Segundo A Bola de hoje, o Sporting está em vias de contratar o francês Koba Koindredi (22) ao Valência, actualmente emprestado ao Estoril, e emprestar Dário Essugo (18) ao Chaves, tendo já emprestados Mateus Fernandes (19) ao Estoril, Samuel Justo (19) ao Casa Pia, Mateo Tanlongo (20) ao Rio Ave e Sotiris (22) ao Olympiakos, e actuando habitualmente na B Diogo Abreu (21), Marco Cruz (19) e Miguel Menino (20).
O francês juntar-se-á então aos actuais Morita (28), Hjulmand (24) e Daniel Bragança (24) para assegurar os quatro lugares necessários para centro-campistas num plantel adequado para o 3-4-3 adoptado pela equipa, e evitar o recurso a recuar um dos melhores avançados, Pedro Gonçalves.
Não fazia ideia do jogador, internacional pelas selecções jovens francesas até aos sub19, conheci-o no último Estoril-Sporting e chegado ao intervalo comentei com alguém que estava ali um jogador para o Sporting, alto e forte (1,84m, 80kg), que sabe transportar a bola queimando linhas, gingão, difícil de desarmar, assim ao jeito do William Carvalho. Na 2.ª parte já não foi o mesmo, também pouco deu para ver sobre o seu desempenho nas duas áreas e a capacidade de passe longo.
Segundo Rúben Amorim, não terá sido a primeira opção do Sporting, tal como Fresneda não foi. Os bons centro-campistas estão a jogar e são fundamentais nas equipas respectivas, difíceis de chegar no mercado de inverno, mas o que interessa é perceber se a contratação faz ou não sentido. Pelo valor envolvido, pela diferenciação em termos de idade e características com os médios existentes, pelo encaixe nas necessidades da equipa e por aquilo que poderá ajudar ainda nesta época.
À partida parece-me que o perfil do jogador encaixa, o valor parece aceitável. Se vai dar certo, se faria mais sentido contratar alguém mais velho noutra fase da carreira do tipo do Eric Dier, entretanto já no Bayern de Munique, fica a dúvida.
Mas dúvidas sempre existirão. Se alguém me dissesse na altura que o Morita que via jogar no Santa Clara ia ser o "samurai" do Sporting e da selecção japonesa, eu diria logo que estava a gozar comigo.
O sueco das capas dos jornais já está em Lisboa. Se estudou, passa nos exames e é apresentado amanhã. A meu ver, o único problema com a contratação prende-se com a dificuldade em escrever e, principalmente, em dizer Gyokeres (falta-me o trema algures). Será fatal que passe a ser apenas Viktor, tal como, em tempos, Jimmy Floyd Hasselbaink passou a ser simplesmente Jimmy, no Campomaiorense ou Boavista (não faltam outros exemplos). De resto, tudo normal:
A novela – Não acredito por um minuto que o sueco fosse o único alvo e que durante estas semanas não se tenha trabalhado em alternativas. A novela foi sobretudo mediática e o Sporting nada fez para a parar. Mas não concluo imediatamente que houve falta de habilidade na negociação. Já tivemos disso no ano passado e acredito que tenha passado;
A proveniência – A segunda liga inglesa é tremendamente competitiva e não é assim tão estranho pagar mais de 20 milhões por um jogador que lá estava. O Brighton pagou cerca de 30 milhões para ter João Pedro, avançado brasileiro que brilhou no Watford. Além disso, a proveniência não é determinante. Slimani chegou da pouco competitiva liga argelina e tornou-se goleador. Kutozov vindo do Milan ou Caicedo, do City, pouco ou nada fizeram. Os goleadores dos anos 2000, do rival nortenho, vieram de ligas tão competitivas como a japonesa ou a mexicana. Conta a qualidade;
O custo – A comparar com os investimentos dos rivais, é um valor que não foge muito às contratações de Carmo ou Kocku e que está em linha com a atualidade. Estranhos, são os menos de 4 milhões que custa José Angel Carmona. Contra as críticas internas, comprar hoje em dia um bom avançado por 20 milhões não é assim tão escandaloso mesmo que sejam números recorde para o Sporting. Assim seja o goleador que todos esperamos e o sueco não será caro. Contratar um jogador por 20 milhões mostra ambição e passa a mensagem clara de que queremos ir à luta;
A posição – O Sporting precisa de um goleador mesmo que possa ter um ataque móvel e que Pote possa fazer de desbloqueador. Gyokeres deve ser o ponta de lançar titular, servido por Pote e Edwards nas alas. Chermiti pode também beneficiar do convívio com este “professor”;
Paulinho – Amorim gosta de Paulinho, que foi conquistando os adeptos (mais com trabalho do que com golos) e não creio que o início da era Viktor seja o fim da era João Paulo. Possivelmente está a ser pensado um esquema alternativo que, em certos jogos, junte os dois. Pelo menos, haverá maior luta por uma posição determinante;
O dorsal – Gyokeres vem para ser o número 9, mesmo que até usasse o 17 em Inglaterra. O Sporting passa a ter um 9 a ser servido por um 10 (Edwards) e por um 8 (Pote reclamou o número com o qual Fernandes ou Barbosa brilharam);
Suecos – O sueco será o terceiro do seu país a jogar pelo Sporting. Que comece por fazer bem melhor do que Hans Eskilsson e Pontus Farnerud e vá por aí fora.
Nada menos de 34 jogadores saíram da folha de pagamentos do clube, apenas 7 reforços externos para a equipa A.
(Parágrafo corrigido de acordo com a fonte) Segundo A Bola de hoje, o Sporting registou em vendas 80M€, em compras 42M€. Mas 18,5€ são valores resultantes de alugueres com opção de compra de anos anteriores. Por isso, e no que neste mercado diz respeito, foram vendas 83,5 M€ e compras 23,5M€. O FCPorto registou em vendas 83,5M€ e compras 49,25M€, dos quais 13,5M€ referentes a alugueres anteriores. O Benfica vendas 128,3M€ e compras 63,3M€, tudo jogadores entrados agora.
Trata-se mesmo de um grande apertar do cinto no Sporting, seguramente com reflexo directo nas contas da SAD, que iremos conhecer a seu tempo.
Entradas para o plantel A:
1. Hidemasa Morita (27) - Sta Clara
2. Rochinha (27) - V.Guimarães
3. Eduardo Henrique (26) - Regressado de empréstimo
4. Jeremiah St Juste (25) - Mainz
5. Arthur Gomes (24) - Estoril
6. Jovane Cabral (23) - Regressado de emprestimo ao Lazio
7. Francisco Trincão (22) - Barcelona
8. Sotiris Alexandropoulos (20) - Panathinaikos
9. Fatawu Issahaku (18) - Gana
Entradas para os outros planteis:
1. Carlos Jatobá (26)
2. Marco Túlio (23)
3. Diogo Abreu (19) - Porto
4. Tiago Parente (19) - Estoril
5. Diogo Nascimento (18) - Alverca
6. Fatawu Issahaku (18) - Gana
7. Jesús Alcántar (18) - México
8. Francisco Canário (18) - V.Guimarães
9. Papuna Beruashvili (18) - Georgia
10. Joelson Fernandes (18) - Regressado do Basileia
11. Gabriel Tavares (17) - Estoril
12. Adam Arvelo (17) - Real Madrid
13. Lucas Taibo (16) - Desp. Corunha
14. Diogo Martins (15) - Benfica
Empréstimos sem opção de compra:
1. Tiago Ilori (28) - Paços de Ferreira
2. Idrissa Doumbia (23) - Analyasport
3. Geny Catamo (21) - V.Guimarães
4. Gonçalo Esteves (18) - Estoril
5. Alex Mendes (19) - Almeria
Empréstimos com opção de compra que podem conduzir a saídas definitivas:
No papel, as alterações introduzidas no plantel do Sporting foram previstas a tempo e horas.
Palhinha queria sair para o futebol inglês, onde já está a fazer boa carreira, com Marco Silva no Fulham. Teve oportunidade de passar o testemunho a Ugarte, novo titular da posição 6. Aliás alternaram ambos nesse lugar durante a época passada. Com elogios generalizados dos adeptos.
Até se escreveu aqui uma vez e outra, com evidente exagero, que o uruguaio era superior ao português.
Feddal saiu, mas chegou St. Juste. A tempo de ganhar rotinas para a nova época, o que só não aconteceu por súbita lesão.
Sarabia, que esteve por empréstimo, regressou ao Paris Saint-Germain. Ausência muito difícil de colmatar. Veio Trincão, o sucessor possível.
Paulinho viu chegar um concorrente directo, no início de Fevereiro. Era Slimani.
Sinal evidente de que a "estrutura" havia diagnosticado ali um problema.
Que Ugarte esteja agora sem substituto, que Morita ainda não pareça rotinado numa posição que o próprio Matheus só um ano depois de chegar ao Sporting assumiu como titular e que Slimani tenha entrado em ruptura com o treinador são questões relevantes, uma das quais imprevista, mas não retiram acerto ao planeamento leonino.
Algumas serão resolvidas com o tempo (Morita, creio, é mesmo reforço).
Outras exigem ida ao mercado. Foi o que justificou a vinda do jovem grego Sotiris Alexandropoulos, agora contratado, que preenche a ausência de Daniel Bragança, infeliz lesionado de longa duração. Pouco antes chegara Rochinha, capitão do V. Guimarães, para compensar a saída de Tabata, que rumou ao Palmeiras, onde tem um salário três vezes superior ao que recebia no Sporting.
Entretanto, há um dado factual que convém reter: todas as contratações continuam a ser indicadas ou avalizadas pelo treinador. Que também exerce um veto informal a possíveis jogadores sinalizados pela estrutura directiva que não sejam do seu agrado. Terá acontecido com André Almeida, que acaba de trocar o V. Guimarães pelo Valência, rendendo 7,5 milhões de euros ao clube minhoto.
Bom jogador? Sem dúvida.
Valeria a pena insistir nele sem o aval do técnico? Não.
Se Amorim não gosta deste ou daquele, ninguém deverá contrariá-lo. É algo que não faria sentido. Até porque terá recebido carta branca para escolher jogadores, dentro do tecto orçamental definido pelo administrador financeiro.
A excepção foi Slimani, precisamente. E correu mal.
Se o treinador prefere ter Paulinho como opção A e Coates como opção B, na posição de ponta-de-lança, aí talvez o cenário se complique. Porque esse é precisamente o lugar que mais temos urgência em preencher. Sem matador não há golos, sem golos não há vitórias, sem vitórias não há pontos, sem pontos não há títulos. E sem títulos quedamo-nos à porta da glória, impedidos de entrar.
Há uma velha anedota segundo a qual a definição de "fonte" (de informação) é alguém que esteve na reunião e quer lixar o fulano que se sentou no topo da mesa. Doutro modo estaria de bico calado.
Já se percebeu que na verdade os clubes não compram jogadores, apenas os alugam aos agentes. É pois do interesse deles que os rapazes circulem o mais possível para abicharem a percentagem das transações. São, portanto, eles a famigerada "fonte" que emprenha de ouvido os escribas dos pasquins, de cuzinho muito apertado com a tradicional míngua de assunto durante o defeso.
Todo este frenesim do diz-que-disse do compra-e-vende de "activos" mobiliários (que o economês sempre dá outra seriedade) sendo entediante, não é menos deletério.
O adepto de miolo-mole, por norma impressionável e concomitantemente irascível, treme de nervos com a expectativa de saber quem sai, certo de que nunca é a bom preço. Se não lembra a ninguém ir para a porta da Sonae assobiar e bramar com a descida do valor das acções, e uns tantos dá-lhes a raivinha para no estádio se porém a assobiar a equipa e fazer mau ambiente. O qual, como se sabe, é horrivelmente contagioso.
Ora eu, que não faço a mínima ideia de como se negoceiam jogadores, nem depois de ter visto "Moneyball" e "Trouble with the curve", quero lá saber quem sai do Sporting e por quanto. Já aprendi a não me preocupar com assuntos para os quais nem me convidam a dar opinião nem estou habilitado a aliviar-me dela. Quero, isso sim, é saber quem entra. E no fim logo se verá se a coisa melhorou ou não. Até lá é gozar os jogos, que para mais nenhuma outra coisa é que lá vou.
De facto não me recordo duma limpeza assim em Alvalade. Até ao final deste mercado mais de 30 jogadores sairão, sem falar em Matheus Nunes. Alguns sairam mesmo no final da época passada, gerando em contas breves cerca de 30M€ de encaixe e uma poupança de salários em termos anuais talvez de metade disso.São mesmo muitos milhões que vão dar para muita coisa, para pagar as entradas já registadas e se calhar para contratar mais dois ou três até ao fim do mercado.
Entretanto, após mudanças de protagonistas efectuadas no scouting do Sporting meses atrás, fala-se de mais dois ou três jovens de grandes clubes europeus a entrar em Alcochete. O goleador dos juvenis, Vivaldo Semedo, segue o caminho inverso, enfim há aqui muita coisa que merecia ser contextualizada e explicada pela Direcção.
Entradas :
1. Hidemasa Morita (27) - Sta Clara
2. Rochinha (27) - V.Guimarães
3. Jeremiah St Juste (25) - Mainz
4. Francisco Trincão (22) - Barcelona
5. Franco Israel (22) - Juventus
6. Diogo Abreu (19) - Porto
7. Tiago Parente (19) - Estoril
8. Fatawu Issahaku (18) - Gana
9. Jesús Alcántar (18) - México
10. Francisco Canário (18) - V.Guimarães
11. Papuna Beruashvili (18) - Georgia
12. Gabriel Tavares (17) - Estoril
13. Lucas Taibo (16) - Desp. Corunha
14. Diogo Martins (15) - Benfica
Empréstimos sem opção de compra:
1. Tiago Ilori (28) - Paços de Ferreira
2. Idrissa Doumbia (23) - Analyasport
3. Geny Catamo (21) - Bordéus ?
4. Gonçalo Esteves (18) - Estoril
5. Alex Mendes (19) - Almeria
Empréstimos com opção de compra que podem conduzir a saídas definitivas :
Consta que o Paris Saint-Germain gostaria de receber Gonçalo Inácio, estando disponível para pagar 30 milhões de euros pelo nosso central, formado em Alcochete. A SAD leonina já terá mandado dizer que Gonçalo só sai pela cláusula de rescisão, fixada em 45 milhões.
Deverá mudar de posição, aceitando a proposta do clube parisiense, se a negociação incluir o regresso de Sarabia a Alvalade, novamente por empréstimo?
É um cenário talvez não tão improvável como possa parecer. Veriam isto com bons olhos?
No Sporting, Sarabia e Feddal já saíram, Palhinha quase já e Matheus Nunes também não demorará muito. De qualquer forma mantém-se o núcleo duro do plantel, e o quarteto líder no balneário, pelo menos segundo o site Leonino, Adán, Neto, Coates e Paulinho.
No Benfica, saiu Darwin mas está aí um autocarro de reforços para todos os gostos, tem mais avançados do que o Sporting tem jogadores, o plantel dava para três equipas da 1.ª Liga, o alemão é a nova coca-cola no deserto, só a estrutura enche um cinema, vão arrasar e esmagar. Especialmente quando o João Mário regressar de lua-de-mel.
O Porto, se é verdade que o buraco negro pintista obrigou a despachar Mbemba, Fábio Vieira e Vitinha, e vamos ver quem mais, parece que mantém os seus principais argumentos: Taremi, Evanilson, João Pinheiro e Soares Dias. Um quarteto verdadeiramente diabólico dentro do campo. É verdade, já me esquecia do Galeno, aquele a quem João Pinheiro conseguiu inventar um penálti em Alvalade e que nos custou 3 pontos. A família Conceição, especializada em futebol do mergulho, já pode dormir descansada.
Os adeptos do Sporting deviam decidir, de uma vez por todas, se querem um clube nas mãos de Jorge Mendes a inflacionar todas as vendas - e a empochar brutais mais-valias proporcionadas por negócios relacionados com clubes como o FC Porto e o Benfica - ou se preferem um Sporting imune a Mendes, fazendo vendas muito mais modestas.
O que não tem qualquer lógica é exigirmos por um lado um Sporting «livre do Mendes» e depois protestarmos por não conseguirmos as vendas que só ele potencia com a sua incomparável agenda de contactos e a sua influência nos meandros do futebol.
E a lista continua a crescer, muito fruto da limpeza que mais uma vez está a ocorrer na equipa B, e ainda falta decidir o futuro de uma dúzia de emprestados.
Por ordem de idades temos:
Entradas :
1. Hidemasa Morita (27) (A confirmar)
2. Jeremiah St Juste (25)
3. Franco Israel (22)
4. Diogo Abreu (19)
5. Fatawu Issahaku (18)
6. Jesús Alcántar (18)
7. Rodrigo Abreu (15)
Saídas :
1. Islam Slimani (33) (A confirmar)
2. Zouhair Feddal (32)
3. Pablo Sarabia (30)
4. Rodrigo Battaglia (30) (A confirmar)
5. João Palhinha (26) (A confirmar)
6. Bruno Paz (24)
7. Eduardo Pinheiro (24)
8. Pedro Marques (24)
9. Matheus Nunes (23) (A confirmar)
10. João Virgínia (22)
11. João Goulart (22)
12. Diogo Brás (22)
13. Bernardo Sousa (22)
14. Gonçalo Costa (22)
15. Anthony Walker (21)
16. Edson Silva (20)
17. Rafael Fernandes (19)
18. Saná Fernandes (16)
Emprestados / encostados / casos pendentes de decisão :
1. Renan Ribeiro (32)
2. Tiago Ilori (28)
3. Filipe Chaby (27)
4. Andraž Šporar (27)
5. Luiz Phellyppe (27)
6. Eduardo Henrique (26)
7. Carlos Jatobá (26)
8. Idrissa Doumbia (23)
9. Marco Túlio (23)
10. Jovane Cabral (23)
11. Pedro Mendes (22)
12. Rafael Camacho (21)
13. Gonzalo Plata (20)
14. Eduardo Quaresma (20)
15. Rodrigo Rêgo (19)
16. Bruno Tavares (19)
17. Joelson Fernandes (18)
De salientar que, como fui aqui prevendo, quase tudo o que ficou dos campeões de juvenis e juniores de 2016/2017 acabou por sair do clube pela porta pequena. Daniel Bragança é o "último moicano", como referiu e bem o Luis Barros.
Entradas e saídas fazem parte do normal dum grande clube, para que uns lá cheguem outros terão de sair de lá. Importa que saiam com retorno financeiro e/ou desportivo, no fundo são ciclos de vida dos jogadores dentro do clube que importa gerir da melhor forma.
Uma coisa é Palhinha sair: já estamos conformados a esta ideia, até por sabermos que corresponde à vontade expressa do jogador, prestes a fazer 27 anos. Outra é vermos Jovane partir, tendo sido já tornado público que o jovem avançado não faz parte dos planos do treinador para a próxima temporada.
Há limites para tudo. Não podemos assistir impávidos a este assalto aos nossos melhores talentos. Sob pena de a equipa ficar quase irreconhecível na época que aí vem.
Encerrou ontem o "mercado de Inverno" do futebol e no meu entender foi mesmo para o Sporting um mercado quase perfeito, por várias razões que vou passar a elencar:
1. Ninguém saiu do onze titular apesar do valor do mercado em ascensão contínua de vários deles. O que demonstra a capacidade de fidelização desta administração de Frederico Varandas, que passa ao lado de muitos Sportinguistas, alguns de palas nos olhos mas não só. Hoje em dia, tal como está o mercado, fidelizar ou seja manter jogadores completamente adaptados ao clube em rendimento máximo é mais importante que contratar, sempre na dependência de muita coisa que não se domina. Desde que entrou, o presidente olhou para o que existia em Alcochete e fidelizou os melhores, jovens como Nuno Mendes, Gonçalo Inácio e Tiago Tomás. Rúben Amorim já teve o contrato revisto, nesta época já muitos reviram os seus contratos, e ninguém está a fazer "contas de sumir". As saídas acontecem apenas por ofertas financeiras ou alternativas de carreira irrecusáveis. E quem sai, sai agradecido, sai comovido. Tudo começa por aqui.
2. Entraram jogadores com características que faziam falta e não existiam no plantel nem nas equipas de apoio, B e sub23. Se de Slimani esperamos aquilo que Coates dá á equipa quando avança no terreno e desguarnece a retaguarda, do Edwards esperamos que seja o "abre-latas" de "autocarros estacionados". E a verdade é que nem Jovane nem Tiago Tomás tem essas capacidades, os dois são muito mais de situações de contra-ataque e de espaços abertos para poderem romper.
3. Saíram ou estão em rota de saída jogadores que dificilmente algum dia iriam ser titulares indiscutíveis no Sporting. De Bruno Gaspar, Jovane, Tiago Tomás, Geny Catamo, Plata, Goulart e Benny, poderia-se esperar muita coisa no contexto do Sporting, mas nada de semelhante a qualquer um da actual equipa titular. Obviamente que noutros contextos poderão surpreender, tal como Palhinha surpreendeu no Braga. Todos os jogadores têm o seu percurso, que depende de tanta coisa que só no final das respectivas carreiras se poderá avaliar.
4. As equipas envolvidas ficaram valorizadas. Se na equipa A isso é mais que óbvio, podemos agora comparar um onze potencialmente titular com um onze potencialmente suplente e verificar que não existem grandes disparidades lugar a lugar. Na equipa B a saída de três jogadores de 20-21anos deixa espaço aberto para os mais novos se calhar mais promissores que andam nos "solteiros&casados" dos sub23 (solteiros são aqueles dos clubes com B, os casados daqueles em que são eles mesmo a B). E neste ponto, parece que existe um rumor que mais um jovem promissor do Porto vai chegar a custo zero a Alcochete um destes dias.
Para o mercado ser mesmo perfeito, faltou no meu entender apenas uma coisa: um novo Mathieu, defesa central de pé direito, grande marcador de livres.
Hoje, o Sporting é campeão nacional, campeão de inverno e campeão de mercado. Não perdeu um titular, ganhou o melhor jogador da liga fora dos três grandes e recuperou um goleador (não é o mesmo que saiu mas aposto que vai dar muito jeito).
De cerveja em punho e óculos verdes, TT foi umas figuras da festa do título, que muito ajudou a conquistar, sobretudo no arranque da época passada. Este ano, estava uns furos abaixo e acaba emprestado do Estugarda por 18 meses. Teria preferido que o empréstimo fosse mais curto, para mais perto e sem opção de compra, mas pela primeira vez, confio quase cegamente nas opções da “estrutura”. Obrigado por tudo e muito boa sorte, Tiago. Antes de fazer 20 anos, leva 66 jogos, 9 golos e 4 títulos pela equipa principal. É obra!
Desculpem a insistência, mas trago outra vez o tema à baila. E faço-o por dois motivos. Primeiro, porque o mês está quase a acabar. Segundo, porque são cada vez mais óbvias para mim as carências deste plantel leonino 2021/2022 - e venho insistindo nesta tecla desde o início da temporada. Por um lado só temos cinco jogadores para três posições de defesa central, por outro torna-se demasiado evidente que necessitamos de um avançado-centro com verdadeiro instinto de goleador. Estar à espera que sejam sempre os defesas ou os médios a marcar golos é abusar da sorte.
Acrescento que o plantel também me parece insatisfatório na posição de guarda-redes. Num eventual impedimento de Adán, tenho dificuldade em olhar para João Virgínia como um substituto à sua altura.
Motivos de sobra para voltarmos a debater este tema quando só falta uma semana para o fecho do mercado de Inverno. É agora ou nunca.
Adenda: O Record especula hoje sobre as possíveis saídas de Palhinha e Matheus Nunes.
Ao que tudo indica, Marcus Edwards estará mesmo a caminho de Alvalade. O acordo com o Vitória pode ficar fechado esta semana. Com o ex-internacional sub-21 inglês, agora com 23 anos, contratado por 8 milhões de euros - podendo, além disso, dois futebolistas nossos rumar a Guimarães no âmbito deste negócio: Bruno Gaspar, a título definitivo, e Plata, por empréstimo a partir do próximo Verão.
O que pensam deste reforço? Fica aberto o debate.
P. S. - Só para recordar: Edwards foi eleito pelo És a Nossa Fécomo revelação da época 2019/2020 fora do universo leonino.
Antes Agosto era o mês de férias popular, nisso aquele que se sorvia devagar, que queríamos estender, prolongar, acariciando dia a dia, como se impedindo o seu escoar, no lazer avesso à angústia, ao "stress" como se diz agora a desadequação. Tudo isso terminou. Pois estamos agora condenados a pedir o rápido fim do mês, o encerramento do maldito "período de defeso", no temor que os clubes "tubarões" - financiados por empórios germinados em ditaduras e no predomínio da economia dita "paralela" - nos venham retirar os melhores jogadores, apoucar a diversão do futebol paixão de nós-povo, assim reduzindo o efeito placebo que ele tem sobre os males próprios e os do mundo.
Mas, e pois não há mal que dure para sempre, até que enfim que morreu Agosto. Regressámos à rotina, sabemos já com o que contaremos, o trabalho diário para os que têm a sorte de o ter, o saldo do cartão de crédito algo exaurido pelos excessos veraneantes, os que ainda os podem. E o plantel intocável até Janeiro, esse outro maldito "defeso" que nos acinzenta a disposição entre Natal e Dia de Reis. E assim, morto Agosto, deixo o meu sentimento sobre o que se passou:
Já por aqui o escrevi em tempos (em registo de desagravo): a qualidade da Academia do Sporting, a sua excelência em formar recursos humanos, mostra-se acima de tudo - e sem desfazer nenhum jogador, Nuno Mendes ou outros - na evolução de Varandas & Viana. Que gigantesca diferença, em termos de "maturidade técnica", "disponibilidade física", "concentração competitiva", "rigor táctico" nesta "época" (defeso) comparativamente ao que aconteceu há dois anos (o seu primeiro defeso a tempo inteiro), algo que vem na senda da excelente "prestação" do último início de época.
Quanto à transferência-espectáculo de Nuno Mendes julgo que a sair algum dos titulares da equipa campeã - e alguém teria que sair, dados os encargos do clube com as dívidas que se foram acumulando ao longo das décadas - que fosse o nosso lateral-esquerdo, pois existem alternativas e os outros nomes falados do meio-campo seriam de mais difícil substituição. E decerto que alguém vingará, entre Vinagre, um Esgaio adaptado - ainda que um clube de topo não deva ter adaptações deste tipo -, o M. Reis, que não me parece ter a dimensão suficiente mas talvez se jogar regularmente se mostre diferente, o Nuno Santos em alguns jogos talvez, o Feddal. E fala-se num júnior da Academia e num outro miúdo oriundo do Porto, mas isto de crer num "novo Nuno Mendes" costuma correr mal, o excesso de expectativas prejudica sempre quem está a chegar. E é uma notável transferência, chegará aos 50 milhões, se se pensar nos tais 10% de futura transferência e se se perspectivar a usual taxa de empréstimo de um jogador como Saravia.
Quanto ao resto: o plantel foi mesmo depurado dos que não contavam, não há a lista de "pendurados" que ficou no último ano. Não sei em que condições foram, se ainda se pagam salários, alguns chorudos, mas acredito que em alguns casos isso acontecerá: Camacho, no Belenenses, Ilori, no Boavista, talvez mais alguns dos emprestados a clubes nacionais, mas nesses casos com menores salários. Pena que Joelson e Plata não tenham "pegado de estaca" mas há sempre essa percentagem de "desperdícios", de jovens promessas que não se afirmam. E ficamos todos à espera que o Quaresma faça um bom tirocínio - lamento mas não espero grande coisa dos dois avançados que foram emprestados, Marques e Mendes. Que me lembre dos "excedentários" apenas ficou o Renan - que talvez tenha sido algo injustiçado, cumpriu sempre e perdeu o lugar por lesão. Ou então o seu afastamento radical também se deva a efeitos dessa entidade mágica, o "balneário". Ou seja, um bom saldo de empréstimos e rescisões com jogadores que já não contavam (a rescisão de Matheus Oliveira é uma boa notícia, foi uma contratação absurda - dinheiro deitado fora) e de empréstimos verdadeiramente para rodar (Quaresma, talvez Marques) e para valorizar (Plata, Sporar, mesmo Luiz Phellype - que talvez pudesse ter sido o 3º avançado-centro que tantos queriam -, e até Camacho se arribar). Lamento mas sobre Doumbia, apesar de ir para a suave Bélgica, já não tenho expectativas, tal como não as tenho sobre Eduardo Henrique, jogadores que decerto virão a rescindir em defeso próximo. Temos ainda o berbicacho Bruno Gaspar, outro disparate herdado, que não está resolvido - pura e simplesmente não acredito que haja quem pague milhão que seja para contratar esse lateral-direito.Terá sido bem despachado o Diaby (agradecemos a Keizer), foi bem o Rosier, Misic já era sabido.
Enfim, foi um belo defeso. E continuo na minha crença - o Virgínia terá sido uma aposta séria, ainda nos surpreenderá. É um palpite, pois nunca o vi jogar, mas a operação Max/Virgínia parece-me ser isso, a aposta numa "next big thing". No último dia li que houve troca de jogadores com o Porto - não sei se acordada, o que seria surpreendente. Positivamente surpreendente. Sobre os outros reforços pouco terei a dizer, os dois jovens do Porto, os jovens que vêm de Espanha e Itália, o jovem Ugarte? Decerto que entre eles alguém assomará na equipa, ainda para mais tendo um treinador com o perfil de Amorim. Retiro, acima de tudo, que muito terá sido reduzido o caderno de encargos, inflaccionado por décadas de contratações algo descuidadas e algumas outras pertinentes mas cujo momento actual tornam apenas onerosas (Battaglia é um caso típico disso).
Quanto ao que falta, os défices de plantel - principalmente em termos quantitativos - a que muitos aludem. Julgo que é necessária uma contratação - possível de ser feita em Setembro, dado que se trata de um "agente livre", jogador sem contrato actual. Trata-se do play-maker Calma Adepta. Pois as expectativas estão demasiado altas - e a resmunguice da massa campeã com o Paulinho já mostra isso. É normal que haja mais exigência este ano do que no anterior. Mas não é "natural" (não advém nem da genética, nem do meio ambiente nem da alimentação). Ou seja, a gente podia-se acalmar um bocadinho. E deixar correr, nisso apoiando conseguimentos e ocasionais falhanços. Este caminho, poupado, de promoção de jogadores da academia e de integração de um ou outro português ou experimentado na nossa Liga, jogo a jogo, ano a ano, é o melhor, e tanto foi desejado. E a vertigem crítica, opinativa, vai ser o principal antijogo, o penalti inexistente, o pior dos Luíses Godinhos.
O Sporting não era campeão há 20 anos. E foi. E não é bicampeão há 70. Tende calma. Ou, falando de outra forma, atinai.
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