Eles dizem amar o Sporting. Não acreditem, isso é aldrabice.
Eles amam, acima de tudo, a candonga que cultivam há anos a coberto do Sporting enquanto batem no peito como se sentissem devoção pelo Clube.
Mentem.
Uma vez mais, a prova ficou à vista: montaram um «festival pirotécnico» em Herning, no estádio do Midtjylland, arremessando tochas, ferindo duas pessoas.
Nada de novo: chegaram a fazer o mesmo no Estádio José Alvalade. Contra Rui Patrício, contra Luís Maximiano. Durante jogos em que enfrentámos o Benfica.
Por causa destes imbecis, o Sporting volta a pagar uma pesada multa: 50 mil euros.
Por causa destes canalhas, a UEFA condenou o nosso clube a jogar sem adeptos na ronda seguinte das provas europeias - valendo-nos, apesar de tudo, o facto de esta pena ficar suspensa durante dois anos. Mas pode ser accionada de imediato, e até agravada, se o comportamento antidesportivo se repetir.
Por causa destes letais, o Sporting Clube de Portugal continua a sofrer graves danos reputacionais na Europa do futebol.
Não acreditem quando os ouvirem cantarolar: «Irei onde o coração / Me levar e sem receio / Farei o que puder / Pelo meu Sporting.»
É precisamente ao contrário: eles fazem tudo quanto podem para prejudicar o Clube. Alguns nem disfarçam: entre urros e guinchos, dizem que para eles o Sporting «acabou em 2018.»
Festa dos nossos jogadores em triunfo categórico na Dinamarca: goleada leva-nos aos oitavos
Foto: Bo Amstrop / EPA
Gostei muito da nossa goleada (0-4) na Dinamarca. Aqueles que já rasgavam as vestes, antecipando uma eliminação antecipada do Sporting nesta pré-eliminatória de acesso aos oitavos da Liga Europa, confirmaram que não nasceram para ser zandingas. Foi um dia chato para os profetas da desgraça: após o empate 1-1 em Alvalade, fomos a Herning golear a briosa equipa local, que também conta com um Paulinho no seu onze-base. Este Paulinho deu-nos muito jeito ao fazer-se expulsar por acumulação de cartões aos 38': passámos a jogar contra dez, o que nos facilitou a vida. Mas dominámos quase o tempo todo uma equipa que, sem o fulgor de uma semana antes em Lisboa, revelou ter uma defesa de papel - o autogolo deles, que fechou a conta aos 85', foi digno dos "apanhados": guarda-redes longe da baliza, defesa Gaternmann a centrar para o guardião que lá não estava, bola a entrar calmamente enquanto os nossos festejavam.
Gostei de Pedro Gonçalves - homem do jogo, herói da partida. Aos 50', marcou o segundo - um golaço que merece ser revisto várias vezes. Um minuto antes já ameaçara com um disparo colocadíssimo, forçando o guarda-redes adversário à defesa da noite. O terceiro, aos 77', também é dele, beneficiando de um ressalto na defesa que traiu o guardião. Se fosse preciso, teria ficado demonstrado anteontem, nesta partida que nos colocou nos oitavos da Liga Europa, que o ex-Famalicão deve jogar sempre no trio ofensivo, onde sabe colocar-se muito bem entre linhas com inegável faro de golo. Já leva 16 nesta temporada ainda longe de chegar ao fim - e contabiliza sete assistências. Melhor em campo, melhor do plantel leonino em 2022/2023, estreante de luxo como artilheiro na Liga Europa neste embate em que dois dos golos nasceram de pontapés de canto. Estamos a aproveitar bem os lances de "bola parada".
Gostei pouco de algumas exibições. Gonçalo Inácio, reconduzido à ala esquerda dos centrais, alterna a precisão dos passes longos com lapsos momentâneos que o levam a comprometer o equilíbrio defensivo. Edwards, quando os primeiros dribles não resultam, fica meio desligado do jogo, sem compromisso colectivo. Adán, com boas defesas aos 17' e 63', voltou a repor mal uma bola aos 90' por excesso de confiança: o fantasma de Alvalade, no desafio da primeira mão, pareceu pairar ali por momentos. Morita, regressado há dias após demorada ausência por fadiga muscular, ainda não aguenta os 90 minutos: saiu aos 53'. Mesmo assim o japonês teve intervenção decisiva no primeiro golo, ao desviar de cabeça a bola ao primeiro poste enquanto St. Juste o completava no segundo e Coates surgia no meio, de cabeça, aproveitando o ressalto para a meter lá dentro pelo segundo jogo consecutivo. Aconteceu aos 21': virámos aí a eliminatória a nosso favor. Momento decisivo, com o capitão leonino a mostrar como deve actuar um ponta-de-lança. Apesar de ser defesa.
Não gostei do amarelo que Ugarte viu aos 73', infantilmente, ao ceder à provocação de um adversário, empurrando-o. Se fosse no campeonato português, em vez do amarelo poderia ter recebido cartão de outra cor. Mesmo assim, por acumulação, isto basta para o deixar fora da próxima partida, no dia 9, contra o dificílimo Arsenal. Atitude imatura e irreflectida do brioso médio defensivo: estes nervos à flor da pele, sempre prontos a estalar à mínima faísca, em nada contribuem para a estabilidade da equipa numa época que tem corrido muito abaixo do que todos pretendíamos. Sem novidade, voltei a não gostar de Paulinho: exibição apagadíssima, sem se libertar das marcações nem intervenção em qualquer dos golos. O melhor que conseguiu foi tocar com a ponta da bota, sem préstimo, num lance em que Nuno Santos o isolou com um passe quase milimétrico aos 67'. Outro jogo em branco, o que deixou de ser notícia.
Não gostei nada de Trincão. Continua a mostrar-se como uma espécie de corpo estranho no colectivo leonino. Rúben Amorim teve o bom senso de não o incluir no onze titular, onde Arthur figurou como ala esquerdo (e participação nos dois primeiros golos, num deles com assistência) e Esgaio foi ala direito (corte providencial, corrigindo erro de Coates, aos 32') na primeira parte, dando lugar a Bellerín no segundo tempo por já estar amarelado. O ex-Braga entrou aos 65', rendendo Edwards: teve quase meia hora para um passe de ruptura, uma tentativa de assistência, um remate, um lance que desse nas vistas. Nada. Parece atravessar uma fase de desmoralização total que o vai divorciando dos adeptos.
Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Midtjylland-Sporting, para a Liga Europa, pelos três diários desportivos:
Pedro Gonçalves: 20
Ugarte: 17
Gonçalo Inácio: 16
Esgaio: 15
Morita: 15
Arthur: 15
Adán: 15
Coates: 15
St. Juste: 15
Bellerín: 14
Nuno Santos: 14
Paulinho: 14
Mateus Fernandes: 12
Edwards: 12
Tanlongo: 11
Trincão: 9
Os três jornais elegeram Pedro Gonçalves como melhor em campo.
A grunhice e a javardice associadas às claques continuam a dar má fama ao Sporting - não apenas em Portugal, mas além-fronteiras.
No jogo de ontem na Dinamarca entre o Midtjylland e o Sporting, para a Liga Europa, a claque liderada por um notório cadastrado e condenado por crimes vários voltou a fazer uma lamentável exibição de material pirotécnico proibido pela UEFA, arremessando tochas e potes de fumo. Isto provocou ferimentos numa criança, de imediato conduzida a um hospital, e num assistente de recinto desportivo, assistido numa ambulância por ter sido atingido por um pote de fumo na cabeça.
Dois dos indivíduos que integram essa turba foram detidos. A mesma turba que já viu 138 dos seus membros banidos dos recintos desportivos, na época passada, por decisão da Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto.
O mais provável, apesar disso, é que voltem muito em breve a entrar num estádio, a pretexto do seu "amor ao Sporting" (que força o clube a pagar multas pesadíssimas por estas sessões de pirotecnia nas bancadas) enquanto contribuem para afastar cada vez mais adeptos das bancadas.
Até quando reinará esta impunidade, indigna dos valores do desportivismo sempre enaltecidos pelos nossos fundadores?
Não houve ópera em Herning, nem era isso que se pretendia. Importava era ganhar para o Sporting estar presente no sorteio de amanhã e focar-se no próximo jogo da 1.ª Liga, já na segunda-feira. Ganhámos tranquilamente por 4-0, Mateus Fernandes e Tanlongo tiveram mais uma oportunidade de mostrar serviço, pena apenas a quezília em que se envolveu Ugarte e que lhe custou o amarelo.
O Sporting foi mais competente do que os dinamarqueses do Midtjylland em todos os capítulos do jogo, desde logo nos pontapés de canto de onde surgiu o primeiro golo, depois da expulsão do jogador contrário mais competente ficou e se sofreu alguma coisa foi pelo desempenho muito fraco de Morita primeiro e de Mateus depois no meio.campo, na tal posição 8 que continua sem dono.
Pedro Gonçalves voltou ao seu lugar e a deslumbrar. Marcou dois golos e dois outros remates com selo de golo esbarraram nos defensores e guarda-redes contrário. De longe o melhor em campo.
Depois dele, Adán e os três defesas estiveram muito bem, excepto numa falha de Coates que Esgaio conseguiu neutralizar, com um St.Juste que demonstrou bem a qualidade que determinou a sua aquisição, oxalá os problemas físicos tenham passado de vez.
Mais uma óptima arbitragem. Que diferença de postura e de entendimento dos lances relativamente aos medíocres árbitros APAF que temos cá por casa. Vai ter nota negativa pelos medíocres ex-árbitros APAF especialistas de arbitragem nos jornais de amanhã.
Outra grande vitória de Rúben Amorim e da rotação de jogadores que está a fazer nesta fase da temporada, dando oportunidades a muitos que as podem aproveitar e passar para outros patamares de rendimento. Diomande, St.Juste, Bellerín, Fatawu, Arthur e Chermiti estão de facto a acrescentar valor ao plantel, sendo alternativas válidas a jogadores que melhor ou pior foram protagonistas na primeira parte da época.
PS: O sorteio dos oitavos de final da Liga Europa está marcado para amanhã as 11h00, na sede da UEFA, em Nyon, na Suíça. Os jogos serão disputados a 9 e 16 de Março. O Sporting irá defrontar uma das seguintes equipas:
Arsenal (ING)
Real Betis (ESP)
Real Sociedad(ESP)
Fenerbahçe (TUR)
Ferencváros (HUN)
Friburgo (ALE)
Feyenoord (HOL)
Union Saint-Gilloise (BEL)
Por mim preferia a Real Sociedad para vingar a derrota doutros tempos.
No Sporting-Midtjylland, de quinta à noite, os nossos jogadores de campo fizeram nada menos do que 25 passes ao próprio guarda-redes. Até parecia que não queriam progredir no terreno rumo à baliza contrária.
Isto explica muito da péssima exibição dos homens sob o comando de Rúben Amorim neste desafio da Liga Europa que estivemos prestes a perder. O golo salvador de Coates, que fixou o resultado em 1-1, foi marcado aos 93' 50". Quando só faltavam dez segundos para o apito final.
Anotei esses 25 atrasos ao guarda-redes. Para mais tarde recordar.
Fica o registo:
00' 16'' (Matheus Reis)
04' 22'' (Coates)
04' 36'' (Matheus Reis)
16' 37'' (Matheus Reis)
18' 21'' (St. Juste)
23' 02" (St. Juste)
23' 15'' (Matheus Reis)
24' 49'' (Nuno Santos)
25' 08'' (Nuno Santos)
28' 50'' (Matheus Reis)
28' 58'' (St. Juste)
29' 09'' (St. Juste)
29' 16'' (Matheus Reis)
37' 15'' (St. Juste)
37' 21'' (Coates)
37' 28'' (Matheus Reis)
40' 05'' (Coates)
41' 22'' (St. Juste)
67' 29'' (St. Juste)
72' 15'' (St. Juste)
74' 58'' (St. Juste)
75' 06'' (St. Juste)
76' 16'' (St. Juste)
76' 26'' (Nuno Santos)
83' 47'' (St. Juste)
O que dizer a isto? Será atitude de equipa que quer vencer um jogo decisivo em termos desportivos e reputacionais?
Olhando de forma positiva é de assinalar que voltámos à famosa "eficácia" da época 20/21 que tanto intrigava a fauna bolística: 1 remate à baliza = 1 golo. É pena que o dito remate só tenha acontecido aos 94'.
Bem diz Amorim que a equipa está melhor do que então, no que respeita à criação de oportunidades. Parecem agora ser em catadupa, lá isso parecem, o que só põe a nu um desastroso xG.
O próprio golo do Midtjylland foi um momento de melancolia: todos sentimos que se tivesse sido o guarda-redes deles a cometer tamanha gaffe, não haveria do nosso lado quem soubesse e ousasse um remate daqueles.
Nas declarações pós-jogo Ugarte disse "falta-nos fome", ao passo que Pote se queixou da "falta de apoio emocional". Frases que definem na perfeição a diferença entre a atitude certa e a pose errada, entre como procurar a solução e como se afundar no problema.
Coates festeja no último lance: golo caído do céu salva naufrágio em Alvalade
Foto: Lusa
Gostei muito de dois jogadores do Sporting - ambos uruguaios, ambos dignos de envergar o símbolo do Leão ao peito. Sebastián Coates e Manuel Ugarte. O primeiro pelo exemplo de tenacidade que dá aos colegas, tanto à frente como atrás - com cortes providenciais perante ataques promissores do adversário, como aconteceu aos 7', 20' e 87' (este valeu-lhe um amarelo) e sobretudo pelo modo como superou o cansaço e foi de novo capaz de se transfigurar nos minutos finais, recriando-se como ponta-de-lança. O segundo pela eficácia e capacidade de resistência que revela como médio mais recuado, trabalhando por dois, quase sempre sem apoios nem dobras, vital na recuperação de bola - assim foi aos 27', 36' e 62'. Fizeram ambos tudo para conseguirmos a vitória no desafio de ontem, frente ao Midtjylland. Sem eles, nem ao empate (1-1) teríamos chegado numa partida que soava a derrota até aos 94'.
Gostei do golo alcançado na nossa única verdadeira oportunidade nesta partida da Liga Europa. Golo com um toque miraculoso, no último momento do desafio, com uma recarga de Coates como ponta-de-lança improvisado num lance que o fez entrar na baliza junto com a bola após centro de Edwards que carambolou em Gonçalo Inácio dentro da área e um primeiro remate que foi devolvido ao nosso capitão agora em estreia como artilheiro na época em curso. Já vai tarde, mas soube muito bem este golo do empate que pareceu caído do céu aos 90'+4, segundos antes do apito final, e mantém a eliminatória em aberto. Após uma repescagem para a Liga Europa em que nos qualificámos, vindos da Liga dos Campeões, graças a um golo no último minuto marcado pelo Tottenham em Marselha. Entre tanta mediocridade, parece que pelo menos a estrelinha de Rúben Amorim voltou a acender-se.
Gostei pouco da nossa confrangedora incapacidade para superar o vice-campeão dinamarquês, que só cumpriu agora, em Alvalade, o primeiro jogo oficial após um longo interregno: não competia desde 13 de Novembro devido ao Mundial e à paragem de Inverno no futebol do seu país. O Midtjylland, que em Agosto havia sido goleado duas vezes pelo Benfica nas pré-eliminatórias de acesso à Liga dos Campeões, impôs o seu jogo em largos momentos desta partida e abriu mesmo o marcador, por Ashour, aos 77', após monumental fífia de Adán. Foi a primeira vez que a turma dinamarquesa - em sétimo no campeonato do seu país - conseguiu pontuar em cinco jogos europeus disputados em Portugal. E este foi o quinto jogo seguido do Sporting sem vencer em desafios europeus. Dado factual preocupante, entre tantos outros.
Não gostei do onze escalado por Rúben Amorim para este jogo europeu do Sporting. Sinal errado transmitido à equipa, uma vez mais, com dois jogadores que têm demonstrado uma vez e outra a sua inutilidade, por motivos diferentes. Ricardo Esgaio, o ala direito que não cria desequilíbrios nem cruza com perigo, e Paulinho, o avançado-centro que passa jogos consecutivos sem rondar o golo. Chermiti estranhamente no banco após três partidas com bons números: dois golos e uma assistência. St. Juste, desta vez titular num constante entra-e-sai que não confere a menor estabilidade ao reduto defensivo. Matheus Reis sempre fora de posição (actua como central quando é lateral de raiz). Pedro Gonçalves, o jogador leonino com mais golo, novamente empurrado para longe da baliza. Ugarte quase sempre só no meio-campo. Equívocos em catadupa presenciados ao vivo por uma das mais fracas molduras da temporada: apenas 23 mil em Alvalade. Os primeiros assobios aconteceram ao intervalo. Nos minutos finais, sobretudo após o golo dinamarquês, já não eram só assobios: choviam insultos das bancadas. Quase um filme de terror. Que felizmente não atemorizou o nosso capitão.
Não gostei nada de Adán: está sem condições para garantir tranquilidade e segurança à baliza leonina. Precisa de concorrente: nunca o teve, foi-se desleixando. "Despediu" Luís Maximiano, levando a SAD a contratar Franco Israel. Mas o jovem uruguaio, de apenas 22 anos, nunca conseguiu uma verdadeira oportunidade para mostrar o que vale: passa o tempo no banco. Se não tem qualidade, para que o foram buscar? A verdade é que o espanhol enterrou a equipa na derrota sofrida no Dragão (0-3) no início do campeonato, no duplo desaire contra o Marselha na Liga dos Campeões (1-4 lá, 0-2 em Alvalade) e na recente final da Taça da Liga perdida frente ao FC Porto (0-2). Ontem, numa péssima reposição, ofereceu de bandeja a bola a Ashour, que não perdeu a oportunidade. É excessivo, é de mais. Custará assim tanto ao treinador perceber que este já não é o guarda-redes campeão? Custará assim tanto ao treinador perceber que Paulinho (substituído por Chermiti só aos 79') é um fracasso como avançado-centro? Custará assim tanto ao treinador perceber que Trincão (substituiu Arthur aos 65') é uma inutilidade em campo? Custará assim tanto ao treinador perceber que os mesmos processos conduzem fatalmente aos mesmos tristes resultados quando qualquer equipa de vão de escada já está farta de saber como o Sporting se movimenta em campo e quais são os nossos pontos fracos mais notórios?
Há duas épocas, o Sporting foi campeão nacional com Frederico Varandas como presidente e Rúben Amorim como treinador. A equipa jogava em 3-4-3, o guarda-redes defendia tudo, no ataque havia um tal "pote de ouro" que em cada duas oportunidades marcava três, as bancadas estavam vazias e o presidente estava calado.
Nesta época, com o mesmo treinador e o mesmo sistema táctico, o guarda-redes oferece golos, os avançados falham de baliza aberta, o tal Pote agora é médio, nas bancadas meio vazias há uma claque que muda de cântico quando o adversário mete um golo convertendo-se em mais um factor de pressão para a equipa e o presidente fala quando não deve.
Assim é mesmo complicado ganhar seja o que for esta temporada, independentemente das responsabilidades de cada um na questão e do que vou dizer a seguir em termos de sistema de jogo.
No sistema de Amorim a posição "8" é fundamental. É o elemento que joga de área a área ("box-to-box"), que ajuda o "6" a defender, transporta jogo pela faixa central, abre nos alas e remata à baliza. E joga sempre durante toda a época, alérgico a lesões e constipações. Será então o motor da máquina. Nesse ano de sucesso o "8" era o João Mário, hoje a fazer uma enorme época no rival, no ano passado foi Matheus Nunes vendido por muitos milhões para a Premier League, este ano é... ninguém. Bragança partiu, Morita nem 90 minutos aguenta quanto mais uma época, Sotiris não é Ugarte, o Mateus Fernandes é um erro de casting. Sobra... o melhor avançado do plantel.
E com Pedro Gonçalves a tentar ser o que não é, ficamos com Edwards, Arthur, Trincão e Rochinha como hipóteses para avançados interiores a acompanhar o ponta de lança. Todos mais ou menos a mesma coisa, baixinhos, levezinhos, a querer receber a bola no pé, incapazes de desmarcações na profundidade, sem qualquer jogo de cabeça, de difícil relação com o golo, todos eles a condenar o tal ponta de lança, Paulinho ou Chermiti, a ser um pinheiro lá na frente.
Com os interiores a baixar para receber a bola com adversários em cima, fica a equipa condenada a rodar a bola pelos alas, que quase sempre centram para ninguém. Pelo menos Nuno Santos, já que Esgaio desistiu dessa tarefa.
Resumindo, com todos estes equívocos o futebol do Sporting transformou-se numa coisa pastosa e repetitiva logo a começar no guarda-redes, propiciando o erro em zonas perigosas e sem saber meter velocidade no momento certo mais à frente nem solicitar um avançado em desmarcação em profundidade.
E pronto. O jogo acabou com 1-1, menos mal. Quem não viu, não perdeu grande coisa. Eu vi na bancada e revi já em casa antes de escrever estas linhas.
Melhores em campo? Os uruguaios, os únicos que honraram o lema do clube. Tudo o resto uma vergonha, pelo que se passou e pelo que nos trouxe aqui, incluindo presidente, treinador, jogadores e a tal claque. Disse Ugarte no final do jogo: "Obviamente que podíamos fazer muito mais, não tivemos muitas ocasiões, mas sim domínio. O mais importante é marcar e criar. Mas faltam 90 minutos. Conseguimos dar muito mais e vamos dar muito mais. Falta um bocado mais de fome, temos de acreditar mais no nosso potencial. Depois do golo ficámos nervosos... É isso, é preciso ter mais fome."
É mesmo isso. É preciso fome... de golos, de vitórias, de títulos. Isso tem de vir de todos, do presidente, do treinador, dos jogadores, dos sócios e das claques. Quando se ganha todos querem ir ao Marquês, mas muito poucos estão dispostos a sofrer todo o necessário para lá chegar.
Fora isso, excelente arbitragem, realmente vendo este desempenho do jovem árbitro francês percebe-se a mediocridade dos "melhores" portugueses e dos "experts" ex-árbitros comentadores de arbitragem, cobardes e comprometidos com o sistema corrupto vigente. Foi uma arbitragem que defendeu o futebol e a verdade desportiva.
De teres ficado no banco após três jogos em que fizeste dois golos e uma assistência. E de só teres entrado aos 79' para substituir aquele do costume, que voltou a não conseguir um remate à baliza. O mais caro da equipa, o tal que tem tantos golos marcados no campeonato como tu.
Em setembro de 2001, o Sporting recebeu o desconhecido Midtjylland, que goleara poucos dias antes. Lazlo Boloni apostou num onze alternativo que incluía dois laterais direitos (Luís Filipe e César Prates) e quatro centrais (Babb, Cruz, Quiroga e Hugo) obviamente jogando em posições alternativas. Deu 3-2, com bis de Jardel e com Barbosa a criar os dois primeiros golos. Os dinamarqueses empataram em dois minutos, mas Quaresma, saído do banco, inventou o 3-2 final, com um defesa adversário a fazer autogolo. Nesse jogo, além da titularidade de Tiago, hoje treinador de guarda-redes, destacou-se a estreia de Hugo Viana pela equipa principal, ele que hoje é diretor desportivo.
Logo não teremos um goleador do calibre de Jardel, um génio como Barbosa ou outros como Viana, Quaresma ou André Cruz. Mas, mesmo com as péssimas assistências que temos tido, teremos com certeza mais do que os 16 mil que lá estavam em 2001 e esperamos que o resultado seja bem mais confortável.
A estrelinha terá regressado a Alvalade? Fomos bafejados pela sorte no sorteio da eliminatória que dará acesso aos oitavos-de-final da Liga Europa - para a qual nos qualificámos por via indirecta, graças a um golo marcado pela equipa inglesa no último lance do Marselha-Tottenham, aos 97 minutos desse jogo.
Agora ficámos a saber que iremos defrontar o Midtjylland numa ronda já marcada para 16 e 23 de Fevereiro de 2023. Equipa totalmente ao nosso alcance: atravessa um mau momento, encontra-se em oitavo lugar no modesto campeonato da Dinamarca. Em Agosto, sofreu dupla derrota frente ao Benfica, na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões: perdeu 1-3 em casa e 1-4 no estádio da Luz.
São motivos mais que suficientes para estarmos confiantes. O Sporting tem tudo para dar um passo em frente na Liga Europa. Nós, adeptos, não exigimos menos que isso.
Quais são as vossas perspectivas para esta eliminatória? Há ou não optimismo por aí?
Não é Carnaval, mas saiu-nos em sorte um clube com um nome engraçado que virá da Dinamarca, o Midtjylland. Tão difícil de escrever que o melhor é fazer "copiar e colar", sempre que se queira escrever Midtjylland. É que tanta consoante é obra...
Para os mais distraídos (o campeonato da dinamarca não é assim tão interessante como isso, compreende-se), o Midtjylland está na classificação do campeonato dinamarquês um pouco pior que nós, está em 8.º lugar, mas mais perto do primeiro classificado, a 10 pontos do (lá vem copy past) Nordsjaelland.
Já os defrontámos, na longínqua época de 2001/02 na primeira eliminatória da Taça UEFA, tendo sido os resultados de 3-0 e 3-2, com golos de Jardel, Phil Bab e Beto e de um incógnito viking.
Que se repita o sucesso daquela jornada, já que para quem pense que estes rapazes dinamarqueses são fáceis de descascar (Carnaval, Brasil, corpos ao léu... se calhar má analogia), eles aviaram os romanos da Lázio por 5-1 na fase de grupos, onde todos os quatro participantes terminaram com os mesmos pontos, oito.
Será apenas em Fevereiro com o primeiro jogo na nossa casa a 16 e o segundo a 23, obviamente na Dinamarca.
Apesar de tudo e contando que em Fevereiro já estaremos "na linha" e num lugar na classificação que nos deixe mais confortáveis, este Midtjylland estará perfeitamente ao nosso alcance.
{ Blogue fundado em 2012. }
Subscrever por e-mail
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.