Em vinte anos de funcionamento da Academia de Alcochete, foram estes os dez jogadores integralmente ali formados que mais renderam ao Sporting:
NUNO MENDES: 47 milhões de euros (2022, ao PSG)
JOÃO MÁRIO: 40 milhões de euros (2016, ao Inter)
NANI: 25,5 milhões de euros (2007, ao Manchester United)
GELSON MARTINS: 22 milhões de euros (2018, ao Atlético Madrid)
ADRIEN: 20,5 milhões de euros (2017, ao Leicester)
RUI PATRÍCIO: 18 milhões de euros (2018, ao Wolverhampton)
WILLIAM CARVALHO: 16 milhões de euros (2018, ao Bétis)
RÚBEN SEMEDO: 14 milhões de euros (2017, ao Villarreal)
BRUMA: 13 milhões de euros (2013, ao Galatasaray)
THIERRY: 12 milhões de euros (2019, ao Valência)
Infelizmente, alguns outros futebolistas que formámos saíram com lucro zero para o Sporting. Aconteceu com Carlos Mané, Silvestre Varela e Wilson Eduardo, por exemplo.
Enquanto outros deixaram o Sporting rendendo abaixo de um milhão de euros. Como Daniel Carriço, que saiu em 2012 por 750 mil euros para o Reading, de Inglaterra. Já no Sevilha, viria a sagrar-se triplo vencedor da Liga Europa.
Valores que constam de um excelente trabalho de oito páginas sobre os 20 anos da Academia leonina ontem inserido no jornal A Bola. Trabalho assinado pelo jornalista Miguel Mendes, que aproveito para felicitar. É raro ver peças deste fôlego - com informação, contextualização e memória - na nossa imprensa desportiva.
Zico, Falcão, Sócrates e Júnior, exclamamos sem nos enganamos no nome de nenhum jogador.
A revista brasileira Placar conta a história desta selecção perdedora mas inesquecível, recolhendo, também, o testemunho do menino da primeira imagem, José Carlos Vilela.
Onde estava em 1982?
Assistiu aos jogos desta selecção já a cores ou ainda a preto e branco?
Faz hoje 48 anos. Hilário e Vítor Damas ergueram bem alto a Taça de Portugal conquistada em campo pelo Sporting no Jamor. Contra o Benfica de Eusébio e Simões.
A primeira Taça em liberdade. Tinha mesmo de ser nossa.
«Passaram esta quinta-feira 18 anos de um dos maiores escândalos da justiça e mais uns quantos da perpetuação de uma das maiores mentiras que alimenta o mundo do futebol.
Há dezoito anos, incomodado com as escutas do Apito Dourado, o Governo de Durão Barroso despachou os dois coordenadores da investigação, Teófilo Santiago e Massano de Carvalho. As escutas a Valentim Loureiro revelavam a velha central de favores no futebol mas também na política. Isso incomodou o governo. De telemóvel na mão, o major metia cunhas para a sua vida de autarca, pedia ajuda para o seu amigo Sousa Cintra construir na paisagem protegida da Costa Vicentina, exigia favores a ministros e secretários de Estado, insultava funcionários do Estado mais apegados a cumprir a lei.
A PJ do Porto respeitou escrupulosamente a investigação, resistiu a pressões e respeitou a separação de poderes, nada dizendo ao Governo sobre o que estava no processo. Os coordenadores do caso foram afastados, o director da PJ do Porto exonerado e quase ia sendo preso.
Esses dias negros para a Justiça ficam por conta do Governo de Barroso e é, também por isso, que estas escutas são importantes. Para memória futura. É nesse momento, aliás, que começa a grande mentira sobre a propalada ilegalidade das escutas. Esse primeiro ataque ao processo abriu a porta para quem tinha interesse em destruí-lo, sobretudo na parte mais quente, no que mostrava sobre o poder de Pinto da Costa.
As escutas do Apito Dourado foram totalmente legais, autorizadas e validadas judicialmente. Serviram, aliás, para condenar os arguidos no processo que envolvia o Gondomar. O que aconteceu foi que não eram, como não são, admissíveis para processos disciplinares na justiça desportiva, essa aberração, não apenas portuguesa, onde os estados abdicam de parte da sua própria soberania, entregando a justiça ao mundo do futebol e retirando-a dos tribunais.
O ónus da sua utilização está, portanto, em quem quis fazê-lo na dita justiça desportiva e não no processo judicial, nem nos investigadores. Elas não só foram completamente legais como, sim, é verdade, mostraram a corrupção activa e passiva reinante no futebol. Mostraram o ‘sistema’ de poder que fabricava resultados, a fruta que o alimentava e as cumplicidades que dispunha na construção e destruição de carreiras de árbitros, dentro da própria Federação Portuguesa de Futebol e nas associações. Mostraram, finalmente, dirigentes desportivos que, pese embora os sucessos desportivos ao longo de 40 anos, são tudo menos exemplares. De resto, ao contrário do que disse há dias um membro do actual governo e, de outro modo, confirmando tudo o que pensa e disse o presidente de um dos três grandes sobre a dita corrupção activa.»
Desde a chegada de Sérgio Conceição ao FC Porto, em Junho de 2017, disputaram-se 13 títulos.
Distribuição desses títulos:
Sporting Clube de Portugal 6 (Campeonato 2021, Taça de Portugal 2019, Taça da Liga 2018, Taça da Liga 2020, Taça da Liga 2021, Taça da Liga 2022)
Futebol Clube do Porto 3 (Campeonato 2018, Campeonato 2020, Taça de Portugal 2020)
Sporting Clube de Braga 2 (Taça de Portugal 2021, Taça da Liga 2020)
Sport Lisboa e Benfica 1 (Campeonato 2019)
Clube Desportivo das Aves 1 (Taça de Portugal 2018)
2
Facto:
Conceição disputou 13 títulos desde que chegou ao Dragão.
Venceu três, perdeu dez.
Percentagem vitoriosa: 23%.
Facto:
Amorim disputou quatro títulos desde que chegou a Alvalade.
Venceu três, perdeu um.
Percentagem vitoriosa: 75%.
3
Balanço provisório da época:
- O FC Porto fez até agora 33 jogos, tendo obtido vitórias em 75% desses encontros.
- O Sporting já cumpriu 36 desafios - mais três do que o FCP pois disputou a Supertaça e as duas partidas da fase final da Taça da Liga. Sagrou-se vencedor em 80% desses jogos.
4
Alguns outros dados factuais:
O Benfica nada vence há quase três anos.
O Braga ultrapassa o Benfica.
O extinto Clube Desportivo das Aves está ao nível do Benfica.
O FC Porto ainda não rompeu o hímen na Taça da Liga, como diria o jornal A Bola: permanece virgem.
O FC Porto tem metade dos títulos do Sporting, num honroso mas distante segundo lugar.
Os activistas anti-Varandas, que confundem o Sporting com um partido político cheio de facções e permanente oposição interna, acusam-nos de andarmos "iludidos".
Apenas respondo por mim. Sim, estou iludido. Com um título de campeão, uma Taça de Portugal, duas taças da Liga, uma Supertaça. Só no futebol.
Ao menos agora iludimo-nos com conquistas e troféus. Valha-nos isso.
Cheguei cedo ao estádio após ter cumprido o meu dever como sócio com 10 votos no Pavilhão João Rocha. Eram 19 horas e 24 minutos quando me sentei no meu novo lugar que curiosamente era o mesmo do ano passado.
Àquela hora o estádio estava ainda vazio e só por breves minutos não fui o espectador 1906...
Naquele tempo que me separou do início do encontro deu para pensar em muita coisa. De repente coloquei uma questão a mim mesmo: qual o jogo mais empolgante que assistira naquele novo estádio?
Lembrei-me de diversos. Fiz a pergunta ao meu filho que estava a meu lado e após referenciarmos algumas partidas houve uma que se destacou. Dizia-me ele:
- Esse jogo define o que é o Sporting.
Concordei com ele no que se referiria ao jogo passado, talvez menos à definição do que é o Sporting e/ou o que é um sportinguista, mas percebi o que pretendeu dizer.
Posto isto termino este postal fazendo aos caríssimos leitores a mesma pergunta que formulei a este que se assina: qual o jogo que mais vos empolgou ou mais gostaram, precisamente neste Estádio de Alvalade?
Não refiro o que mais gostei de propósito para não influenciar eventuais decisões.
Por fim chamo a atenção que estou a referir-me unicamente a jogos oficiais do Sporting. Nada de particulares, amigáveis e/ou selecções.
Eles andam de recuo em recuo. A narrativa deles vai falhando em toda a linha, já quase nada lhes resta a que possam agarrar-se.
Previram desaires, demissões, mandato presidencial interrompido, caos directivo, eleições antecipadas. Já andavam a levar em ombros putativos candidatos a candidatos. Queriam bagunça o tempo todo.
Saiu-lhes tudo ao contrário. Triunfos, vitórias, a quebra do maior jejum de sempre, mandato reforçado, consistência directiva, articulação total entre administração da SAD, órgãos sociais do clube, direcção desportiva, equipa técnica e jogadores.
Andaram anos a defender um fracassado nato, um narcisista impenitente, um megalómano perdedor. Agora são incapazes de aplaudir um simples vencedor que não precisa de pôr-se em bicos de pés nem gravar frases idiotas em monumentos para dar nas vistas.
Torcem-se todos perante os resultados obtidos em três anos, incapazes de reconhecer a maior das evidências: o emblema leonino está hoje incomparavemente mais prestigiado e robusto do que estava a 23 de Junho de 2018 - o dia em que, para alguns deles, «o Sporting acabou».
A 30 de Outubro de 2018, menos de dois meses após o actual presidente do Sporting ter tomado posse, Luís Filipe Vieira avisou, como se tivesse acabado de chegar de Palermo:
A coisa é mais do âmbito da política, mas há quem a queira adaptar a outros campos da sociedade.
Todos nos lembramos da atitude asquerosa do Benfica, quando retirou a foto de Jorge Jesus do painel de vencedores do campeonato, quando este foi descartado e posteriormente assinou contrato com o Sporting. Hoje a foto já deve ter sido restaurada, mas ainda assim a atitude está registada para a história.
História também é que o Sporting Clube de Portugal teve como seu presidente um homem de nome Bruno de Carvalho. Por situações várias que todos reconhecemos, uns mais que outros, uma maioria larga de sócios que meses antes lhe tinha dado a maior maioria de sempre em eleições, entendeu destitui-lo e posteriormente expulsá-lo de sócio.
Falou a vontade da maioria dos sócios e estes são soberanos e justa ou injustamente a decisão foi tomada.
Para o bem e para o mal, Bruno de Carvalho foi presidente do Sporting, para uns muito bem e para outros muito mal, mas faz parte.
Não me parece que faça grande sentido, nem está nos nossos pergaminhos, levar a cabo uma qualquer Revolução Cultural. Não é assim que nos unimos e custa-me, passados quase dois anos sobre a eleição de um outro presidente e CD que finalmente começou a conquistar títulos que nos enchem de orgulho sportinguista, ler, ouvir e ver pessoas a quem um ex-presidente e ex-sócio continua a incomodar tanto.
Para nos afirmarmos diferentes tomámos uma atitude em Democracia. Não resvalemos para o patamar abaixo, é o que se nos exige a todos.
«Também lá estava, era a oitava final em que estava presente com o meu Sporting. Três ou quatro filas abaixo dois adeptos discutiram todo o jogo acaloradamente, quase a chegar a vias de facto, se era melhor o Cédric ou o Miguel Lopes, infelizmente estiveram os dois mal neste jogo. Deixaram de discutir no 2-1, aproximaram-se no 2-2 e acabaram abraçados com a vitória.»
Há cinco anos, o "grande educador da classe operária", que já consumiu mais tempo de antena do que qualquer outro até hoje e fala com a cadência dos relógios de cuco a dar horas, encarregou-se desde o primeiro instante de profetizar um percurso péssimo à selecção nacional. Talvez porque o seleccionador se chama Fernando Santos e não Carlos Queiroz, seu favorito.
Entre os dislates que debitou em antena, anotei estes:
É uma pergunta com que eu me debatia com frequência, à medida que o jejum de campeonatos que agora acabou ia avançando, e ano após ano parecia inevitável que acabássemos a igualar o jejum anterior ou mesmo a aumentá-lo em um ano, como acabou por suceder: qual destes dois jejuns custou mais? Qual foi mais difícil de ultrapassar?
Se olharmos para os dados (como está na moda), parece fácil concluir que o primeiro jejum foi mais difícil do que este. Agora foram 19 anos, é verdade, quando anteriormente tinham sido 18. Mas nesses 18 anos tudo o que o Sporting ganhou foi uma taça e duas supertaças. Nestes 19 anos mais recentes o Sporting ganhou quatro taças, três supertaças e três taças da liga (que no jejum anterior não existiam). Tirando aquela supertaça de 1988 (um troféu que conta muito pouco, e a que o Sporting chegou como finalista derrotado da taça de Portugal), foram 13 anos sem ganhar nada: entre 1982 e 1995. A taça de 1995 foi o primeiro troféu importante de que eu me lembro o Sporting ganhar. No jejum de campeonatos mais recente, os jejuns efetivos de títulos mais longos foram, primeiro, de cinco anos (até à taça de 2007) e depois de sete (entre 2008 e 2015). Mesmo assim, creio que o Sporting nunca verdadeiramente se desabituou de ganhar alguma coisa ao longo deste jejum. No primeiro jejum, ganhar um troféu era uma miragem.
Acresce que durante o jejum mais recente o Sporting foi seis vezes segundo classificado, enquanto no jejum anterior havia sido somente três vezes segundo.
Visto assim, parece óbvio que o primeiro jejum custou mais do que o segundo, e talvez tenha custado. Mas de outro ponto de vista este jejum mais recente custou mais: durante estes 19 anos, o Sporting bateu no fundo. Muito mais fundo do que havia batido no jejum anterior. No jejum anterior o Sporting foi por diversas vezes quarto classificado (seis), mas classificou-se sempre para as competições europeias (mesmo por vezes só por um ponto: em 1988 e 1998). Neste jejum, o Sporting foi por três vezes quarto, mas a isso acresceu aquele miserável sétimo lugar, pior classificação de sempre, um recorde (nunca ter ficado abaixo de 5º) perdido, e não qualificação para as competições europeias.
O outro ponto em que o Sporting bateu no fundo neste jejum, bastante debatido e evocado, foi evidentemente a invasão da Academia de Alcochete e tudo o que se lhe seguiu.
Postas assim as coisas, eu já não sei dizer qual dos jejuns terá sido pior. No primeiro a sensação de fracasso era mais permanente. No segundo houve mais momentos de felicidade, mas os momentos de infelicidade foram bem mais dolorosos que no primeiro.
Há uma razão para o segundo custar mais, e provavelmente decisiva. O primeiro grande jejum era o primeiro. O segundo já não era o primeiro. Quando o primeiro jejum acabou esperávamos nunca mais passar por outro igual. Infelizmente passámos logo a seguir por outro, em certos aspetos pior. O que o segundo jejum nos trouxe de pior é que faz-nos temer que talvez este jejum de campeonatos seja o nosso destino habitual, e que os campeonatos ganhos talvez sejam exceções. Não podemos deixar que esta sensação se instale. Para isso não podemos cometer os mesmos erros.
Como já foi referido, este título do Sporting teve a particularidade de ter sido obtido num ano ímpar. Desde 1953 que o Sporting não era campeão num ano ímpar. O que tem como consequència que desde 1954 (ano em que conquistou o tetra) que o Sporting não é campeão por dois anos seguidos. O bicampeonato tem que ser o principal objetivo para a próxima época, que tem que ser planeada a pensar nisso.
Analisando a história das classificações do Sporting, conclui-se que desde esse ano de 1954, a seguir a um título de campeão segue-se quase sempre um mau campeonato, com classificações abaixo do 2º lugar. A única exceção foi na época de 1971 - 2º lugar após o título de 1970. Desde esse tetracampeonato de 1954, só por três ocasiões o Sporting ficou dois anos seguidos (ou mais) acima do terceiro lugar: em 59/60 e 60/61 (dois segundos lugares), os referidos 69/70 e 70/71 e o bem mais recente "tetravicecampeonato" de Paulo Bento (e Soares Franco), entre 2006 e 2009, que eu sempre elogiei e sempre elogiarei. O título recém conquistado foi importantíssimo, mas mais importante (e mais histórico) será ser bicampeão em 2022. Toda a equipa terá que ser motivada para isso. E tem que haver estabilidade na equipa técnica e no plantel.
A propósito da equipa técnica: desde 1974, foi a primeira vez que o Sporting foi campeão tendo mantido um treinador da época anterior (pelo que foi dito, sem ter sido campeão). Desde então o Sporting só tinha sido campeão com treinadores estreantes, por vezes entrando mesmo com a época em andamento. E a maior parte das vezes os treinadores campeões não terminavam a época seguinte - por vezes, como Allison em 1982, nem a começavam. Foi esta tradição que Rúben Amorim veio quebrar. Esperemos que continue a contrariar a tradição e nos dê o bicampeonato.
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