo adversário. O que mudou? Sabemos bem de mais.

 

De termos sido incapazes de marcar ao menos um golo. Desde 5 de Abril de 2023 que não concluíamos um jogo com um empate a zero para a Liga portuguesa. Também em Barcelos, por coincidência.

 

Da nossa inoperância ofensiva. Duas oportunidades de golo em toda a partida - por Harder, aos 67', e por Trincão, aos 81'. Inviabilizadas por grandes defesas do guarda-redes Andrew, melhor jogador em campo. Muito pouco para uma equipa que mantém aspirações ao título. Quase nada.

 

Da nossa primeira parte. Lentidão de processos, falta de mobilidade, abuso até à náusea de passes lateralizados no meio-campo defensivo, incapacidade na criação de movimentos de ruptura e no preenchimento de espaços. Estéril "posse de bola". Chegou a dar sono. E provocou tristeza na grande maioria dos adeptos. O Sporting está irreconhecível.

 

Da entrada de Quaresma no onze. João Pereira teimou em incluí-lo entre os titulares. Erro: o jovem central acusou problemas musculares que já vinham de dois jogos anteriores, o que afectou muito o seu rendimento em campo. O técnico viu-se forçado a trocá-lo (por Matheus Reis) ao intervalo. 

 

De Maxi Araújo. Vão-se sucedendo os jogos - e tarda em mostrar atributos que justifiquem a sua vinda para o Sporting, por um preço nada módico. Anteontem voltou a andar muito desaparecido do jogo, defendendo mal e atacando sem critério. Fez um bom cruzamento para Gyökeres logo aos 10' e depois eclipsou-se em movimentações inconsequentes no corredor esquerdo. Chegou a escorregar sozinho, algo que não se compreende.

 

De Mauro Couto. Incompreensível, a opção do técnico de deixar Edwards no banco para apostar aos 87' na entrada do ala esquerdino a jogar à direita (outro para a colecção). O jovem de 19 anos, oriundo da equipa B, quis mostrar serviço, mas sem conseguir. Aos 90'+2 atrapalhou-se sozinho com a bola, lá na frente, e falhou uma finalização em lance que parecia para os "apanhados".

 

De St. Juste. Figura aqui precisamente por não ter jogado. Numa equipa já muito fustigada por lesões, fez-se expulsar na partida anterior, encolhendo ainda mais as opções defensivas à disposição do técnico. Comportamento imperdoável: o holandês já não é nenhum garoto e tinha obrigação, muito mais do que outros colegas, de manter a cabeça fria para dar o exemplo. Infelizmente, fez ao contrário.

 

De ver Félix Correia contra nós. Esteve dez anos no Sporting, devendo toda a sua formação como futebolista à Academia de Alcochete. Um dia quis dar o passo maior do que a perna e recusou permanecer em Alvalade. Poderia ser hoje titular de leão ao peito, mas a ambição desenfreada virou-se contra ele. Consequência: anda a jogar no Gil Vicente.

 

Da equipa técnica. A mesma inoperância, a mesma incapacidade de reacção, a mesma deficiente leitura de jogo, a mesma ausência de ousadia, a mesma incompreensível gestão do esforço dos futebolistas. João Pereira queixa-se de jogar a cada três dias, mas voltou a não esgotar as substituições pelo terceiro desafio consecutivo.

 

De termos desperdiçado a larga vantagem de que dispúnhamos no final de Novembro. Ao quarto jogo do campeonato com João Pereira no banco, apenas quatro pontos conquistados em doze possíveis. Resultado: deixámos o FC Porto igualar-nos e o Benfica ultrapassar-nos na tabela classificativa. Desde Maio de 2023 que os encarnados não lideravam isolados o campeonato. A "pesada herança" recebida de Ruben Amorim foi desperdiçada em apenas um mês.

 

 

Gostei

 

De Morten, o melhor leão. Verdadeiro capitão de equipa, aquele que revela nervos de aço mesmo nos momentos mais complicados. Procurou sempre orientar os colegas - designadamente João Simões, de apenas 17 anos, seu parceiro no meio-campo - em movimentações com bola e sem ela. Dando ele próprio o exemplo: protagonizou oito recuperações.

 

De Trincão. Anda esgotado, o que não admira: ainda não falhou um jogo desde o início da temporada, já soma 2226 minutos. Mesmo assim foi tentando remar contra a maré, procurando soluções criativas para romper a muralha defensiva do Gil Vicente. Aos 78' chegou a introduzir a bola na baliza, mas não valeu porque o árbitro André Narciso havia apitado dois segundos antes para assinalar um penálti que afinal não existia (revertido pelo VAR em monumental trapalhada que volta a desacreditar a arbitragem). Três minutos depois, num remate cruzado de ângulo apertado, deu o rumo certo à bola, desviada in extremis para canto pelo guardião gilista.

 

De Diomande. Desta vez foi titular, o que faz todo o sentido. Não pode ficar de fora, excepto por castigo ou lesão: é o nosso melhor central do momento. Único com capacidade para comandar o reduto defensivo. Foi o que fez nesta partida, ganhando quase todos os duelos e articulando-se de forma eficaz com os companheiros. 

 

Da boa "moldura humana". Quase dez mil espectadores num estádio com lotação máxima para 12 mil. Muitos dos que compareceram apoiaram sem cessar os nossos jogadores. E mesmo no fim foram escassos os assobios e os lenços brancos. Conclusão: de falta de apoio não pode esta equipa queixar-se.

Quente & frio

 

Gostei muito de ver o Estádio José Alvalade com 47 mil espectadores, como é próprio das noites grandes de futebol, na recepção ao Arsenal, há três dias. Casa cheia e sem nunca faltar o incentivo ao nosso onze nem ao novo técnico, João Pereira, nesta sua estreia internacional à frente da principal equipa de futebol do Sporting.

 

Gostei do golo marcado por Gonçalo Inácio ao vice-campeão inglês. Aconteceu no minuto 47 deste Sporting.Arsenal: este primeiro quarto de hora da segunda parte foi o único período positivo da nossa equipa em todo o jogo. O golo, na sequência de um canto apontado por Trincão, permitiu-nos sonhar com uma reviravolta após termos chegado ao intervalo a perder 0-3. Infelizmente foi esforço sem sequência. Aos 65'' sofremos o quarto, que nos despertou os olhos para a realidade: iríamos perder por goleada - a nossa primeira derrota nesta campanha da Liga dos Campeões, em que Ruben Amorim nos deixou invictos. Cenário previsível - e que infelizmente aconteceu.

 

Gostei pouco da estreia do João Simões, agora um dos dez jogadores portugueses mais jovens de sempre a disputar a Liga dos Camões. Cumpriu um sonho com apenas 17 anos - esta foi a parte positiva. De negativo, entrar só aos 88', quando já perdíamos por 1-5, e mal dispôs de tempo para tocar na bola. Certamente o jovem médio teria preferido um baptismo na Champions muito diferente, em maré de vitória.

 

Não gostei que o nosso primeiro remate enquadrado tivesse ocorrido apenas aos 47', por Morita, quando já perdíamos por 0-3. Pior foi termos sofrido mais dois, numa quase antítese da goleada que havíamos imposto três semanas antes ao Manchester City, também no José Alvalade. Consequência directa do onze escolhido por João Pereira, com um inoperante Edwards como interior esquerdo sem a capacidade de penetração entre linhas característica do lesionado Pedro Gonçalves. Na prática, não apenas entrámos só com dez de início como rasgámos uma avenida no nosso flanco esquerdo para que o melhor jogador do Arsenal, Saka, pudesse impor o seu futebol como dono e senhor. Edwards não fechava à frente, Maxi Araújo era batido em sucessivos confrontos individuais, Gonçalo Inácio revelou uma tremideira inexplicável como central à esquerda. Enquanto Morita se via forçado a desguarnecer o meio-campo para acorrer às dobras laterais e recuar em apoio da defesa vezes sem conta, deixando Morten isolado. O capitão dinamarquês, apesar disso, foi o melhor do nosso lado: quase marcou aos 73' e aos 90'+2, com Raya a negar-lhe os golos com grandes defesas. Lá atrás as coisas não foram mais bem-sucedidas. Diomande, de cabeça perdida, deixou-se amarelar logo aos 3' e pode considerar-se um homem cheio de sorte: devia ter visto o segundo cartão em duas ocasiões posteriores, nomeadamente quando provocou um penálti, aos 63'. Também Israel esteve muito longe de se mostrar à altura do que lhe era exigido: teve culpas em pelo menos três dos golos que encaixou, aos 7', 21', 45'+1, 65' e 82'. Só neste jogo sofremos tantos como nas sete partidas anteriores. Na primeira derrota em casa desde Outubro de 2023, quando perdemos com a Atalanta, 32 jogos antes deste. Já quase não nos lembrávamos de um desaire assim em Alvalade.

 

Não gostei nada desta estreia em provas da UEFA de João Pereira como sucessor de Ruben Amorim ao comando da equipa principal do Sporting. Pior do que a derrota foi a inexplicável passividade de toda a equipa técnica no banco, o facto de não terem mexido no onze após o intervalo, quando já perdíamos por 0-3, e de só aos 68' decidirem fazer as primeiras trocas que há muito se impunham, com Daniel Bragança a render o inoperante Edwards e Geny a substituir um errante Maxi Araújo. Pior ainda só as declarações do técnico após o jogo, aludindo a «erros da casting» que ninguém parece ter compreendido, começando por ele próprio, e sublinhando a necessidade de ver a equipa «levantar a cabeça». Frase sem sentido: faz lembrar outros tempos, felizmente bem longe dos actuais.

Pódio: Morten, Trincão, Morita

Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Arsenal (1-5), da Liga dos Campeões, por quatro diários desportivos:

 

Morten: 22

Trincão: 19

Morita: 18

Gyökeres: 17

Quenda: 17

Gonçalo Inácio: 16

Harder: 15

Edwards: 15

Daniel Bragança: 14

Geny: 14

Israel: 14

St. Juste: 14

Maxi Araújo: 13

Diomande: 12

João Simões: 1

Matheus Reis: 1

 

RecordO Jogo elegeram Morten como melhor em campo. A Bola optou por Trincão. O ZeroZero escolheu Morita.

 

* João Simões e Matheus Reis estiveram em campo cerca de 4 minutos, mesmo no fim, e quase nem tocaram na bola. O Record, mesmo assim, teimou em atribuir-lhes classificação - como se tivessem jogado a sério. Opção ridícula: nenhum outro jornal fez o mesmo.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da nossa vitória em Braga. Nova reviravolta no resultado, novo desafio épico em menos de uma semana. Após a goleada ao Manchester City em Alvalade, virámos agora por completo um resultado desfavorável na Cidade dos Arcebispos. Fomos para o intervalo a perder por dois-a-zero, mas no segundo tempo marcámos quatro, fixando o resultado: 2-4. Com golos de Morita (58'), Morten (81') e Harder (89' e 90'+4). Continuamos invictos. Continuamos imbatíveis. 

 

De termos igualado o melhor início de campeonato de sempre. Onze jogos iniciais, onze vitórias, 33 pontos. Há 34 épocas que não começávamos tão bem, desde a temporada 1990/1991, com Marinho Peres. Rúben Amorim despede-se do Sporting, para treinar o Manchester United, deixando a equipa ainda mais bem colocada para concretizar o sonho que alimentamos há 74 anos: a conquista do bicampeonato nacional de futebol.

 

Do treinador. Comprovando o seu talento como técnico capaz de ler os jogos, Amorim fez as substituições que se impunham: trocou Debast por St. Juste no recomeço da partida e Daniel Bragança por Morita aos 56': a dinâmica alterou-se de imediato, com pressão total do onze leonino rumo à baliza adversária. A troca de Maxi Araújo por Harder, também aos 56', acentuou esta tendência: o Braga foi encostado às cordas. A substituição de Matheus Reis por Gonçalo Inácio, aos 80', contribuiu para acentuar a fluidez do nosso jogo. Não só vencemos: voltámos a convencer.

 

De Harder. Não chegou a estar 40 minutos em campo, mas merece ser apontado como o melhor dos nossos. Por ter bisado, em dois grandes remates de meia-distância - fortes, muito bem colocados, com clara intenção de a meter lá dentro. Aproveitamento máximo das oportunidades de que dispôs. Foi graças a ele que trouxemos três pontos de Braga. O empate saberia a pouco, ficaria aquém dos objectivos, deixar-nos-ia sem hipóteses de igualar (e depois superar) o recorde de melhor início de sempre da maior prova desportiva nacional. 

 

Do golo de Morten. Daqueles de fazer levantar um estádio. Golaço - sem dúvida o melhor da jornada, um dos nossos melhores até agora. Este golo, num pontapé fulminante, pôs fim a um período inédito, prolongado por mais de 80 minutos: foi a primeira vez em que estivemos a perder neste campeonato. O capitão dinamarquês, em estreia a marcar nesta Liga, não foi importante apenas por isto: voltou a ser também comandante absoluto do meio-campo. 

 

De Morita. Grande partida do internacional japonês: mudou o fio de jogo leonino mal entrou em campo, tornando a equipa mais veloz, mais objectiva, mais acutilante. Actuando numa espécie de "número 10", estava no local certo para apontar o primeiro golo, apenas dois minutos depois de saltar do banco: foi de recarga, na sequência de um canto muito bem apontado por Quenda e de um cabeceamento de St. Juste ao poste. Foi também ele a fazer o passe para o nosso terceiro golo. Exibição sem mácula.

 

Do ambiente no estádio. Havia 20.585 espectadores nas bancadas da Pedreira, mas em largos períodos da partida escutavam-se sobretudo os apoiantes do Sporting. O chamado "12.º jogador" mostra-se activo e influente como nunca: também nisto se vê a dinâmica de um clube que sonha ser bicampeão.

 

Da união da equipa. Mal foi marcado o quarto golo, os jogadores correram em direcção a Rúben Amorim envolvendo-o num forte, caloroso e prolongado abraço. Símbolo bem expressivo do saudável ambiente do balneário, onde coesão e união são muito mais do que simples palavras. Não podia haver despedida mais empolgante e comovente do melhor treinador de sempre do Sporting.

 

De termos disputado 32 jogos em sequência sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota (1-2) aconteceu na distante jornada 13 do campeonato anterior, em Guimarães, a 9 de Dezembro. E vamos com 20 triunfos nas últimas 21 partidas disputadas para a maior competição do futebol português.

 

De ver o Sporting marcar há 53 jogos seguidos. Sem falhar um, para desafios do campeonato, desde Abril de 2023, perante o Gil Vicente (0-0). Números impressionantes, próprios de um campeão em toda a linha.

 

Do nosso desempenho nesta temporada oficial. Dezoito jogos disputados, 16 vitórias. São números que dizem quase tudo.

 

Do balanço após quase um terço da prova. Melhor ataque (39 golos), melhor defesa (só cinco sofridos), melhor goleador: Gyökeres. Desde 1973/1974 não facturávamos tanto nas primeiras onze rondas. Ainda não vencemos, até agora, por menos de dois golos de diferença. Temos a equipa mais forte do campeonato português, cem por cento vitoriosa. Perseguimos um objectivo cada vez mais próximo: a conquista do bicampeonato. Só faltam 23 jornadas.

 

 

Não gostei

 

Dos dois golos sofridos. Consequência da boa dinâmica inicial do Braga, que bloqueou os nossos corredores laterais, com Bruma e Ricardo Horta a entrarem à vontade na grande área perante a passividade do trio defensivo - sobretudo Debast, com responsabilidades em ambos os golos  (20' e 45') por manifesta desconcentração. Não admira que o belga já não tenha regressado após o intervalo.

 

Da nossa primeira parte. Sem uma oportunidade de golo, sem um remate enquadrado. O melhor que se fez foi um remate de Maxi Araújo às malhas laterais. Para esquecer. 

 

Dos dois cartões exibidos por protestos. Primeiro Pedro Gonçalves (13'), depois Diomande (80'). Os jogadores devem ter especial atenção às novas regras para evitarem ser amarelados desta forma. Mas o árbitro Luís Godinho não teve critério uniforme, poupando João Moutinho a um cartão que devia ter visto ao protestar de forma ainda mais exuberante.

 

Da lesão de Pedro Gonçalves. O melhor jogador português do Sporting viu-se forçado a sair, com forte dor muscular, logo aos 23'. Baixa para a equipa, baixa (de novo) para a selecção nacional quando já estava convocado para os próximos encontros da equipa das quinas. Esperemos que consiga recuperar nesta pausa do campeonato motivada pelos confrontos internacionais.

 

Da despedida. Desta vez é que foi: Rúben Amorim deixou de orientar a nossa equipa principal de futebol após mais três desafios suplementares em boa hora impostos por Frederico Varandas. Valeu a pena: vitórias sucessivas contra o Estrela da Amadora (5-1), Manchester City (4-1) e Braga (4-2). Que tenha a maior das sortes em Manchester. Bem a merece, após o excelente trabalho em Alvalade durante quatro anos e oito meses - a mais longa permanência de um treinador neste posto em cerca de oito décadas no Sporting. 

Dedicatórias especiais

- Ruben Amorim: O melhor treinador que vi no Sporting, virou o jogo com as mexidas que fez na equipa.

- Harder: Algumas equipas conseguem suster um nórdico goleador, mas muitas poucas aguentam com dois nórdicos goleadores.

- Hjulmand: que Golaço!

- Dr. Luís Freitas Lobo: Hoje teve uma prestação do nível "se é para isto vou deixar de pagar a merda da Sportv e meter pirataria". Que falta de isenção, que falta de capacida de análise, passou 89 minutos a elogiar o Braga, uma equipa que fez três remates no jogo todo e marcou dois golos, com muita sorte à mistura. Só quando o Sporting estava a ganhar 3-2 é que se ouviram plavaras positivas à exibição do Sporting, mas aí também eu sou um grande analista, se me limitar a elogiar quem está a ganhar.

- Carlos Carvalhal: Mais um da colecção de ressabiados com o Sporting. Ainda hoje deve achar que foi despedido injustamente, depois da época de sonho que fez em 09/10, um 4.º lugar a 30 pontos do 1.º.

- Toda a equipa do Braga. Para ver se aprendem que o futebol não é só dar cacetada e fingir que se sofreu uma falta assim que um adversário está por perto.

- Luís Godinho: Num jogo com bastante cachaporra da parte do Braga, conseguiu ainda assim dar mais amarelos por protestos do que por faltas cometidas. Não viu ainda um encosto de ombro a Trincão na área do Braga, em que o ombro do jogador da casa eram os dois braços e o ombro do Trincão era o seu peito, nem viu que Franco Israel foi atropelado por um adversário no lance do primeiro golo, estando no chão no momento do remate devido a isso mesmo.

O verdadeiro segredo do Sporting

É chegada a hora de revelar o segredo e a razão da manifesta excelência da equipa do Sporting.

Como é possível que Morita se tenha transformado num Toyota: sem nada de espectacular, mas de uma eficácia, fiabilidade e duração tremendas?

Por que razão um fedelho de 17 anos como Quenda parte para cima do temível Galeno olhos nos olhos e mete-o no bolso?

O que faz com que Catamo se tenha especializado em estocadas fatais, na época passada contra o slb, ontem contra o fcp?

Qual o segredo da vitalidade de Gyökeres que lhe permite no final do jogo correr uns 30 metros com a bola à frente da defesa do fcq arrastando-o consigo, só sendo parado em falta?

Como é que Hjulmand grangeou tanta autoridade em tão pouco tempo?

Tudo isto é assim porque desde meados da época passada compro sempre um isqueiro verde antes do jogos na tabacaria do metro. Há aqui uma óbvia relação causa/efeito que relativiza a importância do treino, o acerto da dinâmica colectiva e a sofisticação táctica do Sporting. Só não funciona ainda com Trincão, mas pode ser que tal como o ano passado comece a influencia-lo lá para Fevereiro.

É escusado continuarem com especulações de treinadores de bancada que tudo sabem e nada percebem. É o meu talismã infalível e mais nada.

A nova época

O sorteio não foi meigo para o Sporting. Vamos ter um início de campeonato bem complicado com Rio Ave (C), Nacional (F) e Farense (F) antes de receber o Porto (C).

Temos de contar que Coates saiu já com a pré-época a decorrer. Gyökeres, Hjulmand e Inácio não começarão a época nas melhores condições.

Mas as outras quatro equipas terão os seus problemas também. 

A escolha da nova estrutura de capitães está feita e para mim muito bem feita. Hjulmand envergará a braçadeira e terá dois sub-capitães formados em Alcochete, Daniel Bragança e Gonçalo Inácio, a ajudá-lo na tarefa. Qualquer um dignifica o Sporting e encarna os valores do esforço, dedicação e devoção para alcançar a glória, mas Hjulmand foi realmente um achado extraordinário algures em Itália.

Na sequência da época passada, o onze de referência também está definido. Se nenhum deles entretanto sair temos um bom onze:

Kovacevic; St.Juste, Diomande e Inácio; Catamo, Hjulmand, Morita e Nuno Santos; Trincão, Gyökeres e Pedro Gonçalves.

 

Agora importa ter jogadores que possam substituir qualquer destes numa época de Champions, bem mais exigente do que foi a época passada, acrescentando novas coisas à equipa.

Guarda-redes: Para mim um guarda-redes em final de carreira como Rui Patrício seria muito bem vindo para disputar com Kovacevic a titularidade, como Beto foi com o mesmo Rui Patrício, libertando Israel para jogar com regularidade num empréstimo. Depois se veria qual o o futuro titular. Diogo Pinto tem muita estrada para andar, tal como Callai.

Defesas: Quaresma, Debast e Matheus Reis garantem a rotação necessária no trio. Vamos ver a evolução do belga. Quaresma e Matheus Reis já demonstraram a sua utilidade e os seus pontos fortes e fracos. Pontelo e Muniz deverão ser emprestados. Falta alguém? Para já não, a não ser que algum destes faça falta noutro lado.

Alas direitos: Saindo Esgaio, fica apenas Fresneda, que tem condições físicas para a posição muito superiores a Catamo, muito mais um extremo que um defesa lateral, ainda por cima de pé contrário. Penso que deveria vir mais alguém com valências em falta na equipa, como o jogo aéreo e remate de meia-distância. Ou então pensar mesmo na adaptação de Quaresma ou St. Juste à posição, abrindo espaço para Debast na defesa.

Alas esquerdos: Matheus Reis substitui sem problemas Nuno Santos, em muitos jogos até rende mais do que ele. Falta alguém? Que se passa com o Pedro Bondo da B?

Médios: Bragança e Mateus Fernandes são mais alternativas viáveis a Morita do que a Hjulmand. Falta mais um médio destruidor de jogo tipo Palhinha, que poderá ser ou não Essugo, que poderia ser o Tanlongo se Rúben Amorim não o tivesse reprovado algures, ou que poderá ser um reforço experiente. Não era esse o caso do Koindredi? Pelos vistos não.

Interiores: Edwards é o "abre-latas" que faz sempre falta, Catamo joga perfeitamente na posição, o lado direito está assegurado. No lado esquerdo falta alguém para substituir Pedro Gonçalves. Eu gostaria que não fosse mais um baixinho, mas alguém forte no jogo aéreo e com chegada à área. Depois temos Quenda para dar minutos aqui e ali, mas sem pressões descabidas.

Pontas de lança: Faltam dois avançados trabalhadores e goleadores para alternar com Gyökeres, o homem não é de ferro e os joelhos já começaram a dar de si. Quem pensar que vai andar nas cavalgadas heróicas a época toda engana-se, e tipo "pinheiro" ele não rende.

 

Resumindo: no meu entender faltam um ala direito, um médio "nº 6", um interior de pé direito, e dois avançados goleadores. 

Algum dos miúdos que estão a fazer a pré-época vai explodir esta época? Rodrigo Ribeiro, Nel, Moreira? Esperemos que sim, mas ainda não vi nada nesse sentido.

Enfim, Amorim já demonstrou que nos consegue surpreender pela positiva. Vamos andando e vendo. Os jogos agendados já vão dizer alguma coisa. Estes quatro iniciais da Liga são muito importantes, importa começar de prego a fundo.

Deixo o convite a cada um de vós para dizer o que falta para o Sporting ser novamente campeão e passar à fase final da Champions.

SL

Ecos do Europeu (15)

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Fixem este nome, para o caso de ainda não o conhecerem: o suíço Ruben Vargas. Tem 25 anos, joga na Liga alemã, pelo Augusburg. É um dos primeiros heróis deste Euro-2024: ninguém fez tanto como ele para derrubar os italianos, campeões europeus em 2021.

No embate de ontem em Berlim, foi dele a assistência para o primeiro golo helvético, aos 37', com irrepreensível finalização do médio-centro Freuler. E foi ele a marcar o segundo, logo após o intervalo, sentenciando a partida. Um dos mais vistosos golos deste torneio: desmarcação perfeita, domínio total da bola, disparo colocadíssimo à malha lateral interna. Sem hipótese para Donnarumma, que alguns consideram o melhor guarda-redes do mundo. Fama que lhe ficou ao defender dois penáltis na final de 2021, para infortúnio da Inglaterra.

De Vargas poderá dizer-se hoje algo semelhante: é um dos melhores do mundo na sua posição preferencial de extremo-esquerdo. Bem gostava de o ter no nosso clube.

Já aos 24' Embolo podia ter aberto a contagem ao isolar-se frente à baliza, mas o guardião impediu-o de fazer o gosto ao pé, cortando-lhe ângulo de remate com uma saída providencial.

 

Pastosa e sem dinâmica, a Itália sai de cena nos oitavos-de-final, com registo medíocre neste Campeonato da Europa: venceu com muita dificuldade a Albânia (2-1), evitou quase por milagre uma goleada da Espanha (0-1) e só conseguiu empatar com a Croácia (1-1) a 20 segundos do apito final, no minuto 97 do prolongamento. Não merecia mais. Abandona o Europeu com duas derrotas em quatro jogos, cinco golos sofridos e apenas três marcados.

Fez-se história no futebol europeu. Foi a primeira vitória da selecção suíça em jogo a eliminar numa grande competição de futebol desde a II Guerra Mundial. Os helvéticos vão defrontar, nos quartos-de-final, o vencedor do jogo Eslováquia-Inglaterra.

Para nós, sportinguistas, esta pequena vingança: Scamacca, estrela da Atalanta e "carrasco" do Sporting na Liga Europa, regressa a casa sem um golito sequer nos relvados alemães. 

Não temos pena nenhuma.

 

............................................................

 

Esteve para não prosseguir, o Alemanha-Dinamarca, quando uma tempestade se abateu sobre a cidade de Dortmund ao minuto 34 do jogo, então ainda em branco: chuva torrencial, granizo, trovoada.

O clima lá se recompôs na medida do possível, sem estragos irreparáveis no relvado. Ao intervalo, mantinha-se o empate a zero. Com Kasper Schmeichel, fluente em português, a destacar-se entre os dinamarqueses para adiar o golo.

Só resistiu até ao 53'. E mesmo então apenas foi batido de penálti, a punir mão na bola de Andersen, que cinco minutos antes marcara na baliza germânica (mas sem valer, pois estava deslocado).

Havertez (Arsenal, 25 anos) converteu o castigo máximo.

A Dinamarca tentou reagir, mais com a emoção do que com a razão, mas Neuer não facilitou a vida à turma adversária, aliás como todo o bloco defensivo germânico, com destaque para o central Rüdiger, rei e senhor no jogo aéreo. E foi a Alemanha a marcar, aos 68', fixando o resultado, desta vez em lance de bola corrida com apenas três toques antes de Musiala (21 anos, Bayern de Munique) a enfiar nas redes. Eficácia máxima: foi o terceiro golo do jovem atacante neste certame.

Os germânicos irão defrontar nos quartos-de-final o vencedor do jogo Espanha-Geórgia.

 

Enfim, o nosso Morten está de malas feitas. Já nem participou nesta partida, excluído por acumulação de amarelos. Fez falta à sua selecção, tendo marcado um golo no Euro-2024.

Mas faz ainda mais falta ao Sporting: o lugar dele é em Lisboa.

 

Itália, 0 - Suíça, 2

Alemanha, 2 - Dinamarca, 0

Ecos do Europeu (6)

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O que é bom para as selecções onde actuam os nossos jogadores em fases finais de grandes competições desportivas não é necessariamente bom para o Sporting. Porque pode colocar esses jogadores mais perto da porta de saída.

Pensei nisto ao ver ontem a enorme exibição da Dinamarca frente à Inglaterra que teve como figura dominante um campeão leonino: Morten Hjulmand, que se vai tornando indispensável na selecção do seu país, tal como já acontece no onze que Rúben Amorim comanda. Ponto culminante: o golaço que marcou num remate rasteiro, colocadíssimo. Pickford foi incapaz de travar a bola, que rolava a 114 km/h. 

Nesse minuto 34 da partida disputada em Frankfurt, nesse disparo a 30 metros de distância, a cotação do médio dinamarquês aumentou de imediato. A cobiça dos tubarões do futebol europeu acentuou-se, sem dúvida de qualquer espécie. Torna-se agora mais difícil reter Morten em Alvalade, mesmo protegido por cláusula de 80 milhões de euros. E não apenas pelo golo, mas por toda a exibição, impondo-se em três fases essenciais do jogo: recuperação, construção e distribuição. 

Um craque.

 

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Morten: golaço no embate contra a Inglaterra

 

O empate foi lisonjeiro para os ingleses, que marcaram primeiro, por Harry Kane (18') após bom trabalho de Kyle Walker no corredor direito. Com três centrais, a Dinamarca anulou quase toda a restante manobra ofensiva adversária. Bellingham mal tocou na bola. Saka, Foden e Kane saíram em simultâneo aos 69', quando Gareth Southgate decidiu remodelar todo o ataque. Mas só viu uma hipótese de desfazer o empate, por Watkins (Aston Villa, 28 anos), impedido entre os postes por alguém que bem conhecemos desde que era miúdo: Kasper Schmeichel. Filho de peixe sabe nadar.

A melhor oportunidade para chegar ao triunfo foi até dos dinamarqueses, aos 85'. Pelo médio Højbjerg (Tottenham, 28 anos). Não escandalizaria ninguém. 

A Inglaterra continua sem convencer após um triunfo escasso, sem brilho, na jornada inaugural frente à Sérvia. Mas isso é problema deles. O nosso chama-se Morten Hjulmand: veremos se ainda é possível vê-lo entre nós na temporada 2023/2024. Não vai ser fácil.

 

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Querem um candidato evidente à vitória neste Euro-24? A selecção da casa, que já carimbou o passaporte para os oitavos-de-final.

A suspeita confirmou-se anteontem, no encontro entre germânicos e húngaros em Estugarda. Após a goleada na ronda inaugural, a equipa alemã não abrandou o ritmo. Com um golo em cada parte: por Musiala (bisando no Euro-2024), aos 22', aproveitando da melhor maneira um momento de descalabro colectivo da defesa magiar; e por Gundogan, aos 67'. Sério candidato a homem do jogo, pois tinha sido dele a assistência no primeiro.

Concorrente a este posto, só Neuer: aos 38 anos, desde 2011 no Bayern de Munique, campeão mundial em 2014. Aos 26' protagonizou monumental defesa, num livre directo, demonstrando manter os reflexos intactos, sem sequelas da grave lesão que sofreu em 2023, enquanto esquiava. Não custa concluir que talvez continue a ser o melhor guarda-redes do planeta futebol. Ainda no activo, já nos deixa saudades.

 

Dinamarca, 1 - Inglaterra, 1

Alemanha, 2 - Hungria, 0

Balanço (15)

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O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre MORTEN:

 

- Pedro Boucherie Mendes: «Ainda se está a adaptar ao nosso futebol, creio que não será o patrão que todas as equipas grandes portuguesas necessitam.» (1 de Outubro)

Luís Lisboa: «Do trinco lento e faltoso que chegou para este médio-centro dominador do jogo de hoje muito Hjulmand evoluiu sob as ordens de Amorim.» (19 de Fevereiro)

Eu: «Crucial no domínio do meio-campo, tanto na recuperação como no passe de ruptura. Foi ele a iniciar o segundo e o terceiro golos, roubando a bola. Foi ainda ele a marcar o terceiro golo.» (12 de Março)

- Francisco Chaveiro Reis: «Na sua cabeça parece estar fazer o melhor Euro possível com os vencedores de 1992, ter umas pequenas férias e voltar a liderar o meio-campo do campeão português. O mercado passa-lhe ao lado.» (17 de Junho)

Morten é que sabe

Morten Hjulmand estreou-se ontem pelo seu país numa grande competição. Teve azar ao ver a bola bater-lhe antes de entrar na sua baliza, mas fez um bom jogo, como tem feito desde que se estreou pela Dinamarca, já como jogador do Sporting. Na sua cabeça parece estar fazer o melhor Euro possível com os vencedores de 1992, ter umas pequenas férias e voltar a liderar o meio-campo do campeão português. O mercado passa-lhe ao lado. Afinal, como se sabe, já está numa grande equipa. É o próprio que destaca o óbvio. 

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