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És a nossa Fé!

Hoje como há seis anos

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Reedito abaixo o texto que publiquei no És a Nossa Fé faz hoje seis anos, quando Frederico Varandas foi eleito presidente do Sporting por decisão soberana dos sócios.

Nada tenho a mudar ao que escrevi então. Pelo contrário, reforço hoje as palavras que deixei aqui.

 

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Contados os votos num dia histórico no Sporting, confirma-se a vitória daquele que sempre me pareceu o candidato mais preparado. Aquele que conhece bem o desporto-rei, que serviu o clube como competente director clínico durante sete anos, que trabalhou no departamento de futebol leonino e foi ali o primeiro a avançar corajosamente contra o desvario carvalhista, rompendo sem ambiguidades com uma gestão caótica e danosa enquanto outros, cá fora, se resguardavam. Aquele que, com inegável desassombro, soube erguer a voz no momento certo proferindo a palavra "não".

Ganha por margem confortável, com cerca de 42,3% dos votos - superando em 5,5% o seu principal oponente nesta campanha, João Benedito, que se apressou a felicitá-lo com elegância e galhardia. Margem que lhe permitirá gerir este grande clube, concentrando todas as energias e todo o seu talento ao serviço da centenária instituição de utilidade pública que tanto amamos.

 

O mais difícil começa agora. Terá momentos muito complicados no percurso que vai seguir-se. Atravessará horas de extrema solidão. Conhecerá invejas e ingratidões, próprias da natureza humana. Com firmeza e tacto, deverá recompor os cacos a que o presidente destituído em 23 de Junho reduziu o Sporting.

Frederico Varandas conduzirá esta empreitada com sucesso, acredito. Para bem desta incomparável massa adepta que não desiste nem deserta mesmo com prolongados jejuns de títulos. Unir o Sporting - seu lema de campanha - é prioridade máxima do novo presidente. Do meu presidente.

Do presidente de nós todos.

Lembrando um debate de ideias no blogue

25 textos aqui publicados no Verão de 2018

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Em Agosto e Setembro de 2018, durante a mais disputada e concorrida campanha eleitoral de sempre no Sporting, dedicámos quase um mês ao debate de ideias no És a Nossa Fé com a publicação de 25 textos de leitores, todos sócios do Clube. 

Na nossa parte a abertura foi tanta, devo confessar, que apenas conheço pessoalmente um destes signatários. A escolha para publicação deveu-se em exclusivo ao mérito do que escreveram.

Seis anos depois, vale a pena recordar aqui esses textos que contribuíram para a elevação da campanha e para tornar ainda mais influente o nosso blogue no universo leonino:

 

A ver passar os campeonatos. De João Gil.

«O Sporting não existe para formar homenzinhos. A Academia existe para formar jogadores e para os rentabilizar. Acontece que a Academia do Sporting o que tem feito é formar jogadores para os adversários se aproveitarem deles na plenitude deixando o Sporting a arder e a ver passar os campeonatos.»

 

Recuperar a alma leonina. De Luís Barros.

«Como se pode passar a tão famosa "mística" sem haver um ídolo ou um farol que incentive e crie a ilusão em futuros e jovens craques? Não se pode. Por isso, o Sporting vive com a "mística" da formação e da "criação" de dois craques planetários que o foram mas com as camisolas de outros clubes. Isto tem de mudar: o futuro Presidente terá de tomar isso em conta.»

 

Mecanismos de consulta aos sócios. De Sol Carvalho.

«Deixo já daqui o repto para que no futuro se adopte com mais frequência mecanismos de consultas que não têm necessariamente de ser Assembleias Gerais. Consultas propriamente ditas, referendos e outros mecanismos podem ser estabelecidos, de uma forma simples e directa (inquéritos, por exemplo), ou usando tecnologias modernas (informatização de consultas que podem atingir os sócios em todo o mundo).»

 

Aposta inequívoca na formação. De Luís Cunha Miranda.

«Não só maltratamos e cobramos mais aos jogadores saídos da Academia como não exigimos às direcções que, para comprarem o que se compra, mais vale termos profissionais a custo quase zero vindos de Alcochete. Permitimos esta suspeição de negociatas que não beneficiam o clube com a rotação de dezenas de jogadores de qualidade duvidosa.»

 

Cartilha para a formação da Academia do Sporting. De António Cruz.

«Todos os jovens atletas a ingressarem no clube deverão invariavelmente ter uma integração adequada à sua idade e gradual à medida que progridem de escalão como se fosse um plano de estudo com vista à aquisição dos saberes sportinguistas.»

 

Clube deve ser reconstruído por todos. De Ricardo Andrade.

«É costume dizer-se que "a história é feita pelos vencedores". Mas, independentemente do futuro próximo do clube do nosso coração, devemos ter atenção para não incorrer neste erro. O processo de cura do nosso clube não pode ser feito com divisões ou exílios. Tem que haver uma força unificadora entre os sportinguistas.»

 

As modalidades, o seu "prejuízo" e o "jornalixo". De Francisco Manuel Figueiredo.

«Desde que me lembro (e vão lá mais de cinco décadas), o Sporting é o clube das modalidades: do futebol como do ciclismo, do andebol como do ténis de mesa, da natação como do voleibol, do futsal como do bilhar… do Joaquim Agostinho, do Carlos Lopes, do Bessone, do Damas, (...) tantas e tantos que ostentaram e ostentam o mesmo emblema que Peyroteo e Francisco Stromp, Luís Figo e Cristiano Ronaldo.»

 

Do Marketing 1.0 para o Marketing 4.0. De Martim Bustorff.

«Caso eu tivesse a oportunidade de implementar uma medida, a primeira coisa que fazia era investir numa app única do Sporting para aproximar o clube dos sócios, com incorporação de novas formas de pagamento de bilhetes/Loja Verde (MBWay,etc.); informação com resultados em directo das várias modalidades; informação actualizada sobre os jogos nomeadamente trânsito, tempo esperado para entrada no Estádio, etc.»

 

Elogios despropositados a Bruno de Carvalho. De Eduardo Gradiz.

«Quando BdC entrou no Sporting teve logo à cabeça aquilo de que mais nenhum outro presidente do clube usufruiu: 18 milhões do Rojo mais 12 milhões do Bruma. Arrancou com 30 milhões: nunca nenhum presidente leonino dispôs desta tesouraria. De todos os exercícios de Bruno de Carvalho, ao longo dos últimos cinco anos, apenas um foi positivo, em cerca de 30 milhões de euros.»

 

Sem rótulos nem preconceitos. De Luís Ferreira.

«Em quem votará Bettencourt? Em quem votará Dias da Cunha? Em quem votará Roquette? E em quem votará Santana Lopes? E em quem votará Sousa Cintra? Destes ex-presidentes importa alguma coisa porque são sócios de plenos direitos. (Soares Franco, sabemos que vota em Ricciardi).»

 

Gestão desportiva fracassada. De Jorge Santos.

«Deixem lá de uma vez por todas de elogiar uma "brilhante" gestão desportiva que, na verdade, provou ao longo de cinco anos ser um verdadeiro fiasco. As maiores vendas que realizou, excepção feita a Slimani, foram as dos jogadores da formação e não jogadores contratados que tenham sido valorizados nos seus mandatos.»

 

Poder mandar e saber mandar. De Luís Morais.

«Quem trabalha na academia faz o seu trabalho e continuamos a formar e fornecer jogadores de altíssima qualidade. O problema acontece quando chegam aos seniores. Mas aqui já não é um problema da formação: passa a ser da estrutura profissional da SAD - e também dos adeptos. Sim, dos adeptos, que não perdoam a mínima falha a um jogador da casa.»

 

Voto por gestão desportiva ou voto por gestão financeira? De David Gorjão.

«A nossa margem de erro é mínima. Não devemos errar, pelo que devemos escolher um Presidente que nos lidere à glória, que viva e respire futebol, mas que saiba construir uma equipa capaz de gerir esta tão grande instituição, que é o Sporting Clube de Portugal, a nossa grande paixão.»

 

É hora de ser Sporting novamente. De Filipe Costa e Silva.

«Vamos apostar na criação clara e definitiva de um organograma de gestão para o futebol do Sporting, que permitirá ao futebol profissional e de formação reduzir significativamente toda e qualquer falha, agilizando todo o futebol.»

 

Por um corte com o passado. De Gonçalo Tomaz.

«Não quero Velhos do Restelo, truculentos engravatados ou viajantes espaciais. É altura de olhar com seriedade para quem de facto se preocupa com o nosso Sporting. Muito embora o ecletismo seja o nosso estandarte, tudo se resume ao futebol. Ganhámos tudo nas amadoras, estamos saciados? Não, não chega: queremos o futebol!»

 

Entre a razão e a emoção. De Manuel da Costa Cabral.

«Ao próximo Presidente e à sua equipa será exigida uma gestão profissional do Clube, nas mais diferentes áreas, desde logo na desportiva, mas também na vertente financeira, na comunicacional, nas áreas do marketing e comerciais, na gestão patrimonial. Uma gestão que tire o melhor partido do Digital, ou mesmo do Virtual (...), e aumente também a receita por essa via.»

 

Reconciliar, reformar, reconquistar. De Leonardo Ralha.

«A construção do plantel principal não mais poderá ser feita em cima do joelho ou a comando dos interesses deste ou daquele agente FIFA. Claro que nem todas as contratações resultam, e isto é válido para qualquer clube do mundo, mas no Sporting o scouting anda muito atrás dos rivais, capazes de potenciar jovens estrangeiros enquanto em Alvalade se tenta tapar os Doumbia com a excepção Slimani.»

 

A importância do lirismo. De Nelson Nogueira.

«Se as candidaturas à presidência do Sporting funcionarem apenas em prol de alguns bolsos, em interesse próprio, jogando com palavras ambíguas enquanto se afirmam em defesa do nosso clube, então serei um opositor em primeira linha. Pelo contrário, se existir alguém que o faça com um certo lirismo, pondo o Sporting acima de tudo, então estarei na primeira linha de defesa desse mesmo projecto.»

 

Seis sugestões. De Eugénia Martins.

«Gostaria que fossem revistas as situações dos sócios com quotas de reformados que perderam o direito ao voto pela antiguidade que tinham. Há sócios com 50 anos de filiação só com três votos porque há dez ou vinte anos passaram a usufruir de reformas abaixo do ordenado mínimo nacional.»

 

Aprender a viver uns com os outros. De Margarida Caldeira.

«Dá-me confiança ver toda uma nova geração de leões a quererem liderar o Clube, principalmente quando essa nova geração defende princípios de ética e de rigor. São os princípios do Sporting - e estes nunca mudam. Temos, finalmente, de aprender a viver uns com os outros. Com ideias diferentes, escolhas diferentes, mas garantindo o nosso ADN e querendo todos o mesmo: a glória do nosso Sporting.»

 

Não há voto útil nestas eleições. De Pedro Guerreiro Cavaco.

«Aplauso para todas as candidaturas que pretendem que a formação do clube volte a ser o que foi vários anos atrás, sem o desinvestimento verificado recentemente. E, por outro lado, aplauso para todos quantos pretendem que as modalidades se mantenham na senda vencedora e com o investimento necessário mas racional.»

 

O futuro do Sporting. De Augusto Faustino.

[O Sporting] precisa do tal Presidente com cultura e ADN do Sporting, com conhecimento profundo do Clube, mas com a coragem e a resiliência de ser capaz de, com coerência, frontalidade e isenção, enfrentar as duras batalhas internas, mas sobretudo externas, que o futuro nos reservará decerto.»

 

Conselho Consultivo Leonino. De Luís Francisco.

«Considero uma enorme mais valia, a todos os níveis, que o universo sportinguista possa pronunciar-se através de opiniões e sugestões, mesmo sem carácter vinculativo e que este mesmo universo possa ser representado num órgão consultivo do presidente e da sua direcção mas nunca num órgão electivo e sempre com elevado sentido de confidencialidade.»

 

Marketing como fonte geradora de receita. De André Granado.

«A própria dinamização do site do Sporting com conteúdos atractivos, jogos (tipo liga fantasy) pode incrementar substancialmente o tráfego orgânico do site e incrementar também as receitas, uma vez que podemos ter uma plataforma de publicidade para outras marcas que queiram publicitar os seus produtos, estabelecendo novas formas de receitas e de parcerias comerciais.»

 

Eleições justas: proposta de novo modelo. De Carlos Correia.

«Uma segunda volta traz problemas logísticos, de custos e de mobilização, dado necessitarmos no mínimo de marcar eleições em dois fins de semana consecutivos. (...) Os resultados podem não ser justos. O problema neste tipo de democracia é que, ao votarmos numa lista, estamos a tratar da mesma forma as listas em que não votamos. E não é tudo igual!»

O melhor

Disputadas as três primeiras jornadas da Liga 2024/2025, e mesmo tendo jogado duas destas partidas fora de casa, o Sporting segue no topo da classificação, invicto. Com números concludentes: três vitórias, 14 golos marcados, só dois sofridos.

Vocês, não sei o que pensam. Mas este é o nosso melhor início de campeonato de que me lembro.

Parabéns e obrigado, 118 anos do SCP!

Homenagem a um fundador muito especial

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A 2 de Abril de 1888 nascia Henrique de Almeida Leite Jr. [filho do General Henrique de Almeida Leite, com o mesmo nome]. Com apenas 18 anos, foi um dos dez fundadores principais do Sporting Clube de Portugal, depois de fazer parte do grupo de dissidentes do Campo Grande Football Club.

Aos fundadores principais foi dado o direito de participação na Direcção e de veto na entrada de novos sócios. Nesse sentido, Henrique de Almeida Leite Jr. exerceu as funções de 2° Secretário [equivalente a Vice-Presidente nos dias de hoje] da primeira Direção do Clube [que tinha apenas três dirigentes, o Presidente e mais dois] e foi ainda um dos signatários dos primeiros Estatutos do Sporting Clube de Portugal.

Para além de dirigente e fundador, Henrique de Almeida Leite Jr. foi também um atleta do Sporting C.P. O fundador participou simultaneamente nas equipas de futebol (segundo grupo) e de cricket, entre 1908 e 1909.

Na imagem, uma fotografia, datada de maio de 1908, da equipa de cricket do Sporting C.P. De pé, da esquerda para a direita: José Stromp e Henrique de Almeida Leite Jr. Sentados, da esquerda para a direita: Eduardo Quintela de Mendoça, José Alvalade [o Presidente], Charles Etur e António Stromp.

* Fotografia e texto do Museu do Sporting Clube de Portugal

Os primeiros campeões da democracia

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Conquistadores da quarta dobradinha do SCP, após o derrube da ditadura

 

«Nessa época de 1973/74, a grande equipa do Sporting, comandada pelo grande Mário Lino (e seu adjunto, o saudoso Osvaldo Silva), conquistou a dobradinha, ganhando o Campeonato Nacional e a Taça de Portugal. Portanto, os leões foram os primeiros campeões da democracia. Era também a estreia gloriosa do presidente João Rocha, no seu primeiro ano de mandato.»

Vítor Cândido, leão assumido e um dos sobreviventes dos melhores anos d' A Bola, hoje em artigo neste jornal

A verdade é um acto revolucionário

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A frase do título não é minha, é de George Orwell:

"Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um acto revolucionário"

Para o país, para o pátrio ou para a mátria [linguagem inclusiva] qual terá sido um melhor cidadão, qual deles nos deu um exemplo melhor, Alexandre ou António-Pedro?

Sobre António-Pedro sabemos tudo, recebeu uma bolsa da Gulbenkian e foi para Paris durante dois anos e meio ver filmes, "vi, cerca, de 1000 filmes por ano" vangloriava-se, à conta de quem?

António-Pedro nasceu em 1939 em Leiria, fez filmes, era de esquerda e do Benfica, hoje é capa em todos os jornais.

Alexandre Baptista nasceu em 1941, num sítio sem pedigree, no Barreiro, não tem castelo altaneiro, jogou futebol, no Sporting, estudou, licenciou-se em Ciências Económicas, nunca se envolveu em política. Participou em cinco jogos (dos onze que fez na selecção) na fase final do Mundial de 1966, fomos terceiros, melhor classificação de sempre e na altura não tínhamos o Rui Costa, nem o Nélson Oliveira (está em Guimarães) nem o João Félix.

Qual destes dois terá elevado mais alto o nome de Portugal?

Será preferível jogar nos enlameados campos de Inglaterra com as cinco quinas sobre o peito ou estar repimpado no "Quartier Latin" a ver filmes? Qual destas atitudes contribuirá para a maior glória de Portugal?

Um abraço póstumo para Alexandre Baptista e para toda a sua família.

Alexandre fez a sua estreia em 1957 de leão rampante no peito, nos principiantes, três anos depois, participa na vitória por 2-0, da equipa principal sobre o Atlético.

Vencerá dois campeonatos, 1965/1966 e 1969/1970 [o meu primeiro campeonato] e duas Taças de Portugal, 1962/1963 e 1970/1971, termina com chave de ouro a sua brilhante carreira.

Quanto a António-Pedro Vasconcelos, nem todas as mulheres gostam de mostrar as mamas, publicamente, nem todas as mulheres gostam da imagem que tu achas que é ser mulher, nem todas as mulheres não gostam de futebol.

Nem todas as mulheres são "mulheres" como tu as filmaste e viste.

Que a terra seja leve para o Alexandre e para o António-Pedro.

Rúben Amorim há quatro anos no Sporting

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Faz hoje quatro anos, Rúben Amorim estreou-se como treinador da equipa principal do Sporting. Entre imensas críticas  dos sócios. E o repúdio total da Associação Nacional de Treinadores Portugueses, que durante um ano lhe moveu uma guerra implacável.

 

Recordo algumas frases que ele disse na apresentação aos adeptos em Alvalade:

«Sou fanático por ganhar.»

«Todos têm de provar que merecem estar aqui e o primeiro a ter de fazê-lo é o treinador.»

«O lugar do Sporting é a lutar pelas provas.»

«Ninguém aqui quer mais ganhar do que eu.»

«No fim faremos as contas.»

«As pessoas perguntam: e se corre mal? Eu pergunto: e se corre bem?»

 

Estreou-se no banco a 8 de Março, com uma vitória em casa (2-0) sobre o Aves. No mesmo dia em que cerca de três mil sócios se manifestaram ruidosamente no exterior do estádio, exigindo a demissão imediata de Frederico Varandas.

Pergunta aos leitores: que balanço fazem destes quatro anos?

Lembro-me

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Disputámos até agora, nesta temporada, 24 jogos. Assim distribuídos: 14 do campeonato, 6 da Liga Europa, 2 da Taça de Portugal, 2 da Taça da Liga. Com este balanço: 18 vitórias, 3 empates, 3 derrotas.

Percentagem de triunfos: 75%.

 

Tendo ao comando da equipa o «inexperiente» e «impreparado» Rúben Amorim, que Frederico Varandas trouxe de Braga, onde foi «enrolado» pelo homólogo minhoto.

Tudo quanto vem entre aspas, e muito mais, foi escrito e papagueado até à exaustão por muitos - demasiados - adeptos leoninos. Vários dos quais brindaram com insultos e estridentes assobios o jovem técnico no dia em que se estreou em Alvalade. Quando uns tantos milhares saíram à rua, ali mesmo, exigindo a destituição imediata do presidente para abrir caminho sabe-se lá a quê.

 

Três dias antes, ao ser apresentado por Varandas como novo técnico leonino, Amorim, com um sorriso desconcertante, tinha-se limitado a perguntar: «E se corre bem?» 

Lembro-me como se fosse hoje.

Que diferença

 

Vale a pena comparar.

Há um ano, também após a jornada 11, a classificação do campeonato português de futebol era a seguinte:

Benfica 31

Braga 25

FC Porto 23

Casa Pia 20

V. Guimarães 20

Sporting 19

 

Este ano, tudo bastante diferente. Como os números demonstram sem margem para dúvida:

Benfica 28

Sporting 28

FC Porto 25

Braga 23

Moreirense 20

V. Guimarães 19

 

Tudo visto e conferido, temos portanto as seguintes variações:

Sporting: + 9

FC Porto: + 2

V. Guimarães: - 1

Braga: - 2

Benfica: - 3

 

Vale a pena anotar. Porque nada melhor do que o debate com base em dados estatísticos em vez do "acho que" ou do "parece que" ou do "mais ou menos", tão à portuguesa.

De quinta-feira a domingo

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"É minha" , disse Ricardo mas o abalroamento de Luisão, dentro da pequena área, sancionado pelo portuense Paraty, entregariam o título dessa época ao Benfica de José Veiga e Luís Filipe Vieira.

Domingo lá estará outro portuense/portista a apitar; Artur Soares Dias (ASD) o mesmo que na época passada fez uma placagem a Ugarte, para de seguida validar o primeiro golo do Benfica.

Não há mais árbitros?

ASD tem de apitar dois Benfica vs. Sporting com dez meses de diferença? Sabendo nós, sportinguistas, o que aconteceu no Inverno passado, o Inverno do nosso descontentamento.

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Domingo chegará, com menos um dia de descanso para o Sporting, hoje é quinta-feira e ainda temos um jogo para vencer.

Vamo-nos a eles como leões, hoje aos polacões e domingo aos lampiões.

Honrar o Sporting

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Este domingo, o Sporting pode 'cavar' ainda mais a distância para os seus "rivais" na liderança da atual edição da Liga Betclic. Mas há outras coisas que nos devem sempre distanciar desses ditos "rivais". Vem isto a propósito das declarações do treinador do FCP, Sérgio Conceição, após a derrota em casa de hoje contra o Estoril. Quem viu e ouviu sabe do que falo. Por isso nunca seremos iguais aos nossos dois "rivais".

* Na fotografia, de pé, da esquerda para a direita: José Stromp e Henrique de Almeida Leite Jr. Sentados, da esquerda para a direita: Eduardo Quintela de Mendoça, José Alvalade, Charles Etur e António Stromp. Esta era a equipa de cricket do Sporting CP em maio de 1908, sendo alguns dos jogadores também fundadores (e dirigentes) do clube, dois anos antes.

Memórias selectivas

No dia 11 de Fevereiro de 2022, o Sporting apanha-se a ganhar por 2x0 nas Antas aos 34'.

O que sucedeu a partir desse momento foi uma das maiores vergonhas da história do futebol português. Valeu tudo: o banco a entrar em campo ao menor encosto; Evanilson, Pepê, Taremi a mergulharem por tudo e por nada; Pepe e Otávio a distribuírem porrada sem dó e com impunidade.

Foi neste jogo que Conceição fez prova prática de doutoramento com louvor e distinção em "que atitude ter durante o jogo", com os preceitos que continuou a seguir à risca. E no fim, um sururu, que meteu apanha-bolas e seguranças a agredirem Tabata e Palhinha, que obviamente foram expulsos. E com isto FCP lá conseguiu empatar. Depois do jogo ainda houve tempo para dirigentes do FCP roubarem a carteira e o telemóvel a Varandas, na cara dos polícias.

O famigerado João Pinheiro presidiu ao crime, com a anuência que o tornou famoso e grato ao sistema da arbitragem nacional.

Como é evidente este espectáculo abjecto foi uma noite como as outras para o nacional-comentariado - "vamos lá mas é falar do futebol jogado" - e para aquelas folhas de papel impresso que os ingénuos chamam de "imprensa desportiva."

Tivesse isto acontecido com o SLB e tanto o escândalo como o resultado teriam sido outros.

Preparem-se para o que aí vem, só vos digo.

Quando Vítor Damas não pôde ficar na fotografia

Transcrevo, com a devida vénia, um texto de António Alfarrobinha publicado no facebook, no grupo Bola de Catchu. Vítor Damas saiu do Sporting, regressou e dá hoje, justamente, o nome a uma baliza e à porta número 1 do Estádio José Alvalade. Não passou por metade do que o Rui Patrício passou.

Qual é o problema dos sportinguistas com o Rui Patrício, mesmo?

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A fotografia da equipa do Sporting refere-se a um jogo com o Benfica para a Taça de Portugal, disputado em 28 de Março de 1976, que os leões venceram por 1-0. Mas, independentemente desta vitória, tratou-se de uma época (1975-76) muito conturbada para os leões. Irregularidade no Campeonato, interdição de Alvalade devido a uma invasão de adeptos na Tapadinha, insucesso na Taça UEFA logo na 2ª eliminatória, desilusão nas meias finais da Taça de Portugal com o Vitória de Guimarães. Foi o ano dos assobios a Vítor Damas em Alvalade.
A “lei de opção” tinha sido revogada em 1975, o guardião leonino era titularíssimo e estava no último ano de contrato como Sporting. Por essa razão poderia sair do clube no final da época se assim entendesse. Atento, Pinto da Costa, já comprometido com Américo de Sá para ser o director do Departamento de Futebol do FC Porto, tentou contratar Damas. Era um pedido de José Maria Pedroto, o futuro treinador.
O Sporting recebeu o Académico de Coimbra no Estádio de Alvalade, no dia 13 de Março, e aos 24 minutos do jogo os “estudantes” já tinham marcado três golos. Damas estava irreconhecível, desconcentrado, e quando o topo sul começou a assobiá-lo ruidosamente despiu a camisola e pediu ao treinador Juca para ser substituído. Saiu para os balneários debaixo de uma vaia monumental. Para um guarda-redes de futebol, um dia mau na baliza é um dia de crucificação. Mas aquilo foi bem pior.
A Direcção do Sporting entendeu suspender o guarda-redes. Duas semanas depois, houve o dérbi com o Benfica para a Taça de Portugal e Matos foi o escolhido para o substituir. Antes do jogo, titulares e suplentes juntaram-se para a fotografia com um ar circunspecto, algo sombrio. Faltava o capitão de equipa.
No final da época, Damas transferiu-se para o Racing Santander, e não para o FC Porto que tanto o assediara. Regressou a Portugal em 1980, defendeu a baliza do Vitória de Guimarães e do Portimonense e entre 1984 e 1989 voltou a jogar de leão ao peito. Em 2009, foi atribuído o seu nome à baliza sul, cuja simbologia vem do velhinho Alvalade. E onde por coincidência se verificaram os acontecimentos naquela partida com o Académico. Uma homenagem justíssima, apesar de póstuma.
Na fotografia, os jogadores leoninos antes do dérbi:
Em cima - Matos, Amândio, Da Costa, Vítor Gomes, Tomé, Laranjeira, Fraguito, Barão, José Mendes e Pinhal;
Em baixo - Libânio, Baltazar, Marinho, Chico Faria, Manuel Fernandes e Nelson.

Os indignadinhos

A assembleia geral do Sporting que no passado sábado - com quase 40 graus em Lisboa e sem competições desportivas - aprovou o orçamento de 2023/2024 e as contas consolidadas dos cinco anos anteriores, contou com a participação de 1113 votantes.

Alguns acham pouco. São aqueles que nunca foram sócios. Ou já foram mas deixaram de pagar quotas. Ou queimaram o cartão de sócio quando para eles «o Sporting morreu», nos idos de 2018.

A uns e a outros, agora tão indignadinhos pela «fraca participação», recordo que na primeira assembleia geral do mandato de Bruno de Carvalho participaram apenas 1236 sócios. Que chegaram e sobraram para aprovar o plano de reestruturação financeira, com 97% de votos favoráveis. 

Faz hoje dez anos. Nessa altura não havia indignadinhos.

Cinco anos depois do ataque a Alcochete

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Fernando Mendes continua (?) em prisão domiciliária, Alano Silva, outro dos assaltantes, continua em julgamento no tribunal de Almada, Bruno de Carvalho apareceu ontem num programa "cor de rosa" da TVI onde também surgiu Lili Caneças, Mustafá continua líder da Juveleo, a claque continua a insultar o presidente eleito em pleno jogo e a mandar os jogadores jogar à bola, isto com a equipa a lutar por ultrapassar a desvantagem no marcador e Porro já cá não está para repetir o gesto que teve para com eles no jogo com o Casa Pia.

SL

Dez anos sem João Rocha

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João Rocha com os filhos: o seu longo mandato foi um marco inesquecível na história leonina

 

Faz hoje dez anos, morreu João Rocha (1930-2013), um dos melhores presidentes de sempre do Sporting Clube de Portugal. E também o mais titulado - não apenas no futebol, mas nas modalidades, que soube desenvolver como nenhum outro.

A João Rocha associamos nomes de diversos campeões que equiparam de verde e branco. Héctor Yazalde, Vítor Damas, Samuel Fraguito, Manuel Fernandes, Rui Jordão, António Oliveira, Ferenc Meszaros (futebol), Carlos Lopes, Fernando Mamede, Aniceto Simões, Ezequiel Canário, Conceição Alves, Domingos Castro, Dionísio Castro (atletismo), António Livramento, Júlio Rendeiro, Chana, João Sobrinho, António Ramalhete (hóquei em patins), Joaquim Agostinho, Firmino Bernardino, Marco Chagas (ciclismo), Carlos Silva, Frederico Adão, Manuel Brito, Carlos Correia, João Gonçalves (andebol), Carlos Lisboa, Nélson Serra, Augusto Baganha (basquetebol), Avelina Alvarez, Rita Vilas Boas (ginástica) e Armando Marques (tiro).

Entre tantos outros.

 

Foi um modernizador do futebol - pioneiro, visionário, um homem à frente do seu tempo. Apostou na formação e no ecletismo como pilares fundamentais do Clube. Renovou os estatutos, adaptando-os plenamente à democracia. Aliás 1974, o ano da liberdade, foi também um ano de hegemonia sportinguista.

Acertou no essencial. 

E deixou obra. Física, desportiva, financeira e reputacional.

Fechou o Estádio José Alvalade, mandando construir a então denominada bancada nova. Ergueu a Nave de Alvalade, que se tornou na casa das modalidades leoninas. Durante o seu longo mandato o Sporting chegou a contar com cerca de 15 mil atletas em 22 modalidades. Só a ginástica tinha  3500 praticantes.

No tempo dele, o Sporting levou mais longe o nome de Portugal em cenário olímpico. Graças às medalhas de prata de Carlos Lopes e Armando Marques (Montreal, 1976) e à então inédita medalha de ouro de Lopes na gloriosa maratona olímpica (Los Angeles, 1984). Sem esquecer o recorde mundial dos dez mil metros obtido por Fernando Mamede (Estocolmo, 1984) que levou cinco anos a destronar e se manteve durante uma década como melhor marca europeia.

 

Ao longo dos 13 anos em que permaneceu no comando da nau leonina, entre Setembro de 1973 e Outubro de 1986, acumulou um palmarés que dificilmente será atingido por qualquer outro dirigente nas décadas mais próximas.

No futebol, três campeonatos nacionais, três Taças de Portugal e uma Supertaça.

No conjunto das modalidades, mais de 1200 títulos nacionais, 52 Taças de Portugal, oito Taças dos Campeões Europeus de Corta-Mato, uma Taça dos Campeões Europeus de Hóquei em Patins, mais duas Taças das Taças e uma Taça CERS.

Orgulhava-se de ter deixado o clube sem dívidas, com passivo zero, um número de praticantes nunca visto e a lista de jogadores mais valorizada de sempre.

 

Por decisão da Direcção leonina, assumida em 11 de Julho de 2012, passou a ficar perpetuado no nome da nossa actual casa das modalidades a cuja inauguração, no dia 12 de Junho de 2017, ele já não assistiu.

Orgulho-me - como milhares de adeptos - de ter contribuído com uma parcela das minhas poupanças para a Missão Pavilhão: assim foi possível que este sonho antigo se tornasse realidade.

Se há homens que deixam rasto, João Rocha foi de certeza um deles. Também por isso, curvo-me hoje respeitosamente perante a sua memória.

Pelé e Garrincha: primeira e última vez

 

Este excerto que aqui trago é muito especial: foi a única ocasião em que Pelé (aqui com o número 10) e Garrincha (número 16) marcaram no mesmo jogo ao serviço da selecção do Brasil. Aconteceu no Mundial de 1966, em Inglaterra, contra a Bulgária - partida invulgarmente agressiva, com duras faltas de parte a parte perante a chocante tolerância do árbitro quando ainda não tinha sido instituído o sistema de cartões para penalizar jogo violento.

É também histórico por outro motivo: foi a última vez que o grande Mané Garrincha marcou com a camisola "canarinha". Ainda viria a disputar a partida seguinte, contra a Hungria (derrota 1-3), mas já não alinhou frente a Portugal (outra derrota, pela mesma marca).

Pelé e Garrincha tinham integrado a selecção bicampeã mundial em 1958 e 1962. O astro do Santos venceria o tri no México, em 1970. Mas o "anjo das pernas tortas", como lhe chamou Vinicius de Moraes, já não protagonizou essa conquista fabulosa: despediu-se da equipa nacional nos relvados ingleses, aos 32 anos.

Impressiona hoje ver esta despedida de um dos astros mais geniais e mais trágicos da história de futebol. A sucessão de dribles que eram sua marca inconfundível e a espectacular marcação do livre, de trivela, levando a bola ao fundo das redes.

Empolgante e comovente pontapé que lhe serviu de definitivo passaporte para a eternidade.

{ Blogue fundado em 2012. }

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