Nem fui conferir, não vale a pena: ninguém acertou nos prognósticos para o Moreirense-Sporting (2-1). Segunda derrota de João Pereira, segundo ronda em branco para os nossos leitores.
Desta vez ninguém pode apontar o dedo ao árbitro: António Nobre, fiel ao seu critério largo, teve um comportamento irrepreensível. Sem atender a mergulhos teatralizados nem a fitas no relvado, tão à portuguesa. Aos 9' assinalou penálti favorável ao Sporting quando viu Gyökeres derrubado em local proibido pelo competente central Marcelo, que até já passou por Alvalade. Helder Malheiro, o VAR de turno, confirmou. O craque sueco tomou balanço - e meteu-a lá dentro.
Caía o minuto 12, a equipa parecia embalada para o primeiro triunfo da nova "era João Pereira" após derrotas em casa contra Arsenal (1-5) e Santa Clara (0-1). Mas a falta de alegria e a ausência de dinâmica dos nossos jogadores eram tão flagrantes que nem chegou a pairar um leve sentimento de euforia no topo norte, onde se concentrava a maioria dos adeptos leoninos. Vários dos quais idos de Lisboa ao Minho só para verem este jogo.
A intuição deles - e a nossa, dos que acompanhámos o desafio pela televisão - estava certa. Bastaram sete minutos para o Moreirense empatar. Com o nosso ala esquerdo Matheus Reis muito subido, transformado em extremo (uma das inovações que o técnico recém-chegado da terceira divisão introduziu na dinâmica da equipa), Gonçalo Inácio foi surpreendido num contra-ataque rápido ao ir à dobra e teve de fazer falta.
Do livre nasceu o primeiro golo da equipa local, como recomendam os compêndios. Bola apontada com precisão para a área muito povoada e o defesa Dinis Pinto, com 1,78m, a saltar com inteira liberdade: Trincão, com 1,84m, devia marcá-lo mas esqueceu-se da tarefa, ficando de pés no chão. Cabeceamento tenso e bem direccionado para a nossa baliza, onde Vladan fez figura de manequim da Rua dos Fanqueiros. Outro golo encaixado pelo sérvio: a colecção vai aumentando.
Era o minuto 19, a partida voltava ao ponto inicial. Empatada. Sentado no banco, João Pereira limitava-se a bater palmas, em aparente incentivo aos jogadores. Mas a sua expressão facial angustiada contrariava a energia positiva que pretendia transmitir.
Permaneciam os equívocos no fio de jogo leonino.
Preenchimento em excesso do corredor central. Alas transfigurados em extremos a despejar bolas para ninguém. Caudal ofensivo afunilado, facilitando a tarefa defensiva da turma visitada. Daniel Bragança tentando ser um novo Pedro Gonçalves, entalado na meia-esquerda ofensiva sem actuar de frente para a baliza, onde tantas vezes tem demonstrado qualidades de visão e distribuição de jogo. Gyökeres sem espaço para o rápido ataque à profundidade que já lhe valeu muitos golos. Passividade na reacção à perda de bola. Centrais batidos em velocidade por laterais que progrediam sem oposição.
Pior ainda: chocante desconcentração de jogadores que já demonstraram inegáveis atributos. Como Geny, que transformou um banalíssimo lançamento lateral em passe para golo, oferecendo o segundo ao Moreirense aos 35'. Schettine agradeceu: nem a deixou cair no chão e num fulminante remate à meia-volta encaminhou-a para o fundo das nossas redes. Vladan voltou a imitar um manequim.
Começava a parecer jogo de matraquilhos. Felizmente o intervalo não tardou.
Retomada a partida, com 2-1 ao intervalo, impunham-se mudanças. Mas João Pereira deve ter hesitado - e ninguém da sua incipiente equipa técnica, toda oriunda da Liga 3, pareceu ajudá-lo em tão magna tarefa.
Esboçou-se tímida reacção ao resultado desfavorável. Mas o melhor que foi possível, nesta fase em que perseguíamos o pontinho do empate ainda com algum afinco, foi um cabeceamento de Morten ao travessão, na sequência de um canto, aos 53'.
Cumpriu-se a hora de jogo, decorreram mais cinco minutos, e o técnico lá conseguiu desfazer as hesitações, operando duas mudanças. Quenda substituiu St. Juste e Maxi Araújo rendeu Daniel Bragança, que saiu lesionado. Vai parar pelo menos até ao fim do ano. Outro a juntar-se a Nuno Santos (não iremos contar com ele durante o resto da época), Pedro Gonçalves (não regressa antes de Janeiro) e Israel (há duas semanas com "síndrome gripal").
Abusaria da benevolência quem concluísse que o Sporting melhorou com as mexidas. Nada disso. Os equivocos persistiram, o Moreirense mostrou-se sempre mais compacto e organizado, a nossa equipa partiu-se na ânsia de cada jogador querer resolver o jogo como se os outros não contassem. Trincão, abusando de fintas e reviengas inconsequentes, era bem o espelho disso. Teve o golo à mercê, aos 51', mas a clarividência abandonou-o: acabou por chutar para onde não devia. À figura de Marcelo.
Novamente a impor-se o cenário de mesa de matraquilhos.
Gonçalo Inácio, imitando Morten no "excesso de pontaria", acertou também na trave, aos 81', após cobrança de um livre.
Estava escrito que viríamos de Moreira com a segunda derrota seguida na Liga - terceiro desafio consecutivo a perder. Igualava-se algo que não testemunhávamos no Sporting desde três funestas semanas de transição, em Setembro de 2019, quando Leonel Pontes conseguiu ser técnico interino sem vencer um jogo.
Saimos derrotados, sim. Não apenas pela sólida equipa local, que já tinha imposto um empate em casa ao Benfica e eliminado ali mesmo o FC Porto da Taça de Portugal. Viemos de lá derrotados por nós próprios. Irreconhecíveis.
Seis pontos desperdiçados em duas jornadas. Já o mesmo número de derrotas encaixado, ainda nem a meio da prova, do que em todo o campeonato anterior. Na 13.ª ronda, com a tal "estrelinha" da sorte definitivamente sumida. Rumou a parte incerta.
No final, viam-se lenços brancos esvoaçando nas bancadas. Seriam mais úteis a enxugar lágrimas de raiva por vermos o tão ambicionado bicampeonato agora tão periclitante, neste Sporting A travestido de equipa B.
"Erro de casting», como diria João Pereira. Falando talvez de si próprio sem sequer fazer ideia.
Breve análise dos jogadores:
Vladan (4) - Mais dois golos sofridos para o seu pecúlio, já considerável. Mal posicionado no primeiro, lento de reflexos no segundo.
St. Juste (4) - Trocou com Debast: no jogo anterior saltou do banco, desta vez foi ele o titular, substituído pelo belga. Irrelevante. Parece ter deixado de ser veloz.
Diomande (4) - Beneficiou do "critério largo" do árbitro: podia ter visto o amarelo em dois lances. Remate disparatado para a bancada após canto (64').
Gonçalo Inácio (4) - Esteve no pior (falta aos 18' que originou primeiro golo adversário) e no menos mau (cabecou à trave, 81'). Fez três posições como central no jogo.
Geny (2) - Autor do mais disparatado lançamento lateral deste campeonato. Funcionou como passe para o golo que valeu três pontos ao Moreirense (35').
Morten (5) - Procurou remar contra a apatia dominante, mostrando galões de capitão em campo. Tentou ser útil. Quase marcou de cabeça aos 53': acertou na trave.
Morita (3) - Uma sombra do que já foi. Falhou passes, não arriscou movimentos de ruptura. Parecia desejar que o jogo terminasse rapidamente.
Matheus Reis (4) - Um lateral que por vezes é central e outras vai para extremo. Sem conseguir um cruzamento digno desse nome. Primeiro - e único - só aos 86', quando voltara a ser central.
Trincão (3) - Não desaprendeu de jogar, mas não parece o mesmo da era Amorim. Deixou-se desarmar, permitiu intercepções, perdeu infantilmente a bola. Nenhum poder de fogo.
Daniel Bragança (4) - Outro caso evidente de quebra abrupta de qualidade. Dois remates sem nexo para a bancada, aos 42' e aos 44'. Saiu com queixas musculares aos 65'.
Gyökeres (6)- O melhor dos nossos. Após dois jogos sem marcar, voltou a fazer o gosto ao pé. De penálti (12') que ele mesmo conquistou. Sem uma oportunidade de bola corrida.
Maxi Araújo (3) - Substituiu Daniel Bragança aos 65', já com a equipa muito partida: cada um tentava desenrascar-se como podia. Nada acrescentou.
Quenda (3)- Entrou aos 65', rendendo St. Juste. Sem conseguir articular com Trincão. Aos 73', em vez de passar a bola, fez um passe frouxo ao guarda-redes. Marcou muito mal um livre (78').
Debast (3) - Substituiu Diomande aos 78'. Inoperante. Aos 87', quis fazer um passe a romper linhas, acabando por entregar ao guardião adversário. Kewin agradeceu.
Harder (4) - Rendeu Geny aos 78'. Como vários colegas, tentou jogar sozinho em busca do milagre que permitisse conquistar um pontinho. Sem conseguir.
Da segunda derrota seguida na Liga. Desta vez foi em Moreira de Cónegos, onde não perdíamos há 21 anos. Contra uma equipa que já tinha imposto um empate (1-1) ao Benfica, ditando o afastamento do treinador Roger Schmidt, e escassas semanas antes havia eliminado o FC Porto da Taça de Portugal. João Pereira voltou a inovar, piorando. Ao inventar Daniel Bragança como interior esquerdo, ao afunilar o jogo pelo centro, ao transformar os alas em extremos com a missão de bombear um desamparado Gyökeres sem espaço para as suas movimentações letais. Acumulação de erros somada à chocante passividade da nossa "equipa técnica" no banco e à total incapacidade de fazer as alterações que se impunham.
Da nossa incapacidade de gerir a vantagem. Até marcámos cedo, logo aos 12'. Mas aquele golo de avanço, convertido de penálti, pareceu tolher ainda mais a equipa, onde se sucediam os erros posicionais, o jogo sem bola era nulo, a ansiedade crescia a cada minuto e a desconcentração tomava conta dos jogadores. Durou pouco, a esperança de sairmos de Moreira com três pontos: apenas sete minutos. A partir daí foi sempre a descer: equipa sem largura, sem confiança, sem poder de fogo. Lenta a tomar decisões. Desorganizada. Com momentos caóticos - e outros até caricatos, como aquele que nos custou o segundo golo. E a derrota por 1-2.
De Vladan. Voltou a demonstrar que não tem categoria para guarda-redes do Sporting. Mal posicionado entre os postes no primeiro golo, surgido na cobrança de um livre lateral com Dinis Pinto a elevar-se acima da nossa defesa (e de Trincão, que lhe fazia marcação directa) e a rematar vitorioso, de cabeça, apesar de ter apenas 1,78m. O sérvio viu-a passar, tal como viu no segundo, sofrido aos 35' num remate de primeira de Schettine com o nosso guardião lento de reflexos: tentou sem conseguir.
Da prolongada ausência de Israel. Nem no banco de suplentes se sentou. Relegado das convocatórias há duas semanas devido a «síndrome gripal». Estranha gripe, que demora tanto tempo a ser debelada.
De Geny. Numa equipa desmotivada e deprimida, irreconhecível para quem há um mês a viu golear o Manchester City, o jovem internacional moçambicano recebe o nada invejável "troféu" de jogador mais desconcentrado em campo. Capaz de transformar um mero lançamento lateral, no nosso meio-campo defensivo, em entrega directa de bola ao adversário, que em dois segundos a meteu lá dentro. Naquele instante, mais que nunca, as campainhas de alarme deviam ter soado no banco leonino. Mas não: a equipa que regressou ao relvado após o intervalo, quando já perdíamos 1-2, foi a mesma que iniciou o jogo. As primeiras substituições, aliás inúteis, só ocorreram aos 65'.
De Maxi Araújo. Voltou a sair do banco, desta vez aos 65', e voltou a nada acrescentar. Tarda a impor-se no Sporting, continua a parecer carta fora do baralho. Não defende, não faz movimentos interiores, cruza de olhos no chão. Tem muitos aspectos a rectificar no plano técnico. Precisa de trabalhar com um treinador a sério.
Da nossa desorganização defensiva. Um dos maiores trunfos da equipa montada em Alvalade pelo actual treinador do Manchester United foi a robustez defensiva. Em poucos dias, este legado ruiu. Gonçalo Inácio cometeu falta desnecessária de que nasceu o primeiro golo do Moreirense, e até ao fim do jogo percorreu todas as posições defensivas. St. Juste (saiu aos 61') parece ter perdido o seu principal atributo, a velocidade. Diomande (saiu aos 78'), abusando de jogar com os braços no limite do tolerável, pode agradecer ao "critério largo" do árbitro não ter visto duas vezes o amarelo e aos 29' protagonizou uma arrepiante entrega de bola que quase originou golo. Debast (entrou aos 78') viu desaparecer a sua anterior habilidade no passe longo. Aos 87', tentou de tal maneira que acabou por entregar a bola, frouxa e enrolada, ao guarda-redes Kewin.
Da nossa inoperância ofensiva. João Pereira deu instruções expressas aos jogadores para despejarem bolas para a área, mesmo sabendo que o Moreirense tem defesa sólida, comandada pelo veterano Marcelo (nosso ex-jogador), e que o craque sueco está longe de ser um virtuoso em matéria de cabeceamentos. Aparentemente não havia plano B a partir do banco pois a nossa equipa manteve este fio de jogo do princípio ao fim. Consequência: João Pereira já perdeu tantos desafios em apenas duas jornadas da Liga como Ruben Amorim nas 34 rondas da época anterior. Há quem não goste de comparações? Lamento, mas são inevitáveis. O futebol é feito delas.
Das bolas à barra. Excesso de pontaria ou falta de confiança? A verdade é que foram duas: aos 53', por Morten, na sequência de um canto, e aos 81', por Gonçalo, após a cobrança de um livre.
Da terceira derrota consecutiva. Contando com a goleada sofrida frente ao Arsenal para a Liga dos Campeões. Não nos sucedia há mais de cinco anos, desde Setembro de 2019. Quando Leonel Pontes era o técnico interino.
De um ciclo que se fechou. O ciclo de quase um ano sem perdermos fora de casa em desafios da Liga. A derrota anterior fora a 9 de Dezembro de 2023, em Guimarães. Página virada. Para pior.
Gostei
Do golo de Gyökeres. Logo aos 12', castigando falta cometida três minutos antes por Marcelo sobre o craque sueco. Viktor quebrou um jejum de duas partidas sem marcar: na Liga leva 17 apontados, sete dos quais na conversão de penáltis. Melhor leão em campo, não dispôs no entanto de qualquer oportunidade de golo em lance de bola corrida. E joga agora sem a alegria que todos lhe reconhecíamos.
Da arbitragem. Desempenho irrepreensível de António Nobre, bem auxiliado em lances capitais do jogo pelo vídeo-árbitro Helder Malheiro. Contraste absoluto com a arbitragem e a vídeo-arbitragem da ronda anterior.
Do Moreirense. Tem um bom treinador, César Peixoto. Não quererá vir para Alvalade?
Tive que respirar devagar três horas para conseguir vir aqui dizer o que me vai na alma, sem ofender a mãe de ninguém.
A ver: A bem dizer a gente não joga um pirafo. A confusão na cabeça do treinador é tanta que há um conflito interior entre aquilo que os jogadores querem fazer e que estão habituados a fazer e aquilo que o treinador e aquele adjunto patético* lhes mandam fazer.
Começámos o jogo a ganhar e acho que todos pensámos que o mais difícil estava feito, era manter com calma e assegurar uma vitória vital para a época. Depois fomos vítimas de mais um inteligente que marcou uma falta que não existiu e na sequência, com um cabeceamento de mais de 20 metros, o Moreirense meteu-a lá dentro. Foi um cheiro a frango assado que parecia a Casa dos Frangos de Moscavide aqui na sala. E eu a seco. Ao contrário da nossa defesa, que meteu água a toda a força.
Nem se pode dizer que o adversário estivesse a jogar muito, nós é que continuávamos a insistir em não jogar a ponta de um corno.
E do nada o Geny entendeu oferecer uma bola a um dos deles, que sabendo quem estava na nossa baliza pensou "é já daqui" e se bem o pensou, melhor o executou e com o pé que tinha mais à mão "amandou-a" lá pra dentro e aqui na sala deixou de se poder estar, tal o barulho do cabrão do perú que o vizinho comprou para embebedar no Natal, gémeo do que ofereceu o nosso GR, sobre o qual o adjunto do João Pereira disse não ter visto fazer nenhuma defesa (* acima, viram?). Pudera, as que podia agarrar o gajo deixou-as entrar que nem um patinho.
E depois veio a segunda parte e a sessão de equívocos adensou-se, tipo nevoeiro por sobre as cabeças dos nossos jogadores, assim a modos que o Cascão, só que estes estavam ensopados de tanta água que iam metendo e falhámos duas que foram à barra, mas a coisa esteve sempre mais para o terceiro deles que o segundo nosso.
Terminou como nenhum de nós queria, mas como todos temíamos que pudesse acabar, com a terceira derrota da era João Pereira.
Fui ver aos registos e creio ter sido o primeiro at-trick de João Pereira.
Foi o próprio João Pereira que introduziu o tema na flash interview do jogo com o Arsenal. O "erro de casting", pelo menos para mim (outros já tinham chegado a essa conclusão depois da derrota com o Arsenal, eu só fiquei com essa ideia no último jogo em Alvalade e confirmei hoje) está provado que foi isso mesmo.
Se estava bem definido o papel do sucessor imediato de Rúben Amorim como treinador no Sporting, João Pereira falhou rotundamente nesse papel, mesmo tendo em contra as faltas de Pedro Gonçalves e de Franco Israel, a falta de sorte, e não falta da canalhice APAF e da ANTF.
O papel do sucessor era manter o balneário unido e confiante e a máquina oleada a funcionar, e não pensar em mudanças de sistema táctico e de modelo de jogo ou de estatuto que desviassem a equipa do rumo da conquista do bicampeonato.
Embora o 3-4-3 se tenha mantido, o desenho do meio-campo atacante mudou completamente daquilo que existia com Ruben Amorim, com os interiores e os médios a jogar muito próximos num losango qualquer que ele imaginou, que encolhe o campo e propicia contra-ataques perigosíssimos ao adversário. Se Edwards esteve mal em Alvalade, Bragança e Trincão estiveram ainda pior hoje. Em quatro anos de Amorim contam-se pelos dedos duma mão os jogos que começaram com Bragança e mais dois médios, e jogos que terminassem com vitória se calhar nenhum. Que me recorde, mas posso estar enganado.
Depois vem a questão da confiança: parece estar tudo a jogar sobre brasas, a bola queima, os passes disparatados sucedem-se, uns para fora do campo, outros a solicitar uma desmarcação que não existiu. Mas que confiança os jogadores podem ter num treinador e numa equipa técnica inexperiente mas atrevida nas suas "ideias" e "engaiolada" à força no banco, sem voz de comando nem qualquer orientação nas bolas paradas (vide os dois golos do adversário)?
Isto num jogo em que o Sporting se colocou a ganhar sem saber como e que tinha tudo para controlar e ganhar confortavelmente.
Mais uma vez o adjunto de João Pereira veio falar dum jogo que ninguém viu. O Sporting teve o penálti, dois lances de cabeça na trave e um remate de Trincão que bateu na mão de Marcelo, e pouco mais. Podia ter marcado e até ganho, mas podia também ter perdido por mais, no descontrolo completo em que deixou que o jogo se desenrolasse.
Bom, se alguém tivesse vindo de não sei onde ver este jogo de Moreira de Cónegos e comparasse com o de Braga, não acredita que seja a mesma equipa. Mas é, só que a confiança passou do 80 para o 8, divididos entre respeitar o que disse o treinador e o que estavam habituados a fazer.
A melhor e mais valiosa equipa de Portugal transformou-se num bando perdido em campo. Mais uma vez se comprovou que "um fraco rei faz fraca a forte gente".
Melhor em campo? Mais uma vez ninguém. Zero. A Sport TV, numa tirada de humor negro, deu o prémio ao Kovacevic.
Arbitragem? A porcaria APAF do costume.
E agora? É preciso assumir o óbvio. Se o tiro falhou agora é corrigir a mira, se não for assim vamos ter dias complicados. Nem vale a pena desenvolver o tema, alguns mortos já ressuscitaram e os abutres começaram a pairar no céu.
Concluindo, o mundo sportinguista não precisava disto. E não vale a pena culpar Rúben Amorim, esse foi à vida dele e não volta, e ontem só não perdeu por 5-0 com o Arsenal porque (lá está) teve aquela sorte que o João Pereira não conhece.
Consta que, no balneário, o ainda treinador da equipa B, João Pereira, terá dito aos jogadores a frase motivacional que se impunha: «É preciso levantar a cabeça».
Vai ser um jogo decisivo para João Pereira, o de logo à noite, a partir das 20.15, em Moreira de Cónegos. O Sporting visita um estádio tradicionalmente difícil, até pela dimensão do relvado, e enfrenta uma equipa que esta época ainda não perdeu em casa. Na quarta jornada, o Benfica não conseguiu lá melhor do que um empate 1-1. Há menos de duas semanas, o FC Porto foi ali eliminado (2-1) e afastado da Taça de Portugal.
E nós?
Em Fevereiro, para a Liga 2023/2024, trouxemos três pontos do embate com o Moreirense. Triunfo categórico por 2-0, com golos de Morita (3') e Pedro Gonçalves (23'). Inegável superioridade leonina que bem gostaríamos de ver repetida.
Sinal dos tempos: houve muitos leitores a antever goleadas. Mas o Moreirense-Sporting terminou sem goleada: não pode ser sempre.
Três acertaram no resultado e também em Pedro Gonçalves como marcador de um dos nossos golos: Fernando, Maximilien Robespierre e Nuno Pinto. Estão de parabéns.
Fica o registo daqueles que também previram o 0-2 final, embora sem conseguirem antever quem marcaria: Fernando Luís, Jorge Luís, José Silva, Leão 79, Manuel Oliveira e Pedro Batista.
Geny cumprimenta Morita, que abriu o marcador logo ao terceiro minuto do jogo
Foto: Hugo Delgado / Lusa
Nada melhor, para começar a crónica de mais um jogo do nosso contentamento, do que descrever um belo lance de futebol colectivo. Precisamente aquele que deu origem ao golo da tranquilidade, confirmando o total domínio do Sporting sobre o Moreirense, sexto classificado do campeonato, num estádio onde raras equipas têm facilidade em jogar.
Aconteceu ao minuto 23.
Morten recupera a bola, na linha divisória, e atrasa-a para Coates. O capitão, pressionado, devolveu-a com o pé esquerdo. O dinamarquês, apertado por dois adversários quase em cima da linha esquerda, faz um exímio passe de calcanhar, para Gonçalo Inácio, que logo a adianta uns 20 metros, pondo-a em Gyökeres. Este toca atrasado para Trincão, no corredor central, e o minhoto, após grande recepção no peito, coloca a "redondinha" nos pés de Geny, que progride na ala direita. Trincão desmarca-se entretanto com velocidade, proporcionando uma linha de passe ao jovem moçambicano já perto do limite do campo e num toque subtil entrega-a a Pedro Gonçalves, bem posicionado, e que no interior da área, muito à sua maneira, a introduz na baliza. Mais em jeito do que em força.
Neste excelente lance colectivo - um hino ao futebol - intervieram sete dos nossos dez jogadores de campo. Proporcionando a quem viu o jogo esta certeza cada vez mais inabalável: estamos perante a melhor equipa já treinada por Rúben Amorim. Superior até à que conquistou o campeonato há três anos.
Os números não deixam lugar a dúvidas. Com esta vitória por 2-0 em Moreira de Cónegos, anteontem, Amorim cumpriu o oitavo desafio seguido da Liga 2023/2024 a vencer: ainda não perdeu qualquer ponto neste ano civil.
Marcámos 28 golos nas últimas seis partidas que contribuíram para a nossa classificação actual: 55 pontos. A par com o Benfica, por enquanto, mas com menos um jogo disputado. E sem esquecer que o SLB ainda terá de visitar Alvalade.
Desde a época 1975/1976 não havia uma equipa portuguesa a marcar tantos golos à 21.ª jornada. Temos melhores marcas do que tínhamos, nesta fase, na época 2020/2021, em que fomos campeões. Há três anos, 17 vitórias e 4 empates; com 42 golos marcados e 10 sofridos. Agora, 18 vitórias, um empate e duas derrotas; com 60 golos marcados e 19 sofridos.
Convém lembrar: o FCP foi a Moreira vencer à tangente, por 0-1 e o SLB tropeçou lá (0-0). Nós, aos 23', já tínhamos o jogo resolvido. O primeiro, marcado logo aos 3' por Morita na sequência de um canto apontado por Trincão, o melhor em campo.
Depois, houve que gerir o resultado - mas sem baixar linhas, controlando sempre as operações com o estado-maior instalado na linha do meio-campo, confiado ao capitão Morten, bem auxiliado pelo tenente Morita. Sem o sapador Viktor insistir nas missões de infiltração em terreno adversário, desta vez num estádio menos ajustado à sua acção desequilibradora. Mas cheio de adeptos leoninos que não se cansaram de incentivar e aplaudir a nossa equipa. Verdadeira equipa de todos nós.
É sempre assim quando o Sporting marca golos. E tem marcado em todos os jogos das competições internas na temporada em curso. E há cerca de meio século que não marcava tantos golos.
É sempre assim, quando o Sporting ganha. E há muitos anos que não ganhava tanto.
Estamos aptos a receber amanhã o Young Boys. Sem lesões: até nisto a estrelinha de Rúben voltou a reluzir. Porque não há campeão sem sorte.
Breve análise dos jogadores:
Adán - Ao contrário do que ele certamente suporia, teve pouco trabalho nesta partida. Só fez a primeira defesa, aliás fácil, ao minuto 88. O único calafrio aconteceu no minuto final, após um canto, aos 90'+6.
Eduardo - Mais contido do que nas partidas anteriores, o que em nada prejudicou a nossa organização colectiva. Quando a linha defensiva avançava, ficava ele a resguardar a retaguarda. Missão cumprida.
Coates - Um pilar de estabilidade. Após um jogo em que foi poupado, tendo em atenção este intenso calendário de Fevereiro, voltou em grande forma como patrão da defesa. Cortes cirúrgicos, concentração total.
Gonçalo Inácio - Inesperadamente, foi o mais intranquilo do nosso sector mais recuado. Nem sempre acertou nos passes e teve uma perda de bola comprometedora. Mas interveio bem no segundo golo.
Geny - Já sentou Esgaio como titular da nossa ala direita. Muito mais ofensivo do que o nazareno, pôs o lateral adversário sempre em sentido durante toda a primeira parte. Só lhe faltou o golo. Mas vai tentando sempre.
Morten - Joga sempre de cabeça bem levantada, com visão panorâmica do terreno. Teve pormenores de inegável classe. Dominou o corredor central, impondo voz de comando. Vital para o equilíbrio da equipa.
Morita - Complemento ideal do dinamarquês no controlo do meio-campo. Menos subtil do que o companheiro, não hesitou em usar o corpo para travar investidas do Moreirense. E foi dele o golo inaugural.
Nuno Santos - O batalhador do costume em missão atacante. Foi tentando o golo. E esteve prestes a conseguir aos 32', num remate ao canto da baliza que o guarda-redes travou com brilhantismo.
Pedro Gonçalves - Regressado ao trio mais ofensivo, é lá que exibe os seus melhores atributos. Confirmados com o golo da tranquilidade, aos 23'. Já marcou 13 nesta epoca. E ainda mandou uma bola ao poste (47').
Trincão - Melhor em campo: está a ser uma das grandes figuras do Sporting. Embora sem marcar, assistiu duas vezes. Ao cobrar o canto que deu golo e ao pôr a bola bem redondinha nos pés de Pedro Gonçalves.
Gyökeres- Esforçou-se muito, num campo menos comprido do que os restantes, o que lhe condicionou alguns movimentos. Tentou o golo, desta vez sem conseguir. Mas sem nunca baixar os braços.
Matheus Reis - Em campo desde o minuto 82, substituindo Nuno Santos, já amarelado. Muito concentrado, demonstrou a sua utilidade com um corte oportuníssimo aos 90'+5.
Daniel Bragança- Substituiu Morita ao minuto 89. O nipónico estava muito fatigado, havia que refrescar o meio-campo para evitar desequilíbrios. Funcionou.
Edwards - Rendeu Pedro Gonçalves aos 89'. Entrou sobretudo para segurar a bola no tempo extra, que durou seis minutos.
De outra vitória leonina. Desta vez aconteceu em Moreira de Cónegos: 0-2. No mesmo estádio onde o Benfica tropeçou (0-0) há dois meses. Respeitámos o adversário, mas impusemos o nosso ritmo, dominando em absoluto. Antes do minuto 25 já tínhamos fixado o resultado, com golos de Morita (3') e Pedro Gonçalves (23'). Depois foi tempo de gerir este domínio traduzido em números, já a pensar na recepção ao Young Boys, para a Liga Europa, na próxima quinta-feira. Mas estivemos sempre mais perto do 0-3 do que o Moreirense de marcar.
De Trincão. Desta vez não a meteu no fundo das redes, mas esteve envolvido nos nossos dois golos. No primeiro, ao cobrar de forma exímia o canto que nos pôs em vantagem mal estavam concluídos 120 segundos de jogo. No segundo, é inegável protagonista - em dois momentos - do excelente lance colectivo do Sporting, de longe o melhor do desafio, que culmina na assistência dele para Pedro Gonçalves concretizar. Além dos golos que já marcou (facturou nos cinco jogos anteriores a este), soma quatro assistências no campeonato. Melhor em campo.
De Pedro Gonçalves. Devolvido à linha dianteira, com proveito para a equipa, pelo segundo desafio consecutivo. Não desperdiçou tempo nem oportunidade: marcou o seu 13.º golo da temporada, igualando Paulinho na lista dos nossos artilheiros. Só Gyökeres está à frente dele. Falhou por muito pouco o 3-0 num remate em que a bola foi caprichosamente embater no poste (47'). Está em grande forma, tanto física como anímica. Esteve igualmente muito bem, nas declarações prestadas no fim do jogo, quando apresentou condolências ao jovem João Neves, do Benfica, que acaba de perder a mãe: exemplo de desportivismo e de civilidade no futebol ainda mais de enaltecer por ser raro nos dias que vão correndo.
De Morten. Nota-se cada vez mais: é mesmo o pêndulo da equipa. Fechou o corredor central, em parceria perfeita com Morita, forçando assim o Moreirense a encarreirar jogo ofensivo pelas faixas laterais, onde Nuno Santos e (esquerda) e Geny (direita) foram praticamente intransponíveis. Com forte sentido posicional e excelente visão de jogo, o dinamarquês tornou-se elemento imprescindível do onze titular leonino - não apenas na recuperação mas igualmente na construção. Desta vez jogou ligeiramente mais adiantado no terreno e a equipa não perdeu com isso, antes pelo contrário. Teve intervenção no início do segundo golo, com excelente passe de calcanhar, vencendo o duelo com dois adversários que o cercavam.
De continuarmos a demonstrar excelente produção ofensiva. Marcámos pelo menos dois golos em cada um dos últimos dez jogos do campeonato. Lideramos com enorme vantagem a lista das equipas mais goleadoras, já com 60 concretizados - mais oito do que o Benfica, que surge em segundo. Marcámos em todas as rondas da prova, sem falhar uma.
De termos mantido as nossas redes intactas. Quarto desafio consecutivo para competições internas sem sofrermos golos, após os encontros em Leiria (3-0) para a Taça de Portugal, contra o Casa Pia em Alvalade (8-0) e contra o Braga, igualmente no nosso estádio (5-0). Balanço destas três partidas em números: 18 marcados, nenhum sofrido.
Da grande dinâmica colectiva. Entrámos com a atitude certa, pressionando muito em cima da baliza adversária e procurando resolver a contenda logo na fase inicial - desígnio estratégico concretizado, sem dar oportunidades aos de Moreira de Cónegos para reagirem, reagrupando-se no terreno. Na primeira parte, em quatro oportunidades, concretizámos duas. O 2-0 que se registava ao intervalo deu-nos muita tranquilidade para temporizar o jogo, pausar a construção e impor o ritmo da partida, de acordo com os nossos interesses. A vitória acabou por ser muito mais tranquila do que quase todos os comentadores previam e do que os adeptos mais ansiosos receavam.
Do forte apoio nas bancadas. Mais de cinco mil espectadores no estádio do Moreirense - segunda melhor casa da temporada, até ao momento. Destes, muitos eram adeptos do Sporting. Que incentivaram a equipa do princípio ao fim com os seus cânticos. Pormenor a destacar: viam-se várias bandeiras da Suécia. Gyökeres merece, embora desta vez não tenha marcado.
Do árbitro. Nem parecia ele. Mas desta vez Fábio Veríssimo fez bom trabalho. Só um amarelo exibido (a Nuno Santos), critério largo, arbitragem à inglesa - tal como já havia sido a do Sporting-Braga, apitada por António Nobre na jornada anterior. Diferença enorme em relação às habituais exibições de Veríssimo, que costuma protagonizar festivais de apito, interrompendo incessantemente as partidas para assinalar todo o tipo de faltas e faltinhas, reais ou imaginárias.
De continuarmos lá em cima. Agora com 55 pontos, igualamos o Benfica no comando, mas mantendo um jogo a menos. E somos a única equipa deste campeonato que ainda não perdeu um só ponto em 2024.
Não gostei
Do Moreirense. Equipa sem chama, incapaz de um remate perigoso, rendida à marcação, subjugada pelo Sporting e com dois centrais tão obcecados em secar Gyökeres que se esqueciam de reparar nos outros. A gente agradeceu.
Que tivéssemos jogado quase a passo em largos períodos da segunda parte. Sabia a pouco, como espectáculo, mas certamente nenhum adepto leonino levou a mal: esta foi uma jornada entalada entre duas partidas europeias, ambas com o líder destacado do campeonato suíço. Há que poupar forças e dosear energias nesta fase em que jogamos de três em três dias. O campeonato é a meta principal, mas a nossa participação na Liga Europa não pode ser menosprezada.
De ver o Sporting jogar de preto. Este equipamento alternativo parece imitar o principal da Académica de Coimbra. Mas proporcionou um bom título à crónica do jogo feita pelo SAPO Desporto: «Leão vestiu-se de preto, mas voltou a jogar a cores». Aprecio títulos criativos e chamativos, como este.
A única vez que fui ao estádio do Moreirense, nos arredores de Guimarães, nem o Sporting fez grande exibição, nem conseguiu os 3 pontos. Foi na maldita época do assalto a Alcochete. O Sporting de Jorge Jesus tinha começado em grande a época, eliminado o Steaua de Bucareste e conseguido o acesso à Champions, vinha de seis vitórias na Liga incluindo um 5-0 em Guimarães, uma vitória fora na Champions contra o Olympiakos, e na semana seguinte seguiam-se o Barcelona e o Porto em casa. Que terminariam com 0-1 e 0-0.
O Sporting esteve muito mal nesse jogo, com Alan Ruiz nas costas do Bas Dost e Gelson Martins desterrado na ponta direita. O Moreirense marca antes do intervalo, Alan Ruiz fica na cabina, Bruno Fernandes pouco mais tempo ficou no relvado e foi preciso um autogolo para sairmos de lá com o empate. Do que me recordo, as oportunidades no jogo todo foram menos que nos primeiros 15 minutos do jogo de hoje.
Foi mesmo em Moreira de Cónegos que começou a desgraça daquela época.
Mas neste jogo de hoje nada disso aconteceu. O Sporting fez talvez a melhor 1.ª parte da temporada, um verdadeiro rolo compressor feito de posicionamento, compromisso na pressão alta, capacidade de passe e de "pequenas sociedades" em zonas do campo, com dois ou três jogadores que combinavam muito bem em pequenos espaços. Lição muito bem estudada, realização perfeita. O 2-0 sabia a pouco. Adán viu o jogo.
Na 2.ª parte forçosamente o ritmo teria de baixar. A equipa passou a esperar mais pelo adversário para recuperar a bola e saltar no contra-ataque e o apitador Veríssimo começou a entrar em jogo marcando faltas em situações que os jogadores do Moreirense se atiravam para o chão a berrar como se tivessem partido uma perna ou algo pior. Mesmo assim, nem livres nem cantos conseguiram criaram algum perigo, exceptuando aquela cabeçada num canto no último minuto dos descontos.
Entretanto Gyökeres foi dando muito trabalho à defesa do Moreirense e o Sporting foi desperdiçando várias oportunidades para chegar ao terceiro golo, em particular uma bola no poste de Pedro Gonçalves e outra de Trincão que o guarda-redes defendeu nem sabe como. Além de dois remates frontais para o parque de estacionamento, um do sueco e outro do dinamarquês.
A excelência do desempenho do Sporting até levou a que Rúben Amorim retardasse as substituições. Nem esgotou as cinco permitidas.
Pior em campo só pode ter sido o Adán, que não fez uma defesa digna desse nome. Apanhou bolas mais ou menos mortas. Brincando, claro.
Melhor mesmo, quanto a mim, foi Hjulmand. Ele e Morita fizeram um trabalho notável no meio-campo, não falhando passes, encontrando sempre colegas desmarcados, caindo em cima dos jogadores do adversário sem faltas desnecessárias. Do trinco lento e faltoso que chegou para este médio-centro dominador do jogo de hoje muito Hjulmand evoluiu sob as ordens de Amorim. Mas todos estiveram muitissimo bem.
Arbitragem? Critério que foi variando conforme os minutos de jogo, uma armadilha a que a equipa soube escapar.
E agora? Rodar a equipa para quinta-feira cumprir a obrigação de passar sem riscos desnecessários, e focar na deslocação a Vila do Conde com todos disponíveis.
Desta vez houve muitos vencedores: sete no total. Aqui fica o quadro de honra: Cristina Torrão, Fernando, Leoa 6000, Luís Ferreira, Maximilien Robespierre, Tiago Elias e Tiago Oliveira. Todos acertaram no resultado do Sporting-Moreirense (3-0). Vaticinando, com acerto, em Gyökeres como um dos marcadores - os outros foram Morten e Diomande, que nenhum deles anteviu.
Também justifica registo um quarteto de leitores que, tendo previsto o desfecho leonino nesta quinta ronda do campeonato, só "atirou ao poste" no capítulo dos goleadores. De qualquer modo fica a menção, também merecida: João Paulo Palha, Manuel Parreira, Paulo Batista e Salgas.
Gyökeres: mais um golo (e vão três) e uma assistência para Morten. Nenhuma dúvida: é craque
Foto: Rodrigo Antunes / Lusa
Valeu a pena este compasso de espera, imposto no calendário futebolístico pelos jogos das selecções. No Sporting houve vários ausentes - desde logo Gonçalo, na selecção nacional. Mas também Gyökeres pela Suécia, Morten pela Dinamarca, Morita pelo Japão, Diomande pela Costa do Marfim e até Geny por Moçambique.
Certamente não por acaso, todos estes jogadores surgiram em campo com grande frescura mental, disponibilidade táctica e robustez física. Fundamentais naquele que foi até ao momento o nosso melhor desafio da Liga 2023/2024 e na construção da mais dilatada vitória que registámos igualmente até agora nesta prova.
Certamente não por acaso, três deles revelaram veia goleadora nesta recepção ao Moreirense, que ocupava o 12.º lugar da tabela classificativa antes da deslocação a Alvalade. Morten estreou-se a marcar com um disparo fortíssimo de meia-distância (55'). Gyökeres confirmou vocação para artilheiro ao fuzilar de cabeça a baliza forasteira (61'). Diomande, também de cabeça, selou a contagem no último suspiro do desafio (90'+6), concluindo da melhor maneira um canto... marcado por Geny.
Não há coincidências.
Custa-me entender por que motivo alguns adeptos do Sporting resmungam sempre contra os jogos das selecções. Representar os países de origem é um factor de motivação adicional para qualquer profissional de futebol que não opte pela "deserção", imitando os maus exemplos de Rafa e João Mário.
Eu gosto muito do meu clube. E também gosto muito das selecções do meu país - não apenas da selecção A. Nada disto é incompatível.
Por isso aplaudi o seleccionador Roberto Martínez ao convocar Gonçalo Inácio como titular contra o Luxemburgo. Foi recompensado: impecável a defender, o nosso esquerdino brilhou também como goleador, bisando contra o onze do grão-ducado. É fácil prever que agarrou a titularidade na equipa das quinas.
Voltando ao Moreirense-Sporting. Desde logo, há que sublinhar isto: a turma visitante deu-nos muito trabalho na primeira parte, que terminou empatada a zero.
Os minhotos actuaram com as linhas muito avançadas, travando a nossa progressão sobretudo nos corredores laterais. E até causaram perigo num par de oportunidades. Mas a partir da meia-hora começaram a acusar o esforço físico, o que os levou a recuar e gerou alguma desorganização da equipa.
Nós aproveitámos. Poderíamos até ter marcado mais cedo. Logo aos 14', quando Morita atirou ao ferro após cobrança de livre lateral. Depois Morten disparou ao mesmo poste (29'). Esgaio, numa emenda quase perfeita a um passe cruzado do médio japonês, introduziu a bola na baliza (31'). Mas o VAR invalidou por suposta "deslocação" de 5 centímetros! Já escrevi e repito: decisões destas são um atentado ao futebol sem prestarem o menor serviço à verdade desportiva.
Após o intervalo, fomos para cima deles - com alegria, desenvoltura, velocidade, abertura constante de linhas de passe, progressão com bola. Num sufoco que se traduziu nos golos. Que poderiam ter sido ainda mais. Paulinho (que só entrou aos 75') cabeceou à trave (79'), confirmando o velho ditado: não há duas sem três.
Rúben Amorim gostava do que ia vendo. Os mais de 36 mil espectadores no estádio também. As substituições desta vez não prejudicaram o nosso fio de jogo. E foi possível até haver poupanças pontuais com vista ao desafio de quinta-feira na Áustria para a Liga Europa. Havendo ainda tempo para o tal golo mesmo no último suspiro do desafio. Golo de estreia de Diomande nesta temporada. Já Morten também se estreara como artilheiro de Leão ao peito.
Esta vontade, esta energia, esta capacidade de entrega à luta até ao apito final caracteriza as equipas com aspirações ao título. É o que vemos e sentimos neste Sporting 2023/2024. Para alegria de todos nós.
Breve análise dos jogadores:
Adán - Saiu em falso num lance que poderia ter gerado um golo totalmente imerecido para o Moreirense (51'). Antes, havia visto a bola embater no poste (6'). Parece longe da melhor forma.
Diomande - Impecável a defender, útil na construção de jogo, irrepreensível no passe. E agora até goleador de mérito. Foi ele a marcar o terceiro, justa recompensa para uma óptima exibição.
Coates - O patrão Coates está de volta. Comandou com pé seguro o trio defensivo. Fez cortes providenciais (33', 64', 90'+3) e ainda tentou o golo de cabeça (85', 90+4), desta vez sem êxito.
Gonçalo Inácio - O jogador leonino com maior acerto no passe, segundo rezam as estatísticas. Cometeu apenas um deslize, logo aos 6', mas foi melhorando sempre. Merece nota elevada.
Esgaio - Seguro, disciplinado. Muito útil. Dono absoluto do corredor direito, ainda marcou um golo que devia ter sido validado. Saiu muito desgastado, mas com a certeza do dever cumprido.
Morten - Boa leitura de jogo, eficaz nas recuperações. Anda de pé quente, como mostrou duas vezes, com fortes disparos. Na primeira, acertou no poste. Na segunda foi lá para dentro.
Morita - Eficaz parceria com Morten: parece que actuam juntos há anos. Enquanto o colega joga de frente para a baliza, o japonês cobre todo o meio-campo, ligando ao ataque. Grande exibição.
Nuno Santos - Ninguém cruzou tanto e tão bem como ele. Um desses cruzamentos resultou em assistência para o segundo golo. Quase marcou, num disparo aos 42'. Está em grande forma.
Pedro Gonçalves - Foi útil, sobretudo, a abrir espaços para os colegas. Mas teve uma exibição demasiado apagada e revelou-se algo displicente no capítulo do passe. Dele exige-se mais.
Edwards - O mais fraco do onze titular. Funcionou como elemento dissonante, parecendo sempre algo desligado da equipa. Sem fazer a diferença nos lances individuais. Facilmente desarmado.
Gyökeres - Um poço de energia. Segunda parte sempre em crescendo. Assistiu no primeiro golo, marcou o segundo e nunca deixou de disputar a bola. Com força e técnica. Melhor em campo.
Paulinho - Fora do onze titular, substituiu Edwards aos 75'. Já a equipa estava com a vitória garantida e o Moreirense mantinha-se acantonado. Ainda teve tempo de cabecear à barra.
Matheus Reis - Substituiu Nuno Santos (75'). Protagonizou lance de cinco estrelas quatro minutos depois ao ir à linha final e centrar a meia altura para Paulinho. Assistência para um quase-golo.
Geny - Entrou aos 60', rendendo Esgaio. Actuando como extremo, num momento em que a turma minhota já quase não saía, venceu vários duelos. É dele o pontapé de canto que gerou o golo 3.
Daniel Bragança - Substituiu Morten aos 82'. Não deu nas vistas nem isso já era necessário.
Trincão - Entrou aos 82', substituindo Pedro Gonçalves. Sem nada de especial a registar.
Quem faz o favor de perder algum tempinho a ler os meus gatafunhos por aqui (embora seja em letra de imprensa), sabe que sempre considerei, apesar das críticas a maior parte das vezes merecidas, que os nossos jogadores são os melhores do Mundo, Esgaio incluído.
Esgaio que ontem fez uma óptima partida (Sporting 3-0 Moreirense), coroada com um golo pleno de oportunidade*, que revela que o nazareno não sendo um portento tecnicamente, que não é, é um jogador que dá tudo e é bastante útil neste sistema de jogo de Amorim. Não brinco se disser que o espanhol Fresneda terá de mostrar muito empenho para agarrar o lugar.
Prometi que viria aqui falar de aquisições após o fecho do mercado e aqui estou, porque não gosto de comentar mentideros e "supônhamos". Assim, se em demais anos critiquei de forma clara a direcção, Hugo Viana e Amorim por alguns flops e tiros completamente ao lado, coerentemente não posso deixar de lhes reconhecer o mérito de este ano terem feito o pleno (falta ver actuar o espanhol Fresneda ainda, mas estou com a esperança de que não desiluda) nas contratações mais ou menos cirúrgicas que fizeram e felicitá-los por isso.
Para uns pode ainda faltar um defesa, para outros um médio, para outros um avançado, mas a confirmação dessas lacunas ver-se-á em Janeiro. Seria interessante não haver necessidade de contratar ninguém nesse período, o que quereria dizer que as coisas estariam a correr bem e que se aplicaria a máxima de "em equipa que ganha não se mexe". Seria também importante que ninguém saísse, claro!
A forma em crescendo como a equipa vem evoluindo perspectiva uma época que nos pode trazer boas alegrias, se entretanto os factores externos, como a habilidosa arbitragem de ontem à noite, mais uma, não nos forem aqui e ali, cirurgicamente, prejudicando. Ontem, que o VAR tenha conseguido descortinar um fora de jogo de 5cm eu até dou de barato, mesmo sabendo que 5cm é uma fracção ínfima de segundo, ou seja, muito subjectivo. Já que o bandeirinha tenha olho de lince para ver o mesmo é que é surpreendente, se até a regra e a recomendação que tem é que deixe o lance andar, deixando para o VAR a tarefa de o analisar. É disto que eu tenho receio e é contra isto que temos que lutar, a começar pela direcção. Ontem o central do Moreirense deveria ter ido tomar banho mais cedo, porque o senhor de azul lhe perdoou um amarelo alaranjado ainda o jogo ia no adro e o que lhe mostrou mais tarde dava-lhe guia de marcha para o balneário.
Temos hoje talvez a melhor equipa do campeonato e pedindo a todos os santinhos que não sejamos prejudicados, podemos ter a forte e fundada esperança de chegar na frente lá para Maio. E se porventura não chegarmos na frente, há uma certeza que é clara: Os reforços são mesmo de gabarito e não havendo factores esquisitos, tratar-se-ia de azar, incompetência do técnico, ou aquilo que por vezes acontece, os outros seriam melhores.
Eu por mim estou satisfeito e repito: Belo trabalho de pesquisa!
* O golo, como já referi no texto, foi anulado por 5cm. A FIFA está a realizar jogos piloto em que o fora-de-jogo só será assinalado quando todo o corpo do atacante estiver para além do último defesa. Em abono e favor do futebol espectáculo, o meu aplauso veemente.
Confirma-se: Viktor Gyökeres e Morten são dois grandes reforços deste Sporting 2023/2024
Foto: Rodrigo Antunes /EPA
Gostei
Da vitória clara, indiscutível e com todo o mérito do Sporting. Contra o Moreirense, em Alvalade, fizemos melhor do que nos três jogos anteriores a receber a mesma equipa. Ao contrário desses triunfos sempre por margem mínima, desta vez vencemos por 3-0. Com todos os golos feitos na segunda parte.
De Gyökeres. Trabalha, disputa a bola, não dá um lance por perdido. Tem impressionante robustez e uma capacidade técnica invulgar. Grande reforço do Sporting para esta temporada, o ponta-de-lança que veio do Championship fez o nosso segundo golo desta noite, de cabeça, correspondendo da melhor maneira a um cruzamento de Nuno Santos. Foi aos 61': aí ficou evidente que a vitória seria mesmo nossa. Já tinha ajudado a construir o primeiro golo. Mas nem assim o internacional sueco abrandou a marcha: continuou a lutar até ao fim, inconformado, em pressão constante sobre a defesa visitante. Correu quase 11 km nesta partida. Muito importante: sacou três amarelos (um deles convertido em vermelho) aos adversários. Melhor em campo.
De Diomande. Outra excelente contratação. Vai melhorando de jogo para jogo. Dando segurança ao nosso bloco defensivo, fazendo circular a bola com qualidade. E ainda foi à frente, no último lance do desafio, marcar o nosso terceiro golo, de cabeça, na sequência de um canto (90'+6). Merecido golo, coroando óptima exibição. O seu primeiro nesta temporada.
De Morita. Um dos motores do onze leonino, patrão do meio-campo. Fez duas posições, primeiro como médio de construção e a partir dos 82' como médio defensivo. Sempre com inegável competência. Quase marcou por duas vezes (14' e 42'). Ganhou numerosos duelos. Titular absoluto, é um elemento-chave da nossa equipa.
De Nuno Santos. Após um par de jogos algo apagado, voltou a estar em foco. Qualidade irrepreensível nos centros para a área: saíram dos pés dele, sem sombra de dúvida, os melhores lances cruzados do desafio - aos 31', 48' e 65'. Sem esquecer, claro, aquele em que assiste Gyökeres no nosso segundo golo recuperando in extremis uma bola junto à linha de fundo. Além de ter feito um disparo fortíssimo que só não entrou devido a intervenção aparatosa do guarda-redes Kewin Silva (42') Merecida ovação quando foi substituído, aos 75'. Tem de ser chamado à selecção nacional.
De Morten a revelar-se como artilheiro. Foi ele a abrir o marcador, aos 55'. Com um disparo rasteiro, colocadíssimo, aproveitando da melhor maneira uma bola ganha por Gyökeres, estreou-se como goleador do Sporting dias após se ter estreado como internacional pela Dinamarca. Confirma-se: é um grande reforço. Muito atento e concentrado, recuperou várias bolas, impedindo investidas do Moreirense.
Da qualidade do jogo. Sem dúvida a melhor exibição leonina nesta temporada 2023/2024 perante um Moreirense que deu boa réplica durante a meia hora inicial. Futebol de ataque, pressionante, fazendo correr a bola. Vinte remates nossos à baliza, nove dos quais enquadrados - e ainda três bolas aos ferros, por Morten (29'), Morita (42') e Paulinho (79').
De não termos sofrido golos. Pormenor que merece ser sublinhado, tal como o facto de este ter sido o primeiro jogo que vencemos na Liga em curso por mais de um golo de diferença. O caminho faz-se caminhando.
Do apoio incessante à equipa. Grande ambiente nas bancadas, com cânticos e ovações e palavras de incentivo aos profissionais leoninos. Isto sim, é o chamado "12.º jogador". Apesar de ser segunda-feira, de o jogo ter começado já depois das 20.30 e de a noite estar chuvosa, havia 36.813 espectadores em Alvalade.
De seguirmos no comando do campeonato. Em 15 pontos possíveis nestas cinco primeiras jornadas, conquistámos 13. Estamos lá em cima, com pontuação igual à dos portistas mas melhor relação entre golos marcados e sofridos. Com o Benfica atrás e o Braga a perder terreno.
De termos cumprido 19 jogos seguidos sem perder. Se somarmos o de ontem às 14 rondas finais da Liga 2022/2023 e aos desafios das quatro jornadas iniciais deste campeonato, já levamos quase duas dezenas de jogos sem conhecer o mau sabor da derrota em partidas oficiais.
Não gostei
De chegar ao intervalo com empate a zero. Domínio claro do Sporting, com quatro grandes oportunidades goradas pelo guarda-redes ou pelos ferros da baliza. Morita (duas vezes), Morten e Nuno Santos estiveram muito à beira de marcar neste período.
Do golo anulado a Esgaio aos 31'. Emendou muito bem um remate cruzado de Morita, encaminhando-o para o fundo das redes. Mas viria a ser anulado por ridículos 5 cm, segundo as linhas virtuais. É tempo de pôr fim a alegadas "deslocações" do tamanho de meio dedo: não faz qualquer sentido e ajuda a liquidar o futebol como espectáculo.
De Edwards. Foi o elemento mais apagado do Sporting neste jogo. Rúben Amorim voltou a apostar nele como titular, deixando desta vez Paulinho fora do onze, mas o inglês não aproveitou a oportunidade. Continua a mostrar-se desligado da equipa: falta-lhe intensidade, capacidade de pressão e poder de choque. Saiu aos 75', deixando novamente a sensação de que é capaz de fazer muito mais do que mostrou.
Um adversário (Moreirense) empenhado, uma arbitragem vergonhosa nos pormenores dum portuense que parecia portista, uma equipa que não encontrou o melhor timing na saída a jogar, a sorte que parecia brincar com os dois lados, e um jogo que se decidiu na competência de três últimos reforços, Huljmand, Gyökeres e Diomande.
Valem ouro estes três, e o scouting do Sporting só pode estar de parabéns.
Os três vieram dar outra dimensão física ao futebol do Sporting. É verdade que ainda não existe a melhor articulação entre eles e a facção levezinha do plantel, como Edwards, Trincão e Pedro Gonçalves, mas quando existir teremos mesmo uma grande equipa.
Com muito para conquistar internamente, mas com uma arbitragem Apaf que aparentemente está cada vez mais pressionada pelas duas máfias e colaborante na viciação dos resultados.
Concluindo, um óptimo resultado e uma vergonha de arbitragem.
Voltamos a jogar às 20.30 de domingo, véspera de dia laboral ou estudantil para a maioria dos adeptos leoninos. Está a tornar-se um horário quase obrigatório, em contraste com o que sucede aos nossos principais rivais. Felizmente a Liga fez-nos o especial favor, nesta época 2023/2024, de interditar partidas com início às 21.15. Do mal, o menos.
Vamos agora receber o Moreirense. Nas últimas três vezes que defrontámos esta equipa minhota em nossa casa vencemos sempre à tangente: 1-0 em 2019/2020 (golo do brasileiro Luiz Phellype); 2-1 em 2020/2021 (Pedro Gonçalves bisou); e novamente 1-0 em 2021/2022 (golo de Coates).
Vitória do Sporting sobre o Moreirense, no Minho, com oito autores e leitores do És a Nossa Fé a acertarem no resultado. Mas só uma genuína vencedora: a minha colega de blogue Madalena Dine: apenas ela mencionou também Slimani e Paulinho como autores dos golos.
Muitos parabéns!
Segue-se o quadro de honra dos restantes, por ordem alfabética: Cristina Torrão, Fernando, João Gil, João Rafael, Leão 79, Manuel Parreira (que mencionaram o craque argelino como marcador) e Verde Protector (só previu o 0-2 final).
Foi uma das vitórias mais fáceis do campeonato esta de ontem contra um Moreirense de más memórias para nós e que ainda há pouco só uma arbitragem encomendada os impediu de roubarem pontos ao Porto.
Para isso muito contribuíram as duas contratações de inverno. Com Slimani passamos a ter o ponta de lança que não tínhamos libertando Paulinho para zonas onde se sente bem melhor, e com Edwards o extremo clássico que enfrenta o defesa e sabe centrar a preceito.
Na falta de Inácio, Rúben Amorim montou a equipa num 3-4-3 assimétrico e um pouco desequilibrado, em que Porro e Edwards combinavam bem na ala direita mas Matheus Nunes, Matheus Reis e Paulinho se confundiam na esquerda. Assim foi preciso, na sequência duma bola parada, Edwards aparecer no lado contrário para o golo acontecer. E pouco tempo depois o segundo, Edwards-Porro-Slimani a arrastar- Paulinho a concluir. Noutro lance Edwards fez tudo bem menos acertar no defesa contrário. Ugarte era o patrão do meio-campo habitual, levou um amarelo que na altura me pareceu mal mostrado mas que aceito revendo o lance.
Com 2-0 ao intervalo, um terreno pesado e as pernas a pesarem pelo desgaste da Champions, a segunda parte foi de controlo do adversário e do anti-Sportinguismo do Pinheiro (aquele segundo amarelo poupado ao jogador do Moreirense depois do que fez no Dragão a Coates diz tudo sobre a canalhice do apitador) , aproveitada para rodar jogadores e ter todos motivados para a recta final do campeonato.
Sábado voltamos lá perto. Temos o V. Guimarães, que vem duma vitória fora.
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