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És a nossa Fé!

Crime de lesa-futebol

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Já vi muita coisa escandalosa. Mas nada como o que está acontecer no Jamor, no momento em que escrevo. O B-SAD, com 17 elementos infectados com a nova variante de covid, incluindo a equipa técnica e quase todo o onze titular, entrou esta noite em campo com apenas nove jogadores, grande parte dos quais sub-23, para defrontar um Benfica na máxima força.

Com o beneplácito da Direcção-Geral da Saúde. A mesma entidade que forçou o adiamento do Sporting-Gil Vicente da primeira jornada do campeonato anterior, quando havia sensivelmente o mesmo número de infectados. Dois pesos, duas medidas. Penalizando o Sporting há um ano, beneficiando escandalosamente o Benfica agora.

Cereja em cima do bolo: o indivíduo que ainda lidera o falso Belenenses não tentou sequer adiar esta partida. Preferiu sujeitar os jogadores a esta humilhação: entrarem em campo já derrotados por chocante inferioridade numérica. Se algum deles se lesionar ou for castigado durante a partida, terminarão com quantos?

 

Eis um crime de lesa-futebol: a partir do momento em que se abdica da regra-base, onze contra onze quando soa o apito inicial, passa a valer tudo.

E quem não se indignar com isto perde autoridade moral para se indignar seja com o que for.

 

P. S. - "Jogo" começa com autogolo do falso Belenenses logo aos 25 segundos. Chamar competição a isto é um insulto a todos os desportistas, seja de que modalidade for.

P. S. 2 - Até Bernardo Silva, benfiquista assumido, se escandaliza com o sucedido.

 

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Pelo Sporting, contra as mentiras (sempre)

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O semanário Expresso, em peça assinada pelo jornalista David Dinis, põe em foco as mentiras com selo oficial propaladas pelo titular da pasta da Administração Interna que pretenderam atingir a reputação e a credibilidade do Sporting.

Recordo que as inaceitáveis declarações deste ministro, na sexta-feira da semana passada, procuraram imputar ao nosso clube os desacatos ocorridos na noite de 11 de Maio e na madrugada do dia 12, a propósito da celebração do título, alimentando implicitamente o mito de que o Sporting é responsável pela proliferação da chamada "variante delta" em Portugal.

Declarações proferidas a propósito da divulgação do relatório da Inspecção Geral da Administração Interna àqueles acontecimentos que o ministro recebeu na segunda-feira e só entendeu divulgar quatro dias depois, no final da semana, convocando os jornalistas sem lhes fornecer cópias do documento - só recebidas mais tarde, nas redacções. E com nomes rasurados, também por decisão ministerial: ficamos sem saber quem disse o quê nas reuniões realizadas. Qualquer semelhança entre este lamentável comportamento e a transparência governativa é pura coincidência.

Destaco de seguida trechos desta peça, sob o título "Ninguém defendeu a proibição dos festejos". Para que os leitores concluam, uma vez mais, quem falta à verdade neste caso.

Os sublinhados a negro são da minha responsabilidade.

 

«O Sporting pediu uma reunião em Março ao Ministério da Administração Interna mas a resposta foi que era cedo. A Câmara de Lisboa pediu uma reunião à PSD em Abril, mas a resposta foi que era cedo e que o Governo podia "proibir" os festejos por causa da pandemia.»

..........

«As duas reuniões para decidir o que fazer na noite em que o Sporting se tornaria campeão nacional de futebol só aconteceriam a cinco e quatro dias do jogo decisivo, já com o País fora do estado de emergência, com a vacinação dos mais idosos avançada e sem que alguém defendesse que não deveria haver qualquer festa com adeptos

..........

«Depois de [Fernando] Medina dizer claramente que preferia um evento com adeptos organizado ("é melhor organizar um festejo do que nada preparar"), o número dois da DGS chegou a quantificar as propostas em cima da mesa: se os festejos com adeptos fossem no interior do estádio, com as regras de distanciamento em vigor para outros eventos (nos estádios ainda estão proibidos), só seria permitida a entrada de 2500 pessoas; se fosse uma festa limitada no Marquês, não caberiam mais do que seis mil.»

..........

«Foi quando Medina perguntou como se controlariam os milhares que se juntariam à volta do estádio que o encontro chegou a um impasse. Esta hesitação repetiu-se na reunião do dia seguinte, no salão nobre do MAI: aí, nem o chefe de gabinete do secretário de Estado do MAI (que presidiu à reunião) nem o do secretário de Estado da Saúde - ou seja, ninguém do Governo - deram indicação para não haver festa com adeptos

..........

«O impasse acaba por se desfazer na véspera do jogo: a Secretaria de Estado do MAI enviou um e-mail às forças de segurança para prepararem tudo o que estava "acordado entre a Câmara e o Sporting" e garantirem a segurança das comemorações. Em anexo seguia um ofício, assinado pelo ministro Eduardo Cabrita, que aceitava a solução da autarquia e do clube

 

 

Leitura complementar: Pelo Sporting, contra as mentiras.

Pelo Sporting, contra as mentiras

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Confesso-me farto de tanta mentira com selo oficial pondo em causa a reputação e a credibilidade do Sporting. Neste blogue a discussão partidária está ausente, pois aqui se reúne gente das mais diversas sensibilidades políticas. Mas questões políticas podem - e devem - ser discutidas sempre que estiver em causa o Sporting. 

Vem isto a propósito das inaceitáveis declarações do ministro da Administração Interna tentando imputar ao nosso clube os desacatos ocorridos na noite de 11 de Maio e na madrugada do dia 12, a propósito da celebração do título, alimentando implicitamente o mito de que o Sporting é responsável pela proliferação da chamada "variante delta" em Portugal.

Destaco de seguida trechos de uma longa peça ontem divulgada pelo diário Público, assinada pela jornalista Mariana Oliveira, sob o título "Eduardo Cabrita validou festejos do Sporting que PSP desaconselhou". Para que os leitores concluam quem falta à verdade neste caso.

Os sublinhados a negro são da minha responsabilidade.

 

«O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, validou na véspera da conquista do campeonato de futebol pelo Sporting os festejos dos leões exactamente nos modos em que estes vieram a ocorrer, com um desfile dos jogadores de vários quilómetros pela cidade de Lisboa com um trio eléctrico a acompanhar. O despacho de Cabrita foi comunicado às 22h30 de 10 de Maio por email à PSP (...) Ou seja, a PSP recebeu a ordem apenas 22h antes do início do jogo em que o Sporting se sagrou campeão.»

..........

«A resposta de Cabrita é remetida à PSP pelo gabinete do secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, Antero Luís, o membro do Governo que dirigiu todo o processo dos festejos. Curioso é que a própria IGAL [Inspecção Geral da Administração Interna] dá como facto provado que a reunião que decorreu nesse dia no Ministério da Administração Interna - e que foi presidida pelo chefe de gabinete de Antero Luís - acabou "por terminar após as 19h, sem qualquer decisão". Igualmente interessante é o facto de os nomes dos participantes no encontro (e de todas as pessoas referidas ao longo das 81 páginas do relatório) terem sido rasurados com a justificação da "salvaguarda dos dados pessoais", o que não permite perceber quem tomou algumas decisões.»

..........

«A posição de Cabrita é levada ao conhecimento de Antero Luís, que dá as seguintes orientações: "Deve a PSP articular com a CML [Câmara Municipal de Lisboa] e o SCP no sentido de promover as medidas consideradas adequadas para garantir a segurança dos festejos propostos pelo promotor (SCP), insistindo-se nas recomendações enviadas ontem." Sobre estas recomendações, a IGAL, uma entidade integrada no Ministério da Administração Interna, nada diz. Admite, contudo, que no dia 9, domingo, já o Sporting tinha recebido a "notícia informal" de que haveria autorização para realizar o cortejo

..........

«A IGAL foca as suas críticas sobre os festejos na CML e no próprio Sporting, legitimando a actuação da PSP que, contabiliza, efectuou 617 disparos de armas de munições de menor letalidade, nomeadamente balas de borracha. (...) Não faz qualquer análise ou crítica à actuação da sua tutela política, directamente envolvida nesta polémica. E concentra grande parte da culpa no facto de a Câmara de Lisboa não ter recusado a "manifestação" que a Juventude Leonina pretendia fazer junto ao estádio, com a transmissão do jogo num ecrã gigante e com instalação sonora.»

..........

«O relatório deixa claro que foi o clube que, dois meses antes de conquistar o título, contactou o gabinete de Antero Luís para realizar uma reunião preparatória dos eventuais festejos, que apenas se realiza cinco dias antes de o clube se sagrar campeão. A 6 de Maio é igualmente dito que foi o Sporting a ter a iniciativa de marcar uma reunião com o gabinete do secretário de Estado, encontro que se realiza nesse dia na Câmara de Lisboa. No dia seguinte, nova reunião, desta vez no MAI.»

..........

«A cronologia torna perceptível que houve diversos erros na actuação da polícia. Isso é reconhecido pela própria inspecção-geral, que escreve que a planificação dos festejos "evidencia alguma desarticulação, quer interna (na PSP), quer com a realidade no terreno no dia dos festejos." (...) Uma parte substancial do contingente policial destacado para o evento [estava] desde o fim da tarde no Marquês de Pombal, onde só começaram a surgir grupos significativos a partir das 22h30. Já junto ao estádio, onde havia milhares de pessoas desde meio da tarde, havia poucas equipas que tiveram de ser reforçadas com elementos deslocados do Marquês.»

A mentira desportiva

Um caracol de jardim mede 8 centímetros

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Não faz qualquer sentido anular um golo limpo por supostos "20 milímetros" de linha virtual. Que podem ser numa direcção ou noutra, consoante o fragmento de micro-segundo do fotograma em análise.

É óbvio que uma diferença residual como esta pode ser manipulada, sobretudo nas últimas jornadas do campeonato, quando está em causa o acesso directo aos milhões da Champions. Como já se viu no jogo em Moreira de Cónegos.

O Sporting Clube de Portugal entra assim, contra vontade, para o Livro Guinness: nunca antes, num campeonato europeu, um golo tinha sido anulado por "diferença" tão milimétrica. Quatro vezes menos do que o tamanho de um vulgar caracol de jardim, cujo comprimento chega aos 8 centímetros.

Enquanto não puserem cobro a isto, continuará a prevalecer a mentira do futebol. E não penso isto só agora: já no ano passado considerei vergonhosa a anulação de um golo do FC Porto contra o Rio Ave por suposta "deslocação" de 3 centímetros.

Uma palhaçada que ninguém pode levar a sério.

Apetece dizer aos nossos árbitros para irem apanhar caracóis. E levem fita métrica.

Carlos Xistra e o VAR salvam o Benfica de derrota humilhante

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Aos 20 minutos já o Desportivo das Aves, último classificado, vencia no Estádio da Luz o campeão em título e primeiro classificado da Liga Bordel Portuguesa. Weigl estava a fazer uma exibição cinzentona e o Benfica meteu em campo os seus verdadeiros reforços: Carlos Xistra e o VAR.

 

Xistra expulsa, e bem, André Almeida mas o VAR manda-o erradamente recuar na decisão.

 

 

 

Momentos depois, Xistra inventa esta grande penalidade a favor do Benfica. Grande penalidade que, por "motivos técnicos", o VAR não teve como validar ou contestar. A inexistente penalidade é assinalada por uma não-falta sobre Vinicius que devia ter sido expulso minutos antes por agredir o guarda-redes do Aves, algo que nem o Xistra nem o VAR viram.

 

 

 

Estava feito o empate. E, para piorar tudo, o golo que sela a reviravolta é por André Almeida, que havia sido expulso.

É este o campeonato português. O campeonato da mentira que nos enfiam pelos olhos semanalmente enquanto nos embalam com cânticos sobre constipações.

É neste futebol e neste país que vivemos. Triste, muito triste.

Doido varrido

 

Quinta-feira, dia 21, na Sporting TV:

«Se tudo naquela assembleia for fidedigno, não só não meto lá mais os pés a partir desse dia como escusam de me expulsar de sócio porque não me recandidato. Eu estou a assumir a consequência política do resultado! Saio de cena mesmo no dia 23. A única coisa que vou pedir é [para] alguém ir buscar as coisas que estão lá no escritório e são minhas

 

Hoje, às 5.19, no Facebook:

«Prefiro deixar de acreditar no clube. Já não acredito nisto!»

 

Hoje, às 19.05, no Facebook:

«Vou a eleições. Vamos ver quem vence.»

 

Perigo

«Uma anedota medieval ilustra a dificuldade que pode haver em mentir aos outros sem o fazer a si próprio. É a história do que aconteceu uma noite numa cidade: uma sentinela estava postada na guarida noite e dia para prevenir as pessoas da aproximação do inimigo. A sentinela era um homem dado às brincadeiras de mau gosto e naquela noite tocou o alarme apenas para causar algum medo às pessoas cidade. Teve um sucesso espantoso: toda a gente se lançou para as muralhas e a nossa sentinela acabou por fazer o mesmo. Por outras palavras, quanto mais um mentiroso tem êxito, mais verosímil é que seja vítima das suas próprias invenções. De resto, o brincalhão preso na sua própria mentira, que embarca no mesmo navio que as suas vítimas, parecerá infinitamente mais digno de confiança que o mentiroso de sangue frio que permite saborear a sua farsa do exterior.»

 

In: ARENDT, Hannah - Verdade e política. Lisboa : Relógio d'Água, 1995. p. 46

Alerta

Nestes dias, com a infeliz realidade do clube, convém ter presente este pensamento para evitar qualquer tipo de intoxicação:

 

«Ainda que as verdades politicamente mais importantes sejam verdades de facto, o conflito entre a verdade e a política foi descoberto e articulado pela primeira vez relativamente à verdade racional. O contrário de uma afirmação racionalmente verdadeira é, ou o erro e a ignorância, nas ciências, ou a ilusão e a opinião, em filosofia. A falsidade deliberada, a vulgar mentira, desempenha apenas o seu papel no domínio dos enunciados de facto, e parece significativo, ou melhor, bizarro que o longo debate que incide sobre o antagonismo da verdade e da política, de Platão a Hobbes, aparentemente ninguém tenha acreditado que a mentira organizada, tal como hoje a conhecemos, pudesse ser uma arma apropriada contra verdade.»

ARENDT, Hannah - Verdade e política. Lisboa : Relógio d'Água, 1995. p. 16

Um chorrilho de inverdades

21.05: «Vou tentar ser muito curto.»

21.05: «Nos estatutos é claro que para haver uma Comissão de Fiscalização [isso] só pode acontecer quando se demite a totalidade dos membros [do Conselho Fiscal e Disciplinar]. Estou a citar os estatutos.»

21.05: «Temos uma Mesa [da Assembleia Geral] que se demitiu e um presidente que se demitiu por duas, três vezes.»

21.08: «Os estatutos que estão em vigor são os que dizem "a totalidade dos membros" [do CFD].»

21.09: «Jaime Marta Soares demitiu-se. E ao nível da lei basta fazer o que ele fez - vir a público nas televisões todas e dizer que estava demitido.»

21.10: «A Comissão de Fiscalização [empossada pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral] está ilegal.»

21.10: «Não parece que um acto corrente seja tirar de sócio os membros legitimamente eleitos pelos associados, que ainda há três meses atrás tiveram 90%.»

21.11: «Esta Comissão de Gestão não existe.»

21.12: «Tudo quanto Jaime Marta Soares fez está ferido de ilegalidades.»

21.13: «Uma providência cautelar, uma das características que ela tem, é o facto de não precisar de ter certeza e de apenas poder ir pela probabilidade. Isto é a lei, isto está escrito.»

21.13: «A única providência cautelar que pedia para que a Comissão de Transição da Mesa da Assembleia Geral (CTMAG), que foi por nós designada, fosse considerada inválida, foi indeferida.»

21.15: «Nenhuma providência cautelar até agora disse que Jaime Marta Soares era o presidente da Mesa da Assembleia Geral. Ponto.»

21.17: «Não há nenhuma providência cautelar que diga que Jaime Marta Soares é o presidente da Mesa em funcionamento. Não há nenhuma providência cautelar que diga que a CTMAG é ilegal. Não há nenhuma providência cautelar que diga que a Comissão de Fiscalização que Jaime Marta Soares criou é legal. Nem nenhuma providência cautelar que diga que a Comissão de Fiscalização por nós criada é legal. Assim como não há nenhuma providência cautelar que diga que a minha CTMAG é legal ou a minha Comissão de Fiscalização é ilegal.»

21.20: «Todas as providências cautelares, como são pedidas sem audição, vão pela probabilidade. Um juiz não tem que ver televisão, não tem que saber se a pessoa se demitiu ou não se demitiu, quais são os estatutos, qual é a jurisprudência...»

21.21: «Probabilisticamente, o que vieram [o Tribunal da Comarca de Lisboa] dizer é: "Em princípio, a assembleia geral do dia 23 é aquela que nos parece ser a legal. Probabilisticamente".»

21.22: «Esta Comissão de Fiscalização, a primeira coisa que fez, foi logo retirar de sócios os únicos [do Conselho Directivo] que estavam lá legitimamente eleitos e a conduzir os destinos do Sporting.»

21.24: «Nós fomos afastados de sócios.»

21.25: «Nós fomos suspensos [de sócios], não expulsos.»

21.29: «Eu estou impedido [de intervir na assembleia geral do dia 23], por esta Mesa que eu considero ilegal, porque estou suspenso de sócio.»

21.30: «Infelizmente vai ser feita uma assembleia geral de destituição, que é um julgamento em praça pública, sem que as pessoas se possam defender.»

 

A lista não é exaustiva. Trechos da entrevista dada há pouco pelo presidente suspenso do Conselho Directivo do Sporting à SIC e à SIC Notícias.

O "espião" que saiu do blogue

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O postigo (não confundir com o Postiga, bom rapaz) assume-se como "espião" no blogue Mentira Desportiva. O tal que lhe permitiria sacar mais  guito ao salteador de camiões. Em notas contadas, driblando a Autoridade Tributária, no cumprimento das mais estritas normas do cânone mafioso. O comendador Capone não faria melhor.

O bago lampiânico desta vez não terá pingado, o que levou ao fecho prematuro da torneira: a Mentira emudeceu ao fim de três postalinhos. A bem dizer, mal passou dos preliminares. A cartilha do "espião" amesendado rende seguramente muito mais. Até porque a falta de vergonha continua em alta na bolsa dos valores invertidos.

Mas recomendo cautela ao agente Zero-Zero-Zero, com ordem para rematar: quem anda à chuva molha-se. Não me admirava que numa manhã fria esse bacano acorde com uma cabeça de cavalo no lugar da jarrinha de papoilas. Paga em espécie, para não deixar rasto fiscal.

O erro, a mentira, a fraude

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Os inimigos do vídeo-árbitro devem ter-se congratulado: esta tecnologia esteve ausente do Manchester United-Real Madrid de ontem, em disputa da Supertaça Europeia. Vitória tangencial do Real, por 2-1, com um golo (o primeiro) marcado por Casemiro em nítido fora de jogo não assinalado pela equipa de arbitragem.

Mas, pensem eles o que pensarem, não podia haver maior cartaz de propaganda do vídeo-árbitro perante esta nova demonstração de falsidade desportiva traduzida em título para os merengues, ontem sem Cristiano Ronaldo a titular. O melhor jogador do mundo só saltou do banco aos 81 minutos, com o resultado já feito.

Espantosamente, no  canal público que transmitiu em directo a partida houve quem celebrasse a mentira, varrendo o rigor dos factos para debaixo do tapete. Foi o caso do comentador Bruno Prata, que num primeiro momento admitiu ter visto o jogador brasileiro "claramente adiantado" para depois conceder que "a diferença [face ao último defesa do Manchester] é muito pequena". Acabando por sentenciar: "Neste tipo de casos não podemos ser muito severos."

É assim que os comentadores de turno encaram a verdade desportiva: algo muito relativo. Por isso são quase todos contra a introdução do vídeo-árbitro. Um deles, com visível desdém, dizia há dias nem saber se esta tecnologia já está a ser aplicada em mais algum país da Europa além de Portugal. Ignorando que na Holanda, por exemplo, não só vigora mas foi vital para restabelecer a verdade desportiva na Supertaça disputada entre o Feyernoord e o Vitesse. Ignorando que já foi introduzida no Brasil e na Alemanha, por exemplo.

Ao contrário desses comentadores, não consigo compreender um futebol que convive tão bem com o erro grosseiro, que coabita de forma tão descontraída com a mentira, que pactua sem abalos de consciência com a fraude. Alguém se aproveita disto, seguramente. Mas não o desporto, que nada tem a ver com isto.

{ Blogue fundado em 2012. }

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